🔥 Classe Dominical: Lições Bíblicas Adultos
✔️Trimestre: 3° de 2022
📚 Editora: CPAD
✍️Comentarista: José Gonçalves
📝 Assunto da Revista: OS
ATAQUES CONTRA A IGREJA DE CRISTO:
As Sutilezas de Satanás nestes Dias que
Antecedem a Volta de Jesus Cristo
📚 TEXTO ÁUREO
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não
vem de vós; é dom de Deus.” (Ef 2.8)
💡 VERDADE PRÁTICA
A graça de Deus não é barata. Ela requer arrependimento, novo comportamento, ou seja, nova vida em Cristo.
⏰ LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 1.21
Deus achou por bem salvar
Terça - Rm 3.10
Não há um só justo diante de Deus
Quarta - Gn 3.17
A responsabilidade humana
Quinta - Rm 5.12b; Gn 3.23
A nefasta consequência do pecado
Sexta - 1 Tm 2.5; Jo 3.16
A graça de Deus é oferecida a todos
Sábado - Mc 16.16; Jo 6.47
A graça de Deus é eficaz para quem crer
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.4-10
4 - Mas Deus, que é riquíssimo em
misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 - estando nós ainda mortos em nossas
ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
6 e nos ressuscitou juntamente com ele,
e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 - para mostrar nos séculos vindouros
as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em
Cristo Jesus.
8 - Porque pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.
9 - Não vem das obras, para que ninguém
se glorie.
10 - Porque somos feitura sua, criados
em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos
nelas.
HINOS SUGERIDOS: 37, 79, 205 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
É preciso compreender de maneira bíblica o conceito da graça de Deus. Dessa compreensão os crentes dependem para não banalizar um bem tão precioso. Nesta lição, temos o propósito de analisar a graça de Deus no seu sentido bíblico, histórico e contemporâneo. Que seus alunos se conscientizem de que a graça é um bem precioso de Deus para a nossa vida e, por isso, não pode ser banalizada.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Explicar a natureza da
graça;
II) Apresentar a graça no
contexto bíblico;
III) Classificá-la no
contexto histórico da Reforma Protestante;
IV) Pontuá-la no contexto
contemporâneo.
B) Motivação: Não há
salvação sem a graça de Deus. Esse favor imerecido prova que o ser humano não
tem capacidade em si mesmo para salvar-se. Entretanto, a graça também não é uma
licença para pecar, como, infelizmente, muitos fazem pensar. Atentemos para o
ensino da Bíblia a respeito de tão importante assunto.
C) Sugestão de Método: Na
lição, há uma indicação de que a expressão "'graça barata' foi introduzida
na literatura para expressar a vida cristã nominal ou mundanizada". A
partir desse conceito, ao introduzir o último tópico da lição, solicite aos
alunos que citem exemplos em que a graça tenha sido banalizada. Em seguida,
mostre que a graça de Deus compreende arrependimento, novo comportamento e nova
vida em Cristo como bem expressa a verdade prática de nossa lição.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O advento
da graça é a maior prova do amor de Deus pela humanidade. Ela é preciosa porque
é uma iniciativa de Deus para salvar o homem pecador. Por isso, não podemos
banalizá-la. Ela revela um alto preço que foi pago pelo nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador
Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos,
entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 91, p.37,
você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Deus Tem Todo Direito de Estar Irado" é uma reflexão a respeito da necessidade da graça agir no mundo; 2) O texto "Sobre a Culpa" traz uma reflexão a respeito da culpa dentro do contexto contemporâneo da graça.
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a graça
de Deus. Não há dúvidas de que nos últimos anos os cristãos têm demonstrado
maior interesse em conhecer melhor a doutrina da graça. Nesse sentido, pode-se
dizer que há um despertar da graça. Contudo, para muitos, esse ensino continua
ainda ofuscado. Nesse aspecto, pode se dizer que a doutrina da graça tem sido
mal compreendida e, portanto, mal assimilada e, consequentemente, desvirtuada.
Muito do que se prega e se ensina como sendo o Evangelho da graça, nada mais é
do que uma forma deturpada da graça. É a graça barateada.
PALAVRA-CHAVE
Banalização
I –
COMPREENDENDO A GRAÇA
1. A graça é divina.
Ao se afirmar que a graça é divina, se
quer dizer com isso que a sua origem está inteiramente em Deus. Foi Ele quem
quis agir com graça. O testemunho bíblico é que “aprouve a Deus salvar” os
homens (1 Co 1.21). Isso significa que a origem da graça, bem como a iniciativa
da salvação, é ato de Deus. A graça, portanto, tem origem no céu. Ninguém pode
salvar a si mesmo.
2. A graça é imerecida.
A graça é um favor imerecido. Isso
significa que ninguém a merecia e nem tinha como merecê-la. De fato, a
Escritura diz que “não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10). Nossa justiça
própria é como trapo da imundícia (Is 64.6). A nossa condição antes de
conhecermos a graça se assemelhava a de alguém que deve uma grande quantia e
não tem com que pagar (Lc 7.42; Ef 2.4,5).
