INTRODUÇÃO
No capítulo VI, da
declaração de fé das Assembleias de Deus, encontra-se a seguinte declaração
sobre o Espírito Santo:
CREMOS, professamos e
ensinamos que o Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima
Trindade, Deus igual ao Pai e ao Filho: “Portanto, ide, ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt
28.19). O Espírito Santo é da mesma substância, da mesma espécie, de mesmo poder
e glória do Pai e do Filho, pois é chamado de outro Consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16).
O
Espírito Santo não é uma parte da Divindade, mas, sim, Deus em toda a sua
plenitude e, por isso mesmo, é incriado, autoexistente e absolutamente
autônomo: “o Espírito que provém de Deus”
(1 Co 2.12), como havia declarado o Credo de Atanásio: “Tal como é o Pai, tal é
o Filho e tal é o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho incriado, e o
Espírito Santo incriado... não há três incriados,... mas um só incriado”. Ele é
o Espírito eterno e existe por si mesmo. Ele pertence à mesma essência e
substância indivisível e eterna do Pai e do Filho. Os homens e os anjos foram
criados e dependem do Criador, mas Ele, o Espírito Santo, não depende de nada,
pois Ele é o Senhor: “o Senhor é o Espírito” (2 Co 3.17 – ARA).
Acesse
Aqui
o Curso para Professores da EBD
I
– QUEM É O ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo é a
terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas
Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é proeminente em ambos
os Testamentos.
O vocábulo que dá
sentido ao seu nome é o grego pneuma,
vindo da raiz hebraica ruach. Ambos
os termos, quando aplicados para dar significação divina e sem igual, denotam o
infinito Espírito de Deus.
A atuação deste
supremo Ser é marcante nas Escrituras como o Substituto legal do Filho de Deus,
desde o Pentecoste até o arrebatamento da Igreja (Jo 16.7), e continuando
depois com ela para sempre (Jo 14.16). Ele veio ao mundo como o "Agente da
Comunicação Divina". Sua origem não se encontra nas tábuas genealógicas,
pois, sendo Ele um dos membros da Divindade, é a origem de si mesmo e a causa
de sua própria substância.
1. No Novo Testamento.
O
Espírito Santo entra em cena logo nas primeiras páginas do Novo Testamento. O
anjo Gabriel informa a Zacarias, um velho sacerdote da ordem de Abias, que seu
futuro filho, João Batista, seria cheio do Espírito Santo desde o ventre
materno (Lc 1.15). O mesmo mensageiro celestial diz a Maria que o Espírito
Santo desceria sobre ela (Lc 1.35). Mais adiante encontramos o justo Simeão, e
"o Espírito Santo estava sobre ele" (Lc 2.25). Durante a vida terrena
de nosso Senhor Jesus, a atuação do Espírito Santo acompanhava seus passos,
palavras e obras. Ou seja, Jesus era "cheio do Espírito Santo" (Lc
4.1). E podia exclamar: "O Espírito do Senhor é sobre mim" (Lc 4.18).
2. Sua Existência
Pós-pentecostal.
Vinte
e cinco livros dos 27 que compõem o Novo Testamento descrevem o Espírito Santo
como um Ser real. Apenas dois, Filemom e 3 João, falam dEle apenas em essência.
Há duas citações
sobre a existência do Pai e do Filho que não mencionam sua existência:
"E a vida eterna
é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo,
a quem envias-te" (Jo 17.3).
"E mostrou-me o
rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e
do Cordeiro..." (Ap 22.1).
No entanto, a
ausência do Espírito Santo nestas duas citações não lhe nega a existência como
Pessoa real! Pelo contrário, prova sua humildade e grandeza.
De acordo com a Lei
mosaica, o testemunho de dois homens era verdadeiro para se firmar qualquer
palavra ou sentença.
Dois grandes personagens,
João Batista e Jesus Cristo, afirmaram ter visto o Espírito Santo em forma
corpórea.
"E João
testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba, e repousar
sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me
disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o
que batiza com o Espírito Santo" (Jo 1.32,33).
"E, sendo Jesus
batizado, saiu logo da água, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e
vindo sobre ele" (Mt 3.16).
II-
A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
Como Deus Pai e Deus
Filho, o Espírito Santo é membro da Divindade [Do lat. Divinitate, o que é próprio de Deus]. A própria Bíblia chama Deus
ao Espírito Santo.
