Lições Bíblicas BETEL:
3° Trimestre de 2022 | Título: SERMÃO DO MONTE: A ética, os valores e a
relevância dos ensinos de Jesus Cristo.
TEXTO ÁUREO
Bem-aventurados
os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” Mateus 5.3
VERDADE APLICADA
Humildade é reconhecer que nada somos ou temos e que dependemos
inteiramente de Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Entender
o
conceito de felicidade.
Ensinar o que a Bíblia fala sobre pobreza de
espírito.
Mostrar
Jesus
como nosso exemplo de humildade.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
PROVÉRBIOS 16
O
alto caminho dos retos é desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva
a sua alma.
A
soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.
Melhor
é ser humilde de espírito com os mansos do que repartir o despojo com os
soberbos.
O
que atenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia no Senhor
será bem-aventurado.
O
sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o
ensino.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 32.1-2 A
felicidade do homem perdoado.
TERÇA / Sl 144.15
Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor
QUARTA / Mt 5.8
Bem-aventurados os limpos de coração
QUINTA / Jo 13.1-15 Jesus
lava os pés dos discípulos.
SEXTA / Fp 2.4-8
Exortação à humildade.
SÁBADO / Ap 21.4 Deus
limpará toda lágrima.
HINOS SUGERIDOS: 73,
290, 597
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
a Deus pedindo compreensão de Sua Palavra a cada instante de nossas vidas.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1–
A felicidade de acordo com a visão de Deus
2–
O que é um pobre de espírito?
3–
Jesus, nosso maior exemplo de humildade
Conclusão
INTRODUÇÃO
Logo
no início do Sermão da Montanha, Jesus nos fala sobre as bem-aventuranças [Mt
5.3, 12]. O termo usado para a palavra bem-aventurança se refere a uma profunda
alegria da alma humana.
PONTO DE PARTIDA
Devemos viver na dependência de Deus.
1.
A Felicidade de acordo com a Visão de Deus
A
primeira bem-aventurança ensinada por Jesus fala acerca da humildade. O pobre
de espírito aqui é aquele que nada possui e que vive numa absoluta dependência.
1.1.
O que pode ser a felicidade para algumas pessoas?
A
psicologia ensina que a felicidade é o estado emocional de uma pessoa feliz; é
a sensação de bem-estar e satisfação que experimentamos quando atingimos nossos
objetivos, desejos e propósitos; é um momento duradouro de satisfação, onde não
há necessidades urgentes nem sofrimentos atormentadores.
Para
muitos, a felicidade é um estado subjetivo, cada pessoa experimenta de uma
maneira diferente; ela pode ser causada por coisas ou situações diferentes,
dependendo do significado que cada pessoa dá a elas. Por fim, a felicidade pode
ser um estado duradouro, mas também pode expirar. A felicidade pode significar
muitas coisas, desde a conquista de algo, a um estado de paz. Para Deus, a
pessoa feliz é a que reconhece que nada tem e que em tudo depende de Sua graça
[Mt 5.3].
De acordo com William Barclay, o termo grego usado para a
palavra “bem-aventurados”, em cada uma das bem-aventuranças é “makários”. Ela
descreve uma alegria autossuficiente, que possui em si mesmo o segredo de sua
própria irradiação, uma alegria serena, intocável e autônoma, que não é afetada
pelas diferentes circunstâncias da vida. Enquanto a felicidade humana depende
das ocasiões e circunstâncias cambiantes da existência, algo que a vida pode
dar ou pode tirar, a bem-aventurança cristã está livre de qualquer risco ou
ardil. O Senhor Jesus falou da alegria dos Seus discípulos, que ninguém poderá
tirar [Jo 16.22].
1.2.
O que é a felicidade segundo a Bíblia?
A
felicidade segundo a Bíblia está determinada pela existência da relação com
Deus por meio da fé e da obediência que se tenha aos Seus mandamentos. Então a
felicidade é vista como um presente dado por Deus a seus filhos [Sl 144.15].
Isso não ignora que existam pessoas que temporariamente gozem das coisas desta
vida, que vivam de festas, que tenham suas necessidades físicas e emocionais
satisfeitas, mas isso não significa que são felizes.
