Estudaremos a doutrina da Trindade Divina: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, dando ênfase maior ao Filho o Senhor Jesus Cristo. O alvo principal das seitas e doutrinas falsas, direta ou indiretamente, é desmerecer Jesus Cristo, porque o inimigo sabe que Jesus é o único Redentor da humanidade, e que se Ele for desconhecido do povo, as almas não se salvarão e a vantagem será do inimigo. Mesmo quando o pecador sabe que Jesus é o Salvador do mundo, o inimigo ainda lhe diz para aceitar Jesus depois; mais tarde. Este estudo também serve para você observar quão longe da verdade divina estão os que abraçam as seitas falsas.
I. A TRINDADE DEFINIDA (Gn 1.1-2,26; Dt
6.4; Lc 3.22).
O único e verdadeiro Deus
revela-se através das Sagradas Escrituras como o eterno "Eu Sou", o
Criador do universo e Redentor do gênero humano. Deus ainda se revela deixando
claro que reúne em si os princípios de relacionamento e associação pessoal,
como Pai, Filho, e Espírito Santo. A Bíblia revela um Deus único em essência ou
substância, subsistindo em três distintas e divinas pessoas (Dt 6.4; Is 48.16;
Lc 3.22; Mt 28.19).
A Bíblia começa revelando
a Trindade, pois em Gn 1.1, Elohim é um plural, e no versículo 2, temos o
Espírito Santo em atividade. Cada Pessoa divina tem ofícios distintos na
criação, na preservação, todavia as três são perfeitamente uma em natureza e
harmonia, de modo que as três constituem um Deus uno; não três deuses. O termo
trindade não se acha escrito na Bíblia, mas a realidade da Trindade está lá
claramente. Os inimigos da sã doutrina não veem isso porque não querem crer e
porque não podem ver, devido a seus preconceitos e as trevas em que se
encontram. Há muitos fatos do mundo que auxiliam na compreensão da Trindade.
Três lâmpadas acesas formam uma única luz, e, entretanto, são três elementos. A
imagem é uma só, porém tem três dimensões. Nenhuma delas é a imagem completa,
somente as três.
1. A doutrina da Trindade
no Antigo Testamento. Esta doutrina aparece muitas vezes na Bíblia.
Todas as nações em volta
de Israel eram politeístas. Era preciso fixar em Israel a verdade bíblica que o
verdadeiro Deus é uno. Se a Trindade santa fosse revelada a Israel
explicitamente como no NT, sem dúvida eles ficariam confusos e disso surgiria
má compreensão e má interpretação.
a. Gn 1.1. "No
princípio criou Deus os céus e a terra".
Aqui temos Deus sendo uno
e trino ao mesmo tempo. Aqui, a palavra "Deus" é no original
"Elohim", um plural, enquanto que o verbo da frase (criar) está no
singular. Elohim é o nome de Deus como Criador.
b. Gn 1.26. Deus ao
efetuar a criação do homem, disse: "Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Os inimigos da verdade afirmam
que Deus estava aqui se dirigindo aos anjos, mas o versículo 27 desfaz essa
ideia, pois ali está dito que Deus criou o homem segundo a sua imagem, e não
segundo a imagem dos anjos.
c. Dt 6.4. "O Senhor
nosso Deus é o único Senhor". A palavra
"Deus" aqui é Elohim, um nome plural, denotando uma unidade sim, mas
composta. Por sua vez, a palavra "único", é no original echad e
indica uma unidade composta. Outros exemplos do termo echad, sempre indicando
unidade também composta: Gn 2.24, "e serão ambos uma carne"; ora
marido e mulher são um em propósito, harmonia e vivência, mas individualmente
duas pessoas. Gn 11.6: "Eis que o povo é um". Em que sentido uma
multidão de pessoas pode ser um? Outros casos são: Ed 3.1 e Ez 37.17. A unidade
absoluta em hebraico tem outro termo diferente para designá-la. Em Jo 10.30,
Jesus disse: "Eu e o Pai somos um". A palavra "um" aqui é,
no original, eis, correspondente a echad no Antigo Testamento.
2. A doutrina da Trindade no Novo Testamento.
Aqui, destacamos Lc 3.22;
Jo 14.16; Mt 28.19; 2Co 13.14; 1Pe 1.2; 3.18; Lc 5.1-4.
3. A distinção entre as
três pessoas.
O Filho está no Pai, e
vice-versa; em comunhão. O Pai está com o Filho, mas o Filho procede do Pai em
autoridade. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, em natureza,
relacionamento, cooperação e autoridade. Não são três deuses distintos nem
também são uma só pessoa. São três pessoas e uma só essência. Quando em
conjunto, a menção mais comum destas pessoas são: Pai, Filho, Espírito Santo,
mas isto não se trata de uma ordem fixa; pode ser diferente, como em Mt 28.19;
2Co 13.13; Jo 14.26.
II. A
SEGUNDA PESSOA DA TRINDADE (Lc 3.22; Mt 28.19; Jo 1.1,14,18).
1. Jesus como Filho de
Deus.
