Lições Bíblicas Adultos BETEL: 2°
Trimestre de 2024
REVISTA: ORDENANÇAS BÍBLICAS – Doutrinas
fundamentais imperativas aos cristãos para uma vida bem-sucedida e de comunhão
com Deus. | Blog: Subsídios
Dominical | Lição 2 Ordenança para participar da
Ceia do Senhor
Comentarista: BISPO ABNER FERREIRA
TEXTO ÁUREO
“Examine-se,
pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. 1
Coríntios 11.28
VERDADE APLICADA
A Ceia do Senhor aponta para a continuidade de nossa comunhão com o Senhor pela Nova
Aliança.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar os
direcionamentos da Ceia do Senhor.
Ressaltar a
importância da Ceia para o cristão.
Falar sobre
a relevância da Ceia do Senhor para a Igreja.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
1CORÍNTIOS 11
23-
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na
noite em que foi traído, tomou o pão,
24- E,
tendo dado graças, o partiu, e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é
partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25-
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em
memória de mim.
26-
Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais
a morte do Senhor, até que venha.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA
| Mt 26.26-29
A
instituição da Nova Aliança.
TERÇA
| Lc 22.7-20
A
última Páscoa e a Ceia do Senhor.
QUARTA
| Jo 6.51-57
Jesus
é o pão da vida para os que creem.
QUINTA
| At 2.46-47
A
perseverança da Igreja Primitiva.
SEXTA
| At 20.7
O
partir do pão e o primeiro dia da semana.
SÁBADO
| 1Co 11.17-34
O modo
de celebrar a Ceia do Senhor.
HINOS SUGERIDOS: 233, 301, 328
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore
para que os crentes sejam motivados a participar regularmente da Ceia do
Senhor.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- Os
direcionamentos da Ceia do Senhor
2- A
importância da Ceia para o cristão
3- A
relevância da Ceia para a Igreja
Conclusão
INTRODUÇÃO
Estudaremos
na presente lição sobre a Ceia do Senhor, destacando o momento da instituição
pelo Senhor Jesus, a relevância da observação por parte da Igreja, alguns
preciosos ensinamentos e a sua significância conforme encontramos nas
Escrituras.
PONTO DE PARTIDA: A Ceia fala perdão, de
comunhão e amor .
1. OS DIRECIONAMENTOS DA CEIA DO SENHOR
Paulo
nos dá uma aula de como podemos participar da Ceia do Senhor, sem ignorar os
seus envolvimentos e suas implicações. Pois não é um ato inconsciente nem um
ritual vazio, frio e sem emoção, mas algo espiritual e repleto de significados
de alta relevância. Ele disse que recebeu do Senhor e passa a nos ensinar. A
Ceia do Senhor serve para edificação, exortação e consolação.
1.1.
Direciona para Jesus no passado.
“(…)
Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que
beberdes, em memória de mim.” [1Co 11.25]. Tenham memória, recordem-se,
lembrem-se, isso tem grande significado. O sangue de Jesus vertido na cruz do
Calvário. O Seu corpo dilacerado. Tudo isso por vossa causa, por amar vocês (Lm
3.21]. Precisamos ser eternamente gratos pela entrega de Jesus na cruz do
Calvário, Ele se fez pecado por nós. Quem deveria estar lá éramos nós, mas Ele
pagou a dívida em nosso lugar.
Stanley M. Horton: “O modo neotestamentário de entender o
significado por “lembrança” (gr. Anamnesis) é transportar uma ação enterrada no
passado, de tal maneira que não se percam a sua potência e a ritualidade
originais, mas sejam trazidas para o momento presente”. Paulo diz o que
representa: “Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do
sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de
Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos
participamos do mesmo pão.” [1Co 10.16-17].
1.2.
Direciona para Jesus no presente.
“Fazei isto, todas as vezes que beberdes” [1Co
11.25]. Estamos fazendo hoje para aumentar a nossa intimidade e a nossa
comunhão com Ele? Estamos vivendo o Novo Pacto feito por Jesus? O texto de
Mateus 26.26-28 não dá margem para dizermos que Jesus Cristo afirmou que o pão
era literalmente o Seu corpo e que o vinho era literalmente o Seu sangue.
