🔥 REVISTA ADULTOS — 4º
TRIMESTRE DE 2022, CPAD
🕛 Data: 18 de dezembro de 2022
✍️Comentarista: Esequias Soares
📝 REVISTA: A Justiça Divina: A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel
📚 TEXTO ÁUREO
“Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva
correrão do seu ventre.” (Jo 7.38)
💡 VERDADE PRÁTICA
O rio da vida, que representa o fluir
do Espírito Santo, passa no meio do povo de Deus.
⏰ LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 2.8-10
O rio do jardim do Éden aparece no
limiar da humanidade
Terça - Is 44.3
Rios de águas representam também o
derramamento do Espírito Santo
Quarta - Ez 36.35
A terra será restaurada no Milênio como
o Éden
Quinta - Jl 3.18
O profeta Joel profetiza sobre um rio
fluindo da Casa de Deus para toda a Judá
Sexta - Zc 14.8
O rio revelado ao profeta Zacarias é
similar ao de Ezequiel
Sábado - Ap 22.1,2
O rio puro da água da vida flui do trono de Deus no mundo vindouro
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel 47.1-12
1 - Depois disso, me fez voltar à
entrada da casa, e eis que saíam umas águas de debaixo do umbral da casa, para
o oriente; porque a face da casa olhava para o oriente, e as águas vinham de
baixo, desde a banda direita da casa, da banda do sul do altar.
2 - E ele me tirou pelo caminho da
porta do norte e me fez dar uma volta pelo caminho de fora, até a porta
exterior, pelo caminho que olha para o oriente; e eis que corriam umas águas
desde a banda direita.
3 - Saiu aquele homem para o oriente,
tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados e me fez passar pelas
águas, águas que me davam pelos tornozelos.
4 - E mediu mais mil e me fez passar
pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e mediu mais mil e me fez passar
pelas águas, águas que me davam pelos lombos.
5 - E mediu mais mil e era um ribeiro,
que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se
deviam passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar.
6 - E me disse: Viste, filho do homem?
Então, me levou e me tornou a trazer à margem do ribeiro.
7 - E, tornando eu, eis que à margem do
ribeiro havia uma grande abundância de árvores, de uma e de outra banda.
8 - Então, me disse: Estas águas saem
para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar; e, sendo levadas
ao mar, sararão as águas.
9 - E será que toda criatura vivente
que vier por onde quer que entrarem esses dois ribeiros viverá, e haverá
muitíssimo peixe; porque lá chegarão essas águas e sararão, e viverá tudo por
onde quer que entrar esse ribeiro.
10 - Será também que os pescadores
estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as
redes; o seu peixe, segundo a sua espécie, será como o peixe do mar Grande, em
multidão excessiva.
11 - Mas os seus charcos e os seus
lamaceiros não sararão; serão deixados para sal.
12 - E junto do ribeiro, à sua margem,
de uma e de outra banda, subirá toda sorte de árvore que dá fruto para se
comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto; nos seus meses
produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto
servirá de alimento, e a sua folha, de remédio.
Hinos Sugeridos: 5, 387, 553 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO
Essa primeira parte do capítulo 47 é a
continuação da visão do Templo de Ezequiel (40.1,2). A primeira parte,
versículos 1-6, se concentra nas águas que fluem de debaixo do umbral do Templo
e, à medida que essas águas sanadoras vão fertilizando as áreas estéreis do
vale do Mar Morto, seguem aumentando o seu volume até se tornar um rio
caudaloso. A segunda parte, versículos 7-12, descreve o efeito milagroso dessas
águas, trazendo vida ao Mar Morto e à toda a região do Arabá. A presente lição
foca o aspecto escatológico da visão, mostra a implicação pneumatológica da
profecia e o contexto geológico do vale do Mar Morto.
