REVISTA BETEL:
1° Trimestre de 2022 | Título: EZEQUIEL – O Profeta com a Mensagem de
Juízo, Arrependimento, Restauração e Manifestação da Gloria de Deus
TEXTO ÁUREO
“E farei em ti o que nunca fiz e o que jamais farei, por causa de todas as tuas abominações.” Ezequiel 5.9
VERDADE APLICADA
É preciso andar em Espírito para não ceder aos desejos da natureza pecaminosa e viver em constante vigilância e oração.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1.
Explicar
acerca do pecado e suas consequências.
2.
Explicitar
que a lei de Deus é inviolável.
3. Ressaltar que Deus é amor, mas também justiça.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
EZEQUIEL
5
8-
Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Porque multiplicastes as vossas maldades
mais do que as nações que estão ao redor de vós, nos meus estatutos não
andastes, nem fizestes os meus juízos, nem ainda procedestes segundo os juízos
das nações que estão ao redor de vós;
9-
Por isso, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu, sim, eu, estou contra ti; e
executarei juízos no meio de ti aos olhos das nações.
13-
Assim, se cumprirá a minha ira, e satisfarei neles o meu furor e me consolarei;
e saberão que sou eu, o Senhor, que tenho falado no meu zelo, quando cumprir
neles o meu furor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA
/ Sl 9.8
Deus governa os povos com retidão.
TERÇA
/ Rm 1.17
O Evangelho revela a justiça de Deus.
QUARTA
/ Rm 3.21-25
O plano divino de salvação.
QUINTA
/ Hb 12.29
Deus é fogo consumidor.
SEXTA
/ 1Jo 4.8
Deus é amor.
SÁBADO / 1Jo 4.16 O amor de Deus é insondável.
HINOS SUGERIDOS 12, 116, 302
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
a Deus por unidade entre as igrejas no país.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1-
O pecado e suas consequências
2-
A lei de Deus é inviolável
3-
O amor de Deus e Sua justiça
Conclusão
INTRODUÇÃO
A doutrina do pecado perpassa as Escrituras desde Gênesis 3. Infelizmente, muitos ignoram a realidade, gravidade e consequências do pecado. Tais pessoas minimizam, desprezam e deturpam a doutrina da salvação.
PONTO DE PARTIDA
Estejamos vigilantes, em constante oração.
1- O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O
Senhor diz: “…e de seus pecados […] não me lembrarei mais” [Hb 8.12]. O profeta
diz que como resultado da compaixão de Deus os pecados seriam lançados nas
“profundezas do mar” [Mq 7.19]. Isso quer dizer que os pecados perdoados não
serão mais imputados e não entrarão na balança nem na contagem para impedir a
salvação. Precisamos ter ciência de que ao pecar deliberadamente (com
conhecimento de causa), não ficaremos impunes. Uma vez que a lei está
estabelecida, e sendo conhecedores dela, tornamo-nos sujeitos. O Senhor Jesus
advertiu o homem que havia sido curado para não repetir o pecado ou continuar
nele para que não lhe acontecesse algo pior [Jo 5.14].
1.1.
A revelação dos pecados de Israel.
Na
passagem bíblica de Ezequiel 5.7,11, Deus revela categoricamente os pecados da
nação de Israel. Em Gênesis 3 encontramos como Deus lidou com a queda do
primeiro casal. Antes do anúncio acerca da “semente da mulher” e de
providenciar vestes adequadas, primeiro o Criador confrontou-os com a realidade
do pecado: “Quem te mostrou…? Comestes da árvore que te ordenei que não
comesses?” É um modelo para todos os tempos: é fundamental que o pecado seja
exposto, as pessoas precisam saber o que desagrada a Deus e está contra a Sua
vontade para nós. O apóstolo Paulo expôs a universalidade do pecado em Romanos
1.3, para depois apresentar em detalhes o plano divino de salvação [Rm
3.21-25].
Subsídio do Professor:
De acordo com John B. Taylor: “O crime do povo de Jerusalém foi que,
a despeito de todos os favores de Deus, tinha sido rebelde contra Seus juízos e
estatutos. Estas são palavras que Ezequiel emprega frequentemente, em comum com
Levítico e Deuteronômio, e se referem a um corpo estabelecido de lei, a
obediência ao qual fazia parte integrante da aliança. Pior do que isto, o povo
excedera as demais nações na sua perversidade (…) [Ez 5.7].”
