Lição 12 – JUDAS: quando a proximidade com Jesus não faz a diferença

Lições blicas de Jovens – 4° trimestre de 2020, CPAD

TEXTO DO DIA

"Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor."(Lc 6.16)

SÍNTESE

Judas é o exemplo de que uma pessoa pode andar próximo de Jesus, e ainda assim, ser corrompida por seus próprios interesses.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Mt 6.12-16

Judas, escolhido por Jesus

TERÇA - Jo 12. 4-6

Judas, tesoureiro do grupo apostólico

QUARTA - Jo 12.6

Judas, um homem desonesto

QUINTA - Jo 13. 1-12

Judas, teve os pés lavados por Jesus

SEXTA - Jo 12.21

Judas não enganou a Jesus

SÁBADO - Mt  26.47-49

Judas, o traidor

OBJETIVOS

MOSTRAR que Judas foi um dos doze discípulos;

APRESENTAR Judas como traidor;

SABER como se deu a traição de Judas.

INTERAÇÃO

Estudaremos a respeito de um homem que andou próximo de Jesus, mas jamais permitiu que Ele fosse seu Senhor e Salvador. Judas não entrou para a história como alguém parecido com Jesus, mas como aquele que embora estivesse próximo, traiu o Filho de Deus por trinta moedas de prata. Junto ao grupo apostólico, Judas tinha a função de cuidar dos recursos financeiros. Era uma função especial que exigia confiança, mas ele já mostrava ter um caráter doentio, pois se apropriava das ofertas. Mesmo sabendo que Judas o havia de trair, Jesus o amou até o fim. Na última ceia lavou os seus pés e lhe alimentou. O caráter doentio de Judas em nada alterou o caráter ilibado e santo do Mestre.

Texto bíblico

João 13.1-5; 21,22; 26 -30

1        Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.

2       E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse.

3       Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus, e que ia para Deus.

4       Levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.

5       Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.

21     Tendo Jesus dito isso, turbou-se em espírito e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair.

22     Então, os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem ele falava.

26 Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão.

27     E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa.

28    E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isso.

29     Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa ou que desse alguma coisa aos pobres.

30    E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite.

INTRODUÇÃO

Estudaremos na lição deste domingo a respeito daquele que entrou para a história como o traídor, Judas Iscariotes. Ele esteve perto de Jesus, mas nunca se rendeu a Ele como Salvador e Senhor.

I - JUDAS, UM DOS DOZE ESCOLHIDOS

 

1. Um discípulo de Jesus.

A história de Judas se inicia, dentro da perspectiva deste estudo, quando ele é chamado por Jesus para ser um discípulo. Lucas nos diz que "E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos" (Lc 6.12,13).

 

O nome Iscariotes pode ter, segundo se entende, dois significados: Um, referindo-se à possibilidade de Judas ser oriundo de um lugar chamado Queriote, situado na parte Sul da Judeia. Outra possibilidade seria que Judas faria parte de um grupo de homens que portavam adagas, os chamados sicários. A primeira opção nos parece mais razoável, pois os relatos sobre Judas não nos mostram um homem com tendências violentas ou portando qualquer arma.

 

Notemos que Jesus não escolheu Judas sem antes ter passado a noite em oração, falando com o Pai e ouvindo o Eterno. O homem que venderia o Mestre foi nomeado junto com os outros 11 discípulos: "[...] e Judas Iscariotes, que foi o traidor" (Lc 6.16). Infelizmente, é dada essa referência acerca desse seguidor de Jesus.

Ele andou com o Salvador, ouviu os seus ensinos, viu os milagres operados e demônios sendo expulsos. Cremos que ele estava no grupo de discípulos que voltou com alegria, após terem sido enviados por Jesus, de dois em dois e presenciarem até a libertação de pessoas oprimidas. Ele teve a honra de ser uma das pessoas mais próximas do Senhor, uma oportunidade sem precedentes para os nossos dias. Mas todas essas experiências não foram suficientes para firmar Judas, ou para fazer dele um genuíno seguidor de Cristo.

 

2. Um homem que lidava com dinheiro.

João nos fala que Judas tinha uma incumbência específica: Era o que podemos chamar, em nossos dias, de "tesoureiro" do grupo das pessoas que andavam com Jesus (Jo 12.6). Isso nos mostra que, de alguma forma, ele tratava com questões financeiras no ministério terreno de Jesus, guardando as ofertas e doações que chegavam.

 

A relação de Judas com o dinheiro foi o ponto chave que o levou a trair Jesus. Foi por dinheiro que entregou Jesus aos sacerdotes. Entendemos que o dinheiro tem um poder de sedução muito forte para pessoas que desejam ter, ao invés de ser; entretanto, não podemos jamais dizer que quem lida com recursos financeiros será como Judas, que era desonesto.

