“Então, o SENHOR respondeu a Jó desde a tempestade [...].” (Jó 40.6)
VERDADE
PRÁTICA
Mesmo transcendente, e distinto de sua criação, Deus se revela ao homem mortal.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Jó 38.1
Deus se revela a Jó do meio de um redemoinho
Terça - Jó 38.3,4
As inquirições de Deus a Jó
Quarta - Jó 39.1,2
Deus pergunta a Jó a respeito da natureza dos
animais
Quinta - Jó 40.6,7
Deus ordena a Jó que se cinja como homem
Sexta - Jó 40.8-10
O homem pode ser vestir de majestade e glória?
Sábado - Jó 41.1,2
Pode alguém discutir com o Todo-Poderoso?
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Jó 38.1-4;
39.1-6; 40.15-18,24; 41.1-3
Jó 38
1 - Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um
redemoinho e disse:
2 - Quem é este que escurece o conselho com
palavras sem conhecimento?
3 - Agora cinge os teus lombos como homem; e
perguntar-te-ei, e, tu, responde-me.
4 - Onde estavas tu quando eu fundava a terra?
Faze-mo saber, se tens inteligência.
Jó 39
1 - Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm
os filhos, ou consideraste as dores das cervas?
2 - Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo
do seu parto?
3 - Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e
lançam de si as suas dores.
4 - Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem,
e nunca mais tornam para elas.
5- Quem despediu livre o jumento montês, e quem
soltou as prisões ao jumento bravo,
6 - ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada,
por moradas?
Jó 40
15 - Contempla agora o beemote, que eu fiz contigo,
que come erva como o boi.
16 - Eis que a sua força está nos seus lombos, e o
seu poder, nos músculos do seu ventre.
17 - Quando quer, move a sua cauda como cedro; os
nervos da suas coxas estão entretecidos.
18 - Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua
ossada é como barras de ferro.
24 - Podê-lo-iam, porventura, caçar à vista de seus
olhos, ou com laços lhe furar o nariz?
Jó 41
1 - Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a
sua língua com a corda?
2 - Podes pôr uma corda no seu nariz ou com um
espinho furarás a sua queixada?
3 - Porventura, multiplicará as suas suplicações
para contigo? Ou brandamente te falará?
HINOS SUGERIDOS: 363, 380, 434 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar que Deus se revelou ao homem para mostrar-lhe seus propósitos.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
ENSINAR que Deus se revela aos homens;
PONTUAR que a criação expressa a glória de Deus;
ACENTUAR que nossa justiça jamais se sobreporá a divina.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Já se perguntou o quanto Deus é grande,
infinito, e que não cabe em nossa imaginação? E nós, seres pequenos, tão
limitados e injustos? Como é possível um ser tão santo, justo e infinito
relacionar-se com outros seres tão contrários à sua própria natureza?
Na lição de hoje veremos o quanto esse
Deus tão grande se revela e relaciona com seres tão pequenos. Em Cristo Jesus,
nós temos o privilégio de adentrarmos confiantemente à presença dEle. O caminho
do trono divino está aberto a todo o crente por meio do Filho de Deus, Jesus
Cristo. É um privilégio e um maravilhoso presente desfrutarmos da presença de
Deus.
INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos estudar como Deus se revelou a Jó
e dialogou com o patriarca (Caps. 38 – 41). Esse episódio marca o ápice do Livro
de Jó, pois mostra a quebra do silêncio divino. Ao longo desse estudo veremos
que as respostas de Deus não são precisas, segundo a objetividade que os
humanos esperam. Jó, portanto, é desafiado a comparar sua habilidade e
sabedoria com as divinas e a responder quem, de fato, age com justiça no
mundo.
PONTO CENTRAL
Deus se revela ao ser humano.
I
– A REVELAÇÃO DE UM DEUS PESSOAL
1. O Deus que tem voz.
O Altíssimo havia falado nos dois primeiros
capítulos, mas essa fala era totalmente desconhecida por Jó e seus amigos ao
longo do livro. Assim, até o capítulo 38, houve muitas falas sobre Deus. Jó
falou, sua mulher e seus amigos falaram. Todavia, Deus mesmo não falou durante
todo esse período. Ele estava o tempo todo presente, mas sem dizer nada a Jó.
