Lições Bíblicas do 3° Trimestre de 2023,
Adultos - CPAD
🎓 Revista: A igreja de Cristo e o Império do Mal:
como viver neste mundo dominado pelo Espirito da Babilônia
✍COMENTARISTA: Pr. Douglas Baptista
📚 TEXTO ÁUREO
“Por isso, nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem 0 conhecimento
do pecado.” (Rm 3.20)
💡 VERDADE PRÁTICA
O pecado de Adão arruinou toda a
humanidade. Contudo, Jesus Cristo pode regenerar eficazmente o pecador.
⏰ LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Jo 3.4
Pecado é transgredir a Lei de Deus
Terça - Rm 5.12
O pecado de Adão passou a toda raça
humana
Quarta - 2 Co 5.17
Em Cristo, o pecador torna-se uma nova
pessoa
Quinta - 1 Pe 1.15
A santidade é um princípio ético e
moral da fé cristã
Sexta - Hb 13.4
A prostituição não pode macular a
sexualidade do cristão
Sábado - 1 Co 6.19
O corpo do cristão é morada do Espírito Santo
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Romanos 3.9-20
9 - Pois quê? Somos nós mais
excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus
como gregos, todos estão debaixo do pecado,
10 -
como está escrito: Não há um justo, nem um sequer
11 -
Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.
12 -
Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem,
não há nem um só.
13 -
A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha
de áspides está debaixo de seus lábios;
14 -
cuja boca está cheia de maldição e amargura.
15 -
Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
16 -
Em seus caminhos há destruição e miséria;
17 -
e não conheceram o caminho da paz.
18 -
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
19 -
Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz,
para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de
Deus.
20 - Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
Hinos Sugeridos: 75,
422, 568 da Harpa Cristã
A) Objetivos da Lição:
I) Expor o ensino bíblico
da natureza pecaminosa;
II) Pontuar teologias
modernas que derivam da deturpação da doutrina bíblica do pecado;
III) Mostrar as
consequências da normalização do pecado.
OUVIR A LIÇÃO 2
INTRODUÇÃO
A Queda no Éden transmitiu à humanidade
a inclinação do coração humano ao erro. Por isso, a regeneração é o único meio
possível de desfazer as consequências do pecado em que a natureza humana só
pode ser transformada pela obra de Cristo (Tt 3.5,6). Não obstante, por
influência de teologias modernas, a Doutrina do Pecado vem sendo deturpada e
enfraquecida. Esse processo abriu as portas para a normalização do pecado em
muitos lugares denominados cristãos. Nesta lição, vamos estudar o perigo dessas
teologias para a ortodoxia cristã.
I - O ENSINO BÍBLICO DA NATUREZA
PECAMINOSA
1. Definição de Pecado.
Dentre os termos para “pecado”,
destacamos o substantivo hebraico chatá, cuja raiz significa “errar o
alvo” (Gn 4.7); e o seu correspondente grego hamartia, que possui
conotação de “erro moral” (2 Pe 2.13,14). Assim, a Bíblia define “pecado” como
a transgressão da Lei de Deus (1 Jo 3.4). A palavra abrange não apenas errar o
alvo, mas deliberadamente acertar o alvo errado. Trata-se de rebelião e
desobediência contra Deus e a sua Palavra (1 Sm 15.22,23).
Além disso, o pecado afasta o homem de
Deus, fazendo-o pecar contra o próximo (1 Jo 1.6,7) e por se omitir em fazer o bem (Tg 4.17). Portanto, pecado é a condição do homem não regenerado e só pode
ser expelido por meio do Novo Nascimento (Jo 33-7). Essa reconciliação do homem
com Deus só é possível em Cristo Jesus (2 Co 5.19).
