Classe: Jovens |
Trimestre: 1° de 2020 | Revista: Professor | Lições Bíblicas de Jovens, CPAD –
Aula: 208/03/2020
TEXTO DO
DIA
"Para
que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a
esperança da vida eterna."
(Tt
3.7)
SÍNTESE
Fomos justificados por Deus para nunca
mais sermos tratados como rebeldes ou desobedientes; nossa salvação dá-nos o
privilégio de sermos reconhecidos como filhos amados do Pai.
VEJA:
Lição 1 - A Necessidade de um Salvador
Lição 2 - A Humanidade de Jesus Cristo e a Sua Deidade
Lição 3 - O Ministério de Jesus
Lição 4 - O Que Cristo Fez Por Nós
Lição 5 - Os Títulos de Jesus Cristo
Lição 6 - Eu Sou Jesus
Lição 7 - O Senhorio de Jesus Cristo Sobre Os Demônios
Lição 8 - A Obra Salvífica Do Senhor Jesus Cristo
Lição 2 - A Humanidade de Jesus Cristo e a Sua Deidade
Lição 3 - O Ministério de Jesus
Lição 4 - O Que Cristo Fez Por Nós
Lição 5 - Os Títulos de Jesus Cristo
Lição 6 - Eu Sou Jesus
Lição 7 - O Senhorio de Jesus Cristo Sobre Os Demônios
Lição 8 - A Obra Salvífica Do Senhor Jesus Cristo
AGENDA DE
LEITURA
SEGUNDA - Gl 2.16
A fé que atesta nossa justificação
TERÇA - Rm 5.9
Justificados pelo sangue de Jesus Cristo
QUARTA - Rm 8.16
O Espírito atesta que somos filhos
QUINTA - Jo 1.12
Fomos feitos filhos de Deus
SEXTA - Rm 1.17
O justo viverá da fé
SÁBADO - Ez 33.13
Como viverá o justo
OBJETIVOS
I
- APRESENTAR o conceito de justificação como fundamental
para a doutrina da salvação;
II
- DEMONSTRAR a compreensão do conceito de adoção através da
obra de Cristo no NT;
III
- DEFENDER a segurança da salvação em Cristo.
INTERAÇÃO
Estamos chegando nas lições finais de nosso trimestre, nada melhor
do que programar um processo de avaliação. Um instrumento como este deve ser
valorizado por todo professor que deseje tornar-se cada vez melhor. Uma
possibilidade extremamente válida seria incluir cada educando num processo autoavaliativo,
ou seja, ao invés de apenas o educador ser objeto de avaliação por parte dos
alunos, os próprios educandos seriam desafiados a avaliarem-se. Este exercício,
se realizado com seriedade, e visando o crescimento da sala como um todo, pode
gerar frutos preciosíssimos. Muitas vezes os alunos não se percebem em suas
falhas, e erros, autoavaliando-se eles poderão, inclusive, conhecerem-se
melhor. A avaliação pode ser feita por escrito, com itens objetivos e/ou
discursivos, em uma última hipótese, o processo pode ser feito até mesmo de
forma oral em grupo. Você conhece sua turma, escolha a melhor forma, e construa
um processo avaliativo rico e produtivo.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Esta
sugestão de dinâmica é apropriada para salas onde o entrosamento entre os
alunos já esteja consolidado. Com uma parte da sala forme pares de alunos e com
a outra separe-os individualmente, marque - com giz, fita etc - uma delimitação
de quadrado no chão. Para alguns faça um quadrado bem grande e espaçoso, para
outros faça o quadrado suficiente apenas para os pés dos participantes, e com
um último grupo, delimite espaço suficiente apenas para um pé. Depois, você
tentará tirá-los de dentro do quadrado (se possível, incentive-os com prêmios
para aqueles que permanecerem mais tempo sem sair do quadrado). Rapidamente
ficará evidente que aqueles que estão em duplas e possuem mais espaço
permanecerão mais tempo dentro dos quadrados. Faça o fechamento da dinâmica
demonstrando a eles que nossa segurança sempre estará em Cristo, nunca em nós
mesmos, em nossa frágil condição humana ou nossa débil sabedoria.