Tem um título que somente
lhe pertence como Filho de Deus: Senhor Jesus Cristo (Rm 1.7). Quanto à sua
divina e eterna natureza, Ele é o Senhor Jesus Cristo, porém, quanto à sua
natureza humana, Ele é chamado Filho do Homem. "Filho", nas línguas
bíblicas, não quer dizer somente gerado, mas também participante; da mesma
natureza (Dn 7.13; Mt 9.6; Jo 3.13). Portanto, Jesus encerra em si, tanto a
natureza divina, quanto a humana (pura, como Adão antes de pecar, 1Co 15.45).
Porque Jesus é divino e humano, Ele é o Emanuel, que significa Deus com os
homens (Mt 1.23; 1 Jo 4.2; Ap 1.13). Uma vez que o nome Emanuel abrange tanto
Deus quanto, o homem numa só pessoa - Cristo; conclui-se que o título Filho de
Deus se refere a sua deidade, e Filho do Homem, à sua humanidade.
Nós nos tornamos filhos
de Deus mediante o novo nascimento, mas Jesus é o Filho de Deus num sentido
único, desde toda eternidade.
2. A posição de Cristo
antes de ele vir ao mundo.
Cristo já existia desde
toda eternidade como o Filho de Deus, antes de nascer como um bebê. O texto de
Jo 1.1 afirma:"0 Verbo era Deus." Em Fp 2, o apóstolo Paulo mostra
que o Filho é igual ao Pai. Ele"não teve usurpação ser igual a
Deus"(v. 6).
3. Como e por que o Filho
de Deus se fez homem.
O milagre da encarnação
do Filho de Deus vai além da nossa compreensão. Ele deixou de lado suas
prerrogativas como Deus. Ele tornou-se homem e viveu entre os homens. Cristo
veio para redimir a humanidade por sua morte na cruz, mas Ele veio também para
revelar Deus ao mundo (Jo 1.18).
III. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO (Mt
28.19; Lc 3.22; At 10.19-20).
O Espírito Santo é Deus (At 5.3-4). Ele é a terceira pessoa da Trindade. Em Mt 28.19, Ele é posto junta mente com o Pai e o Filho. Logo, se o Pai e o Filho são pessoas, o Espírito Santo também é.
Em Lc 3.22, temos o Espírito Santo manifesto "em forma
corpórea, como uma pomba"; junto ao pai e ao Filho. Ele não apareceu ali
em forma humana, porque Deus queria destacar a pessoa do Filho, que a partir
dali iniciaria o seu ministério de poder entre os homens através do Espírito
Santo (Lc 4.18-19; At 10.38).
A operação do Espírito
Santo seria na vida de Jesus como o Filho do Homem. É a mesma razão porque Ele
não se manifestou em forma humana no dia de Pentecoste: destacar e glorificar a
pessoa de Jesus, e, deixar claro que na igreja a sua operação é interior, isto
é, habitando no crente e capacitando-o para viver a vida cristã e realizar a
obra de Deus. Porém, o Espírito Santo é também Senhor (1Co 3.18, ARA) e Criador
(Jó 33.4; SI 33.6). Seu ministério principal é interior, dando vida, daí Ele
ser chamado "Espírito de Vida" (Rm 8.2; Jo 6.63).
1. At 15.28: "Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós".
Aqui, o Espírito Santo aparece como uma pessoa em definida e séria atividade
mental na tomada de uma resolução, em consulta e cooperação numa assembleia de
crentes. Portanto, se o leitor é uma pessoa real com os seus devidos atributos,
o Espírito Santo também é. Em Ez 8.3, vemo-la agindo de forma nitidamente
pessoal.
2. At 10.19-20. Aqui o Espírito Santo fala como pessoa ("disse-lhe o Espírito"), e, identifica-se como pessoa ("eu os enviei"). Algo inexistente não faz isso, nem também uma simples influência, poder ou unção. Ver Ez 3.24.
CONCLUSÃO
1. O Deus uno e trino ao mesmo tempo, são das doutrinas bíblicas que transcendem a razão humana, mas que as aceitamos pela fé. Há outras verdades e doutrinas bíblicas do mesmo quilate.
2. Se a unidade composta do homem (espírito, alma e corpo), encerram fatos inexplicáveis para sábios, cientistas, e teólogos, quanto mais a triunidade de Deus: Pai, Filho, Espírito Santo. Contudo, em resumo podemos afirmar - que o Pai é a plenitude da divindade invisível. - Que o Filho é a plenitude da divindade manifesta. - Que o Espírito Santo é a plenitude da divindade agindo na criatura.
3. Todas as três divinas Pessoas da Trindade são coe-ternas e iguais entre si, mas distintas em suas operações concernentes à Criação.
a. O Pai criou tudo, planejando (Ef 3.9). O Filho criou tudo, executando (Hb 1.3). O Espírito Santo criou tudo, dando vida e pondo ordem (Jó 33.4; Gn 1.2).
b. Na obra da Redenção. O Pai planejou a salvação no céu. O Filho consumou a salvação na cruz. O Espírito Santo realiza a salvação na vida das pessoas.
Entretanto, em qualquer desses atos grandiosos as três divinas Pessoas estão presentes. Tal é o nosso Deus, a quem seja a glória, a honra e o louvor pelos séculos dos séculos. Amém!
Pr. Antonio Gilberto –
Reverberação: Subsídios Dominical