 

3. Um ladrão.

Para Judas não bastava amar o dinheiro, ele roubava valores do ministério de Jesus (Jo 12.4-6). O amor ao dinheiro deturpa até a missão mais nobre, que é a pregação e o ensino da Palavra de Deus e a conversão de perdidos.

 

Entendemos que todo ministério necessita de recursos financeiros para subsistir, mas o dinheiro é um meio para se chegar a certas realizações, e não a finalidade da obra de Deus. Não raro, cristãos são criticados por pregarem a respeito de finanças de uma forma pouco bíblica, como se o Eterno fosse um deus disposto a dar, de forma irresponsável, dinheiro para os seus seguidores. Cremos na provisão divina, mas também cremos que é preciso gerir os gastos de forma sábia, trabalhar para ter recursos e honrar ao Senhor com as nossas contribuições.


II - JUDAS, O TRAIDOR


1. O pecado da proximidade.

Além do fato de a Bíblia dizer que Satanás entrou em Judas a fim de entregar Jesus, não nos é dito outro motivo além da ganância do discípulo. É provável que ele estivesse esperando que Jesus pegasse em armas e conduzisse Israel numa cruzada contra os romanos, ou que usasse seu poder para expulsar os invasores e restaurar a autonomia nacional que os hebreus tinham antes do período do cativeiro. Talvez tenha pensado que os poderes sobrenaturais que Jesus recebeu do Eterno pudessem ser aproveitados ou direcionados para finalidades nacionalistas. Mas o projeto de Deus era outro. Tentado pelo dinheiro, com o coração dominado por Satanás, Judas entregou Jesus, cumprindo assim a profecia, de que Jesus seria traído.

 

Judas era um homem que poderia ser comprado. Os sacerdotes e doutores da lei procuravam uma chance de prender e matar Jesus. Eles detestavam os ensinos de Jesus, transmitidos com autoridade. Eles viam as multidões seguindo ao Senhor, tinham conhecimento dos milagres realizados por Ele, e acharam em Judas a pessoa ideal para quebrar as barreiras que impediam seus planos de serem executados. O preço de Judas foi trinta moedas de prata.


Cremos na provisão divina, mas também cremos que é preciso gerir os gastos de forma sábia, trabalhar para ter recursos e honrar ao Senhor com as nossas contribuições.

 

2. Uma profecia cumprida.

A Palavra de Deus nos mostra que o Filho de Deus seria traído. Essa situação havia sido registrada pelo profeta Davi, no Salmo 41.9. O Salmo registra uma traição realizada por uma pessoa próxima a Davi, e esse texto tem sido aplicado também à forma como Judas tratou o Senhor.


3. O traidor precisava tirar a própria vida?

A profecia diz que o Messias seria alvo de traição, mas não diz que o seu traidor deveria tirar a própria vida. Entendemos que Judas poderia ter um destino diferente, ainda que tenha sido instrumento de Satanás para entregar Jesus à morte. Há pessoas, que como Judas, se deixam levar pelo desgosto de seus atos e encerram não apenas a própria vida, como também a possibilidade de serem restauradas por Deus.


III - COMO JESUS TRATOU JUDAS


1. Jesus o amou até o fim.

A declaração de João 13.1 mostra que Jesus não fez acepção de pessoas, mesmo sabendo que Judas o trairia. Ele não tratou Judas de forma diferente da forma que tratou os demais discípulos naquela noite. A traição de Judas não mudou a atitude do Senhor em relação a ele, nem fez de Jesus um traidor. É preciso lembrar de que os demais discípulos deixaram Jesus sozinho, não deram assistência ao Senhor quando esse foi preso. Ainda assim, eles foram trazidos de volta à comunhão com o Senhor. Até Pedro, que negou Jesus diante das pessoas, foi restaurado, e posteriormente, cheio do Espírito no Pentecostes e muito usado por Deus. 

 

Há pessoas, que como Judas, se deixam levar pelo desgosto de seus atos e encerram não apenas a própria vida, como também a possibilidade de serem restauradas por Deus.

 

2. Jesus deu a ele a ceia.

É preciso deixar claro que Jesus deu, com seu exemplo, oportunidades para que Judas se arrependesse. A forma como Jesus tratou seu discípulo deve nos desafiar como exemplo.