1. Jesus colocou de
modo claro o Espírito Santo na mesma posição do Pai e do Filho.
Entre
as coisas que Jesus ordenou que seus discípulos fizessem, pouco antes de sua
ascensão, estava: "Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus
28:19).
Aqui Jesus colocou de
modo claro o Espírito Santo na mesma posição do Pai e do Filho. Diz que o
Espírito tinha a mesma autoridade, poder e glória que eles.
2. Pedro deu
testemunho de que o Espírito Santo é Deus.
Isso
se verifica por toda a Bíblia. No livro de Atos, um homem chamado Ananias,
juntamente com a esposa Safira, vendeu uma propriedade e trouxeram parte do
resultado da venda aos apóstolos, fingindo ser o valor total. Mas o apóstolo
Pedro, cheio do Espírito Santo, repreendeu a Ananias: "Por que encheu
Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, retendo parte do
preço da propriedade? Não mentiste aos homens, mas a Deus" (Atos 5:3-5).
Aqui Pedro deu
testemunho de que o Espírito Santo é Deus, ao dizer que Ananias mentira a Deus
e ao Espírito Santo, usando as palavras de maneira intercambiável.
3. Os escritos do
Espírito Santo.
Alguns
versículos do Antigo Testamento, nos quais o Senhor é quem fala, são
mencionados no Novo Testamento como sendo escritos pelo Espírito Santo.
Por
exemplo, Isaías 6:9, diz: "Então disse ele [o Senhor]: Vai, e dize a este
povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis”.
Quando Paulo citou
este versículo no Novo Testamento, ele o creditou ao Espírito Santo: "Bem
falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías: Vai a este povo, e
dize: Ouvindo, ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; vendo, vereis, e de
maneira nenhuma percebereis" (Atos 28:25, 26).
A Palavra do Senhor
Deus no Antigo Testamento é a mesma palavra do Espírito Santo no Novo
Testamento (veja também Jeremias 31:33 e Hebreus 10:15-16).
III - OS
ATRIBUTOS DO ESPÍRITO SANTO
1. O conceito de
atributo.
O
termo ‘atributo’, em sua aplicação às pessoas e às coisas, significa algo
pertencente às pessoas ou coisas. Pode ser definido como qualidade ou
característica essencial, permanente, distintiva e que pode ser afirmada, como por
exemplo, a cor ou o perfume de uma rosa.
Os
atributos de uma coisa lhe são tão essenciais que, sem eles, ela não poderia
ser o que é; e isso é igualmente verdade dos atributos de uma pessoa.
Os atributos de Deus
São aquelas qualidades e características da natureza divina que são essenciais
a Deus como Ser Supremo. Seus atributos são Suas perfeições pessoais sem as
quais Ele não seria o Deus vivo e verdadeiro - O Deus da Bíblia. Os atributos
divinos explicam o que Deus é e o que Ele faz.
Há diversos métodos
diferentes de classificar os atributos de Deus têm sido usados. Adotaremos,
aqui, provavelmente a classificação mais comum: os atributos incomunicáveis de Deus (isto é, os atributos que Deus não
compartilha ou "comunica" a outros) e os atributos comunicáveis de Deus (os que Deus compartilha ou
"comunica" a nós).
O Espírito Santo tem
todos os atributos de Deus. Só Deus é eterno, onisciente, onipotente e
onipresente — e o Santo Espírito tem todas estas características.
2. Os Atributos do Espírito Santo.
a) Atributos
comunicáveis
(1) O Espírito da Verdade (Jo 14,17; 16.13; 1Jo 5.6).
Assim como Deus é a Verdade (Jr 10.10), Jesus é a Verdade (Jo 14.6), também o
Espírito Santo o é (1 Jo 5.6). Ele veio para nos guiar em toda a verdade (Jo
16.13). Ele revela toda a verdade sobre Jesus (Jo 14.16,17), e também sobre nós
(SI 51.6; Jo 16.8-10).
(2) O Espírito de amor (2 Tm 1.7 Trad. rev.) - Assim
como Deus é amor (1 Jo4. 8) e Jesus é amor (Ef 3.19; Jo 15.13; Jo 13.1), o
Espírito Santo também o é (Rm 15.30). Ele transmite o amor de Deus para nós (Rm
5.5).