2. A universalidade do Pecado.
O ser humano foi criado em estado de
inocência, sem pecado, perfeito (Ec 7.29) e dotado de livre-arbítrio (Gn
2.16,17). Porém, o primeiro homem escolheu desobedecer a Deus e a sua Queda
corrompeu toda a humanidade (Gn 3.9-19). O pecado de Adão foi transmitido a
toda raça humana (Rm 5.12). Assim, a partir da Queda, todos os seres humanos
nascem em pecado (S1 51.5). Portanto, o pecado não é passado adiante meramente
pela força do mau exemplo, mas é um mal inerente à natureza humana (Rm
7.14-24). Em consequência disso, todo ser humano está debaixo da escravidão do
pecado e da condenação da morte (Rm 3.23; 6.23). Apesar de corrompida pelo
pecado, a natureza humana pode ser eficazmente regenerada pela fé em Cristo (Rm
3.24; 2 Co 5.17).
3. Corrupção Total.
É o estado de corrupção mental, moral e
espiritual da natureza humana (Rm 3.10-18). Nesse aspecto, a inclinação para
fazer o errado é resultado do pecado (Gn 6.5; Rm 5.19). Por causa da Queda,
todas as áreas de nosso ser foram corrompidas. Essa corrupção impede o homem de
tomar a iniciativa no processo de regeneração (Rm 8.7,8). Ele só pode ser
liberto do pecado após o convencimento do Espírito (Jo 16.8).
Sem essa ajuda divina ninguém pode ser
transformado (Tt 3.5), ou seja, o livre-arbítrio precisa ser divinamente
restaurado (Rm 2.4). Somente por meio da graça o homem recebe capacidade para
crer, arrepender-se e ser salvo (Rm 3.24,25). Dessa forma, a libertação do
pecado não provém de nenhum esforço humano, mas é gratuita e divinamente ofertada
(6.23; Ef 2.8,9).
SINOPSE I
O pecado é a transgressão da Lei d Deus.
Por ele, o ser humano foi totalmente corrompido.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
A SOMBRA DO PECADO
“Compreender o pecado nos
ajuda : conhecimento de Deus, porém o pecado distorce até mesmo nosso conhecimento
do próprio-eu. Mas se a luz iluminação divina consegue penetrar essas trevas, e
não somente as trevas, mas também a própria luz, então poderão ser melhor
analisadas. Percebe-a importância prática do estudo do pecado na sua gravidade.
O pecado é contra Deus. Afeta a totalidade da criação, inclusive a humanidade.
Até mesmo o menor dos pecados pode provocar juízo eterno. E o remédio para o
pecado é nada menos que a morte de Cristo na cruz” (HORTON, Stanley M (ed
Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 201
p.263).
II - AS TEOLOGIAS MODERNAS
1. Teologia do pecado social.
A tese do pecado social remonta aos
concílios católicos de Medellin (1968, Colômbia) e Puebla (1979, México). Essa
tese defende que o pecado é algo que se constrói por meio de estruturas
opressoras, tais como, a pobreza, a injustiça e a desigualdade. Dessa maneira,
a redenção do pecado não se restringe ao aspecto espiritual, sendo preciso
tratar as questões sociais.
O pecado deixa de ser tratado no nível
da moral e passa a ser considerado no nível econômico e social. A mudança de
ênfase do pecado original (natureza humana) para o pecado social (estrutural)
enfraquece a responsabilidade moral do pecador. Então, deixa-se de enfatizar a
causa para explorar os sintomas (Mt 23.27,28). A partir daí, resolver as
questões da ordem social é visto como solução para o problema do pecado.
Naturalmente, essa é uma deturpação do ensino bíblico a respeito do pecado.
2. Teologia da libertação.
A teologia da libertação tem afinidade
com as ideias socialistas de Karl Marx. Essa teoria busca “libertar” 0 oprimido
das estruturas opressoras da sociedade. Ela nasce na década de 1970 com Gustavo
Gutiérrez (Peru) e Leonardo Boff (Brasil). Para eles, o estudo teológico não
deve estar centrado em doutrinas bíblicas para libertar 0 homem do pecado, mas
na indignação social para libertar 0 homem da injustiça social, econômica e
cultural. Desse impulso surgem as teologias de cunho emancipatório de gênero
(transexualidade), de sexualidade (homossexualidade) e de raça. Uma de suas
vertentes é a Teologia da Missão Integral (TMI). O grande impacto dessas
influências é que a fé cristã é reduzida a militância política socialista e
marxista. As pautas sociais e progressistas são disfarçadas pela roupagem de
Evangelho, postas acima dos valores morais do Reino de Deus. Então,
transforma-se 0 Evangelho em inconformismo, criticismo e assistencialismo (1 Co
15.19; Fp 3.18-20).