Então,
como alcançamos a felicidade com Deus?
Experimentando o perdão [1Jo 1.9]. Não se pode ser feliz com o terrível peso da
culpa sobre os ombros, mesmo que se tenha tudo ou se esteja cercado por fama e
prazer. O homem precisa do perdão de Deus para ser feliz [Sl 32.1-2].
Diante da realidade deste mundo cheio de sofrimento e injustiça,
podemos ser felizes por ter Deus em nossas vidas e seguir Sua vontade, e não
por causa das circunstâncias que nos cercam, que são temporárias. Deus é bom e
justo, e deixou aberto o caminho para a felicidade, todavia, o caminho exige
fé, disciplina, paciência e prática diária. A verdadeira felicidade engloba a
salvação e a boa notícia é que existe um lugar onde a felicidade será total e
perfeita e nunca mais haverá dor, escassez, morte ou doença. Esse lugar é
chamado céu e nós o acessamos através de Jesus Cristo [Mt 5.8; Ap 21.4].
1.3.
Onde podemos encontrar a felicidade?
A
felicidade na Bíblia é realmente vista como um paradoxo, como uma aparente
contradição ao senso comum [Mt 5.44-48]. O que uma pessoa deve ter para ser
feliz? A resposta típica que encontraríamos é que os felizes são aqueles que
têm dinheiro, posses, amor por um cônjuge, conquistas, ou ausência de dívidas.
No entanto, nem todo mundo tem essas coisas e nem mesmo aqueles que as têm
podem se dizer realmente felizes.
Outros,
talvez, mais profundos, dirão que a felicidade está na família ou talvez que a
felicidade esteja em boa atitude diante de cada circunstância da vida. Existem
muitos lugares em que o ser humano pode se sentir feliz, mas não há outro lugar
como ao lado de Deus. Sua presença é o lugar de maior felicidade, porque nela
existe paz aceitação, amor e liberdade [Sl 65.4; 84.4-5]. Então Ele se torna o
meio e o objetivo final de nossa felicidade.
William Barclay escreveu em seu comentário do Evangelho de Mateus
que as bem-aventuranças apresentam a felicidade de ser cristão, cita a alegria
de se conhecer a Jesus Cristo como Mestre, Salvador e Senhor. Em sua forma, as
bem-aventuranças nos indicam que são exclamações de gozosa surpresa e radiante
felicidade pela realidade da vida cristã. Elas apresentam o cristianismo não
como algo triste, mas de entusiasmo contente. A alegria do mundo é efêmera e
passageira. A alegria do cristão é serena e intocável porque provém de um andar
na companhia de Jesus e estar sempre em Sua presença.
EU ENSINEI QUE:
O pobre de espírito é aquele que nada
possui e que vive numa absoluta dependência.
2.
O que é um Pobre de Espírito?
Jesus
chama de felizes aqueles que são pobres de espírito, mas afinal o que é ser
pobre de espírito segundo as Escrituras? Vejamos a seguir:
2.1.
O pobre é o humilde que confia em Deus.
As
bem-aventuranças foram originalmente pronunciadas em aramaico. Os judeus usavam
a palavra “pobre” com um sentido muito especial. Designava uma pessoa sem
poder, prestígio ou influência. Alguém que, por não possuir nenhum recurso
terrestre, coloca toda sua esperança e confiança em Deus.
Para
os hebreus, o “pobre” é o “humilde” que põe toda sua confiança em Deus. É nesse
mesmo sentido que em vários salmos o “pobre” é apresentado como o homem humilde
e impossibilitado, que colocou sua esperança e confiança em Deus [Sl 9.18;
34.6; 68.10; 72.4; 107.41; 132.15]. Segundo Barclay: “O homem bendito e feliz é
aquele que tomou consciência de sua total necessidade, e que depositou em Deus
toda sua confiança”.
Podemos viver uma vida infeliz ao observarmos os outros e as
injustiças que eles cometem, podemos acreditar no acaso ou em nós mesmos, mas
nada fará com que venhamos sentir segurança ou paz. Somente quando nos apegamos
a confiar em Deus, começamos a ver o mundo de uma maneira diferente.