Trata-se de uma linguagem figurada que o Senhor usou para comunicar de forma
mais compreensível o ato da cruz do Calvário [Jo 6.53, 56]. Ele ressuscitou,
isto é, Ele está vivo e habita em nós.
Stanley M. Horton: “A expressão “Mesa do Senhor” sugere estar
Ele está presente como verdadeiro anfitrião, aquele que transmite o sentido de
terem os crentes, nEle, segurança e paz”. Myer Pearman: “A Ceia do Senhor é o
rito de comunhão e significa a continuação da vida espiritual”. Ao participar
da Ceia eu continuo falando sim para o Senhor e amando a Jesus e Sua Igreja.
1.3.
Direciona para Jesus no futuro.
“Porque,
todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.” [1Co 11.26]. O futuro aponta para a volta de Jesus.
Ele brevemente voltará. A Igreja não pode se calar. Deve sempre anunciar que
Ele nos amou, morreu para nos salvar, ressuscitou ao terceiro dia e está
assentado à destra de Deus Pai e intercede por nós [Rm 8.34]. A ressurreição de Cristo é que nos deu graça e nos deu vida e vida abundante. Agora aguardamos a
bem aventurada esperança, o glorioso dia quando cearemos com o Salvador no
Reino do Seu Pai [Mt 26.29].
Stanley M. Horton: “Há um sentido futuro neste relembrar, sendo
que a comunhão da que o crente agora participa com o Senhor não é o ponto
final. Neste sentido futuro, a Ceia do Senhor tem uma dimensão escatológica. Ao
participarmos dela, antecipamos a alegria pela sua segunda vinda e pela reunião
da Igreja com Ele para toda a eternidade.”
EU ENSINEI QUE:
A Ceia do Senhor serve para edificação,
exortação e consolação.
2. A IMPORTÂNCIA DA CEIA PARA O CRISTÃO
A Ceia
do Senhor é algo sagrado de que não se pode participar com irreverência. É
preciso ter cuidado para evitar sempre a indiferença, falta de conhecimento do
seu real significado, da boa consciência dos pecados cometidos que precisam de
perdão. Muitos participam da Ceia com exaltação espiritual como se fossem mais
crentes do que os outros. A comunhão envolve santidade, mas também simplicidade
e humildade.
2.1. A
importância de examinar a si mesmo.
A
chamada é para nos examinarmos e não os outros [1Co 11.28-29]. Fazer um
autoexame, fazer uma análise minuciosa, fazer uma introspecção. É necessário
ter uma consciência sadia para nos examinar. A consciência é o maior tribunal
que existe. O fórum é o nosso interior. Quando este tribunal se corrompe ou
fica cauterizado, não acusa mais nada. A consciência foi dada a todo ser humano
para julgar entre o certo e o errado, o justo e o injusto, o fiel e o infiel, o
verdadeiro e o falso. Paulo dá instruções a Timóteo, seu filho na fé: “Este
mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve
acerca de ti, milites por elas boa milícia, conservando a fé e a boa
consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé.” [1Tm 1.18-19].
A recomendação de Paulo recai sobre a nossa própria honestidade:
“Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou
não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já
estais reprovados.” [2Co 13.5). Ninguém pode proibir ninguém de participar da
Ceia do Senhor, por que corre por conta e risco do próprio participante. O
examinar não é para deixar de participar, mas para buscar a correção e pedir
perdão rapidamente.
2.2. A
importância de julgar a si mesmo.