3. Liberalismo teológico.
Após a Reforma Protestante (1517),
floresce o liberalismo teológico, onde a razão é colocada acima da revelação
divina. Como resultado disso, a inspiração, inerrância e infalibilidade das
Escrituras são questionadas; os milagres e o sobrenatural são considerados
mitológicos; as doutrinas da fé são reinterpretadas e ressignificadas.
Troca-se a mensagem da salvação de
arrependimento, confissão de pecados e mudança de caráter por uma visão
progressista que enfatiza a transformação social pelo paradigma do marxismo.
Assim, o pecado é relativizado, o ecumenismo religioso é propagado e toda
experiência espiritual é considerada válida. O ideário da teologia liberal é de
oposição às antigas doutrinas bíblicas que se fundamentam na revelação das
Escrituras (2 Tm 4.3).
SINOPSE II
A teologia do pecado social, da
libertação e o liberalismo teológico derivam da deturpação da doutrina bíblica
do pecado.
III - A NORMALIZAÇÃO DO PECADO
1. Crise ética e moral.
Em termos gerais, os valores que
regulam a conduta de uma pessoa denominam-se ética (1 Pe 1.15) e a prática
dessa conduta recebe o nome de moral. Nessa concepção, a obediência aos princípios
bíblicos reflete o caráter de um cristão (Rm 12.2). Porém, o conceito deturpado
e relativizado do pecado resulta em desvio e falha de caráter (2 Tm 3.5). Desse
modo, a sociedade deixa de ser eticamente sólida e se torna moralmente
desajustada (Hc 1.4). Dessa crise de integridade irrompe ações incompatíveis
com a fé bíblica (Rm 2.21,22). Temas progressistas violam a ética e a moral
bíblicas e passam a ser normalizados, tais como: a imoralidade sexual, o aborto
e o uso de drogas ilícitas (1 Sm 2.6; Rm 1.27; 1 Co 6.15,19).
2. Imoralidade sexual.
A deturpação da doutrina do pecado
favorece o avanço da imoralidade sexual (Rm 1.24). Em defesa da liberdade de
decisão sobre 0 corpo, banaliza-se o sexo pré-conjugal, extraconjugal, normaliza-se
a homossexualidade (Rm 1.26,27) e a doutrina da castidade é vista como
opressora (Rm 6.12). Nesse aspecto, o afrouxamento da moral, o ensino da
ideologia de gênero e a erotização da infância promovem luxúria e
licenciosidade. O pecado é tolerado, a família é desconstruída e a doutrina da
santidade é negligenciada (Hb 13.4).
3. A dessacralização da vida.
As Escrituras ensinam que a vida humana
é sagrada porque tem origem divina (Gn 1.27). Por conseguinte, a vida é
inviolável e deve ser valorizada (2 Pe 1.3). O corpo humano deve ser cuidado,
alimentado e preservado (Ef 5.29). Não obstante, a vulgarização do pecado
fomenta ideologias que desprezam a sacralidade e a dignidade humana. Propala-se
a autonomia incondicional sobre o próprio corpo sem as devidas limitações
éticas e morais. O slogan “meu corpo, minhas regras” reivindica o pseudodireito
de a pessoa usar drogas, prostituir-se, abortar, cometer o suicídio e a
eutanásia. Assim, o corpo que é templo do Espírito Santo é profanado (1 Co
6.19). A criatura, de modo proposital, afronta a vontade do Criador (Rm 1.25).
SINOPSE III
Quando se normaliza o pecado sobra uma
crise ética e moral, bem como a dessacralização da vida.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS COMO
EXTENSÃO DO PECADO
“A compreensão da
natureza do pecado deve renovar a nossa sensibilidade diante das questões do
meio ambiente e levar-nos a retomar a comissão original de cuidar do mundo de
Deus, o qual não devemos deixar nas mãos daqueles que preferem adorar a criação
ao invés de ao Criador.