Nossa fé nos ajuda a enfrentar as circunstâncias da vida com
realismo e sem desfalecer [Sl 40.4; Pv 16.20; Is 30.18]. Na visão divina, o
pobre de espírito é aquele que se esvazia de si mesmo, que reconhece sua
própria incapacidade e recorre a Deus, pondo nEle sua total confiança, a esse,
as portas dos céus se abrem com toda a felicidade [Mt 5.3].
2.2.
O pobre é aquele que está vazio de si mesmo.
Ao
dizer bem-aventurados os pobres de espírito, Jesus estava confrontando a forma
incorreta do ensinamento dos fariseus e mestres da lei. Os fariseus eram
orgulhosos ao extremo, se consideravam justos, de que nada necessitavam. Antes
de reprová-los, Jesus lhes falou acerca da verdadeira justiça que vem de Deus,
e eles a recusaram. A expressão “pobre de espírito” está em oposição ao orgulho
espiritual e se destina a eles e seus seguidores. O Dr. John Dwight Pentecost
diz que a pessoa que se caracteriza por orgulho espiritual não receberá de Deus
coisa alguma; a bênção de Deus não pode descer sobre ela, porque o orgulho não
serve de alicerce para a justiça. O orgulho espiritual não é demonstração de santidade,
mas de pecaminosidade; sendo assim, jamais pode produzir felicidade.
Quando Jesus diz: “Bem-aventurados os pobres de espírito”, Ele
está nos convidando a sermos espiritualmente dependentes de Deus. Em se
tratando de coisas espirituais, humilde de espírito é o contrário do orgulho
espiritual. O que Jesus condenou foi a autossuficiência oriunda do orgulho
espiritual. O que mais vemos em nossos dias são pessoas cheias de
autoconfiança, de autoexpressão e de autodependência. Dizem que devemos ter
pensamento positivo, ou seja, confiar em si mesmo (excesso de autoconfiança), e
não no Senhor e na graça que Ele nos oferece. Atitude que a Bíblia rejeita e
condena [Jr 17.5].
2.3.
O pobre é plenamente dependente de Deus.
A
palavra “humilde”, empregada por Jesus em Mateus 5.3, é a mesma palavra que é
traduzida por “mendigo” em Lucas 16.20-22. “Humilde e mendigo” derivam de uma
raiz que significa “abaixar-se ou encolher-se”. Ela se refere não simplesmente
àqueles para quem a vida é uma luta, mas aos homens que são constrangidos à
mais abjeta mendicância porque eles não têm absolutamente nada. Era muito
humilhante ao indivíduo confessar que nada tinha, e que por isso dependia de
outrem. O convite é para não confiarmos em nada dentro de nós, é para nos
esvaziarmos de tudo e ficarmos tão dependentes quanto um miserável que está
debaixo de uma ponte, e tem apenas o dia como a certeza de um novo amanhã.
Somos convidados a ser vazios a esse ponto.
O
próprio ato de mendigar já o rebaixava, é por esse motivo que o mendigo cobria
o rosto, encolhia-se e se acovardava quando estendia a mão para pedir uma
esmola. Jesus disse que esses são os bem-aventurados, os felizes. A pobreza
retratada aqui é a dependência, a certeza de algo que não temos e somente Deus
poderá nos dar. Aqui ela é aplicada à pecaminosa vacuidade de uma falência
espiritual absoluta, na qual uma pessoa é compelida a implorar por aquilo que
ela é impotente para obter [Jr 10.23].
EU ENSINEI QUE:
O pobre de espírito é o humilde que
confia em Deus, é aquele que está vazio de si mesmo.
3.
Jesus, nosso Maior Exemplo de Humildade
A
humildade na vida de Jesus sempre foi e sempre será o nosso maior exemplo. Ele
desceu do Seu trono real, se esvaziou completamente e se fez um de nós, tudo
isso para nos ensinar o caminho da comunhão com o Pai [Fp 2.7].
3.1.
Jesus se esvaziou. Indiscutivelmente, humildade é a ausência de orgulho.
É
uma característica de sujeitos modestos, que não se sentem mais importantes ou
melhores que os outros, independentemente de quão longe eles chegaram na vida.
