Quando pensamos em prevenção contra heresias, estamos naturalmente procurando chegar a tempo de evitar que cristãos sejam enganados com falsas doutrinas. Paulo, ao escrever aos cristãos de Corinto, recomendou que eles examinassem a si mesmos se permaneciam na fé, e dizia mais: “Provai-vos a vós mesmos”, 2Co 13.5. Na verdade, Paulo antevia pelo Espírito Santo aqueles irmãos que se afastariam da fé por causa de “espíritos enganadores e doutrinas de demônios” (l Tm 4.1).
Vivemos em um tempo de muitas distorções
doutrinárias. Há um sentimento de insatisfação que motiva as pessoas a
desejarem coisas espirituais, mesmo que excedam o Cristianismo. As heresias
surgem com roupagens de espiritualidade, mas na verdade são produzidas por
“espíritos enganadores”. O fascínio por soluções fáceis, respostas mentirosas e
paz filosófica se vê estampado nas faces angustiadas e desesperadas das pessoas
sem Deus.
VEJA TAMBÉM:
👉 Como abordar os adeptos das
seitas?
👉 Testemunhos contra o livro de
mórmon
CARACTERÍSTICAS DE UMA SEITA
Como podemos caracterizar uma seita? Os
estudiosos das seitas apresentam as mais variadas características desses
grupos. Entretanto, queremos considerar pelo menos seis delas: acréscimo, falsa
revelação, distorção, negação, dogmatismo e legalismo.
1) Acréscimo.
Geralmente, as pessoas com tendências
heréticas, principalmente em relação à Bíblia, gostam de acrescentar palavras, ideias
e conceitos ao que já está escrito e à interpretação das Escrituras. Temos o
exemplo de Guilherme Muller, Ellen White, Josef Smith e outros mais que não se
contentaram em aceitar a Bíblia como revelação plena e total, preferindo
adicionar palavras em nome de falsas traduções e interpretações. As Testemunhas
de Jeová fizeram sua própria tradução da Bíblia, torcendo os fatos e negando
doutrinas fundamentais, tais como a divindade de Jesus, a Trindade e outras.
2) Pseudorrevelação.
Lamentavelmente, no meio cristão, não só
no catolicismo romano, mas também no protestantismo, essa característica tem se
manifestado fortemente. São pessoas que dão ênfase distorcida às manifestações
espirituais, adicionando visões, revelações e vozes com ideias e conceitos que
confrontam as Escrituras. Esse tipo de experiência extrabíblica tem provocado
desapego à Palavra de Deus e apego a manifestações exteriores em nome do Espírito
Santo.
Nesse campo da espiritualidade, a falta de
maturidade espiritual e bíblica tem produzido líderes sem identidade bíblica,
que por isso criam revelações espirituais, atribuindo-as a Deus e passando a
ensinar doutrinas extrabíblicas. Atribuindo tais revelações ao Espírito Santo,
elas adicionam, subtraem e fomentam novas doutrinas.
As heresias sempre são justificadas por
essas pseudo revelações, que agridem os fundamentos doutrinários da Bíblia e
induzem emocionalmente as pessoas ao delírio e ao excesso naquilo que passam a
acreditar. Fundamentados por essas pseudorrevelações, esses líderes heréticos
se apresentam como canais diretos da revelação divina.
3) Distorção.
As pessoas que tomam o caminho das
heresias abandonam a luz verdadeira e desenvolvem uma visão torcida da verdade.
A isso chamamos de visão distorcida das verdades bíblicas. Deixam a luz e tomam
o caminho das trevas, conforme João 3.19-21.
Tudo que se refere a Deus, a Jesus Cristo
e ao Espírito Santo é totalmente distorcido, por isso alguns negam a Trindade,
outros negam a divindade de Cristo e outros mais veem o Espirito Santo como uma
mera manifestação de força, de energia ou coisa semelhante.
4) Negação ou subtração da Palavra de
Deus.
Os grupos heréticos acrescentam ou tiram
as coisas próprias da Bíblia, subtraem a Palavra de Deus, negando-lhe as
evidências de ser autoridade plena e única. Os Mórmons têm o Livro de Mórmon
como uma escritura superior à Bíblia. Recentemente, um certo líder pentecostal
apresentou uma nova revelação para a igreja atual como a maior revelação depois
da Bíblia. A seita herética denominada Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy,
também coloca o livro Ciência e Saúde como livro de autoridade superior, e nega
a existência do Diabo e da dor.
