💡 VEJA
TAMBÉM:
👉 O
Papel da Liderança na Igreja
👉 A
Estrutura e a Liderança Eclesiástica
Vivemos a era da
departamentalização. Funções iniciantes que antes eram de elevada nobreza
passaram a ser consideradas como meras etapas do caminho em busca das posições
mais elevadas. A multiplicação dos títulos conferidos aos cargos mais altos
também indica que houve um expressivo crescimento do pináculo da pirâmide do
poder. Tudo isso aumenta a necessidade de formarem-se líderes maduros.
Sempre foi urgente a
necessidade de líderes espirituais, mas Deus jamais se precipitou em formá-los.
Foram formados no tempo certo. Liderança não combina com imaturidade. Em tempos
tão críticos como os que vivemos, também é urgente e necessária a formação de
líderes que estejam prontos para os desafios do presente século.
Líderes são guias, são
condutores. Na igreja, são pessoas vocacionadas e chamadas por Deus para o
exercício de funções que sirvam para influenciar, dirigir, governar, proteger,
apoiar. O líder precisa ser alguém que tenha um potencial diferenciado para
corresponder ao propósito da sua vocação.
Deus provê-se de líderes para
o bem do seu povo. É uma obra pessoal de Deus a escolha e a designação daqueles
que vão servir no seu Reino: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11,12).
O ministério da Casa de Deus é
amplo, merecendo diferentes listas nas Escrituras (Rm 12.6-8; 1 Co 12.28-28).
Geralmente nos referimos a ministro considerando somente os que recebem
ordenação para um cargo eclesiástico específico. São várias as palavras originais
que aparecem na Bíblia para tal designação, mas, em um sentido geral,
ministério é serviço.
💡 VEJA TAMBÉM
6
- EXEMPLOS DE LIDERANÇA FEMININA
Há serviços que importam na
existência de um cargo, e há serviços que dispensam qualquer separação ou
ordenação. Todos os que servem no Corpo de Cristo são ministros, são líderes. É
com esse sentido amplo que a palavra líder será usada nesta obra.
A luz de Efésios 4.12, todos
os líderes cristãos são chamados com vistas a um propósito de aperfeiçoamento
dos santos para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo. Se
a tarefa de todo aquele que ingressa no ministério é servir de instrumento de
Deus para aperfeiçoamento dos santos, é evidente que, em primeiro lugar, esses
líderes estejam matriculados na escola de aperfeiçoamento e já tenham alcançado
algum grau de maturidade que os habilite a ajudar outros.
Na verdade, somos muitas vezes
lançados em um processo duplo: trabalhamos pela maturidade de outros enquanto
nós mesmos estamos sendo amadurecidos.
Não é necessário que o líder
alcance o topo do seu crescimento espiritual, mas é necessário que haja pelo menos
certo avanço no processo de amadurecimento para que se possa exercer influência
positiva na vida de outros. Isso é muito claro, pois o alvo de Deus é que
“todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.14).
Há um chamado para que
deixemos a meninice espiritual, a fase em que somos marcados por inconstâncias,
vivendo vulneráveis a mudanças doutrinárias conforme o vento e a enganos e
fraudes espirituais. A maturidade espiritual traz-nos firmeza para uma
caminhada ascendente, de ânimo permanente, ou seja, sem inconstâncias. Também
nos habilita a ter uma convicção de fé e um conhecimento suficiente para
discernir o engano.
Maturidade para Liderar a Integralidade
do Corpo
É uma verdadeira tragédia
quando o líder, de grande ou pequeno grupo, não possui a mínima maturidade para
ser um guia espiritual. Isso não é somente trágico quanto as mais altas
lideranças, como também quando é observado nos postos de serviço menos vistos
na igreja, os quais também são muito importantes.
O crescimento do corpo não
pode ocorrer se “todo o corpo" não estiver “bem ajustado e ligado pelo
auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte" (Ef
4.16). É imperativo, portanto, que cada líder funcione bem, sintonizado com o
todo do corpo.