Questões como justiça
social e necessidade humana devem ser advogadas pela Igreja como testemunho da
veracidade do amor, em contraste à mentira que é o pecado. Mesmo assim,
semelhante testemunho deve apontar sempre para o Deus da justiça e do amor, que
enviou o seu Filho a morrer por nós. Somente a salvação, e não a legislação ou
um evangelho social que desconsidera a cruz [...], pode curar o problema e seus
sintomas” (HORTON, Stanley M (ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.298).
CONCLUSÃO
A relativização do pecado que o
restringe à solução de pautas sociais em prejuízo da moral e, por sua vez, o
exclusivismo moral em detrimento de causas sociais, igualmente, não retratam a
fé cristã. Apesar de a Igreja não ser apolítica e nem insensível às
desigualdades sociais, o mal primário a ser combatido é o pecado inerente à
natureza humana. Uma vez regenerado pela fé em Cristo, o crente repudia as
injustiças contra o seu próximo (Rm 1.18; 1 Co 13.6). A Igreja atuante é aquela
que ainda milita na terra contra a carne, o mundo, o Diabo, o pecado e a morte
(Ef 6.12).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Segundo a lição, como a Bíblia
define o “pecado”?
A Bíblia define “pecado” como a
transgressão da Lei de Deus (1 Jo 3.4).
2. O que é Corrupção Total?
É o estado de corrupção mental, moral e
espiritual da natureza humana (Rm 3.10-18).
3. O que enfraquece a responsabilidade moral do pecador?
A mudança de ênfase do pecado original
(natureza humana) para o pecado social (estrutural) enfraquece a
responsabilidade moral do pecador.
4. O que reflete o caráter do cristão?
A obediência aos princípios bíblicos
reflete o caráter de um cristão (Rm 12.2).
5. Por que a vida humana é sagrada?
As Escrituras ensinam que a vida humana
é sagrada porque tem origem divina (Gn 1-27).
VOCABULÁRIO
Emancipatório de gênero: Libertação e independência do gênero
biológico.
Marxista: Relativo a Karl Marx e sua doutrina exposta
em suas obras.
Progressista: Relativo à ideia de transformação, revolução
e reformas no campo social, ético e moral.
Inconformismo: Tendência e atitude de estar inconformado;
recusa de aceitar a condição incômoda ou desfavorável.
Criticismo: Relativo ao ato de criticar de maneira generalizada
e mórbida alguma coisa ou objeto.
Assistencialismo: Um sistema de assistência aos carentes e
necessitados. Liberalismo Teológico: Método de abordagem da religião sob uma
perspectiva crítica, racionalista e materialista.
Ideário: Conjunto de ideias principais de um autor, doutrina ou movimento. Propalar: Tornar público; divulgar; dar publicidade.
Classe: Adultos
Revista: Do professor - CPAD
Trimestre: 3° de 2023
🎓 Título: A Igreja de Cristo e o Império do Mal
✍ Subtítulo: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
✍COMENTARISTA: Pr. Douglas Baptista
✍LIÇÕES:
Lição 1 - A Igreja Diante do Espirito da Babilônia
Lição 2 - A Deturpação da Doutrina Bíblica do pecado
Lição 3 - O perigo do Ensino Progressista
Lição 4 - Quando a Criatura vale mais que o Criador
Lição 5 - A Dessacralização da Vida no Ventre Materno
Lição 6 - A Desconstrução da Masculinidade Bíblica
Lição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica
Lição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa
Lição 9 - Uma Visão Bíblica do Corpo
Lição 10 - A renovação Cotidiana do Homem Interior
Lição 11 - Cultivando a Convicção Cristã
Lição 12 - Sendo Igreja do Deus Vivo
Lição 13 - O Mundo de Deus no Mundo dos Homens
***
Lição 2 A Deturpação da Doutrina Bíblica do pecado