(3) Espírito de poder (2 Tem 1.7); o poder pertence a
Deus (SI 62.11). Por meio de Cristo, este poder está ao alcance dos que creem
(1 Co 1.24). Por meio do Espírito Santo, este poder nos é dado (At 1.8), e
ficamos em contato com aquele que diz: “... Eu sou o Senhor que faço todas as
coisas" (Is 45.7b) e para quem "nada é impossível" (Lc 1.37).
(4) Santidade. A santidade de Deus é o
atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo
"santo" é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua
natureza e não como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo;
assim, não precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1 Co
6.11).
(5) A bondade é outro atributo divino, por
isso, Jesus disse: "Ninguém há bom senão um, que é Deus" (Mc 10.18 e
passagens paralelas de Mt 19.17; Lc 18.19); no entanto, a Bíblia ensina que o
Espírito Santo é bom (Ne 9.20; SI 143.10).
b) Atributos
Incomunicáveis.
(1)
O Espírito é onipotente (Rm 15.19) e a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At
2.4; 1Co 12.9-11).
“Um
só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas...” (1 Co 12.11a). “... Descerá
sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá... Porque para
Deus nada é impossível (Lc 1.35,37)”.
(2)
Ele é onipresente, está em toda parte do Universo. “Para onde me irei do
teu Espírito..." (SI 139.7-10).
(3)
Ele é onisciente, pois conhece todas as coisas, desde as profundezas de
Deus (1Co 2.10,11), passando pelo coração humano (Ez 11.5), até alcançar as
coisas futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1 Tm 4.1). "Mas Deus no-las revelou
pelo seu Espírito..." (1 Co 2.10a). “... Ele vos guiará em toda a
verdade..." (Jo 16.13).
(4)
O Espírito Santo é eterno. Lemos em
Hebreus 9.14 que o Espírito Santo é eterno: "Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a
si mesmo imaculado a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas,
para servirmos ao Deus vivo?”.
3. A Ele são
atribuídas obras exclusivas da divindade.
a)
O Espírito Santo estava ativamente operando na criação do mundo. "Envias o
teu Espírito e são criadas..." (SI 104.30a). "O Espírito de Deus me
fez, a inspiração do Todo-poderoso me deu a vida" (Jó 33.4).
b) O Espírito Santo
operou na restauração do mundo, após o caos. “... O Espírito de Deus se movia
sobre as águas" (Gn 1.2b).
c) O Espírito Santo
foi a Pessoa Divina que operou na inspiração da Bíblia. “... Homens santos de
Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21b).
d) O Espírito Santo
operou na encarnação de Jesus. “... Descerá sobre ti o Espírito Santo e a
virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isto o Santo que de ti há
de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lc 1.35).
IV
– NOSSA DEPENDÊNCIA PARA COM O ESPÍRITO SANTO
1. Dependemos dele para orar – Rm. 8.26. E da mesma maneira
também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos
de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis; Jd. 20 Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a
vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo.
2. Dependemos dele para pregar – At. 1.8. Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
3. Dependemos dele em tudo – Jo. 14.26. Mas aquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas
as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
E- Dependemos dele
para desfrutarmos dos dons espirituais - 1Co 12.7. Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um para o que for útil. Para edificação da igreja.
Jamais para exaltação pessoal.
Conclusão
Assim como Deus é
eterno (SI 90.2) e o Filho é eterno (Jo 1.1) também o Espírito o é (Hb 9.14).
Ele sempre tem existido ao lado do Pai e do Filho, Ele tem cooperado na grande
obra que Deus tem feito e continua fazendo.
O Espírito Santo é
mencionado juntamente com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2 Co 13.13). A Bíblia
afirma que os três são um (1 Jo 5.7). Assim há “... um só Espírito..." (Ef
4.4). "Um só Senhor..." (Ef 4.5). E "Um só Deus e Pai de
todos..." (Ef 4.6). O Espírito Santo tem o nome de "Espírito de
Deus" e "O Espírito de Cristo" (Rm 8.9), indicando assim que Ele
os representa e também age por eles. Quando o Espírito opera, o Cristo vivo
está presente (Jo 14.18).
Como pode o Espírito
Santo não ser Deus — sendo eterno, onisciente, onipotente e onipresente? Ele é
também sublime, santo e glorioso como o Pai e o Filho.