Os líderes de pequenos grupos
exercem um papel vital para o corpo. Um líder de um departamento que não esteja
bem ajustado compromete a estrutura da igreja e o seu crescimento. Daí surge a
grande importância de preocupar-se na formação de líderes que alcancem
maturidade.
O Senhor, nosso Deus, tem um
grande interesse que cresçamos cada dia mais a fim de que estejamos aptos a
contribuir com "o aumento do corpo, para sua edificação em amor" (Ef
4.16b). O corpo precisa crescer com saúde. A edificação em amor é o ápice do
propósito de Cristo para a sua Igreja. Mas até que isso ocorra, um longo
caminho deve ser percorrido. Para tanto, os líderes precisam entender que é
necessário haver um processo de amadurecimento deles mesmos e de toda a
liderança que os auxilia. Aliás, essa compreensão já faz parte do seu próprio
processo de amadurecimento.
Os líderes maduros não descartam os
seus liderados por estes não se adaptarem ao seu estilo. Para eles, isso não é
motivo para serem descartados. Ao contrário, desenvolve aceitação e trabalha
com eles para que sejam realmente ganhos para Cristo e o seu serviço. Jesus
mandou que fizéssemos discípulos não ao nosso modelo, mas ao modelo dEle.
Paulo disse: “Sede meus imitadores,
como também eu, de Cristo” (1 Co 11.1), ou seja, imitem a Cristo como também o
faço.
Quando o líder maduro chega,
por exemplo, ao pastoreio de uma igreja, já sabe que vai lidar com pessoas das
mais diversas naturezas, gente de todo tipo. Cada um tem uma formação pessoal,
uma história de vida, com as suas próprias ideias, opiniões, reações, posturas,
valores e até mesmo crenças. Ter esse corpo ajustado, ligado e funcionando bem
não é uma tarefa fácil e jamais será executada sem a cabeça, que é Cristo.
O líder maduro não confia em si mesmo, pois
sabe que, por mais que faça, não poderá assegurar um crescimento saudável para
o corpo. Terá que ter paciência, prudência e sabedoria para, “seguindo a
verdade em amor", alcançar um corpo crescido “em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo" (Ef 4.15).
O líder imaturo esquece-se
disso e procura estabelecer os seus próprios meios. A autoconfiança faz com que
ele busque alternativas de crescimento que sacrifique tanto a verdade quanto o
amor. Chega-se ao ponto de não importar se está realmente ligado a Cristo, que
é a cabeça. Esses casos são os mais graves, em que o corpo descaracteriza-se e
deixa de ser Igreja. Mas também é falta de maturidade quando aqueles que
professam a Cristo e mostram-se ferrenhos defensores da verdade agem fora do
caminho do amor. A dureza do próprio coração do líder faz com que ele apegue-se
às suas tradições, à sua própria e exclusiva visão, deixando de seguir a
verdade em amor. A falta de amor termina cegando-o, de forma que a verdade que
professa não é mais a mesma verdade de Deus. A verdade de Deus não existe senão
arraigada no amor. São atributos de uma mesma essência. Há um risco muito
grande de sustentar-se a rigidez em nome do que considera ser a verdade, porém
estar trabalhando debaixo do engano sutil.
Outra manifestação de
imaturidade é a ênfase em um crescimento parcial, deixando de alcançar a bênção
do crescimento total de que falou Paulo: “cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo”. A vontade de Deus é que o Corpo cresça sem deformação, que uns
membros não se agigantem em detrimento de outros e nem que fiquem mirrados por
falta de nutrição.
Há, ainda, o problema do falso
crescimento, que é o inchaço pela adição de insumos estranhos, que não produzem
saúde ao corpo. A Igreja de Corinto padecia desse mal. Paulo diz que eles já se
consideravam fartos, ricos. Estavam, na verdade, inchados (1 Co 4.18) e
precisavam de uma série de medidas curativas, como o apóstolo bem tratou na sua
carta.