1.2.
O juízo e a ira de Deus.
O
Senhor Deus apresentou o pecado e também o juízo divino [Ez 5.8, 11-13]. É
preciso lembrar que a Bíblia também revela acerca da ira de Deus, não apenas
sobre Sua graça e misericórdia [Na 1.2-3; Rm 1.18; 11.22; Ap 6.16]. São temas
não muito expostos em nossos dias, porém bíblicos. Tony Evans escreveu: “A ira
de Deus não é um assunto fácil de tratar. Mas faz parte integrante de sua
natureza como suas demais qualidades, quer seja o seu amor, a sua santidade ou
a sua misericórdia. Se eu deixasse de falar disso, estaria causando um grande
mal à minha igreja e a outras pessoas expostas ao meu ministério”.
Subsídio do Professor:
Comentando o texto bíblico de Ezequiel 5.11, John B. Taylor afirmou
o seguinte: “Além da desobediência e da rebeldia veio a profanação do santuário
de Deus com coisas detestáveis e abominações. Esta é a primeira referência em
Ezequiel às práticas corruptas que estavam sendo realizadas no Templo entre o
cativeiro de Joaquim e a destruição final da cidade em 587 a.C. O capítulo 8
descreve esta situação com pormenores horripilantes. Por tudo isto, diz Deus:
eu retirarei sem piedade os meus olhos de ti. A expressão “os meus olhos” é um
acréscimo explanatório a um texto difícil. Uma variante diz: “Eu vos
abaterei”.”
1.3.
Os pecados de Israel foram punidos exemplarmente pelo Senhor.
A
punição veio com a destruição de Jerusalém, muitos foram mortos, outros levados
ao exílio e um pequeno grupo deixado em um ambiente de destruição [Jr 39.1-10].
Assim, um povo livre ficou cativo a reis idólatras, longe de sua terra, exposto
a outros costumes. A nação recebeu o castigo como ensino, pela ingratidão e por
se afastar das leis divinas. A professora Betty Bacon escreveu: Muitas pessoas
ignoram as advertências do Senhor, achando que são ameaças vazias. Alguém
advertiu: “Não cometa o erro de pensar que Deus não cumpre o que diz ou que
suas palavras têm outro sentido. Pecadores gostam de acreditar que Deus nunca
os castigará”.
Subsídio do Professor:
De acordo com o Comentário Bíblico Shedd: “O povo de Deus chegou a
sobrepujar os pagãos no paganismo. Quem conhece a Palavra de Deus e recusa-se a
obedecer-lhe sofre uma queda maior do que a dos ignorantes.”
EU ENSINEI QUE:
A Bíblia também revela acerca da ira de Deus, não apenas sobre Sua
graça e misericórdia. Assim, vemos que Deus revelou categoricamente os pecados
da nação de Israel e os puniu exemplarmente.
2- A PALAVRA DE DEUS PERMANECE PARA
SEMPRE
A
Bíblia diz que Deus não se deixa enganar (escarnecer, zombar), porque tudo que
o homem semear, isso também ceifará [Gl 6.7]. Tal princípio de semeadura e
colheita também se aplica a “semear no Espírito” e “semear” boas atitudes para
com o próximo [Gl 6.8-9].
2.1.
O pecado deliberado é uma afronta a Deus.
Muitos
dizem que são nascidos de Deus, que são seguidores de Jesus Cristo, que têm o
Espírito Santo; mas pecam deliberadamente, satisfazendo seus desejos
pecaminosos. São atitudes que zombam de Deus e O desprezam. Os pecados
premeditados têm uma conotação diferenciada, pois foram estudados e são
conscientes. Precisamos ter em mente que a maquinação para fazer o mal ou para
pecar aborrece o Senhor [Pv 6.12-19].
Subsídio do Professor:
De acordo com o Comentário Bíblico Moody: “A vida vitoriosa cristã é
uma vida de pecados confessados; a confissão genuína inclui abandonar o pecado
e somente assim se produz o crescimento espiritual.”