Até que quebrou o silêncio: “Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um
redemoinho” (Jó 38.1).
2. A poderosa manifestação de Deus.
A cena, sem dúvida, é impactante, parecida com a da
pesca maravilhosa (Lc 5.1-11). Quando Simão Pedro, após seguir a orientação de
Jesus, pegou uma grande quantidade de peixes ao recolher as redes que havia
lançado, imediatamente exclamou: “Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um
homem pecador” (Lc 5.8). A majestade divina impactou a Pedro.
Não foi diferente com o patriarca
Jó. Ele ouviu a voz que tanto ansiava por ouvir. O
Altíssimo revelou-se pessoalmente. Jó estava diante de uma manifestação
teofânica de Deus, e Este falava-lhe do meio de um redemoinho. Essa forma de
manifestação divina é confirmada ao longo das Escrituras, como, por exemplo,
com Moisés (Êx 19.16-19). Isso mostra que Deus não é impessoal. Pelo contrário,
Ele é um Ser que se revela e fala com homens. Jó teve a sua vida transformada
depois de ouví-Lo.
3. O Deus que está presente.
Expositores bíblicos destacam que Deus se revela
como “Jeová”, o Deus do pacto. Entre os capítulos 3 e 37 aparecem várias
referências a Deus como El Shaddai, o Deus Todo-Poderoso. Na teologia
tradicional exposta pelos amigos de Jó essa era uma forma fria e distante de se
referir a Deus. Um Deus que existe, mas que está longe dos homens. Dessa forma
El Shaddai era, no entendimento deles, o nome que identificava Deus como forte
e poderoso, mas distante e indiferente. Essa visão tradicional de Deus acabou
por exaltar sua soberania, mas diminuir sua compaixão e misericórdia.
Nesse contexto, Jó clama por encontrar a Deus,
chegar ao seu trono (Jó 23.3,8,9). Esse era o grande dilema do homem de Uz:
pensar que Deus o havia abandonado. O patriarca nada sabia dos bastidores
celestiais, onde o Diabo apostou na sua falta de integridade. Ele não sabia a
razão do silêncio de Deus, daí toda a sua angústia e desespero por se sentir
sozinho e abandonado. Para ele, o Criador se escondeu para não ouvir sua
defesa. Mas o grande propósito do Livro de Jó revela que, mesmo quando estamos
às escuras, andando somente por fé, e não por vista, Deus está presente e
próximo de nós.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Deus se revela ao homem e se mostra presente diante da angústia.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Antes de iniciar esta penúltima lição,
faça um pequeno resumo do trimestre. Selecione os principais temas estudados
neste trimestre e revise-os na classe. Retome, por exemplo, a historicidade de
Jó, de sua terra, o seu drama, as críticas implacáveis de seus amigos, as
principais repostas de Jó, a resposta de Eliú e a resposta reveladora de Deus.
A ideia é que o aluno tenha uma visão de todo o trimestre e, assim, aproveite o
máximo o estudo acerca de como Deus se revelou ao justo Jó. Você, professor, e
professora, tem o desafio de, além de ensinar o conteúdo bíblico, transmiti-lo
da maneira mais clara, objetiva e fácil possível. Nesse sentido, o método
pedagógico faz toda a diferença.
II – A REVELAÇÃO DE UM DEUS SÁBIO
1. Na mecânica celeste.
Deus convida Jó a contemplar o universo e vê-lo
como funciona (Jó 38). Há uma mecânica celeste que rege os fenômenos naturais
de forma que garanta sua perfeita regência. O Criador desafia Jó a contemplar
tudo isso e ver como seu funcionamento harmônico atende a um propósito
superior. De fato, o salmista disse que “os céus manifestam a glória de Deus e
o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). Jó se comportara como um
grande sábio, mas Deus mostrou-lhe que ele nada sabia. Por isso, o Criador o
desafia a contemplar o mar e o sol (Jó 38.8-15), pois ele nada sabia da origem
dos oceanos, da grandeza da luz solar e, menos ainda, das dimensões da Criação.