O “crescimento em tudo” é um
processo que requer da liderança paciente sabedoria e serena dedicação, num
serviço que não comprometa a verdade, não despreze o amor e jamais se distancie
da Cabeça. Pelo contrário! Tenha o cuidado de liderar a todos, esperando que
cada parte seja somada ao todo e funcione adequadamente para que, ao final,
haja o "aumento do corpo para sua edificação em amor".
A falta de uma compreensão
exata desse processo pode levar-nos a impor graves prejuízos ao Reino de Deus,
com severas consequências para nossas próprias vidas. Jesus escolheu para si 12
discípulos e trabalhou com eles por volta de três anos e meio, preparando-os
para a obra que lhes tinha designado. Depois, deu a eles o Espírito Santo para
que os ajudasse diariamente nesse serviço.
A experiência a que os
discípulos foram submetidos teve como finalidade amadurecê-los para liderar
outros. A grande ênfase dada por Cristo para que houvesse êxito nesse serviço
foi que os seus discípulos tivessem alcançado um amor indubitável e verdadeiro;
daí a insistência com Pedro: “[...] amas-me mais do que estes? [...] Apascenta
os meus cordeiros [...] amas-me? [...] Apascenta as minhas ovelhas [...]
amas-me? [...] Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21.15-17).
O resultado foi que esses
homens, assim como Pedro, exerceram liderança com tanto afinco e destemor que
aceitaram o martírio por amor a Cristo. Os discípulos receberam de Jesus a
tolerância da sua própria imaturidade para que estivessem prontos a compreender
outros e ajudá-los a alcançar maturidade espiritual.
Maturidade Liberta do Farisaísmo
A maturidade do líder faz com
que ele compreenda que os seus liderados, mesmo que já sejam santos no sentido
posicional (em Cristo), ainda estão sujeitos a muitas imperfeições e precisam
ser pacientemente ajudados a superá-las diariamente. Aquele alvo citado em
Efésios 4.16, o “aumento do corpo, para sua edificação em amor", demanda
tempo.
Vemos isso na carta de Paulo
aos colossenses, quando, no capítulo 3, ele fala de pelo menos quatro níveis de
crescimento espiritual. No primeiro, os crentes já deixaram o que podemos
chamar de pecados flagrantes: "[...] a prostituição, a impureza, o apetite
desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria" (Cl 3.5).
Para esses, Paulo diz que é preciso mortificar os membros, ou seja, subjugar a
natureza pecaminosa de forma a não mais voltar a praticar tais pecados.
Ocorre que esse é apenas o
primeiro passo; um passo extraordinário, mas que não é tudo na vida do novo
crente, e o líder precisa saber muito bem disso. Em seguida, depois de falar da
condição daqueles crentes no passado, Paulo refere-se ao presente e diz: “Mas,
agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da
maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintas uns aos outros
[...]" (3.8,9a).
O líder maduro sabe que a verdadeira
santidade não começa de fora para dentro, mas de dentro para fora. Ele não vive
primeiramente se importando com o exterior do copo ou do prato em atitudes
farisaicas (Mt 23.25-28), mas sabe reconhecer que uma faxina interior é muito
mais importante, urgente e necessária. É, como diz Paulo, “agora"!
A falta de maturidade leva o
líder a exigir mudanças exteriores e a ser enganado por elas, permitindo que os
seus liderados emperrem no crescimento espiritual. Aqui se encontram muitas
vezes os líderes que estão crentes de estarem seguindo a verdade, mas a falta
de amor lamentavelmente os levou a um caminho de engano. Jesus chama de
“fariseu cego" e explica que, se primeiro for limpo o interior do copo e
do prato, o seu exterior também ficará limpo (Mt 23.26).