PALAVRA-CHAVE
Imersão
I - SOBRE O ASPECTO ESCATOLÓGICO
1. A nascente do rio (v.1).
Vimos, na primeira lição do trimestre,
que o livro de Ezequiel antecipa o aspecto apocalíptico nas Escrituras
Sagradas. A visão nessa passagem é futurista e literal, e as evidências, tanto
internas quanto externas, dão sustentação para uma interpretação escatológica e
literal. O “umbral da casa” é uma referência ao templo da visão do profeta
(40.1,2).
Os detalhes desse complexo, como
dimensões de áreas, dependências e medidas, sugerem um templo literal. Isso é
simples de entender. Se os dois que foram destruídos, o de Salomão (2 Rs 25.9)
e o de Herodes (Lc 21.6), eram literais, não faz sentido o novo Templo ser uma
mera visão idealista, como símbolo ou figura para transmitir ideias ou
simbologia. De igual modo, a promessa divina do novo Templo é também literal
(Jl 3.18; Zc 14.8).
2. O guia celestial (vv.2,3a).
Um personagem que aparece desde o
início da visão do novo templo: “um homem cuja aparência era como a aparência
do cobre, tendo um cordel de linho na mão e uma cana de medir” (40.3) continua
como cicerone nesse “passeio”.
Esse anjo fez Ezequiel sair pelo portão
do norte e, dessa forma, contornar o Templo no sentido horário em direção ao
oriente. Isso porque a porta oriental estava fechada: “Esta porta estará
fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de
Israel, entrou por ela; por isso, estará fechada” (44.2). No período dos dois
templos, essa porta nunca esteve trancada, e isso revela o caráter escatológico
da visão.
3. Os novos frutos (v.12).
A linguagem dessa passagem é
apocalíptica e escatológica e tem paralelo com o livro de Apocalipse (22.1,2).
A visão de Ezequiel, em relação “a toda sorte de árvore que dá fruto para se
comer [...] nos seus meses produzirá frutos novos”, se refere ao Milênio e a do
apóstolo João, ao mundo vindouro, a eternidade. Mas ambos os textos são
literais; no novo céu e na nova terra não existe mar. O Milênio é distinto do
mundo vindouro (Ap 21.1), ver a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no
Brasil (XXIII.5).
SINOPSE I
O aspecto escatológico leva em conta a
literalidade do novo Templo, o fechamento da porta do Templo e a frutificação
das árvores no Milênio.
II - SOBRE A IMPLICAÇÃO PNEUMATOLÓGICA
1. As águas (vv. 3-6).
O ser celestial fez Ezequiel passar
pelas águas, que ao caminhar o primeiro trecho de “mil côvados”, ou “quinhentos
metros” (NAA) “elas me davam pelos tornozelos” (v.3). Quinhentos metros mais
adiante, as águas chegam aos joelhos e, depois de mais quinhentos metros, elas
já estão nos lombos (v.4).
Quinhentos metros mais além, essas
águas já haviam se tornado num ribeiro e o profeta agora tinha que nadar (v.5).
Ele atravessou o ribeiro nadando, mas depois, o ser celestial trouxe o profeta
de volta para a margem do ribeiro (v.6). Qual o propósito disso? Era necessário
que Ezequiel visse a extensão e a profundidade do ribeiro para reconhecer a
fonte de todos esses milagres. Essa experiência da imersão do profeta nas águas
tem implicações teológicas profundas (Jo 7.37-39).
2. O Espírito Santo.
A imersão de Ezequiel nessas águas pode
ser comparada ao crente cheio do Espírito Santo, visto que a água é um dos
símbolos do Espírito (1 Jo 5.6). Os símbolos do Espírito Santo são reflexos das
suas múltiplas operações. O próprio Jesus se referiu ao Espírito ao falar sobre
o Espírito Santo no discurso de João 7.37-39. O Espírito Santo é ilustrado como
água, pois, assim como a água é indispensável à vida física de qualquer ser
vivo, da mesma maneira o Espírito é indispensável à vida do crente. A água
refresca, refrigera e dá uma sensação de tranquilidade e bem-estar, e é isso
que o Espírito Santo realiza na vida do crente (Is 44.3). Ademais, não podemos
esquecer que o Senhor Jesus Cristo é a fonte de água viva (Jo 4.14).
