A importância de reconhecer o problema e desejar a solução - Subsídios Dominical

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A importância de reconhecer o problema e desejar a solução

Os projetos de Neemias em relação a seu povo foram concluídos, em grande parte, devido ao fato de ele ser um homem corajoso, persistente, coerente e capaz de reunir tantas pessoas em torno daquela empreitada. Isso possibilitou ao povo judeu obter a autorização do rei Artaxerxes para retomar a reconstrução de Jerusalém, restabelecer os limites que separavam essa cidade das outras circunvizinhas, controladas pelos samaritanos, restaurar a paz e a ordem na capital judaica e reconquistar o respeito dos povos vizinhos.

🎯 Veja também:

💢 O Livro de Neemias

💢 Lição 6: Neemias Reconstrói os Muros de Jerusalém

Isso porque, depois de reconstruir os muros de Jerusalém, Neemias foi mais longe em sua missão, ao restabelecer a Lei de Deus como o padrão ético e moral do povo. Ele leu a Torá diante dos israelitas, chamou-os ao arrependimento e a uma mudança de vida. Eles entenderam que foi sua conduta pecaminosa que os afastara do Senhor, levando-os à opressão e ao cativeiro inimigo.

 

Tendo em vista o posicionamento de Neemias diante do problema que seus contemporâneos israelitas viviam em Jerusalém, concluímos que o primeiro ingrediente na "receita" dele para reconstruir a sua vida foi ver-se como alguém que era imagem e semelhança de Deus e alvo da graça divina, sendo, portanto, capaz de resolver os problemas que afligiam a ele e a seus irmãos. Mas, é claro, para isso, ele teve de reconhecer que havia um problema a ser solucionado e tomar as devidas providências para solucioná-lo. Tomando conhecimento do problema Atentemos para os relatos sobre quando Neemias é informado da terrível situação dos que viviam em Jerusalém e sobre o que ele fez a seguir:

 

As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, fortaleza, que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá: e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.

 

Neemias 1.1-4 Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele. E o rei me disse: Por que está triste o teu Note que, quando Neemias acabou de ouvir o relato sobre a situação em que se encontravam os habitantes de Jerusalém, sua reação foi assentar-se e chorar, lamentar-se, jejuar e orar perante o Senhor (Neemias 1.4).

 

Primeiro, ele ficou triste e chorou. Pareceu-lhe, talvez, naquele momento, que mais nada poderia mudar a situação tão infeliz de seu povo. O que ele, um exilado, um mero copeiro que servia na fortaleza de Susã, capital do Império Persa, poderia fazer por seus irmãos judeus além de condoer-se e orar para que Deus interviesse no sentido de demonstrar compaixão por Seu povo?

 

Em Jerusalém, os remanescentes judeus passavam fome e frio. Com muros derrubados e portões queimados, Jerusalém estava à mercê de todos os invasores. Isso se refletia no estado de espírito do povo e na economia local. Ao saber da miséria em que os judeus estavam vivendo, a reação de Neemias foi chorar. Ele teve uma reação tremendamente humana, pois aquela notícia terrível mexeu com as suas emoções. Então, ao chorar e lamentar-se pela sorte de seu povo, Neemias deu vazão aos seus sentimentos e os expôs diante daquele que poderia trazer a solução: Deus.

Vivenciando as emoções

Nos momentos de estresse, como esse, faz parte do processo de solução identificar e extravasar nossos sentimentos em relação ao que nos aflige. Não adianta ficar tentando negar o problema ou dar uma de "supercrente". É necessário chorar, desabafar, orar e clamar Aquele que tem todo o poder para mudar a nossa sorte.


Existem pessoas em nosso meio que, diante dos problemas, querem manter a pose de "supercrentes". Algumas tentam manter a aparência de "espirituais" falando em línguas estranhas, dando rodopios, anunciando "visagens" e "profetadas", para parecer que elas não enfrentam lutas e dificuldades como as outras. Acham, talvez, que não precisam vivenciar suas emoções nem carecem de restauração em área alguma de sua vida. Mas isso é um erro que pode levá-las a sérios transtornos psicoemocionais e a doenças psicossomáticas. As pessoas que sempre negam e reprimem suas emoções acabam aprisionando esses sentimentos ruins dentro de si e envenenando-se.

 

Normalmente os homens são os mais reprimidos, especialmente aqueles ensinados pelos pais a "engolirem o choro", porque "homem que é homem não chora". Esses pais não sabem o mal que estão fazendo aos filhos ao "programá-los" para passar por cima do que sentem. Lá na frente, essas emoções "enlatadas" virão à tona em forma de sintomas neuróticos e desordens afetivas, e eles vão ter de vivenciar o que sentem, mas de forma negativa.