A
chamada é para julgar a nós mesmos e não os outros [1Co 11.31]. Não espere ser
julgado por ninguém, se antecipe e peça perdão. Lute para melhorar você e não
achar defeitos nos outros. Julgar com a Palavra de Deus e não pelo que acha a
sociedade ou o que é politicamente certo. O julgamento deve ser feito com sinceridade
por nós, para evitar a própria condenação. Quem toma indignamente não está
discernindo o corpo do Senhor [1Co 11.29]. Assim se torna culpado do corpo e do
sangue de Jesus. O sangue de Jesus foi para nos purificar de todo pecado, se a
pessoa não valoriza esse sangue derramado, é como se Cristo não tivesse morrido
pelos nossos pecados, a morte dEle não teria significado espiritual e
salvífico.
Bispo Abner Ferreira (Revista Betel Dominical, 4º Trimestre de
2017, Lição 8): “Não devemos considerar a Ceia como uma coisa natural.
Portanto, antes de comer o pão e beber o cálice, é necessário um rigoroso
autoexame. Trata-se de um procedimento que deve ser constante na vida do
discípulo do Senhor [2Co 13.5]. Não devemos confiar somente na nossa capacidade
própria, mas realizar tal exame com o auxílio do Espírito Santo e tendo a
Palavra de Deus como nosso parâmetro”. Até, porque, a expressão “julgássemos” –
1 Coríntios 11.31 conforme o Dicionário de Strong, de modo figurado, tem o
significado de “discernir com clareza”, “notar detalhadamente”. Isto nos leva a
perceber a seriedade da participação na Ceia do Senhor e o quanto somos
dependentes do Espírito Santo e da Palavra de Deus para discernir e notar
detalhadamente a nós mesmos.
2.3. A
importância de corrigir a si mesmo.
A
chamada é para consertar a nós mesmos e não os outros [1Co 11.30]. Não espere
ficar fraco, doente ou morrer espiritualmente, tome a decisão ainda hoje. A
causa de muitas enfermidades entre os cristãos recai sobre a falta de se
corrigir, porque são conhecedores da verdade. Precisamos consertar o nosso
altar (vida espiritual com Deus). A comunhão com Deus nos faz crentes
saudáveis, que andam de cabeças erguidas e não têm do que se envergonhar.
Corrigir para não ser preciso ser repreendido pelo Senhor. Quando somos
disciplinados pelo Senhor, é para não sermos condenados com o mundo, perder a
nossa alma [1Co 11.32].
Pr. Valdir Alves de Oliveira (Livro Favos de Mel): O conserto
das coisas erradas é pessoal, nominal, intransferível, deve partir de cada um
de nós. Reconhecer que pecou, arrepender do pecado, confessar o pecado, pedir
perdão pelo pecado e abandonar o pecado. Mudar as atitudes e o rumo da nossa
vida.”
EU ENSINEI QUE:
Não podemos participar da Ceia do Senhor
com irreverência.
3. A RELEVÂNCIA DA CEIA PARA A IGREJA
A Ceia
é a maior festa da Igreja para os crentes em comunhão com o Senhor Jesus.
Nenhuma outra festa pode se comparar a essa. Nada pode ser maior do que a
ressurreição de Jesus ao terceiro dia. É a maior vitória da Igreja, sem a
ressurreição não teria significado algum a Ceia do Senhor, pois ela representa
o que temos de mais importante: um Deus vivo e presente conosco [Mt 28.20].
Precisamos valorizar mais o dia da Ceia e não a realizar de uma forma
atordoada. Tudo o que se fizer nesse dia, deve ser voltado para a Ceia do
Senhor, os hinos cantados, a Palavra ministrada, a disponibilização maior do
tempo para a solenidade.
3.1. A
comunhão da igreja.
A
igreja precisa estar junta [1Co 11.18-20, 33), em harmonia, em paz e participando
da comunhão, viver em comum, participar das mesmas coisas, ter unidade no
Espírito. Você participa da comunhão vertical com o cabeça, Jesus, mas você
precisa participar da comunhão horizontal com o corpo. Não se pode estar em
comunhão vertical se não estiver em comunhão horizontal, com os nossos irmãos.
Não tem como estar em comunhão com um e não estar em comunhão com o outro. A
igreja é um corpo, no corpo há vários membros, a igreja se reúne, não fica
isolada.