Acerca desse tipo de
comportamento, o pastor Elienai Cabral diz no seu livro A Síndrome do Canto do
Galo:
Essas pessoas
valorizam banalidades exteriores e acabam criando problemas na comunidade.
Falta-lhes conhecimento da Palavra de Deus. Facilmente ofendem-se e magoam-se.
São pessoas instáveis emocional e espiritualmente. Costumam criticar tudo que
não seja conforme seus padrões. São dominadas por uma predisposição crítica
contra pessoas que não estejam dentro dos caprichos pessoais. Esse tipo de gente
é legalista e extremista, e um de seus aspectos negativos é a falta de
prioridades claras na vida cristã.
Isso é ainda mais trágico
quando se manifesta na liderança. Paulo vai logo ao ponto central do problema e
diz aos colos-senses que eles deveriam libertar-se dos sentimentos pecaminosos
que ainda reinavam nos seus corações e levavam-nos a práticas igualmente
pecaminosas. A ira, a cólera, a malícia, a maledicência, as palavras torpes e
as mentiras estão seguras em raízes malignas que insistem em permanecer dentro
do coração do crente — inclusive de líderes — e somente uma visão espiritual
correta, livre da cegueira do farisaísmo, é que nos permitirá ver esse quadro
tão trágico e desejar que seja revertido com urgência.
A maturidade de Paulo não o
permitia ignorar essas realidades espirituais, como faz o líder imaturo, que se
apega a questões externas e não enfrenta com a Palavra os grandes males que
poderão comprometer diretamente o crescimento do Corpo; daí igrejas com tantos
problemas crônicos, embora aparentemente tão santas.
Paulo, entretanto, sabia que
esse segundo patamar da verdadeira santidade ainda não era tudo.
O terceiro nível espiritual consistiria
em um revestimento de “entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade”, fazendo com que os colossenses estivessem capacitados
para suportar uns aos outros e perdoar uns aos outros (Cl 3.12,13). Ou seja:
somente após remover os sustentáculos da ira, da cólera, da malícia e de tantos
outros males é que seria possível aos crentes ter um coração disposto à
misericórdia, à benignidade, à humildade, à mansidão, à longanimidade e ao
perdão.
O líder maduro sabe que os
seus liderados somente alcançarão a produção do fruto do Espírito quando identificarem
os seus pecados internalizados, inclusive os pecados do espírito, e buscarem
ser libertos de todos eles. Isso os fará dispostos a um revestimento interior,
ao recebimento de um poder sobrenatural que os torne pessoas realmente santas.
Não é possível que líderes que
ainda não tenham aprendido a crescer na escola da santidade saibam identificar
os verdadeiros problemas dos seus liderados, vendo neles aquilo que, pela graça
de Deus, conseguiram ver em si mesmos e, também, por esta graça, conseguiram
vencer.
Paulo escreveu ensinando tanto
a Timóteo quanto a Tito que o líder não deve ser, por exemplo, alguém dominado
pela ira: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para
com todos [...]" (2 Tm 2.24), “[...] não soberbo, nem iracundo [...] nem
espancador [...] mas [...] moderado [...] temperante" (Tt 1.7,8). A ira
produz contenda e impede que haja mansidão.
Da Imaturidade ao Vínculo da Perfeição
O nível de perfeição que o
cristão pode alcançar é fruto de debate ao longo dos séculos. Talvez John
Wesley tenha sido quem mais se dedicou a tratar desse assunto, a ponto de
desenvolver a sua Doutrina da Perfeição Cristã. Qualquer que seja o nível
espiritual objetivo que seja possível a essa perfeição, é fato que a Palavra de
Deus fala expressamente acerca dela. O que mais importa é que o cristão não
pode conformar-se em estagnar o seu crescimento, e isso é ainda mais verdadeiro
para o líder.
