🕛 Data: 27 de novembro de 2022
✍️Comentarista: Esequias Soares
📝 REVISTA: A Justiça Divina: A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel
📚 TEXTO ÁUREO
“E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro
cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar para as
ajuntar em batalha.” (Ap 20.8)
💡 VERDADE PRÁTICA
A palavra profética anuncia que, antes
da restauração espiritual de Israel, virão Gogue e seu bando para invadir a
Terra Santa, mas eles serão derrotados.
⏰ LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 10.2
Magogue é um descendente de Jafé, filho
de Noé
Terça - Jr 1.14
"O mal vem do Norte" era o
ditado desde os dias de Jeremias
Quarta - Ez 27.13; 38.2
Meseque e Tubal aparecem como
confederados de Gogue
Quinta - Ez 38.16
Nesse conflito todas as nações ficarão
sabendo que Javé é Deus
Sexta - Ap 16.13-16
A batalha do Armagedom não é a mesma do
conflito de Gogue
Sábado - Zc 14.2-4
Os inimigos de Israel serão derrotados
no fim dos tempos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel 38.1-6; 39.1-10
Ezequiel 38
1 - Veio mais a mim a palavra do
SENHOR, dizendo:
2 - Filho do homem, dirige o rosto
contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal, e
profetiza contra ele.
3 - E dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ:
Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.
4 - E te farei voltar, e porei anzóis
nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e
cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, com escudo e
rodela, manejando todos a espada;
5 - persas, etíopes e os de Pute com
eles, todos com escudo e capacete;
6 - Gomer e todas as suas tropas; a
casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos
contigo.
Ezequiel 39
1 - Tu, pois, ó filho do homem,
profetiza ainda contra Gogue e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou
contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.
2 - E te farei voltear, e te porei seis
anzóis, e te farei subir das bandas do Norte, e te trarei aos montes de Israel.
3 - E tirarei o teu arco da tua mão
esquerda e farei cair as tuas flechas da tua mão direita.
4 - Nos montes de Israel, cairás, tu, e
todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, e às
aves de toda a asa, e aos animais do campo, te darei por pasto.
5 - Sobre a face do campo cairás,
porque eu falei, diz o Senhor JEOVÁ.
6 - E enviarei um fogo sobre Magogue e
entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o SENHOR.
7 - E farei conhecido o meu santo nome
no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome;
e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.
8 - Eis que é vindo e se cumprirá, diz
o Senhor JEOVÁ; este é o dia de que tenho falado.
9 - E os habitantes das cidades de
Israel sairão, e totalmente queimarão as armas, e os escudos, e as rodelas, com
os arcos, e com as flechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e farão
fogo com tudo isso por sete anos.
10 - E não trarão lenha do campo, nem a
cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo; e roubarão aos que os
roubaram e despojarão aos que despojaram, diz o Senhor JEOVÁ.
Hinos Sugeridos: 237,
457, 492 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO
A profecia cumprida na antiguidade
bíblica tem levado a ala cética a argumentar que a profecia foi escrita depois
do fato acontecido. Com relação às profecias messiânicas, não há como defender
esse pensamento. Nesta lição, veremos as profecias de Ezequiel que tratam de
eventos que ainda não ocorreram com Israel. Muito mais agora, com Israel no
centro do noticiário mundial, eles não podem dizer que o profeta escreveu a
profecia depois dos fatos.
PALAVRA-CHAVE
Juízo
I - SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS
INVASORES (PARTE 1)
Essa profecia envolve muitos nomes, e
alguns deles até parecem enigmáticos. O nosso desafio é identificar quem são,
hoje, os povos que Ezequiel menciona na antiguidade.
1. Os invasores (38.6; 39.2).
A profecia deixa claro que essa invasão
será para o “fim dos anos” (38.8); “no fim dos dias” (38.16); depois da
restauração do Estado de Israel (38.12). Isso significa que será antes da
Grande Tribulação, ou, talvez, logo no início dela, portanto não é a mesma
batalha do Armagedom (Ap 16.16). Outra informação importante é que os povos da
coalizão do príncipe ou comandante chamado Gogue são da “banda do Norte” e
outros grupos do norte da África, como etíopes e os de Pute (38.5). O capítulo
39 descreve a derrocada de Gogue e os seus confederados (39.4-6). Essa
informação geográfica é vaga e muito genérica, considerando a vasta extensão
territorial e multidão de povos que habitam ali.
2. Compreendendo a profecia.
O discurso de Ezequiel deixa claro que
a mensagem não é para a sua geração, mas para quando Deus fizer regressar o seu
povo da diáspora de todas as nações da terra (Ez 36.24; Am 9.14,15). Como a
profecia é para um tempo ainda distante, esses oráculos divinos foram vazados
na linguagem da época do destinatário original. É necessário, pois, identificar
esses povos no contexto em que vivia o profeta e procurar identificá-los nos
tempos atuais, quando possível. Isso tornará a profecia compreensível e mais
vívida em nossos dias.