2. Na dinâmica da vida.
Se Jó nada sabia sobre a ordem da criação, muito
menos sabia sobre a providência divina para mantê-la (38.39-41). Jó deveria ser
capaz responder as seguintes questões: Como veio a existir a Criação? Como ela
é preservada? Saberia Jó explicar como Deus faz para alimentar os leões e seus
filhotes? Como as cabras monteses conseguiam dar cria a seus filhotes e
protegê-los dos predadores (39.1-4)? E sobre o jumento e o boi selvagem? O
avestruz? O cavalo de guerra? O falcão? A águia?
Está claro que há uma providência divina que
preserva as coisas criadas, pois todos esses animais foram projetados por um
design inteligente com suas peculiaridades, modo de ser e de viver. Se Jó não
sabia como explicar como eles viviam e se comportavam, o que o levava a pensar
que poderia discutir com Deus de igual para igual? Era hora, portanto, de
reconhecer o seu lugar e se humilhar diante da majestade divina.
Cada contorno da Criação, cada formação de uma vida
e cada ato de preservação da Criação é Deus dando-se a conhecer ao ser humano.
3. Na necessidade de se conhecer
melhor a Deus.
Era preciso que Jó contivesse seu orgulho. De fato,
ele falou muita verdade sobre Deus, mas ignorou o quanto não sabia acerca do
Criador. A revelação de Deus sobre a mecânica celeste e da vida não foi uma
censura à integridade e sinceridade do patriarca. Aos olhos de Deus, ele
permanecia um homem justo e íntegro, mas falto de humildade, pois agiu de forma
presunçosa ao questionar a majestade divina. Era necessário, portanto, que
conhecesse melhor a Deus.
Cada contorno da Criação, cada formação de uma vida
e cada ato de preservação da Criação é Deus dando-se a conhecer ao ser humano.
Reconheçamos o agir do Criador no universo e em nossa vida.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Deus se revela como sábio na mecânica celeste e na mecânica da
vida.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
“A Criação do Mundo – vv.
4-11.
Para humilhação de Jó, aqui Deus lhe
mostra a sua ignorância, até mesmo a respeito da terra e do mar. Embora tão
próximos, embora tão grandes, ainda assim Jó não era capaz de explicar a sua
origem, muito menos do céu, acima, ou do inferno, abaixo, que estão tão
distantes, e nem das várias partes da matéria que são tão minúsculas, e menos
ainda dos conselhos divinos. A respeito da fundação da terra. Se ele tem uma
percepção tão poderosa, como pensa ter, dos conselhos de Deus, que forneça
alguma explicação da terra sobre a qual vive, e que é dada aos filhos dos
homens. 1. Que ele diga onde estava, quando este mundo inferior foi criado, e
se ele forneceu conselhos para auxiliar naquela maravilhosa obra (v.4) [...] As
tuas pretensões são elevadas; podes ter pretensões a isto? Estavas presente
quando o mundo foi criado?” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.186).
III
– A REVELAÇÃO DE UM DEUS PODEROSO E JUSTO
1. O Behemot e o Leviatã.
Nos capítulos 40 e 41, Deus faz referências a duas
grandes criaturas. Ele chama a atenção de Jó para a natureza indomável desses
animais, a fim de ilustrar seu poder divino. Algumas Bíblias traduzem esses
termos como hipopótamo e crocodilo, respectivamente.
Enquanto o Behemot representava a força bruta de um
animal por excelência, o Leviatã se parece mais com uma criatura com poderes
sobrenaturais. Ele se apresenta, por exemplo, dessa forma em Isaias 27. Assim,
o Behemot e o Leviatã representam o ápice da força tanto natural como
sobrenatural, assim como é o inexplicável e maravilhoso mundo criado por Deus.
Mesmo poderosos, Behemot e Leviatã estavam debaixo da mão de Deus.