TEXTO
BÍBLICO
Gálatas
2.16-21
16 Sabendo que o homem não é justificado pelas
obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo,
para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto
pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
17 Pois, se nós, que procuramos ser
justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é,
porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma.
18 Porque, se torno a edificar aquilo que
destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.
19 Porque eu, pela lei, estou morto para a
lei, para viver para Deus.
20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo,
não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na
fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.
21 Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a
justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.
INTRODUÇÃO
O
peso do pecado desfigurou a humanidade de tal forma que as narrativas do Antigo
Testamento descrevem o homem afastado de Deus como alguém miseravelmente
chagado por uma enfermidade sem cura aos olhos humanos. O cheiro de morte
seguia os filhos de Adão continuamente, não havia paz nem esperança.
Entretanto, com o advento do Filho de Deus, todas as coisas mudaram, em
primeiro lugar o estado condenatório foi revogado e a justificação foi
concedida a cada um de nós. .
I-
JUSTIFICAÇÃO
1.
O que é a justificação?
Existe
uma recorrente imagem judicial manifesta na Bíblia. Em vários momentos e por
vários personagens, a história da humanidade é narrada na Sagrada Escritura
como uma grande disputa judicial: a humanidade cometeu iniquidade (Is 64.6); o
acusador, Satanás (Ap 12.10), denuncia nosso ato deliberado e de consequências
desastrosas exigindo nossa condenação; Cristo - nosso bom advogado (1 Jo 2.1) -
apresenta sua própria vida como oferta substitutiva e restauradora (1 Jo 2.2).
É por isso que o Pai pode julgar nossas causas a partir da perspectiva do bom
juízo (Jr 23.6; 33.16; 51.10). Pensar sobre a justificação é refletir a
respeito do poderoso ato de amor de Deus em nosso favor. Sendo a justificação
uma obra da divindade - Pai (2 Co 5.21), Filho (Rm 5.9) e Espírito Santo (1 Co
6.11) - estão plenamente envolvidos nesse acontecimento.
A
justificação - no conjunto dos componentes da salvação - é aquilo que aconteceu
em nosso favor, apesar de não sermos merecedores, e sim, apenas dignos da
condenação (Rm 5.14-21). A lei, apesar de ter seu relevante papel pedagógico,
demonstrou-se inútil e incapaz de manifestar a salvação aos homens, pois a
mesma concentrou-se apenas na ênfase do erro, sem ser plenamente apta para
relevar o bem do Senhor (Gl 3.24). Assim, é por meio da graça que somos
justificados por Cristo (Rm 3.28; Gl 5.4). É importante diferenciar
justificação de perdão. Enquanto que o perdão é declarar que o culpado não tem
mais que pagar a dívida por seus atos, a justificação muda, inclusive, o status
do indivíduo. Graças a justificação não somos mais culpados, e sim, justos
(justificados) e por isso, perdoados. Não há dívida para pagar, nem
desconfiança ou preconceito da parte de Deus para conosco. A sociedade
encarcera e pune os que comentem crimes; o cristão é convocado a perdoar seus
agressores, mas apenas Deus justifica a humanidade.
2.
A certeza da justificação.
A
ressurreição de Jesus é a garantia de que podemos acreditar na justificação de
nossas vidas (Rm 4.25). Assim, tão certo como Jesus Cristo vive, podemos crer
que não somos mais inimigos de Deus, mas seus filhos amados (1 Co 4.4,5). Não
devemos mais carregar peso de culpa ou sentimentos condenatórios, pois a
verdade do sepulcro vazio é a evidência de que não somos mais considerados
indignos por Deus. Deste modo, pouco importa a maneira pela qual somos tratados
por quem não conhece a obra de Cristo em nossas vidas.Estejamos felizes de ter
em nossa alma a convicção da salvação que vem de Deus para nós, os
justificados. É isto que Paulo afirma em Romanos quando declara que os que
morreram para o mundo em Cristo, já vivem justificados nEle (Rm 6.7).
3.
A operação da justificação em nós.
