A seguir, veremos alguns princípios gerais de Liderança
Cristã. Serão 16 princípios que não devem ser ignorados.
1) A chamada divina do obreiro líder.
O obreiro líder deve ser chamado por Deus para
essa função.
2) O líder deve servir devotadamente ao seu
povo.
3) O líder deve ser organizado.
É preciso ter organização. Em Provérbios
24.27, lemos que o líder deve ser uma pessoa organizada na vida, na família e
no trabalho. A organização na vida do líder começa pelo seu planejamento
organizado e antecipado. Lembremos que Jesus vivia e trabalhava segundo um
plano seu (Jo 2.4; 6.6; 17.1).
Veja também:
* Princípios
fundamentais para um líder-mestre – Acesse
Aqui
* Qualidades
Fundamentais para o Professor da Escola Dominical – Acesse
Aqui
4) Comunicação constante.
Se o líder não quer ou não gosta de
comunicar-se, que largue a liderança que exerce. Há líderes que se isolam, o
que muito prejudica não só a eles, mas também aos seus liderados e à obra que
estão realizando. Se o líder tem dificuldade em se comunicar bem, é porque não
atenta para as seguintes necessidades: seu domínio da língua pátria, sua
facilidade de expressão oral, escrita e gestual, sua maneira de emitir a voz
(tonalidade, clareza, inflexão, modulação da voz, ritmo, expressão corporal,
especialmente a facial), sua imaginação fértil, sadia, inspirada e vigorosa, e
a aparência pessoal do líder.
5) O exemplo do líder.
O líder
deve dar exemplo (2 Ts 3.9). O que o líder faz é mais importante do que aquilo
que ele diz. O líder deve ser exemplo na assiduidade, na pontualidade, na
conduta, na direção da obra, na renúncia, na abnegação, na resignação, na
dedicação àquilo que faz para Deus e, enfim, na retidão em tudo. Se algum líder
não é exemplo nessas coisas, ele não é um líder cristão, mas uma pedra de
tropeço.
6) A capacitação do líder cristão.
Muitos são as agências, os fatores e os meios
de capacitação, de projeção, de orientação, de treinamento e de melhoramento do
obreiro como líder cristão.
São eles: a
congenitalidade, a formação da personalidade na infância, a formação cristã, a
formação social, a formação moral, a formação intelectual (ou acadêmica), o
meio ambiente em que viveu e vive o líder, e a autoridade e o poder divinos (Lc
9.1; 10.19; Mt 28.8).
Mas, o líder precisa saber que é Deus quem
submete o nosso povo (SI 144.2) e que o povo da igreja não é servo do líder,
mas “servo alheio” (isto é, é propriedade de Deus — Rm 14.14; Mt 16.18- “minha
igreja”; Ez 34; Jo 21.16,17 — “minhas ovelhas”).
7) Quanto aos liderados (Hb 13.17 e 1 Ts 5.12).
A uns Deus dá a capacidade de liderar o seu
povo; a outros Deus dá a capacidade de serem liderados, isto é, de se deixarem
liderar. Os liderados são todos diferentes uns dos outros (Ez 34.4,16). Veja o
caso dos doze apóstolos de Jesus (Lc 9). As vezes, muitos liderados abandonam a
igreja e o líder perde seguidores (Jo 6.60-66).
Os liderados não devem falar mal de seus
líderes espirituais nem lhes fazer mal, porque o Senhor é vingador disso (Ex
22.28; 1 Sm 24.4- 6; SI 105.15; Ec 10.20 e At 23.5). Certa vez, o povo liderado
por Moisés o fez pecar contra Deus (SI 106.32,33).
Os liderados devem obedecer ao líder
constituído por Deus (Hb
13.17). Havendo insatisfação geral das ovelhas, o líder deve verificar a razão
disso. O obreiro
líder precisa também estudar na Bíblia
e conhecer os tipos de ovelhas no rebanho, além da sua vivência pastoral
diária, em passagens como João 14 e Ezequiel 34.
8) Como os liderados podem ajudar o seu líder
espiritual.
O liderado pode fazê-lo de cinco formas:
orando pelo líder; apoiando o líder; obedecendo ao líder; suprindo as
necessidades do líder com auxiliares, meios materiais, finanças, tempo etc; e amando
o líder.
9) Líderes auxiliares.
Há lideres principais, mas também líderes
auxiliares (Êx 17.12; 18.17,18,25,26; 2Tm 2.2; Ne 8.4-7).
Os líderes auxiliares agem entre o líder
principal e o povo. Exemplos: André, os doze e os auxiliares de Êxodo 18.25,26.
Se o líder principal pôr-se a fazer tudo sozinho, ficará estagnado, estancado,
limitado.
Veja o exemplo de Jesus. Em seu ministério
terreno, várias vezes precisou de auxiliares, como nas ocasiões em que disse:
“Enchei de água as talhas”, “Tirai a pedra”, “Chama o cego”, “Manda sentar o
povo”, “Recolhei o que sobrou” e “Preparai a Páscoa”.
10) Sinais de um bom líder cristão.
A Bíblia
apresenta algumas marcas de um bom líder cristão, além de registrar um número
considerável de bons líderes que ficaram eternizados em suas páginas.