Humildade não é um conceito, é um comportamento, um modo de ser, um modo de
vida.
A
humildade é uma das virtudes mais nobres do espírito humano. Os seres que não
têm humildade carecem da base essencial para o progresso certo. As mais belas
qualidades sem humildade representam o mesmo que um corpo que não tem alma. Ao
vir a esse mundo para efetuar a nossa salvação, Jesus não somente abandonou a
realeza celestial, Ele teve que esvaziar-se, teve que descer até as mais baixas
profundezas da terra, fez isso por pessoas que até hoje ainda o ignoram [Ef
4.9; Fp 2.4-8].
A humildade nos torna humanos, pois consiste em estar ciente de
nossas limitações e insuficiências e agir de acordo com essa consciência. Mais
precisamente, humildade é a sabedoria de quem somos. Pessoas humildes não se
orgulham de seus sucessos. Praticar a humildade é um exercício diário que se
move com a responsabilidade de fazer bem as coisas, de se comprometer, de fazer
o que é certo e o que é necessário.
3.2.
Jesus lavou os pés de Seus discípulos.
Jesus
não somente ensinou acerca da humildade, Sua vida a espelhava. Ele é o melhor e
perfeito exemplo. Uma das grandes lições Ele nos deu quando, diante de Seus
discípulos, tirou Sua capa de mestre, e começou a lavar os pés empoeirados e
sujos de cada um deles, até mesmo os pés de Judas Ele lavou [Jo 13.1-5].
Ali
Ele estava nos dando uma aula prática de humildade. Ele era o maior de todos,
mas aquele ato dizia que todos ali eram preciosos e iguais para Ele. Lavar os
pés era a tarefa do menor de todos, essa não era Sua tarefa, mas Ele fez isso
para demonstrar que Seus discípulos deveriam seguir o exemplo do Mestre e
Senhor [Jo 13.14-15].
O Mestre dos mestres, o maior de todos os professores, o Criador
do céu e da terra, a Palavra viva de Deus, estava ali, vestido como um
empregado da casa, lavando pés que mais tarde o abandonariam. Ele que tinha
tudo para ser servido, mostrou que humildade é servir até mesmo aquele que
amanhã irá te decepcionar. Bíblia Missionária de Estudo: “O serviço humilde
marcou fortemente a missão redentora de Cristo, ao vir à Terra como ser humano
e morrer de forma vil pelos pecados de todos”.
3.3.
Jesus nos deixou um legado de humildade.
Se
lermos os evangelhos com atenção, podemos compreender muito claramente que em
Jesus, Deus não é apresentado como Aquele que iria de imediato libertar do jugo
romano e restabelecer o reino davídico, como pensavam os israelitas e como eles
esperavam que seu enviado fosse. Em Jesus, Deus revela o padrão da cidadania do
reino espiritual que estava chegando para que pudéssemos nos espelhar [Mt
11.29; Jo 13.14-15].
A
bênção de Deus, segundo Jesus, não era para os que reclamavam seus direitos de
superioridade espiritual, as riquezas dos céus se oferecem somente para aqueles
que sabem que dependem inteiramente de Deus. No Reino de Deus ninguém passa a
frente da fila por ser melhor que o outro. As bênçãos de Deus não se conquistam
por um esforço pessoal, ou por merecimento, elas só podem ser recebidas por
graça.
É sobre essa graça infinita, que não merecemos, que o Reino de
Deus se edifica. Mesmo assim, muitos se rebelam ante a ideia de ser deficientes
e preferindo provar os próprios méritos. Outros sistemas religiosos se baseiam
em algum plano de desempenho no qual seus seguidores possam alcançar esses
méritos ou manipular o favor divino. Não foi isso que Jesus ensinou. Ele disse
que o gozo divino, a felicidade celestial, se derrama unicamente sobre os que
sabem que são pobres de espírito [Lc 12.15; Mt 5.3].
EU ENSINEI QUE:
A humildade na vida de Jesus sempre foi e
sempre será o nosso maior exemplo.
CONCLUSÃO
A
primeira bem-aventurança apresenta o caminho da felicidade: a humildade. É
sobre essa qualidade que todas as demais se apoiam. A felicidade começa na
humildade [Pv 18.12]
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