3. Gogue (38.2a; 39.1a).
O nome “Gogue” fora da profecia de
Ezequiel só aparece mais duas vezes nas Escrituras, um descendente de Rúben,
sem qualquer vínculo com a profecia (1 Cr 5.4), e na revolta de Satanás contra
Deus e seu povo depois do Milênio, em Apocalipse 20.8, como outro
acontecimento. Tais nomes em Apocalipse são emprestados de Ezequiel 38 e 39. A
Enciclopédia Judaica identifica Gogue com o rei Gyges, também conhecido como Gogo,
da Lídia, região da Anatólia, na atual Turquia asiática. Essa é a intepretação
da maioria dos expositores do Antigo Testamento e dos arqueólogos. Mas a
descrição profética parece indicar um título, como “Faraó”, no Egito; “Xá”, na
antiga Pérsia; “César”, em Roma, e não o nome pessoal de alguém.
SINÓPSE I
O capítulo 39 de Ezequiel descreve a
derrocada de Gogue e os seus confederados. Gogue se refere a um líder
semelhante ao “Faraó”, “Xá” ou “César”.
Auxílio Teológico
Gogue
“Gogue é o rei da terra
de Magogue e o principal governante de Meseque e Tubal. Em Gn 10.2, Magogue,
Meseque e Tubal são os nomes dos filhos de Jafé. Por conseguinte, a batalha
futura aqui descrita será travada por um descendente de Jafé. Gogue também pode
ser um nome representativo da iniquidade e da oposição a Deus (ver Ap 20.7-9).
Esses países localizam-se, possivelmente, ao extremo norte de Israel (vv. 6.15;
39.2). Serão apoiados por exércitos vindos do Leste e do Sul (v.5). É difícil
determinar a ocasião dessa batalha, mas evidentemente não se trata da mesma
batalha de Gogue e Magogue, de Ap 20.7-9, que ocorrerá no fim do milênio”
(Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD,
2014, p. 476).
A descrição profética
aparece indicar um título, como ‘Faraó’, no Egito; ‘Xá’, na antiga Pérsia;
‘César’, em Roma, e não o nome pessoal de alguém.”
II – SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS
INVASORES (PARTE 2)
1. Magogue (38.2b; 39.1b, 6a).
É o nome de um descendente de Jafé,
filho de Noé (Gn 10.2; 1 Cr 1.5), que aparece em Ezequiel como um lugar. As
fontes antigas o incluem com os habitantes do Cáucaso, procedentes de Gomer. O
historiador judeu Flávio Josefo (37-103 d.C.) identifica Magogue com os citas,
um conjunto de etnias nômades que viviam na região norte do Mar Negro e do Mar
Cáspio. Os citas aparecem no Novo Testamento juntamente com os bárbaros (Cl
3.11).
2. Meseque e Tubal (38.2c; 39.1c).
Tubal e Meseque são dois dos sete
irmãos filhos de Jafé, filho de Noé: “Os filhos de Jafé são: Gomer, e Magogue,
e Madai, e Javã, e Tubal, e Meseque, e Tiras” (Gn 10.2). Esses dois jafetitas
deram origem a Tabal e Mushki, reinos frigianos da Capadócia, na Anatólia,
segundo inscrições assírias. Nessa coalizão aparece mais um da família de Jafé,
Togarma, filho de Gomer (Gn 10.3). Gomer é o primeiro da lista dos filhos de
Jafé, ele é identificado desde a antiguidade com o povo do Cáucaso.
3. A coalização de Gogue (38.5).
Fazem parte do bando de Gogue mais
cinco povos: “persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e
capacete; Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma” (38.5,6). Todos eles
são citados previamente nos oráculos de Ezequiel (27.10; 30.5). A Bíblia
hebraica emprega o nome cushe, para Etiópia e pute para Líbia. Ambos, Cuxe e
Pute são descendentes de Cam, filho de Noé (Gn 10.6; 1 Cr 1.8). O norte da
profecia em relação a Israel inclui a Mesopotâmia, a Ásia Menor e as regiões do
Mar Negro e do Mar Cáspio. Os persas são os atuais iranianos. A Pérsia teve o
nome mudado para Irã em 1935.
SINÓPSE II
No livro de Ezequiel, Magogue aparece
como um lugar, um território.
Auxílio Teológico
Magogue
“Um descendente de Jafé
(Gn 10.2; 1 Cr 1.5). De acordo com Ezequiel 38.2, um povo cujo território será
futuramente governado por Gogue (q.v.). Em 38.2, lê-se literalmente: ‘Firma bem
a tua face contra Gogue, contra a terra de Magogue [...]’. [...] Gogue liderará
uma horda do norte em uma invasão contra Israel (Ez 38.8-12), mas o Senhor fará
com que os seus exércitos retrocedam, e enviará uma saraiva de fogo na terra de
Magogue e nas áreas ao redor dela (39.6)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de
Janeiro: CPAD, 2017, p. 1200).
