Lições Bíblicas de Jovens
– 4° trimestre de 2020, CPAD
TEXTO DO DIA
"E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?" (2 Rs 9.22)
SÍNTESE
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - 1 Rs 18.19
Jezabel,
mantenedora da idolatria
TERÇA - 1 Rs 19.2
Jezabel,
uma mulher vingativa
QUARTA - 1 Rs 21.5-13
Jezabel,
uma mulher assassina
QUINTA - 1 Rs 21.25
Jezabel,
uma mulher que incitava o marido ao mal
SEXTA - 1 Rs 19.2,10
Jezabel,
a mulher que tentou calar a voz dos profetas
SÁBADO - 2 Rs 9.10,36,37
Jezabel e a recompensa pelo pecado
📚Veja também:
Lição 5 - ABIGAIL:
quando a sabedoria faz Diferença para a vida
Lição 6 - NATÃ: falando o que Deus mandou você falar
Objetivos
MOSTRAR que Jezabel foi uma mulher com fé para o mal;
EXPLICAR como era a
influência de Jezabel em Israel;
SABER como se deu o fim de Jazabel.
Interação
Na lição desse domingo estudaremos a respeito de Jezabel, uma mulher que entrou para a história de Israel como símbolo de apostasia e maldade. O livro de Reis dedica vários capítulos para relatar as abominações de Acabe e de sua mulher. Jezabel era fenícia, um povo que prestava adoração a Baal. Quando ela casou com Acabe não somente levou a sua fé nos seus deuses, mas influenciou seu marido e o povo de Deus de tal maneira que implantou o culto a Baal em Israel. Jezabel também perseguiu e matou os profetas do Senhor, pois eles confrontavam suas ações perversas. Juntamente com o rei, Jezabel tentou matar o profeta Elias, um dos mais representativos no Antigo Testamento.
Orientação Pedagógica
Prezado
(a) reproduza o quadro abaixo. Utilize-o na introdução da aula para mostrar aos
alunos, de forma resumida, quem foi Jezabel e o legado de idolatria e maldade
que ela deixou. Enfatize que o seu legado deve ser lembrado, porém jamais
seguido por aqueles que amam e desejam agradar ao Senhor.
JEZABEL
Eliminou sistematicamente os
representantes de Deus em Israel. |
Promoveu e fundou
a adoração de Baal. |
Ameaçou mandar matar
Elias. |
Acreditava que reis e rainhas
tinham o direito de fazer ou possuir qualquer coisa que quisessem. |
Texto bíblico
1 Reis 16.29-33; 19.1,2
29 E Acabe, filho de Onri, começou a reinar
sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho
de Onri, sobre Israel em Samaria, vinte e dois anos.
30 E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal
aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.
31 E sucedeu que (como se fora coisa leve
andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a
Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se
encurvou diante dele.
32 E levantou um altar a Baal, na casa de Baal
que edificara em Samaria.
33 Também Acabe fez um bosque, de maneira que
Acabe fez muito mais para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os
reis de Israel que foram antes dele.
1
E Acabe fez saber a Jezabel tudo
quanto Elias havia feito e como totalmente matara todos os profetas à espada.
2
Então, Jezabel mandou um mensageiro
a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto amanhã
a estas horas não puser a tua vida como a de um deles.
INTRODUÇÃO
O reino do Norte, Israel, se destacou por ter sido governado por reis ímpios. Dentre esses reis, destaca-se o rei Acabe. Seu governo, apesar de militarmente vitorioso, é marcado por uma grande idolatria, movida por Jezabel, a mulher fenícia que se tornou sua esposa. A maldade desse casal é tão impressionante que os livros dos Reis dedicam pelo menos 8 capítulos (1 Rs 16-22; 2 Rs 9) para contar sua história. Nesta lição, veremos como é possível fazer a diferença para o mal, e atrair para si à ira de Deus.
I - UMA
MULHER COM FÉ PARA O MAL
1.
Uma mulher fenícia.
Jezabel
tinha origem fenícia, um povo que havia se dedicado à construção de embarcações
e ao comércio. O trabalho deles com a púrpura lhes rendeu recursos e fama, e há
quem considere os fenícios como cananeus devido não apenas à proximidade geográfica
desses povos, mas também por causa de uma invasão dos amorreus na Fenícia e na
Palestina 2000 anos antes de Cristo. Eram pessoas que elegeram Baal como seu
deus, e fizeram do culto a ele a sua manifestação de fé.