A
justificação, sendo um ato gracioso e soberano de Deus, pode e deve ser
valorizada por todos os que já foram alcançados pela salvação (At 13.39). Sendo
a fé o instrumento anunciador de nossa justificação ao nosso próprio coração,
temos em nosso ser a paz, oriunda de uma certeza inabalável, da salvação. Em
termos teológicos, é a doutrina da justificação que estabelece um fosso entre
católicos e protestantes, uma vez que, conforme o texto bíblico que se tornaria
lema da Reforma Protestante, "[...] o justo viverá da fé" (Rm 1.17).
Assim sendo, a justificação é um ato, não um processo; dito de outra forma, de
uma só vez Deus justificou-nos. Não há mérito nenhum em nós, apenas graça sobre
graça. Tiago declara-nos que é impossível experimentar uma vida justificada
pela fé na ressurreição de Cristo se, em nosso testemunho pessoal, não
resplandece a salvação de Cristo (Tg 2.21-26).
II - A
ADOÇÃO
1.
A adoção como imagem bíblica.
A
Bíblia é repleta de imagens que procuram apresentar o amor e o cuidado de Deus
para com a humanidade - o pastor e as ovelhas (Mt 9.36), o agricultor e a vinha
(Lc 20.13), o rei e seus súditos (Mt 22.1-3), um empregador e seus empregados
(Mt 20.1). Há, no entanto, uma metáfora que se destaca entre estas, que é
aquela que apresenta Deus como Pai e a humanidade como seus filhos. Há nesta
analogia bíblica uma série de detalhes que, ao longo da história do
desenvolvimento do pensamento cristão, passaram a ser de fundamental
importância para o Cristianismo. Um destes aspectos diz respeito à questão da
filiação. Não bastasse o uso de uma analogia quanto nosso relacionamento
Deus-Pai e humanidade-filhos, a palavra discute a questão da filiação a partir
da categoria da adoção. Tal imagem busca revelar o cuidado de Deus para com a
humanidade e o reconhecimento de que a povo de Israel foi constituído com uma
vocação específica para anunciar a salvação.
2.
Os filhos de Deus.
João
registra em seu Evangelho a "profecia" de Caifás (Jo 11.52) sobre a
morte de Jesus, todavia, mais relevante é o comentário do evangelista, segundo
o qual, o sacrifício do Cristo não serviria apenas para libertar os
descendentes de Abraão da fúria de Roma (v.50), mas também para proporcionar a
restauração universal de todos os filhos de Deus. As definições paulinas para
"filhos de Deus" são muito sintéticas e bastante claras: Romanos 8.14
- os que são guiados pelo Espírito de Deus - os que têm fé em Jesus Cristo. Já
João interliga a filiação com aspectos como o conhecimento de Deus (1 Jo 3.2) e
uma vida sem pecados (1 Jo 3.8-10). Desta forma, pode-se perceber que na
questão da filiação, Deus pretende abranger o máximo possível da humanidade.
Não se pode esquecer que no Antigo Testamento a Bíblia também fala sobre
"filhos de Deus", ao referir-se aos anjos (Jó 1.6; 2.1; 38.7).
O
termo utilizado na Bíblia para tratar sobre adoção é huiothesia (o qual também
pode ser traduzido como filiação). Segundo os costumes da época, o indivíduo
que tinha a "posição de filho" estava digno de tornar-se herdeiro de
seus pais. Os israelitas são filhos de Deus por serem herdeiros das promessas
feitas a Abraão e renovadas aos seus descendentes diretos e indiretos. A
salvação em Cristo, no entanto, concedeu àqueles que não são judeus o
privilégio de tornarem-se herdeiros dos tesouros do céu e das promessas de Deus
(Gl 4.7). Não receberemos aquilo que é exclusivo de Israel - pois as promessas
específicas têm destinatários certos - contudo, por Jesus, somos aceitos diante
de Deus, e assim alcançaremos todos os benefícios da salvação (Ef 1.5).
3.
Efeitos práticos da adoção/filiação.