SINÓPSE I
Deus quis agir com graça para com todos
os homens sem que eles merecessem e, por isso, essa graça é um favor imerecido.
II - A
GRAÇA NO CONTEXTO BÍBLICO
1. A necessidade da graça.
Uma das doutrinas mais bem definidas e
claras nas Escrituras é a referente à queda do homem.
O primeiro fato a ser observado é que
Adão, o primeiro homem, foi criado como um ser moralmente livre, podendo
escolher o que fazer. A Escritura diz que Adão foi tentado (Gn 3.6), mas não
coagido a pecar (Gn 2.16,17). Deus o responsabilizou por sua desobediência (Gn
3.17). O primeiro homem, portanto, de forma livre e voluntária, desobedeceu e
pecou (Rm 5.12a).
O segundo fato é que a queda do homem
produziu consequências, tanto para ele como para sua posteridade. Adão era o
cabeça da raça e como tal todos os homens estavam sob seus lombos (Rm 5.12b; Gn
3.23). Ninguém, portanto, ficou fora da esfera do pecado.
Tendo caído no pecado, o homem não
podia por si mesmo se libertar. Uma das
consequências advindas da Queda foi a necessidade da satisfação da justiça
divina. Por isso, a justiça de Deus exige a punição do pecado. Isso porque Deus
sendo justo e santo não deixaria o pecado impune. Contudo, assim como Deus é
justo, da mesma forma, Ele é amor. Isso é denominado pelos teólogos como a doutrina
do “duplo amor de Deus” – O amor de Deus à justiça e o amor de Deus à
humanidade. Se por um lado, a justiça divina exige a punição do pecado, por
outro lado, o amor de Deus pela humanidade levou-o a prover a cruz como o meio
de justificação (1 Tm 2.5; Jo 3.16). Em Cristo Jesus, portanto, Deus manifesta
o seu grande amor pela humanidade e vê nEle sua justiça satisfeita.
2. A extensão da graça.
As Escrituras afirmam que Deus quer
salvar a todos (1 Tm 2.4). Deus ama todos os homens. Logo, o mais vil pecador,
no lugar onde estiver, é amado por Deus e, por isso, deve ser alcançado. O
alcoólatra, o adúltero, o homicida etc., todos serão aceitos por Deus se
receberem a graça divina, Cristo Jesus. Essa graça é extensiva a todos os
homens. Ela é universal. Contudo, essa graça não é universalista. Uma coisa não
tem relação com a outra.
O
universalismo prega que todos, independente de credo,
religião ou arrependimento, ou comportamento, serão salvos. Ao contrário, a
graça é universal porque é estendida a todos os homens. Todos os que se
arrependerem e confessarem a Cristo podem ser salvos. A graça é oferecida a
todos (Tt 2.11). Contudo, só se torna eficaz na vida daquele que crê (Mc 16.16;
Jo 6.47).
SINÓPSE II
No contexto bíblico, a graça é uma
necessidade de todos os homens. Por isso, ela é estendida a toda a humanidade.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“DEUS TEM TODO
DIREITO DE ESTAR IRADO
Muitos não entendem,
porque confundem ira divina com raiva humana. Ambas têm pouca coisa em comum. A
ira dos homens é tipicamente auto-acionada, e inclinada a explosões de
tempestades e atos violentos. Ficamos irados por havermos sido passados para
trás, negligenciados, ou enganados. Esta é a ira dos homens, não de Deus. Deus
[...] se ira porque a desobediência sempre resulta em autodestruição.
Que tipo de pai se
sentaria e assistiria seu filho ferindo-se a si próprio. Que espécie de Deus
faria o mesmo? Você acha que Ele dá risadinhas quando vê um adultério, ou ri em
silêncio de um assassinato? Pensa que Ele olha para o outro lado, quando produzimos
programas de entrevistas baseados em prazeres perversos? Imagina que Ele
balança a cabeça e diz ‘Humanos são humanos’? Eu não acho. Anote e sublinhe em
vermelho: Deus está legitimamente irado. Deus é santo. Nossos pecados são uma
afronta à sua santidade” (LUCADO, Max. Nas Garras da Graça: Você não pode
escapar do seu amor. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.30-32).
III – A
GRAÇA NO CONTEXTO DA REFORMA
1. A corrupção da doutrina da graça.
O contexto da Reforma Protestante do
século XVI é muito diversificado. Contudo, é possível identificar alguns
fatores que contribuíram para o surgimento da Reforma: o catolicismo perdia
influência e, por isso, surgiu uma reação contra os líderes religiosos por
conta de seu baixo nível moral; a rejeição da doutrina católica como válida; um
maior interesse pela educação, que deixa de ser um privilégio dos líderes
católicos; e uma maior diversidade doutrinária.
De uma forma direta, pode-se afirmar
que a Reforma surge como uma resposta ao enfraquecimento, deturpação e negação
da doutrina da graça, que no período medieval, havia sido totalmente
desconfigurada. A salvação pelas obras havia substituído a salvação pela fé
somente (Rm 1.17). Em outras palavras, a salvação havia se tornado meritória.