3. Imerso nas águas e no Espírito
(vv.3-5).
O Espírito Santo é a terceira Pessoa da
Trindade, ou seja, é uma pessoa (Mt 28.19). Como Ele pode ser uma pessoa e os
crentes serem cheios dEle? “Todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4). Ser
cheio do Espírito Santo é uma expressão que indica estar o cristão nos domínios
do Espírito (At 4.8; Ef 5.18). Isso está bem ilustrado na visão de Ezequiel
inundado nas águas sanadoras que brotam do Templo de Deus (Ez 47.3-5).
SINOPSE II
A água é o maior símbolo da implicação
pneumatológica de Ezequiel 47.
Auxílio Teológico
Águas através do Templo
“A repartição da terra que
começou a ser descrita em 45.1-8 continua em 47.13 – 48.35. Mas aqui
encontramos um interlúdio poético acerca de águas refrescantes para as nações.
Elas vinham de debaixo do umbral da casa (Templo), para o oriente (1); essa
água da redenção vinha de baixo, da banda do sul do altar. Em sua visão,
Ezequiel foi levado para observar a corrente de água fluindo através do Templo.
Visto que a água estava fluindo do lado sul, o profeta foi levado para fora
pelo caminho da porta do norte [...] até a porta exterior (2), e então para o
leste, seguindo a correnteza das águas” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a
Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.487
III -
SOBRE O CONTEXTO GEOLÓGICO DO VALE DO MAR MORTO
1. A abundância de árvores (v. 7).
O Arabá, em hebraico a’ravah,
literalmente “árido”, mas aparece também no Antigo Testamento como “planície”
(Dt 1.1) ou “deserto” (Is 35.1). É o nome de um vale (Js 18.18) que se estende
desde a Galileia, no norte de Israel, e vai até o golfo de Ácaba, no sul do
país, na margem do Mar Vermelho (Dt 1.1 – diante de Sufe). Nessa região se
localiza o Mar Morto (Js 3.16 – Mar Salgado), parte da região era território da
antiga Pentápolis que incluía as cidades de Sodoma e Gomorra, cuja destruição
trouxe esterilidade na região de modo que ali não nasce planta alguma, nem
mesmo capim (Dt 29.23). No entanto, a palavra profética contempla o surgimento
de “abundância de árvores” (v.7) como resultado das bênçãos das águas
vivificadoras. Esse quadro profético é do Milênio.
2. O Mar Morto (v.8).
Essas águas “sendo levadas ao mar
sararão as águas” (v. 8). Esse “mar” é o Mar Morto, ou mar de Sal (Gn 14.3),
mar Salgado (Js 3.16), mar das Campinas, ou mar da Arabá (Dt 3.17 – NAA).
Localiza-se na depressão mais profunda do planeta, 396 metros abaixo do nível
do mar, e é alimentado pelas águas do Jordão e de uns poucos córregos menores.
Visto que o lago não possui escoamento
natural, suas águas são eliminadas por meio de evaporação. Essas águas possuem
uma salinidade incomum que vem desses riachos, fluindo através de solos
salitrosos alimentados por fontes sulfurosas. Não há vida nessas águas, que
contêm mais de 30% de sais minerais, ao passo que a média dos oceanos é de 3%.
É uma fonte de riquezas minerais.
