ASSUNTO DA REVISTA: EFÉSIOS
– Uma Exposição sobre as Riquezas da Graça, Misericórdia e Gloria de Deus
Comentarista: Bispo Abner
Ferreira
Fonte: Revista Lição Bíblica Dominical – 4° trimestre de 2021 – Revista de Professor
📚 TEXTO ÁUREO
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus." Efésios 2.8
💡 VERDADE PRÁTICA
A salvação em Jesus Cristo nos tirou da condição de mortos, nos vivificou e nos transportou para um reino de luz.
🎯 OBJETIVO da LIÇÃO
Descrever
a
condição humana.
Apresentar
nosso
estado presente.
Explicar os propósitos de nossa
salvação.
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📖 TEXTO DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 2.1-5
⏰ LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA
| Rm 8.1:
Não há condenação para quem está em Cristo.
TERÇA
| 2Co 5.17:
Se alguém está em Cristo, nova criatura é.
QUARTA
| Gl 2.16?
O homem é justificado pela fé em Cristo.
QUINTA
| Ef 4.24:
O novo homem: criado em justiça e santidade.
SEXTA
| Cl 3.10:
Uma nova criatura à imagem do seu Filho.
SÁBADO
| 2Tm 1.9:
Deus nos salvou e chamou com santa vocação.
🔊 HINOS SUGERIDOS 🎵
26, 115,296
🛐MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus agradecendo por efetuar em nossas vidas uma
tão grande salvação.
✍️ ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Quem nós éramos no passado
2. O que nos tornamos no presente
3. O que seremos no futuro
Conclusão
Veja também:
LIÇÕES
BETEL - Lição 2 As Bençãos Advindas da Salvação – Clique Aqui
LIÇÕES
BETEL - Lição 3 A Oração da Gratidão pelo Conhecimento – Clique Aqui
PONTO DE
PARTIDA
Jesus reconciliou o ser humano com Deus.
INTRODUÇÃO
A salvação produziu em
todos os salvos um efeito muito poderoso. Ela abrange nosso passado (quem
éramos); o presente (quem somos agora); e futuro (o que ainda iremos nos
tornar).
1. Quem nós
éramos no passado
Com muita firmeza, Paulo
descreve nosso estado antes da salvação chegar até nós. Ele afirma que
estávamos mortos, agíamos na vontade da carne e andávamos de acordo com os
ditames do mundo [Ef 2.1].
1.1. Nossa condição diante de Deus.
Uma pessoa não precisa
estar sepultada para estar morta. A morte da qual Paulo se refere é uma
declaração real da condição espiritual de todas as pessoas que não estão em
Cristo. A origem dessa condição aparece nos delitos e pecados dos seres humanos
[Ef 2.1-3]. De acordo com o ensino das Escrituras, a morte é o estado de
separação entre o homem e Deus [Is 59.2].
Paulo utiliza duas
palavras gregas que descrevem a condição humana: delito “paraptõma”, que
envolve um passo em falso ou um desvio do caminho certo; e pecado “hamartia”,
errar o alvo. A ideia é a de uma pessoa que atira dardos e nunca acerta o alvo.
Essa é a condição do homem sem Deus, era assim que estávamos antes da salvação
[Rm 5.12].
Éramos por
natureza objetos da ira divina. Éramos, também, escravos numa situação da qual
éramos incapazes de sair porque estávamos mortos, e mortos não ressuscitam a si
mesmos. Por Sua misericórdia, o Senhor manifestou sobre nós a Sua graça e nos
vivificou, livrando--nos das amarras do pecado [Rm 6.18]. A salvação também não
é um tipo de transação onde Deus opera com a graça e nós contribuímos com a fé.
Pois até mesmo a fé que em nós opera é um dom dado por Deus [Ef 2.8].
1.2. Andávamos segundo o curso do mundo.
As palavras “século e
mundo” se referem a um sistema de valores sociais que está totalmente alienado
de Deus. Paulo está se referindo aqui a um mundo escravizante onde suas forças
controlam por completo o homem sem Deus [Rm 6.22; Ef 2.2]. Um mundo que
penetra, e até mesmo domina, a sociedade não-cristã, e subjuga as pessoas ao
cativeiro. Éramos escravos, numa total situação de desonra e incapacidade. Essa
natureza caída nos tornou em objeto da ira de Deus [Ef 2.3]. Mas Deus, por Sua
imensa graça e propósito, nos ressuscitou juntamente com Cristo “e nos fez
assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” [Ef 2.5]. Deus então agiu
para nos libertar do poder do pecado.