2.
A fé de Jezabel.
Ela
foi criada na cultura dos fenícios, e sua adoração a Baal certamente lhe foi
ensinada na infância. Essa mentalidade de adoração a Baal seguiu os seus passos
até a sua morte. Fiel ao culto a Baal, não hesitou em levar sua crença à terra
de Israel. Ela não apenas levou consigo a fé em Baal, mas com essa fé, a
idolatria a todo o reino do Norte.
Os
fenícios, de onde Jezabel procedia, criam em deuses que existiam na mente dos
seus adoradores, mas que não eram reais, como diz Deus a Jeremias: "Houve
alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia, o
meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito" (Jr 2.11).
Um
caso excepcional ocorreu na terra de Jezabel, de uma sidônia que creu no Deus
de Israel. Por ocasião do ministério de Elias, Deus ordenou que ele fosse a
Sarepta, uma localidade dentro dos limites de Sidom, para ser sustentado por
uma mulher viúva. A mulher recebeu Elias, deu-lhe de comer e viu o milagre da
provisão em sua casa. Foi uma experiência e tanto, tendo em vista que ela havia
sido ensinada a adorar e depender dos deuses cananeus, e não do Deus de Israel.
3.
Um casamento fora da vontade de Deus.
A
influência de Jezabel na história de Israel é registrada na Palavra de Deus por
causa do casamento dela com o rei Acabe. Ele é descrito na Bíblia como um rei
que fez "o que era mal aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram
antes dele" (1 Rs 16.30). Acabe conseguiu superar, dos reis que vieram
antes dele, toda a maldade que eles fizeram juntos.
É
dito que o rei Acabe andou nos pecados de Jeroboão. Esse homem era um valente
operário nos tempos de Salomão, e foi escolhido pelo Eterno para ser rei das
tribos do Norte (1 Rs 11.29-36). Deus disse a ele, por meio do profeta Aías,
que "reinarás sobre tudo o que desejar tua alma e serás rei sobre
Israel" (1 Rs 11.37). Tal promessa era grandiosa, mas quando Jeroboão se
tornou rei, se esqueceu da promessa de Deus e colocou dois bezerros de ouro, um
em Betel, e outro em Dã. Ele convenceu o povo de que seria trabalhoso irem a
Jerusalém adorar, e com esses bezerros inseriu as dez tribos na idolatria. Ele
também tornou sacerdotes pessoas que não eram da tribo de Levi, "dos mais
baixos do povo" (1 Rs 13.33). Eis aí o resultado de se esquecer daquilo
que Deus prometeu. O Senhor nos chama para uma missão, mas cabe a nós andar de
acordo com o que Ele nos ordenou.
Como se fosse pouco, Acabe se casou com Jezabel. Filha de um rei pagão, Jezabel influenciou fortemente um homem que já não temia ao Senhor. Ele casou-se sem consultar ao Eterno, e isto fez com que seu reino se destacasse por maldades e pelo desvio do culto a Deus. Foi um casamento misto, apropriado para conflitos relacionados à fé. Faz diferença se casar dentro da vontade de Deus. Não dizemos com isso que o rei Acabe não tinha amor por Jezabel, e sim que ele não consultou ao Senhor para contrair aquele casamento. A influência de uma mulher na vida de seu esposo é determinante também para a sua história: "Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, porque Jezabel, sua mulher, o incitava" (1 Rs 21.25).
Pense!
O casamento misto pode ter a bênção de Deus?
Ponto Importante
A Palavra de Deus mostra, pelo exemplo de Acabe e Jezabel, que a
união sem a bênção de Deus geralmente conduz o casal e a família à idolatria,
ou a conflitos familiares desnecessários.
II - SUA
INFLUÊNCIA EM ISRAEL
1.
Levando Israel à idolatria.
Como
já percebemos, o líder tem a capacidade de influenciar os seus liderados.
Jezabel influenciou muito e negativamente a história de Israel, quando se casou
com Acabe e levou consigo o culto a Baal. Esse culto trazia o costume da
prostituição cultual, pois Baal era considerado o deus da fertilidade e era
tido por senhor entre os fenícios. A palavra ba'al pode significar, no Antigo
Testamento, possuidor, marido ou senhor.