3. Vida no Mar Morto (vv.9,10).
A chegada das águas vivificadoras do
Templo revive o Mar Morto e o resultado é a grande multiplicidade de peixes
como no Mar Mediterrâneo, o “mar grande” (v.10). Isso faz lembrar da criação no
princípio (Gn 1.20,21). Os pescadores em “En-Gedi até En-Eglaim” (v.10)
lançarão suas redes para apanhar os peixes, um cenário nunca visto até então na
história. En-Gedi é um pequeno oásis localizado no deserto da Judeia, próximo
ao Mar Morto (Js 15.62), onde Davi se acampou quando perseguido por Saul (1 Sm
23.29; 24.1). En-Eglaim é uma localidade desconhecida, há quem afirme que fica
na outra margem do mar, que seria hoje a Jordânia, mas a linguagem parece
indicar sentido norte-sul e não leste-oeste.
4. Sobre os charcos lamaceiros com sal
que não serão restaurados (v.11).
Há ainda muitas controvérsias. Como a
vida não se estende além das águas da salvação que fluem do Templo, talvez a
morte continue nesses buracos salinos (Is 66.24; Jr 30.23,24; Ap 20.10). A
descrição do Milênio em Isaías indica haver pecado e morte em escala reduzida,
nascimento e envelhecimento (Is 65.20-23). Mas há quem afirme que esses charcos
serão de grande utilidade para economia por causa da abundância das riquezas
minerais, até para o tempero, como o sal para os sacrifícios (Ez 43.24), mas
não há unanimidade sobre nenhum desses pensamentos.
SINOPSE III
A abundância de árvores como resultado
das bênçãos das águas purificadoras na região do Mar Morto é a prova da nova
realidade milenial.
Auxílio Teológico
Sarando o Mar Morto
“[47.8,9] - O vale do Jordão
é a depressão geológica na qual o mar Morto se encontra. Esse mar tem uma água
tão salgada que não há vida nela. As águas que vinham do altar desaguavam no
mar Morto, sarando-lhe, de modo que a vida era novamente possível nele. Esta é
outra característica da água que flui do Templo de Deus; ela dá vida. O poder
de Deus pode transformar-nos, não importa quão apáticos ou corruptos possamos
ser. Seu poder pode curar até mesmo aqueles que se sentem confusos e sem
esperança” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995,
p.1084).
CONCLUSÃO
As águas terapêuticas do rio da visão
de Ezequiel saem de debaixo do umbral e as águas cristalinas que saem do trono
de Deus e do Cordeiro, em Apocalipse, apontam para Cristo e o Espírito Santo. É
significativa a presença do rio no Éden, no princípio. No relato da criação e
do rio da vida no mundo vindouro, o rio da visão de Ezequiel fica entre eles,
ou seja, entre o primeiro e o último. Vemos, em tudo isso, a restauração
escatológica da terra e a efusão do Espírito sem medida.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Onde nasce o rio das águas
vivificadoras?
O rio flui de debaixo do umbral do
templo (Ez 47.1).
2. Por que o cicerone celestial
contornou o novo templo com Ezequiel?
Porque a porta oriental estava fechada:
“Esta porta estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o
Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, estará fechada” (44.2).
3. O que significa “imerso nas águas”
ou “cheio do Espírito Santo”?
Ser cheio do Espírito Santo é uma
expressão que indica estar o cristão nos domínios do Espírito (At 4.8; Ef
5.18).
4. O que significa o surgimento de
“abundância de árvores” numa terra estéril?
Resultado das bênçãos das águas
vivificadoras.
5. O que acontecerá com as águas do Mar
Morto com a chegada das águas vivificadoras?
A chegada das águas vivificadoras do
templo revive o mar Morto e o resultado é a grande multiplicidade de peixes
como no mar Mediterrâneo, o “mar grande” (v.10).
VOCABULÁRIO
Charcos: Água parada, rasa, suja e lodacenta que se espalha no chão.
Cicerone: Pessoa (normalmente profissional) que mostra e explica a
visitantes ou a turistas os aspectos importantes ou curiosos de determinado
lugar; guia.
Salitrosos: Que contém muito salitre (Nitrato de Potásio).
Sulfurosas: Diz-se de ou ácido que contém menos oxigênio que o
sulfúrico (ácido usado na fabricação de fertilizantes, detergentes etc.).
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