Da mesma
forma que uma pessoa fisicamente morta não reage a estímulos aplicados ao
corpo, uma pessoa espiritualmente morta não consegue reagir às coisas
espirituais. Um morto não é capaz de sentir fome, sede ou dor. É isso que
acontece com a alma daquele que ainda não é salvo. Suas faculdades espirituais
não funcionam e não podem funcionar, enquanto Deus não lhe der vida [Jo 5.24].
1.3. Andávamos na vontade
da carne.
Paulo diz que fazíamos a vontade da nossa carne [Ef 2.3]. Ele fala de uma vontade humana que é subjugada às inclinações de uma natureza pecaminosa. Separada de Deus (morta espiritualmente), a pessoa não é capaz de entender nem de apreciar as coisas espirituais [Jo 3.19], Não possui qualquer vida espiritual e, por si mesma, não é capaz de fazer coisa alguma agradável a Deus. O termo usado por Paulo para a palavra desejo é “epithymia”, que significa o desejo do mau e do proibido. A vida sem Deus está à mercê do desejo. Willian Barclay diz que viver de acordo com os ditames da carne é simplesmente viver de tal maneira que nossa natureza mais baixa (a pior parte de nós) domine nossas vidas [Rm 7.14-22].
A natureza
inclinada ao pecado sempre irá atender aos desejos da nossa concupiscência. A
carne sempre militará contra o Espírito [G1 5.17]. A única maneira de vencermos
a carne é permitindo que o Espírito Santo faça em nós uma profunda varredura e
nos conduza a uma nova modalidade de vida [Rm 7.6]. Existem três forças que
estimulam o ser humano a desobedecer a Deus: o mundo, a carne e o diabo. A
carne se inclina para aquilo que lhe é agradável; o mundo a corrompe através de
seus ditames; e Satanás influencia e cega os faltos de entendimento através da
mentira [2Co 4.4].
EU ENSINEI QUE:
Estávamos mortos, agíamos na vontade da
carne e andávamos de acordo com os ditames do mundo.
2.1. O que nos
tornamos no presente
Paulo começou retratando
como era a nossa situação quando estávamos mortos em delitos e pecados. Agora
ele aponta para nosso estado presente, onde Deus em Seu amor e misericórdia nos
deu vida em Jesus Cristo.
2.1. Gerados em
misericórdia.
Deus é amor, a essência de Seu ser é amor, e os muitos aspectos de Sua graça brotam da fonte de Seu amor. Portanto, seu infinito amor também o torna rico em misericórdia. Ele não nos abandonaria no estado de miséria espiritual em que caímos por desobediência, de modo que a palavra diz que “mesmo estando mortos em pecados”, Ele nos deu vida juntamente com Cristo [Ef 2.4-5]. Depois de nos encontrarmos nesse estado catastrófico, agora vemos a ação soberana e amorosa de Deus, cuidando da salvação do pecador. Não há nada que o homem possa fazer para obter uma tão grande recompensa. É pela graça que somos salvos. A salvação é um presente de Deus [Ef 2.4-5; Tt 2.11].
A palavra
“graça” no original grego indica: benevolência imerecida que Deus exibe, dom,
presente. A união do crente com Cristo ao receber esta nova vida, ressuscitar
com Ele e participar com Ele na dignidade dos lugares celestiais é certamente
um presente de Deus. Isso nos faz entender que foi através de nossa união vital
com Cristo que nossa vida experimentou tão grande e profunda transformação.
Quando Deus entrou em cena, o panorama da vida do pecador mudou totalmente. O
amor de Deus pela humanidade é indiscutivelmente inexplicável [Jo 3.16]. Paulo
usa três poderosos verbos para explicar a grandeza da graça que o Senhor
derramou sobre nós: “deu vida”; “ressuscitou”; e “fez assentar”.