Esse
termo passou a ser usado com o objetivo de designar o deus semítico da tempestade,
tido por mais importante entre os cananeus, e também deuses locais considerados
responsáveis pela fertilidade e pelas colheitas. Era representado geralmente
por um touro. Numa sociedade agrícola, a dependência dos elementos da natureza
era primordial, e enquanto os hebreus eram ensinados a confiar em Deus, que
lhes mandava as chuvas e lhes garantia as colheitas, os povos vizinhos criam
nos baalins e em Astarote, que aos olhos dos seus adoradores, eram responsáveis
por iniciar os processos que faziam a manutenção da vida.
Os
cultos cananeus geralmente eram oferecidos tendo como elementos a prostituição
cultual e a bebedeira. A quebra dos valores sexuais do casamento, e a falta de
discernimento trazida pela ingestão do vinho, mostravam bastante o tipo de
comportamento a que os seus adeptos estavam acostumados. Profetas desses deuses
também ofereciam sacrifícios, e num caso específico, no Monte Carmelo, os
profetas de Baal chegaram a se cortar e derramar seu próprio sangue para que
sua voz fosse ouvida pelo seu deus. A própria Jezabel é descrita como uma
pessoa que agia com prostituições e feitiçarias (2 Rs 9.22).
2.
Perseguindo e matando profetas.
É
dito que Jezabel matou os profetas do Senhor (1 Rs 18.4). Os profetas
representavam um forte apelo ao retorno do culto ao verdadeiro Deus, e Jezabel
não desejava concorrência. Ela ordenou a morte daqueles que eram porta-vozes do
Eterno. Mas a nação de Israel não podia ficar sem profetas. Ao matar grande
parte dos profetas de Deus, Jezabel instituiu outros, mas de Baal. Eles
corroboravam com as práticas dos fenícios, e suas "profecias" não
vinham do Espírito de Deus. Qualquer atividade tida por "profética",
que não exalte ao Eterno, não pode ser considerada como sendo divinamente
inspirada.
A
profecia é fruto direto da revelação divina. Ela não advém dos estudos, da
leitura de um texto sagrado, de sua análise, interpretação e homilética, pois
essas são atividades do intelecto humano. Não foi pela atividade intelectual
humana que Samuel ungiu Saul e Davi como reis, que Elias confrontou Acabe, ou
que José, pai de Jesus, teve as orientações que preservaram a vida do
recém-nascido. Foram as orientações, diretamente de Deus, que fizeram a
diferença sobre a atividade do intelecto humano.
3.
Matou um inocente.
Outro
pecado cometido por Jezabel foi matar Nabote, o proprietário de uma vinha que
ficava ao lado do palácio em Jezreel.
Desejando ter mais um pedaço de terra, Acabe quis negociar a terra onde
Nabote e seus ancestrais plantavam uvas, e ele se recusou a fazer tal negócio,
ainda que lhe fosse, provavelmente, mais proveitoso negociar com o rei.
O
que mais pesa nesse crime é o fato de que Nabote foi morto por causa de um
falso testemunho, sob a acusação de que tinha blasfemado contra Deus. Nabote
havia respeitado o direito de manter a herança de sua família, mas foi acusado
de ser blasfemo, e por homens que tinham deixado de lado a fé no Deus Eterno.
Essa é uma das piores formas de acusação: Quando uma pessoa é apontava como
tendo pecado, justamente por um falso testemunho, e com a premissa de se
defender a Deus. Dois homens, filhos de Satanás, deram um falso testemunho, e
Nabote foi apedrejado até morrer.
Acabe,
ao receber a notícia de que Nabote havia morrido, não se preocupou em saber as
circunstâncias do ocorrido. Simplesmente se levantou e foi se apropriar das
terras do morto.
III - DEUS SE
MOSTRA FORTE PARA COM OS QUE CONFIAM NELE
1.
Tentou, com Acabe, destruir Elias.
Um
dos profetas mais representativos da Antiga Aliança é Elias. Ele foi usado por
Deus de forma impetuosa, realizou milagres e buscou restaurar a fé no Deus
Eterno em Israel. Ao encontrar-se com um mordomo chamado Obadias, homem temente
e que escondeu 100 profetas do Senhor e os manteve com pão e água, foi
informado sobre "quando Jezabel matava os profetas do Senhor" (1 Rs
18.4; 13). Tal informação não impediu que Elias obedecesse a Deus e fosse usado
poderosamente.