Existe uma teoria que nega a inspiração
plenária da Bíblia e ensina que a inspiração da Bíblia é parcial. Dizem que
“partes da Bíblia são inspiradas, outras partes não”. Por esse modo, a
revelação e a inspiração ficam prejudicadas com essa subtração efetuada pelos
defensores dessa ideia.
5) Dogmatismo.
Não se trata do simples dogmatismo de
doutrinas já consagradas da Bíblia. Existem pontos fundamentais dogmatizados
nas Escrituras que são imutáveis e orientam a vida dos que servem a Deus.
Porém, o perigo do dogmatismo está em tomar conceitos temporais e torná-los
doutrinas que implicam na salvação das pessoas. Esse tipo de dogmatismo é
doentio e escravizador, pois forma heresias a partir de ideias absurdas de
homens, submetendo suas vítimas a perigos e ameaças.
6) Legalismo instituído.
As seitas estabelecem regras para os seus
adeptos baseados em absurdos autoritarismo, intolerância, perversão e abuso de
valores. São regras sem nenhum respaldo bíblico, que partem de ideias
equivocadas de santidade, pureza moral e outras coisas.
SUSCETIBILIDADE
PARA O ENGANO
Nos últimos tempos, a igreja tem sido
ameaçada por perigos que contagiam os cristãos como uma virose que alcança
muitas pessoas. Quando uma gripe virótica surge, muitas pessoas de estrutura
mais frágil são facilmente contagiadas, porque são vulneráveis àquela virose.
No campo espiritual, muitos cristãos tomam-se suscetíveis ao “espírito do
engano” por qualquer movimento espiritual que surja.
O perigo espiritual começa com o Diabo,
que é o pai da mentira (Jo 8.44).
A primeira seita herética começou no Éden,
quando Satanás, como a Antiga Serpente, tentou a Eva e torceu o sentido das
palavras de Deus para levá-la ao desvio doutrinário juntamente com seu marido
Adão. Ele aproveitou-se da simplicidade e pureza de mente do casal que, sem
malícia alguma, não percebeu que o poder daquela serpente era do maior inimigo
de Deus e da sua obra. A serpente usou os desejos puros de Eva e, sob disfarce,
de forma sutil, enganou o casal (Gn 3.1-15 e lTm2.14).
Os métodos de Satanás continuam os mesmos.
Ele explora a inocência dos incautos e lança em suas mentes dúvidas acerca de
Deus e da sua Palavra, torcendo o sentido real das palavras de Deus e induzindo
as pessoas ao engano.
COMO PREVENIR
HERESIAS?
1) Não dar crédito a todo espírito.
João, o apóstolo amado, preocupava-se com
a Igreja nos “últimos tempos”. Na sua primeira epístola, escreveu para os
cristãos, alertando-os acerca dos “espíritos enganadores” que se intrometiam na
vida íntima das igrejas plantadas pelos apóstolos. Ele exortava-os, dizendo:
“Não deis crédito a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus”, l Jo
4.1.
Quando João usa a palavra “espírito”, ele
a usa no sentido qualitativo. A palavra “espírito” alude a pessoas sem
referência e não conhecidos. Ele chama os cristãos de “filhinhos” para que os
mesmos não sejam levados pelo “espírito do erro” que produz heresias e falsa
doutrina. Todo ensino precisa ser comparado e examinado com a Palavra de Deus.
2) Recusar qualquer doutrina ou
manifestação que não tenha respaldo bíblico: Lamentavelmente,
os grupos modernos do pentecostalismo, conhecidos como neopentecostais, abraçam
todas as novidades espirituais surgidas. Porque “o Espírito Santo é livre para
fazer o que quiser”, acabam expondo-o ao sabor de crendices e heresias.
O Espírito é livre, sim, mas sua atuação
acontece mediante princípios que Ele mesmo estabeleceu nas Escrituras para as
pessoas que o querem em suas vidas. O Espírito Santo não pode ser manipulado
por ninguém e não age irracionalmente. Por isso, toda e qualquer manifestação
espiritual tem que ter o respaldo bíblico. Caso contrário, constitui-se
heresia, que precisa ser rechaçada e excluída da experiência cristã.
Artigo: Pr. Elienai Cabral | Divulgação:
Subsídios Dominical
VEJA TAMBÉM:
💡 Estudos Bíblicos –
Aqui
💡 Artigos para
Professores EBD – Aqui
💡 Notícias do Brasil e
do Mundo – Aqui
📚 Veja nossos E-books -
Aqui