2.2.
Pecadores: a diferença quanto ao nível de revelação que possuem.
“Mas
Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os
homens, em todo lugar, que se arrependam.” [At 17.30]. Quem é conhecedor se
torna mais culpado, porque conhece a verdade e não poderá escapar do juízo de
Deus [Ez 14.12-15]; conhecer as leis, os estatutos e os mandamentos e errar, na
maioria das vezes consciente, se torna indesculpável.
Subsídio do Professor:
É preciso ter em mente que o cristão pode até errar, mas não deve
viver na prática do pecado. É preciso se arrepender, pedir perdão e se esforçar
para não repetir o erro. As palavras de Jesus Cristo à mulher adúltera foram:
“Vai-te, e não peques mais” [Jo 8.11]. Deus perdoa e não quer que Seus filhos
continuem pecando, antes, que vivam em santificação. Permanecer no erro é não
dar valor ao sacrifício de Jesus Cristo no Calvário, que morreu justamente para
nos livrar dos pecados e da condenação eterna: “Não peques mais, para que te
não suceda alguma coisa pior” [Jo 5.14].
2.3.
Israel: uma nação escolhida, mas um povo ingrato.
Nos
registros bíblicos encontramos ensinos e avisos para nós [Rm 15.4; 1Co 10.11].
Assim, ao estudarmos acerca da história de Israel e seu relacionamento com Deus
precisamos pedir ao Espírito Santo que nos ajude a percebermos tais ensinos e
avisos. Apesar de Israel ter sido escolhido por Deus, estabelecido na terra de
Canaã, ter obtido tantas vitórias e ter um templo que foi cheio da glória de
Deus [2Cr 7.1-3], não significava que Deus iria ficar indiferente a um viver
contrário à Sua Palavra revelada a este povo. Trata-se de uma grande lição e
aviso para nós [1Co 10.12]. A graça de Deus em nós não nos libera para vivermos
e servirmos a Deus de qualquer maneira. O mesmo capítulo 12, da epístola aos
Hebreus, que menciona graça, também enfatiza: respeito, temor e fogo consumidor
[Hb 12.28-29].
Subsídio do Professor:
Vale ressaltar que o apóstolo Paulo afirmou que nós somos o templo
de Deus, morada do Altíssimo, tabernáculo santo: “Se alguém destruir o templo
de Deus, Deus o destruirá” [1Co 3.17a]. Inúmeras vezes, o Novo Testamento
adverte os cristãos atuais contra esses mesmos pecados terríveis cometidos pela
nação israelita.
EU ENSINEI QUE:
A Palavra de Deus permanece para sempre e que o pecado deliberado é
uma afronta a Deus. Devemos ter em mente também que a graça de Deus não nos
libera para vivermos e servirmos a Deus de qualquer maneira.
3- O AMOR DE DEUS E SUA JUSTIÇA
Deus
é amor [1Jo 4.8, 16], mas também é fogo consumidor [Hb 12.29]. Muitos, de uma
maneira equivocada e distorcida, se baseiam no amor, na graça e misericórdia de
Deus, para, de uma forma inescrupulosa, transgredir as leis divinas, como se o
Pai não tivesse a justiça como atributo. Na verdade, onde existe amor puro, a
verdadeira justiça está presente. Quem corrige é porque ama: “Porque o Senhor
corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.” [Hb 12.6].
3.1.
Amor versus justiça.
O
amor de Deus é insondável [1Jo 4.16], insubstituível, não fingido. A maior
expressão de amor está descrita em João 3.16, quando Deus ama o mundo de tal
maneira (sem parâmetro, incalculável), a ponto de dar Seu Filho Unigênito para
morrer em nosso lugar, para salvar os pecadores, que nada merecem. Russell E.
Joyner: “A justiça de Deus inclui a penalidade do juízo, mas subordina essa
atividade à obra global de estabelecer a sua justiça amorosa” [Dt 7.9-10]. A
justiça de Deus é santa, perfeita e imutável. Deus é a verdade e nEle não há
injustiça; justo e reto é [Dt 32.4]. O Evangelho revela a justiça de Deus [Rm
1.17]. Ele mesmo julga o mundo com justiça; governa os povos com retidão [Sl
9.8].