Revista Betel Dominical 1° Trimestre/1995 – Lição 10 – Auxílios Didáticos ao Professor: “Ao participarem, pelo Espírito, do corpo de Cristo
oferecido na cruz de uma vez por todas, os membros da igreja são estimulados e
capacitados pelo mesmo Espírito a se oferecerem ao Pai no sacrifício eucarístico,
a servirem uns aos outros em amor, dentro do corpo, e a cumpri- rem sua função
sacrificial como corpo de Cristo a serviço da necessidade do mundo inteiro que
Deus reconciliou a Si mesmo em Cristo [1Co 10.17; Rm 12.1]. Há, na Ceia do
Senhor, uma renovação constante da aliança entre Deus e a igreja. A palavra
“memória” refere-se não simplesmente ao homem, que se lembra do Senhor, mas
também à lembrança que Deus tem do Seu Messias, da Sua aliança e da Sua
promessa de restaurar o reino. Na Ceia, tudo isso é levado diante de Deus na
verdadeira oração intercessória. (R. S. Wallace).”
3.2. A
perseverança da Igreja.
A
Igreja deve perseverar anunciando a morte do Senhor, até que Ele venha [1Co
11.26]. A Igreja não pode desistir, não pode recuar, não pode parar. A Igreja
precisa continuar fazendo a sua parte e não renunciar à constância. A Ceia deve
ter uma regularidade, não nos é dado o direito de participar quando bem
quisermos ou for conveniente para nós [At 2.46]. Só aqueles que perseverarem
até ao fim serão salvos [Mt 24.13]. A perseverança é a alma dos vitoriosos.
Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel Dominical, 3º
Trimestre/2017, Lição 13) escreveu sobre a perseverança do discípulo de Jesus
Cristo: “Não é suficiente iniciar. É preciso ir até o fim [Dn 12.13]. São
diversos os textos bíblicos que enfatizam a relevância da perseverança na vida
daqueles que estão em comunhão com Deus. São vários os sentidos desta palavra
no grego: permanecer, suportar, aguentar; resistir. É um verdadeiro desafio
para esta geração. As pessoas estão com dificuldade de esperar. E esta
tendência está sendo transferida para a relação com Deus. Em Hebreus 3.6,
lemos: “se tão somente conservarmos firme a confiança…até o fim”. No versículo
14, do mesmo capítulo: “nos tornamos participantes de Cristo, se estivermos
firmemente…nossa confiança até o fim.”
3.3. A
esperança da Igreja.
A
Igreja tem expectativa no que Jesus falou: “(…) não beberei deste fruto da vide
até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai” [Mt 26.29].
A Igreja precisa conservar a esperança na promessa que Jesus fez de voltar e
nos buscar para a Grande Ceia junto com o Pai [Jo 14.1-3]. Esta é a maior
esperança do crente em Jesus: um dia morar com Ele na glória. A Ceia declara a
vida eterna e a ressurreição no último Dia.
Assim, a Ceia não aponta apenas para o passado anunciando a
morte do Senhor – ou para somente o presente quanto à continuidade da
observância – mas, também para o futuro – o grande dia das Bodas do Cordeiro
[Ap 19.7-9]. O próprio Senhor revelou o aspecto de antecipação ao instituir a
Ceia. Dewey M. Mulholland (Marcos: introdução e comentário, Vida Nova, 1999, p.
212) comenta sobre Marcos 14.25: “Com a palavra “jamais”, Jesus reafirma sua
decisão de se submeter à vontade de Deus no sofrimento. Com igual convicção,
ele sabe que a morte não é o fim. Sua ausência é só “até àquele dia”. Para
Jesus, essa frase antecipa seu retorno triunfante [Mc 13.24-27, 32]”.
EU ENSINEI QUE:
A Ceia é a maior festa da Igreja para os
crentes em comunhão com o Senhor Jesus.
CONCLUSÃO
Paulo
nos mostrou os passos que devemos seguir na celebração da Ceia do Senhor. A
consciência e a responsabilidade recaem sobre cada um de nós, ao participarmos
deste ato glorioso.
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