Jezabel
teve a oportunidade de se arrepender diante dos milagres ocorridos pelo
ministério de Elias. Fazer descer fogo do céu, intervir na natureza impedindo a
chuva, e se manter vivo quando caçado, não foram eventos suficientes para que
ela pensasse que o Deus de Israel não poderia ser comparado com qualquer outro
deus, preservando a vida do servo dEle.
2.
Foi morta, segundo a Palavra do Senhor.
Jezabel
levou as tribos do Norte a adorarem a Baal, matou os profetas do Senhor e
também foi responsável pelo assassinato de Nabote. Os crimes de Jezabel foram
tão graves que Deus decretou a morte dela duas vezes. Elias disse: "E
também acerca de Jezabel falou o SENHOR, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto
ao antemuro de Jezreel" (1 Rs 21.23). O lugar que foi tomado de Nabote
serviu de julgamento e punição para a rainha de Israel. A segunda vez que Deus
fala dela é com Eliseu, quando vai ungir a Jeú como rei sobre o reio do Norte:
"E ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue o sangue de
meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do SENHOR da mão de
Jezabel" (2 Rs 9.7).
3.
O julgamento divino.
Esse julgamento ainda levou um tempo para se cumprir, mas Deus não deixou passar as maldades de Jezabel sem justiçá-la, e cumpriu o que havia dito quando Jeú, que foi ungido rei por Eliseu, entrou no palácio de Jezreel e mandou jogá-la de uma das janelas da habitação real. Findava-se, dessa forma, a vida da rainha feiticeira e prostituta Jezabel.
SUBSÍDIO
"Jezabel
A Bíblia é honesta a respeito da vida de seus heróis, como também a
respeito da vida daqueles que rejeitaram a Deus. Alguns personagens da Bíblia
descobriram o que Deus pode fazer com as falhas, quando se voltavam para Ele.
Mas muitos não admitiam seus erros, nem voltavam para Deus. Jezabel é a mulher
mais perversa da Bíblia, que até mesmo usa seu nome como exemplo de pessoas que
rejeitavam a Deus completamente. Muitas mulheres pagãs casaram com maridos
israelitas, sem reconhecer o Deus que seus maridos adoravam. Elas trouxeram
consigo suas religiões. Mas ninguém foi tão determinada como Jezabel, para
fazer com que toda a nação de Israel adorasse seus deuses. Para o profeta Elias
ela parecia ter conseguido.Ela achava que era o único ainda fiel a Deus, até que
o Senhor que disse que ainda havia sete mil pessoas que não haviam deixado a
verdadeira fé. O único 'sucesso' notável de Jezabel foi contribuir para a causa
da queda do reino do norte - a idolatria. Deus puniu as tribos do norte por sua
idolatria" (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2015, p. 1293).
CONCLUSÃO
Jezabel
serviu a um falso deus, influenciando Acabe para que o culto a Baal fosse o
culto de Israel, e não trocou o seu deus, mesmo vendo o Deus de Israel
intervindo na natureza e operando milagres. Por causa de sua impiedade, foi
julgada pelo Senhor, e entrou para a história bíblica como um exemplo a não ser
seguido.
Que
isso nos sirva de lição. Servimos a um Deus vivo, e não podemos substituir o
Eterno por algo que não tem valor algum, nem ser influenciados por aqueles que
não têm compromisso com Deus.
HORA DA
REVISÃO
1.
Segundo a lição, quantos reis ímpios governaram o reino do Norte?
O
reino do norte foi governado por vários reis ímpios.
2.
Quantos capítulos os livros dos Reis dedicaram para falar da maldade de Acabe e
Jezabel?
O
livro de Reis dedica 8 capítulos.
3.
Qual era a origem de Jezabel?
Jezabel
tinha origem fenícia.
4.
Qual o nome do deus dos fenícios?
Baal.
5.
Quantas vezes Deus decretou a morte de Jezabel e quais são as referências que
atestam essa verdade?
Deus
decretou a morte de Jezabel duas vezes (1 Rs 21.23; 2 Rs 9.7).