 

Não é saudável negarmos nossas emoções e fingirmos que não temos problemas. É importante reconhecer e vivenciar o que sentimos. Até para resolver os problemas, precisamos primeiro identificá-los e reconhecer a nossa dependência de Deus. Mas, quando falo de vivenciar as emoções não estou dizendo para ninguém viver acorrentado ao passado, preso a coisas ruins que aconteceram há muito tempo.

 

Tem gente que, ao sofrer algum infortúnio ou perda, fica prostrada, chorando sem parar por algo que já passou. Ela não consegue levantar-se e dar a volta por cima.

 

Imagine uma mulher de 29 anos que se veste de preto todo dia e vive enlutada, chorando e lamentando-se, porque o marido dela morreu nove anos atrás. Esse comportamento seria normal se ele tivesse morrido há um ano. Mas há nove... Tem alguma coisa errada! Parece que quem morreu foi ela, e não o marido.

 

Com certeza, quando alguém morre, devemos chorar sim, mas não para sempre. E fundamental a pessoa que sofre uma perda vivenciar o luto, para ficar saudável emocionalmente e processar a dor, mas ela deve ir aos poucos retomando seus afazeres e reorganizando sua vida. Se não o fizer, perderá a saúde, o tempo e as oportunidades de ser feliz novamente.

 

Vivenciar uma emoção indefinidamente deixa-nos "travados", obcecados, e faz com que a nossa vida não progrida. É inútil chorar por coisas que já aconteceram e que não podem ser corrigidas. Então, se você caiu ou sofreu um revés, precisa levantar-se e seguir em frente, porque, como Deus disse a Elias, mui comprido te será o caminho (1 Reis 19.7b).

 

Tomando uma atitude para resolver o problema

 

Se prestarmos atenção ao texto bíblico, veremos que Neemias chorou e lamentou-se por alguns dias (1.4). Sabe o que ele fez a seguir? Esteve jeju- ando e orando perante o Deus dos céus. Neemias orou e se recompôs. Então voltou a servir ao rei. Foi então que o Senhor fez com que Artaxerxes percebesse que seu copeiro estava triste, indagasse por que e se inclinasse a atender à petição de seu servo.

 

Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele. E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus... Neemias 2.1-4

 

Sabe o que Neemias fez novamente, diante dessa oportunidade de falar ao rei? Ele não pediu nada para si. De modo humilde e respeitoso, Neemias lembrou ao rei o quanto Jerusalém estava assolada e, ante a proposta do rei — Que me pedes agora? —, Neemias primeiro resolveu orara Deus, para ver o que e como pediria ao monarca.

 

Neemias, cujo nome significa o Senhor consolou, era um judeu, filho de Hacalis, exilado na Babilônia que serviu como copeiro do grande Artaxerxes Longimanus, que reinou na Pérsia de 464 a.C a 423 a. C. Ser um copeiro naquela época era algo muito do que um mordomo ou uma governanta hoje.

 

Quem desempenhava essa função tinha privilégios devido à sua responsabilidade de servir diretamente vinho e alimentos ao monarca, fitando incumbido de, antes, provar tudo o que seria servido ao rei, para evitar a morte deste por envenenamento. E a proximidade do rei muitas vezes propiciava ao copeiro ouvir confidências daquele e influenciar suas decisões tanto para o bem como para o mal.

 

Mas Neemias não se fiou em sua proximidade do rei nem em méritos pessoais para falar àquele; confiou inteiramente em Deus para achar graça í aos olhos do monarca e cooperar para o bem-estar daqueles que estavam passando maus bocados em Jerusalém.

 

Embora já soubesse o estado em que a cidade de seus antepassados estava — em ruínas desde a invasão babilônica em 586 a.C. (2 Reis 25.1-21)—, Neemias sofria por saber que os judeus que regressaram a Jerusalém ainda não haviam concluído a obra de restauração do templo e da cidade devido à oposição que sofriam por parte dos gentios que se instalaram ali e subjugavam o povo (Esdras 1—6), levando-o a viver na miséria.

Neemias sabia que tudo isso acontecera porque eles pecaram afastando-se de Deus e infringindo de modo contumaz Sua Lei. Assim, o Senhor os julgara. No entanto, Ele prometeu que perdoaria Israel e traria restauração após o pecado ter sido expiado (leia Jeremias 29 - 31). E Neemias, fiado nas promessas do Altíssimo, roga pela restauração da cidade e da Lei divina. E o Senhor atende ao clamor de Seu servo, e permite que este volte a Jerusalém para ajudar os irmãos a reconstruir os muros e restabelecer um governante temente a Ele, que conduziria o povo a obedecer-lhe daí para a frente.

 

A oração de Neemias foi algo crucial para que a restauração acontecesse. Por isso, no capítulo a seguir, veremos mais detalhadamente esse segundo "ingrediente" da "receita" dele para você usar e ver sua vida restaurada pelo Senhor.

Pr. Silas Malafaia

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