Subsídio do Professor:
De acordo com o Comentário Bíblico Beacon: “Visto que Deus é
perfeito e o amor é a sua natureza, em que sentido deve o seu amor se tornar
perfeito em nós? A resposta deve ser entendida em relação ao propósito para o
qual esse amor foi dado. Deus não derrama seu amor em nós para ser consumido
por nós. O amor voltado para si mesmo é autodestrutivo. Deus nos ama para que
possamos amar os outros. Seu amor em nós é aperfeiçoado quando se torna amor
fraternal [1Jo 2.5; 4.12]. Poucas vezes o apóstolo fala do nosso amor por Deus
e quando o faz, isso ocorre de maneira indireta [1Jo 4.10, 19-20]. Para João,
os três aspectos do amor são os seguintes: 1) Deus nos ama; 2) seu amor habita
em nós 3) e amamos os irmãos.”
3.2.
Deus perdoa os pecados de quem se arrepende.
Precisamos
refletir sobre arrependimento à luz da Palavra de Deus. Caso contrário, é
possível confundir o verdadeiro arrependimento com remorso, tristeza ou
reconhecimento. O arrependimento para perdão de pecados envolve um conjunto de
aspectos, como convicção, contrição, confissão e mudança de atitudes. Portanto,
não apenas uma atitude, mas um conjunto [Mc 1.15; At 3.19; 1Jo 1.9]. O termo
usado para arrependimento é “metanoeo”, não se restringe apenas a uma
mera tristeza pelo pecado, mas significa uma mudança de pontos de vista, de
pensamento e de propósito.
Subsídio do Professor:
De acordo com o Comentário Bíblico Wiersbe: “Confessar o pecado
significa dizer a respeito dele a mesma coisa que Deus diz. Tenha em mente que
o cristão não precisa fazer penitência, sacrifícios nem se punir quando peca. A
cruz já cuidou de todos os pecados. Isso nos dá permissão para pecar? Claro que
não! O cristão que realmente entende a provisão de Deus para a vida cristã não
quer desobedecer-lhe de forma deliberada.”
3.3.
É necessário um constante autoexame.
É
interessante como Deus constantemente procurou despertar o povo de Israel para
pensar sobre o estado espiritual em que se encontrava [Ez 4.1-12; 5.1-5]. Mesmo
no cativeiro, muitos ainda não estavam entendendo que estavam sendo
disciplinados pelo Senhor [Jr 29.8-10]. Contudo, é imprescindível que este
autoexame seja conduzido à luz da Palavra de Deus e guiado pelo Espírito Santo
[2Co 13.5]. O povo de Israel desprezou a constante vigilância, pois depositou a
confiança no fato dos serviços religiosos estarem funcionando rotineiramente
[Jr 7]. Nossas atitudes religiosas externas devem ser reflexo de nosso
relacionamento com Deus. Se assim não for, serão atitudes vazias e sem vida.
Subsídio do Professor:
Antônio Neves de Mesquita escreveu sobre as causas da derrota de
Jerusalém: “Jerusalém estava no meio do mundo, segundo diz o Senhor Deus [v.5].
É certo que qualquer ponto da terra é o meio do mundo, mas, no tocante a
Jerusalém, era mesmo o meio do mundo do ponto de vista da Revelação. Era dali
que devia partir o exemplo da ordem e da moral. Era dali que devia partir o
conhecimento do Deus vivo. Era dali que as nações deveriam aprender a servir a
Deus. Israel tinha sido comissionado como missionário ao mundo inteiro. (…) O
povo obstinado e rebelde não atendeu a este imperioso dever.”
EU ENSINEI QUE:
Deus é amor, mas também é fogo consumidor. Deus perdoa os pecados de
quem se arrepende. Sendo assim, é necessário um constante autoexame.
CONCLUSÃO
Na luta contra o pecado, é preciso conhecer a doutrina do pecado. Assim, andando em Espírito, busquemos constantemente estar vigilantes e em oração para não cedermos às tentações, bem como sabendo que há perdão aos que verdadeiramente se arrependem.
Revista
BETEL | 1° Trimestre De 2022 | Reverberação: Subsídios Dominical
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