2.2. Fomos vivificados.
A miserável condição
espiritual em que estávamos e o destino inevitável ao qual fomos condenados
como resultado, contrasta muito com o presente incomensurável que recebemos,
sem o merecer: Deus nos deu vida através de Cristo. Mesmo estando neste estado
de desobediência e inimizade contra Deus, Ele se aproximou de nós e nos fez
participantes de suas promessas, sentando-nos em lugares especiais com Ele
próprio, Jesus Cristo, mudando assim nossa condição de alienados por membros da
família divina e parte da estrutura de seu grande projeto: a expansão do Reino:
a Igreja [Ef 2.3-5].
Russell Shedd sobre Efésios 2.4: “Nesta situação totalmente desesperadora é que aparecem duas palavras em 2.4: as palavras: “Mas Deus”. Deve-se sublinhar, deve-se marcar essas palavras, porque elas são a única esperança de todos os pecadores deste mundo! “Mas Deus” introduz o amor e a misericórdia de Deus frente ao homem perdido”. Assim, esse amor se manifesta com o mesmo poder que ressuscitou Jesus Cristo. A expressão “nos vivificou”, como comenta Shedd, é covitalizados (vitalizados com Cristo): “A nossa morte em pecado é cancelada pela mesma força que cancelou o poder que deteve Jesus na pedra daquele túmulo que abrigou o nosso Senhor crucificado”.
2.3. Recebemos a
cidadania do reino.
Nosso primeiro estado era
de total escravidão, éramos por natureza filhos da ira e nos tornamos filhos de
Deus pelo processo de adoção em Jesus Cristo [Jo 1.12; Ef 5.8; G1 3.26; 1Pe
2.10]. A graça nos transportou de um reino para outro, éramos cidadãos de um reino
de trevas e nos tornamos cidadãos do reino da luz [1Pe 2.9]. Mesmo estando no
mundo, não pertencemos mais a ele, esse mundo não tem mais nada a ver conosco.
A Bíblia nos ensina que a nossa cidade não pertence a esse mundo [Fp 3.20].
Como cidadãos dos céus temos um novo sistema de governo, uma nova constituição,
a Bíblia, que nos conduz a uma forma de vida totalmente diferente da qual
vivíamos anteriormente. Somos novas criaturas [Rm 12.2; 2Co 5.17].
Ralph R
Martin comenta Filipenses 3.20: “Pátria (NAA) lembra 1.27 e sugere que Paulo
está conscientemente pensando no ‘status’ cívico de Filipos, como colônia
romana. Cf. a tradução de Moffatt: “Somos uma colônia do céu”. Sem dúvida este
pano de fundo existe, mostrado na paráfrase de Dibelius: “temos nosso lar no
céu, e aqui na terra somos uma colônia de cidadãos do céu”. Assim, à luz deste
e outros textos bíblicos, se requer de cada pessoa que foi transportada para o
“reino do Filho do seu amor” [Cl 1.13] um viver digno [Fp 1.27] de acordo com
os princípios estabelecidos pelo Soberano Senhor. Esta nova vida exige uma nova
postura diante de Deus e dos homens [1 Co 9.27; Ef 4.1].
EU ENSINEI QUE:
Deus em Seu amor e misericórdia nos deu
vida em Jesus Cristo.
3. O que
seremos no futuro.
A salvação produziu nos
salvos um efeito passado, presente e, também, futuro. Paulo diz que o Senhor
nos refez [Ef2.10a]. Somos tanto o maravilhoso testemunho da manifestação de
Sua graça, quanto o testemunho visível de Sua obra redentora.
3.1. Tornamo-nos feituras
de Deus.
O pecado desfigurou
totalmente a imagem criada por Deus no princípio do mundo. Então, num ato de
extrema misericórdia e amor, Deus resolveu recriar esse homem interior
arruinado, fazendo uma nova criatura à imagem do seu Filho [Gl 6.15; Ef 4.24;
Cl 3.10]. De acordo com o teólogo Wilian Barclay, o termo grego traduzido por
“feitura” é “poiema”, a mesma usada para “poema”, e significa: “aquilo
que é feito”. Somos um poema escrito por Deus, um testemunho vivo de sua ação
milagrosa, onde quem lê é contagiado. Mas isso ainda não é o fim, seu propósito
é nos aperfeiçoar a cada dia, até que alcancemos a estatura de Cristo [Ef
4.13-15]; fomos refeitos para um propósito, para boas obras e para que
andássemos nelas [Ef 2.10].