III – SOBRE O CONTEXTO ESCATOLÓGICO
A interpretação popular que considera a
Rússia como Gogue ganhou muito espaço durante o período da Guerra Fria.
1. Gogue e Magogue.
A mensagem contra “Gogue, terra de
Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal” (38.2; 39.1) é uma das
passagens mais difíceis das Escrituras. Muitos acreditam tratar-se de uma
expressão genérica para indicar o futuro inimigo de Israel.
O rei Gyges, da Lídia, por exemplo,
seria a figura do futuro inimigo de Israel que comandaria os seus confederados.
Segundo o Talmude, literatura religiosa muito antiga dos judeus, Gogue e
Magogue são dois nomes paralelos de uma mesma nação. Esses inimigos de Israel
serão derrotados e isso nos desperta a esperança da nossa vitória em Cristo,
pois a profecia mostra que Deus está do lado do seu povo.
2. Como a Rússia aparece nesse
contexto?
A profecia afirma que Gogue é “príncipe
e chefe de Meseque e de Tubal” (38.2; 39.1). A palavra “chefe” em hebraico é
ro’sh, de significado amplo, “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”.
Curiosamente, a Septuaginta traduziu o termo como substantivo próprio, árchonta
Rhos, “príncipe de Ros”. Isso é mantido na versão bíblica Tradução Brasileira e
em algumas versões inglesas. Foi a semelhança de sons, Roshe – Rússia, que
levou muitos estudiosos a identificarem Roshe com a Rússia; Meseque, com
Moscou, atual capital da Rússia e Torgarma com Tobolsk, cidade russa.
3. Origem da interpretação.
Esse pensamento não veio dos pentecostais e
nem se trata de uma ideia oriunda dos dispensacionalistas, como equivocadamente
dizem os críticos. Essa interpretação vem de longe, desde Gesenius (1787-1842),
famoso orientalista alemão. Em seu léxico hebraico, o Roshe de Ezequiel 38.2
são os russos. Depois da Guerra Fria, o assunto foi ficando no esquecimento.
Mas com a guerra da Ucrânia em 2022, a relação entre Rússia e o Ocidente está
voltando ao cenário mundial, o que era antes da Queda do Muro de Berlim em
1989.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
A falácia do vaticinium
ex eventu
O importante em nosso
estudo não é a identidade de Gogue e seus confederados, isso são detalhes, mas
mostrar ao mundo a veracidade da Palavra de Deus. Os expositores céticos das
Escrituras, aqueles que não acreditam em milagres e nem na possibilidade de o Espírito
anunciar as coisas futuras por meio dos profetas, procuram explicar as
profecias que já foram cumpridas como se fossem extraídas do fato ocorrido.
Eles chamam essa suposta “pia fraude” de vaticinium ex eventu,
“vaticínio-predição-oráculo a partir do evento-fato”, como se a profecia fosse
escrita depois do acontecimento. Agora, com o cumprimento de profecias bíblicas
na atualidade, eles não têm argumento em favor do vaticinium ex eventu. (Por
Esequias Soares)
SINÓPSE III
O contexto escatológico confirma que os
inimigos de Israel serão derrotados porque Deus está do lado do seu povo.
CONCLUSÃO
É importante saber que a invasão de
Gogue e o seu bando à terra de Israel é distinta da batalha do Armagedom, pois
o ataque de Gogue será após a restauração de Israel, antes ou logo depois de
começar a Grande Tribulação ao passo que o Armagedom se dará no final desse
período. Cabe também ressaltar que essa invasão não é a mesma rebelião de
“Gogue e Magogue” (Ap 20.8), pois a profecia empresta de Ezequiel esses nomes.
REVISANDO
O CONTEÚDO
1. Pela descrição profética o que o
nome “Gogue” parece indicar?
A descrição profética parece indicar um
título, como “Faraó”, no Egito; Xá, na antiga Pérsia; César”, em Roma, e não o
nome pessoal de alguém.
2. Quem são os persas hoje?
Os persas são os atuais iranianos, a
Pérsia teve o nome mudado para Irã em 1935.
3. Qual o significado da palavra
hebraica ro’sh?
A palavra hebraica é ro’sh significa
“cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”.
4. O que levou muitos estudiosos a
identificar a Rússia com Gogue?
Foi a semelhança de sons, Roshe –
Rússia, que levou muitos estudiosos a identificarem Roshe com a Rússia;
Meseque, com Moscou, atual capital da Rússia e Torgarma com Tobolsk, cidade
russa.
5. De onde veio a interpretação de que
Gogue é a Rússia?
Essa interpretação vem de longe, desde Gesenius (1787-1842), famoso orientalista alemão. Em seu léxico hebraico o Roshe de Ezequiel 38.2 são os russos.
VOCABULÁRIO
Enigmático: Relativo a ou próprio de enigma; indecifrável; misterioso.
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