O bom líder é fiel e sábio
(Mt 24.45); obediente; submisso e leal à autoridade (1 Sm 15); tem autoridade
divina (1 Sm 3.20); conserva os padrões iniciais de qualidade da sua boa
liderança; leva o seu povo a melhorar espiritualmente, socialmente e civilmente
(se bem que, às vezes, a “madeira” é ruim e o fogo não pega; e se pega, não
dura!); treina novos líderes para o trabalho do Mestre, segundo os padrões
bíblicos de trabalho e liderança; conserva inalterável os padrões da doutrina
bíblica (2 Tm 3.14; 1.13; Pv 22.28); e consulta, no trabalho, seus companheiros
e auxiliadores (At 15.6,13).
11) Sinais de um mau líder.
Há líderes negativos. A Bíblia também registra
um número considerável de maus líderes, para o nosso aviso e prevenção. São
marcas de um mau líder, à luz da Bíblia (Jr 50.6; Ez 34; Ec 10.16), o ser
desorganizado, desordenado; liberal (=modernista) na doutrina bíblica e nos
bons e santos costumes; ter vida irregular, estragada (ele e a família); usar
de falsidade, desonestidade e engano (tipo Geazi - 2Rs 5.22-27); politiqueiro,
briguento e insubmisso; irresponsável; reclamador crônico e problemático (isto
é, ele mesmo é um problema, gera problema, “compra” problema, complica problema
e “fabrica” problema); autocrático, prepotente e ditador; e maledicente (fala
mal dos outros o tempo todo).
12) A influência do líder.
A influência do líder (boa ou má) move seus
seguidores à ação, mesmo estando o líder preso, exilado ou morto. Daí os
psicólogos definirem a liderança como “um processo de estímulo do indivíduo”.
Podemos ver isso nos casos de Josué (Js 24.3 - “Muito depois de Josué”), Davi
(2 Cr 34.2 — “Como Davi seu pai” - isso após centenas de anos do falecimento de
Davi) e Paulo (1 Co 11.1 - “Sede meus imitadores”). O líder influi por sua
capacidade de administrar, por seu exemplo, por sua ética de tratamento amável,
bondoso, compassivo e justo; e por sua habilidade de persuasão.
13) Críticas ao líder - Jesus foi criticado
(Jo 7-12).
Chamaram-no de “Comilão e beberrão”, “Amigo de
publicanos e pecadores” e “Galileu”. Ou seja, para você não ser criticado é só
não falar nada, não fazer nada, não ser nada e não ter nada. Enfim, saiba que
você jamais agradará a todos a quem você lidera, conhece e trabalha. Portanto,
não se preocupe se você está agindo corretamente e o criticam mesmo assim,
porque os críticos do bom líder são uma minoria.
A crítica pode ser por inveja (Davi e Saul – 1
Sm 18.7-9) ou pode ser justa. Ou seja, nossos críticos podem eventualmente
estar certos. Nesse caso, sou eu o faltoso e preciso mudar já de atitude.
A Crítica é benéfica. Para criticar construtivamente,
beneficamente:
(1) aponte os méritos da pessoa com amor,
humildade e sinceridade; (2) aponte os deméritos da pessoa com amor, humildade
e sinceridade; e
(3) aponte soluções à pessoa com amor,
humildade e sinceridade. Se você não pode fazer assim, não critique, pois,
nesse caso, não se tratam de críticas, mas, sim, de acusação e condenação.
14) Mulheres líderes da Bíblia.
Encontramos boas líderes na Bíblia: Miriã (no
princípio), Débora, Hulda, Priscila, Evodia, Febe, Síntique, Ester, Afia,
Lídia, Maria (de Romanos) e Maria (de Atos 12). Exemplos de más líderes são
Noadia, Atila e Jezabel.
15) Perigos e tentações do líder - São eles:
a) A popularidade do líder (2 Sm 7.9) - A
popularidade “anestesia” a pessoa imatura e despreparada. Saiba como
manuseá-la. A glória é somente do Senhor.
b) Ambição do obreiro por posição (3 Jo v9) e ganância por dinheiro (1 Tm 3.3).
c) Transigência e conivência com o erro, o
pecado, o mal e a injustiça (Rm 16.17).
d) Vaidades e melindres do ministério.
e) Imaturidade de todas as formas (1 Tm 3.6).
f) Perigos também na maturidade (1 Rs 13.11) —
Davi, Gideão, Salomão e Demas falharam após muitos anos de liderança.
g) Negligência do líder, omissão,
prevaricação.
h) Orgulho, presunção, arrogância, altivez (Jr
45.5).
i) Inconstância na vida e no ministério (Gn
49.4).
j) Confiança nas aparências (Josué e os
gibeonitas - Js 9).
O obreiro pode enganar-se, equivocar-se e ser
enganado. O líder novato (e mesmo o maduro) pode enganar-se também por confiar
nas aparências, por falta de discernimento espiritual e por confiar no seu
próprio julgamento.
Estudo: Pr. Antonio Gilberto | Jornal Mensageiro da Paz, maio de 2009 |
Reverberação: Subsídios EBD
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.