O futuro é
inevitável e também motivo de grande preocupação para muitos. Para nós, os
salvos, é motivo de alegria. Porque sabemos que, ao final de todas as coisas,
fazemos parte da nova criação de Deus [2Co 5.17], e Deus continuará a operar em
nós até o fim. Ainda não estamos vivenciando o último capítulo da nossa vida.
Afinal, não esperamos em Cristo só nesta vida [1 Co 15.19]. Seu propósito
eterno não é só nos levar para a glória, mas nos transformar à imagem de Seu
Filho Jesus Cristo [Rm 8.29]. O que Deus começou na conversão, continua através
da santificação, até que alcancemos a transformação total.
3.2. Para mostrar nos séculos vindouros.
A redenção da humanidade
é um ato poderoso que se estende de geração a geração. Certa feita, perguntaram
a uma mulher romana onde estavam suas joias. Ela chamou seus dois filhos e,
apontando para eles, disse: “Aqui estão as minhas joias”. Essa é a obra da
graça divina. Deus transforma pecadores em santos adoradores. Como joias raras
adquiridas por um alto preço, os remidos serão exibidos como monumentos de Sua
maravilhosa graça [Ef 2.8-9]. Após o arrebatamento e a destruição do anticristo,
Jesus voltará para reinar por mil anos, aí, então, o mundo verá a grandeza da
Igreja. Ela será o seu cartão postal, a prova de sua obra de redenção [Is
53.11].
A salvação
é mais do que o perdão, é a libertação da morte, da escravidão e da ira [Ef
2.1-3]. Inclui a totalidade da nossa nova vida em Cristo, juntamente com quem
fomos vivificados, exaltados e feitos assentar no âmbito celestial. A graça é a
misericórdia de Deus, livre e imerecida, para conosco. Escrevendo aos efésios,
Paulo a define de forma magistral quando afirma: “Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das
obras, para que ninguém se glorie.” [Ef 2.8-9].
3.3. Seremos a assinatura visível de sua obra.
De acordo com o teólogo e
pastor Elienai Cabral, esta expressão “para mostrar nos séculos vindouros” diz
respeito ao futuro da Igreja. Ela será a demonstração eterna da graça de Deus,
ou seja, o testemunho da manifestação da misericórdia de Deus sobre a
humanidade. Será o triunfo da misericórdia sobre o juízo. Da mesma forma que um
paciente é testemunha da habilidade de um cirurgião após uma delicada cirurgia,
nós, visivelmente, seremos as testemunhas da obra de Cristo [Ef 2.8-9]. Deus
mostrou mais que habilidade, Ele não somente reverteu o quadro contrário de
nossas vidas, nos deu uma nova. Todos que nos observam veem sua assinatura,
somos a ambulante prova de Sua obra redentora.
Para
expressar a origem dessa iniciativa salvadora de Deus, Paulo usa quatro
palavras: “misericórdia, amor, graça e bondade”. “Estávamos mortos”, portanto,
não fomos capazes de nos salvar. Não havia trabalho que pudéssemos fazer, nem
mérito para nos ajudar a obter a salvação. Recebemos tudo como um favor
imerecido de Deus pela fé. Não há lugar para nenhuma glorificação humana; toda
a glória pertence a Ele. Por isso, Paulo acrescenta que Ele nos salvou para
“...mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas de sua graça...” [Ef
2.7].
EU ENSINEI QUE:
A salvação produziu nos salvos um
efeito passado, presente e, também, futuro.
CONCLUSÃO
Paulo explicou claramente
que somos salvos pela graça e “não pelas obras, para que ninguém se glorie” [Ef
2.9]. No entanto, a verdadeira salvação sempre produz frutos. Portanto, embora
não sejamos salvos pelas obras, fomos criados em Cristo Jesus para boas obras.
Revista BETEL | 4°
Trimestre De 2021 | Reverberação: Subsídios Dominical