2. A restauração da doutrina graça.
Como foi observada, a Reforma,
portanto, surge como uma reação à corrupção da doutrina da graça. Lutero, monge
alemão agostiniano, se torna o principal porta-voz da doutrina “pela fé
somente”. Posteriormente, o lema luterano seria conhecido como uma das cinco
solas: sola gratia (só a graça).
Os reformadores estavam também
convictos de que somente através do retorno às Escrituras a doutrina da graça
poderia ser restaurada. Foi por isso que lutaram. Foi por isso que sofreram e,
até mesmo, morreram. A doutrina da graça não aceita misturas. É pela graça
somente que somos salvos.
SINÓPSE III
A graça no contexto da Reforma revela
duas realidades: a corrupção da doutrina da graça; e a restauração da doutrina
da graça.
IV – A
GRAÇA NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO
1. A graça barateada.
Há muito a expressão “graça barata” foi
introduzida na literatura para expressar a vida cristã nominal ou mundanizada.
De fato, o evangelho expresso por alguns ensinadores não reflete mais a graça.
Parece que quanto mais crescem, menos influência os evangélicos estão causando
na sociedade. Urge voltar para o Evangelho da genuína graça de Deus.
Paulo foi um defensor do Evangelho da
graça. [...] O apóstolo sabia do alto preço que custou a nossa salvação – o
sangue de Cristo. A salvação é de graça, mas o seu preço custou caro.”
2. O valor da graça.
Escrevendo aos coríntios, o apóstolo da
graça afirmou: “Vocês foram comprados por preço” (1 Co 7.23 – NAA). Paulo foi
um defensor do Evangelho da graça. Em seu tempo ele não aceitou de forma alguma
os penduricalhos que alguns cristãos quiseram por ao Evangelho.
O apóstolo sabia do alto preço que
custou a nossa salvação – o sangue de Cristo. A salvação é de graça, mas o seu
preço custou caro. Duas coisas precisam ser observadas neste texto.
Primeiramente, a voz passiva do verbo grego indica que outra pessoa fez a
transação por nós e o tempo verbal (aoristo) diz que essa transação foi
completa. Não há mérito humano, Cristo pagou o preço e fez tudo por nós. Nada
mais precisa ser acrescentado a nossa salvação. Isso é graça!
SINOPSE IV
No contexto contemporâneo é preciso tomar
cuidado com o barateamento da graça, e priorizarmos o valor de tão grande
doutrina cristã.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
SOBRE A CULPA
“Algum tempo atrás, li a
história de um menino que estava atirando pedras com um estilingue. Ele nunca
conseguia acertar o alvo. Quando retornou ao quintal da vovó, avistou o pato de
estimação da velha senhora. Num impulso, fez pontaria e mandou ver. A pedra atingiu
o pato, e este morreu. Apavorado, o menino escondeu a ave na pilha de lenha,
apenas para levantar os olhos e descobrir que sua irmã estava observando. [...]
A cada momento de sua vida, seu acusador está arquivando acusações contra você.
Ele tem anotado cada erro, e marcado cada escorregão. Negligencie suas
prioridades, e ele [o acusador] tomará nota disso. Abandone suas promessas, e
ele registrará tudo. Tente esquecer seu passado; ele o lembrará. Tente desfazer
seus erros; ele o frustrará” (LUCADO, Max. Nas Garras da Graça: Você não pode
escapar do seu amor. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.170).
CONCLUSÃO
Nesta lição, partimos da necessidade de
se compreender corretamente o que é a graça de Deus. Vimos como a graça de Deus
foi entendida em diferentes contextos. A Bíblia é sempre a régua através da
qual qualquer entendimento da doutrina da graça precisa ser medido. Como
verberou na Reforma, a Escritura continua ecoando em nossos dias – a salvação é
somente pela graça.
VOCABULÁRIO
Lombo: Cada uma das regiões simétricas situadas de um lado e do outro da coluna vertebral, abaixo ou após as costelas.
REVISANDO
O CONTEÚDO
1. O que se quer dizer
com a expressão “a graça é divina”?
Ao se afirmar que a graça é divina, se quer dizer com isso que a sua origem está inteiramente em Deus.
2. Qual é a diferença
entre a graça universal e a “graça universalista”?
A graça é extensiva a todos os homens. Ela é universal. Contudo, por ser universal, não significa dizer que ela é universalista, que quer dizer que todos independente de credo, religião ou arrependimento, serão salvos.
3. Segundo a lição, como
surge a Reforma Protestante?
A Reforma Protestante surge como uma reação à corrupção da doutrina da graça.
4. O que quer dizer a
expressão “graça barata”?
A expressão “graça barata” diz respeito à vida cristã nominal ou mundanizada.
5. O que o apóstolo Paulo
afirmou ao escrever aos coríntios?
Escrevendo aos coríntios, o apóstolo da
graça afirmou: “Vocês foram comprados por preço” (1 Co 7.23 – NAA).
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