A maturidade espiritual do
líder pressupõe que, além de não estar mais preso sob o domínio dos pecados
flagrantes, já venceu as forças da maldade que prendiam o seu espírito e a sua
alma, e abriu o seu coração para que o Espírito Santo produza o seu fruto com
abundância. Isso o líder maduro desejará ardentemente que os seus liderados
também alcancem, tirando-os do nível de imaturidade e de infantilidade
espiritual.
Depois desse terceiro nível de
crescimento, escancaram-se as portas para um quarto nível, que, no dizer de
Paulo, é um “sobre tudo”: “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o
vínculo da perfeição” (Cl 3.14). O tão sonhado processo de perfeição
desenvolver-se-á quando o corpo estiver ligado sob o vínculo da perfeição, que
é o amor.
Não adianta esperar que os
liderados amem uns aos outros se eles ainda não foram ensinados sequer a despir-se
das estruturas internas da maldade que os hostilizam e dominam os seus
sentimentos e pensamentos. O líder compreenderá bem isso se ele próprio já
tiver percorrido esse glorioso caminho de maturidade espiritual.
Esse líder terá paciência e
tranquilidade para conviver com pessoas difíceis, que se iram facilmente, que
sejam maliciosas, maledicentes e que ainda não conheçam a misericórdia, a
humildade, a mansidão, etc. O líder maduro não ficará irritado diante desses
quadros, pois saberá que é o seu desafio ensinar aos seus liderados a não ficar
estagnados no primeiro degrau, mas, sim, a terem a disposição de caminhar
firmemente rumo ao progresso espiritual.
É por isso que — insistimos —
é vital que os líderes sejam espiritualmente maduros. Maturidade não equivale
necessariamente à idade; decorre da experiência espiritual de ter permitido ao
Espírito Santo guiar-nos no caminho da verdadeira santidade. Líderes já de
avançada idade ainda podem estar emperrados no primeiro degrau; e, pior ainda,
não será um processo fácil ajudá-los a aceitar que precisam melhorar.
Nesse ponto, o tempo de
serviço do líder pode pesar de forma negativa, pois a presunção pode impedi-lo
de conceber a possibilidade de que está errado e precisa mudar. É por isso que,
em muitas situações, Deus usa os mais diversos expedientes para tratar com os
líderes a fim de que não percam a sua própria salvação depois de terem servido
tanto.
Há um julgamento de Deus sobre
os crentes aqui na terra, especialmente dos líderes, numa clara demonstração do
amor de Deus — diz-se especialmente dos líderes porque a responsabilidade é
proporcional ao que se recebe como servo (Lc 12.48).
O apóstolo Pedro lembra-nos de
que "já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus" (1 Pe
4.17). Esse julgamento é uma dura correção de Deus para que sejamos
participantes da sua santidade (Hb 12.6-10). Paulo bem explica isso ao dizer:
“quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo" (1 Co 11.32). E, portanto, um juízo para salvação.
Voltando ao exame do capítulo
3 de Colossenses, vemos que, quando o crente alcança o quarto nível espiritual
— o revestimento de amor, que é o vínculo da perfeição —, obtém-se uma
conquista gloriosa: a paz de Deus, que passa a dominar em nossos corações (v.
15). Este é o ponto que todos precisamos alcançar: viver uma vida dominada pela
paz de Deus.
O líder maduro não descansa
enquanto não percebe que ele próprio e aqueles que o cercam estão desfrutando
dessa paz. O mínimo que se precisa ver é todos os membros do Corpo funcionando
em busca desse processo. Não pode haver satisfação para o líder em desistir de
qualquer dos membros, pois a bênção é para todo o Corpo.
Abundante Alegria Espiritual
Várias são as áreas de nossa
vida que precisam ser trabalhadas por Deus dentro desse foco da Palavra. Todas
precisam ser alcançadas e resgatadas para esse propósito sobrenatural. O
resultado descrito por Paulo é o fluir abundante da Palavra de Cristo e um
ambiente de sabedoria, mútua admoestação e muita alegria espiritual e graça no
coração (Cl 3.16).