 

3. Jesus lavou os pés dele (Jo 13.12).

Jesus não deixou de fora seu traidor, dando-nos uma lição de humildade e de liderança servil. Ele sabia que Judas o trairia, e por isso disse: "[...] Ora, vós estais limpos, mas não todos" (Jo 13.10). Judas, consumido pelo seu desejo de dinheiro, teve seus pés lavados, mas sua alma ainda estava contaminada.

 

Somente o servo de menor importância lavava os pés das pessoas que chegavam na casa. As estradas poeirentas da palestina deixavam os pés sujos, e junto com o cansaço natural da caminhada, deixavam os pés com um aspecto ruim para os viajantes. Ter seus pés lavados trazia alívio da caminhada e limpeza para os pés. Somente após ter ceado e ter seus pés lavados por Jesus, é que Judas foi consumar a traição.


SUBSÍDIO 1

"É fácil omitirmos o fato de que Jesus escolheu Judas para ser seu discípulo. Junto com os outros discípulos, Judas tinha um persistente equivoco sobre a missão de Jesus. Todos eles esperavam que Jesus realizasse as ações políticas adequadas. À medida que Ele continuou a falar sobre sua morte, todos sentiram diferentes graus de ira, medo e decepção.


A motivação exata por trás da traição de Judas é desconhecida. Judas aceitou receber um pagamento para entregar Jesus aos líderes religiosos. Ele identificou Jesus para os guardas no mal iluminado jardim do Getsêmani. É possível que ele estivesse tentando forçar Jesus agir de alguma determinada forma ou a revelar algum plano: Jesus se rebelaria contra Roma? Em uma tentativa de desfazer o mal que fizera, Judas devolveu o dinheiro aos sacerdotes, mas já era tarde demais. Como é triste Judas ter terminado sua vida em desespero, sem nunca experimentar o dom da reconciliação que Deus poderia dar até mesmo a ele, através de Jesus Cristo. Ao trair Jesus cometeu o maior erro da história. Mas Judas não perdeu seu relacionamento com Jesus; na verdade, ele nunca o conheceu. Ele é chamado de 'filho da perdição (Jo 17.12) porque nunca foi salvo" (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 1464).


SUBSÍDIO 2

"A participação de Satanás na traição de Judas não isenta Judas de sua responsabilidade. Desiludido pelo fato de Jesus falar sobre a morte em vez de falar sobre o estabelecimento de seu  reino, Judas pode ter tentado forçar Jesus a usar seu poder para provar que Ele era o Messias. Ou talvez Judas, sem entender a missão de Jesus, já não acreditasse que Ele fosse o escolhido de Deus independente do que Judas pensou, Satanás assumiu que a morte de Jesus acabaria com sua missão e frustraria o plano de Deus. Assim como Judas, Satanás não sabia que a morte e ressurreição de Jesus eram as partes mais importantes de todo o plano de Deus.

 

Através da história de Judas somos conduzidos a pensar uma segunda vez sobre nosso compromisso com Deus e a presença do seu Espírito Santo dentro de cada um de nós. Nós somos discípulos e seguidores verdadeiros ou charlatões sem compromisso? Podemos escolher o desespero e a morte, ou podemos escolher o arrependimento, o perdão, a esperança e a vida eterna. Iremos aceitar o dom gratuito de Jesus?" (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 1464).

 

CONCLUSÃO

Judas poderia figurar entre os apóstolos na história da Igreja. Poderia ter visto o Senhor ressurreto. Poderia ter sido batizado no Espírito Santo no dia de Pentecostes. Mas entrou para a história como um traidor, e seu nome representa, ainda hoje, essa imagem. Os demais discípulos também deixaram a desejar quando abandonaram Jesus em seus últimos momentos de vida, mas foram trazidos de volta à comunhão pelo próprio Messias ressuscitado. Apenas Judas perdeu tais oportunidades não apenas por ter traído Jesus, mas também por ter dado fim à sua vida. Que possamos entender que em Deus sempre há restauração, desde que tenhamos fé para crer no perdão que Ele nos concede e abandonar aquilo que lhe desagrada. 


HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, quando se inicia a história de Judas?

Quando ele é chamado por Jesus para ser um discípulo.

2. Quais os dois possíveis significados para o nome Iscariotes?

O primeiro se refere a possibilidade de Judas ser oriundo de um lugar chamado Queriote. Outra possibilidade seria que Judas faria parte de um grupo de homens que portavam adagas, os chamados sicários.

3. O que fez Jesus antes da escolha dos discípulos?

Ele orou a noite toda.

4. Qual era a incumbência de Judas?

Ele era tesoureiro do grupo apostólico.

5. De acordo com a lição, qual foi o ponto chave que levou Judas a trair Jesus?

A relação de Judas com o dinheiro foi o ponto chave que o levou a trair Jesus.

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