2. Justiça e graça.
Se Jó não é capaz de lidar nem com Behemot nem com
o Leviatã, então, como poderia tratar desse mundo complexo? Ele agiria com
justiça ao tratar dos complexos dilemas humanos? Deus deseja mostrar a Jó o seu
erro ao dizer que o Criador não havia sido justo com ele nem com o ímpio (Jó
6.29; 27.1-6; 21.29-31; 24.1-7). Nesse sentido, Jó seria capaz de tratar com o
mundo de forma melhor que Deus, como deu indiretamente a entender nas suas
argumentações? Ele não era capaz de domar sequer duas criaturas criadas por
Deus. Logo, jamais poderia ser igual ou mais justo que o próprio Criador, nem,
muito menos, auto justificar-se diante dEle. Só a graça de Deus poderia
justificá-lo. Ele dependeria somente da graça divina.
Não há nada que possa justificar o ser humano
diante de Deus, senão a sua maravilhosa graça (Ef 2.8).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O Behemot e o Leviatã revelam um Deus poderoso e justo.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Deus tinha feito a Jó muitas perguntas
humilhantes e perturbadoras, no capítulo anterior; agora, neste capítulo: I.
Ele exige uma resposta a elas, [40] vv.1,2. II. Jó se submete em um silêncio
humilde, vv.3-5. III. Deus passa a argumentar com ele, para a sua convicção, a
respeito da infinita distância e desproporção entre ele e Deus, mostrando que
Jó não era de modo algum páreo para Deus. O Senhor o desafia (vv.6,7) a
competir consigo, se ousar, na questão da justiça (v.8), do poder (v.9), da
majestade (v.10), e do domínio sobre a soberba (vv.11-14), e dá um exemplo do
seu poder em um determinado animal, aqui chamado de ‘Beemote’, vv.15-24. [...]
A descrição aqui apresentada do leviatã, um peixe muito grande, forte e
terrível, ou animal marinho, tem o objetivo de convencer Jó ainda mais da sua
própria impotência, e da onipotência de Deus, para que Jó possa ser humilhado
pela sua loucura de se fazer tão ousado para com o Senhor. I. Para convencer Jó
da sua própria fraqueza, ele é aqui desafiado a dominar e amansar este leviatã,
se puder, e se fazer seu senhor (vv.1-9); visto que ele não pode fazer isso,
deve reconhecer que é totalmente incapaz de permanecer na presença do grande
Deus, v.10” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a
Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.200-01).
CONCLUSÃO
Neste estudo mostramos como Deus se revelou a Jó de
uma forma maravilhosa. O que Jó tanto desejava finalmente aconteceu: o encontro
com Deus. Este se revelou a Jó não para recriminá-lo, mas para revelar-lhe o
quão imperfeito ele era e o quanto conhecia pouco acerca da majestade divina. O
Criador mostrou a Jó que, apesar de seu silêncio, Ele sempre esteve presente e
no controle de todos os acontecimentos. Cabendo, portanto, ao homem louvá-lo em
toda e qualquer situação.
VOCABULÁRIO
Design Inteligente:
Projeto inteligente, desenhado propositalmente.
Traz a ideia de um Ser inteligente que planejou e arquitetou toda a Criação.
PARA
REFLETIR
A respeito de “Quando Deus se Revela ao Homem”,
responda:
• Como que o Altíssimo se revelou
pessoalmente a Jó?
Jó estava diante de uma manifestação
teofânica de Deus, e Este falando-lhe do meio de um redemoinho.
• Qual propósito o Livro de Jó
revela?
O grande propósito do Livro de Jó revela
que, mesmo quando estamos às escuras, andando somente por fé e não por vista,
Deus está sempre próximo e presente.
• Qual o convite que Deus faz a Jó?
Deus convida Jó a contemplar o universo e
vê-lo como funciona.
• Deus censurou Jó com a revelação
da mecânica celeste e da vida?
A revelação de Deus sobre a mecânica
celeste e da vida não foi uma censura a integridade e sinceridade do patriarca.
• O que Deus deseja mostrar a Jó?
Deus deseja mostrar a Jó o seu erro ao
dizer que o Criador não havia sido justo com ele nem com o ímpio.
Informações: Revista Lições Bíblicas Adultos, 4° trimestre de 2020 – CPAD | Data da Aula: 20 de Dezembro de 2020| Obs. Os textos destacados na cor vermelha são subsídios para os professores da Escola Dominical.
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