Ora, de um grupo de pessoas
antes presas nos pecados flagrantes, agora é possível ter uma congregação
realmente santa, livre das amarras internas da maldade, cheia de sentimentos
divinos, abundante em amor, plena de paz, alegria e graça. Não será urgente que
sejamos líderes prontos para sermos usados por Deus nesse importantíssimo
processo?
Que privilégio é poder ser um
instrumento de Deus para ajudar outros a crescer espiritualmente, enquanto nós
mesmos também estamos sendo trabalhados pela sua graça! Não importa a área em
que estejamos sendo usados, pois nem todos são apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores ou mestres. Todos devemos ser simplesmente aquilo que o
Senhor quer que sejamos, desempenhando nosso serviço com humildade e sujeição,
esperando a recompensa do Sumo Pastor.
O clamor feito por Jesus
continua válido e urgente ainda hoje: “[...] A seara é realmente grande, mas
poucos são os ceifeiros" (Mt 9.37). Poucos são os que realmente entenderam
que o importante é trabalhar na seara; trabalhar na mais correta acepção do
termo, sem apego a cargos ou posições, mesmo que seja necessário exercê-los.
Deus precisava de um líder
maduro para guiar o seu povo pelo deserto, suportando os seus pecados,
murmurações e rebeldias a fim de que, enquanto isso, Ele pudesse forjá-los,
preparando-os para a posse da Terra Prometida. De igual sorte, Deus precisa de
líderes hoje que estejam preparados para serem guias espirituais em tempos tão
críticos.
A falta de uma liderança sadia
abre um fosso de desesperança, fazendo crescer as chamadas igrejas emergentes,
que flexibilizam o evangelho e comprometem a verdadeira missão da Igreja.
Líderes maduros são os instrumentos de Deus para frear esse processo.
É fundamental que os líderes
alcancem maturidade espiritual para que haja maior êxito no seu trabalho,
inclusive para que outros líderes igualmente maduros saiam dos lombos desses
homens de Deus experimentados.
O líder maduro sabe que ninguém pode fazer nada com eficácia na igreja
de Jesus senão pela graça de Deus. Tudo é
conforme a graça recebida. No demais, é cansaço e perda de tempo sem frutos.
Isso faz com que o líder viva tranquilo, trabalhando em equipe. Tem ele a
consciência de não querer usurpar a função de outrem e perder tempo procurando
fazer o que não recebeu graça para fazê-lo. Se realmente deseja realizar mais
no Reino de Deus, dedica-se a buscar mais graça para que, dessa forma, possa
ser mais útil ao seu Senhor.
Nem sempre o líder realiza
tanto diretamente por ele mesmo, mas também, e principalmente, por meio dos
seus liderados. Preparar outros líderes é uma das principais tarefas do líder
maduro. Entender isso faz com que ele tenha plena consciência da sua finitude e
não perca o foco na sua liderança. Enquanto realiza, tem a visão de capacitar
outros para a continuidade da missão, pois entende que o futuro da obra de Deus
depende de que haja renovação na liderança.
A obra de Deus é dinâmica, e
não estática. E preciso que haja líderes preparados para cada tempo e para todo
tipo de tarefa. A constituição de cada líder atende a propósitos específicos de
Deus de acordo com as necessidades da sua obra, que são distintas conforme cada
circunstância.
Deus sempre precisou de
líderes para realizar os seus planos. Hoje a voz divina ainda ecoa: “A quem
enviarei, e quem há de ir por nós?" (Is 6.8). Apesar das crises vividas
pela escassez de líderes, o Todo-Poderoso jamais deixou de contar com um
remanescente fiel ao seu chamado. Os métodos de Deus para formar esses líderes
estão contidos na sua Palavra e jamais serão superados por qualquer técnica ou
estratégia humana.
✍Artigo: SILAS QUEIROZ
CURSOS BÍBLICOS PARA VOCÊ:
5) CURSO OBREIRO APROVADO - Clique Aqui