Somente
aqueles que experimentam a nova vida em Cristo têm o privilégio de viver todos
os benefícios da adoção como filhos de Deus. Dentre esses privilégios pode-se
citar a capacidade de receber e suportar com resignação a disciplina do Senhor
(Hb 12.6-11); a operação do Santo Espírito que nos convence individualmente de
que somos filhos de Deus (Rm 8.16). Além disso, graças a adoção como filhos de
Deus, nosso ser aspira a redenção eterna, o cumprimento pleno de todas as
profecias e por fim, a vida eterna (Rm 8.23). Quem ignora sua filiação; talvez
tema a morte quem tem confiança quanto à sua herança celeste aguarda em festa e
regozijo o Dia glorioso do Senhor, quando inclusive, toda nossa limitação
(física, emocional, material) terá um fim, e desta forma poderemos ter completa
comunhão com Ele (1 Jo 3.1-3).
III- A
PERSEVERANÇA
1.
A segurança da salvação.
A
salvação que Jesus adquiriu para cada um de nós é o maior milagre que se pode
anunciar enquanto cristão (At 4.12). Há, no entanto, um complexo debate sobre
um dos aspectos da salvação, que já se desenvolve há séculos: Que segurança
temos com relação a nossa salvação? É possível perder a salvação? Alguém que já
usufruiu de todos os benefícios de um novo nascimento pode "cair da
graça"? Questões como estas são complexas, mas necessárias para nossa reflexão.
Ao invés de abordarmos o assunto por seu caminho negativo, utilizemos uma
estratégia mais clara, ou seja, tratemos sobre a perseverança dos santos na
salvação de Deus. A Bíblia declara em textos como João 15.4-8, que enquanto
estivermos ligados em Jesus, isto é, vivendo de modo espiritualmente sadio e
piedoso, teremos certeza de paz e vida eterna. Está segurança salvífica, como
se pode entender, está condicionada ao nosso relacionamento com Jesus (1 Co
1.8; 2 Tm 1.12; Hb 3.14).
A
salvação não é um cárcere do qual não temos a opção de sair; antes, a melhor
metáfora para sintetizar a obra da redenção é a do abraço, pois tendo Cristo
nos acolhido, poderemos permanecer com o Salvador para sempre desde que não nos
afastemos dEle, pois o justo viverá pela fé (Rm 1.17; Gl 3.11). Não importa o
nível de problemas e aflições que possamos enfrentar, enquanto estivermos com o
Senhor Jesus seu amor é suficiente para enfrentarmos todas as coisas (1 Co
10.13). A segurança da graça em Cristo, entretanto, não deve tornar-nos
arrogantes, por isso, o tempo todo as Escrituras Sagradas exortam-nos à
vigilância e ao arrependimento (1 Co 10.12; Hb 6.4-6).
2.
A tragédia da Queda.
A
salvação, infelizmente, pode ser perdida. Um dos textos mais explícitos quanto
aos princípios que envolvem esta questão - ainda que registrado no Antigo
Testamento - é Ezequiel 33.11-16. Em primeiro lugar devemos ser conscientes do
desejo eterno de Deus quanto à salvação da humanidade, e não, pela condenação
das pessoas, por mais perversas que elas sejam (Ez 18.23; 33.11; Tt 2.11).
Sabedores disto, cabe-nos reconhecer que não existe uma condição
pré-determinada, imutável para ninguém quanto à salvação. Pode-se extrair das
Escrituras que a salvação não é uma conta bancária onde se pode creditar e/ou
debitar obras de justiça e pecados; ser salvo é estar em contínuo
relacionamento com Cristo, e por isso, com um coração regularmente propenso ao
quebrantamento. Textos como, Gálatas 5.4, 1 Timóteo 4.1, 2 Pedro 1.10; 3.17 e
Apocalipse 2.4,5, demonstram de maneira indubitável que haverá um grupo de
pessoas que, apesar de terem experimentado todos os benefícios da salvação,
optarão por desligar-se da comunhão com Cristo.
3.
Cuidados com nossa salvação hoje.
A
partir do contexto de algumas passagens da Escritura sobre o problema da Queda
e de nossa perseverança em Cristo, pode-se traçar um perfil de conduta e
relacionamentos para o bem-estar de nossa saúde espiritual:
a)
Cuidado com falsos profetas, eles são veneno para a alma. O texto de 2 Pedro
2.1-4 adverte-nos a afastarmo-nos dos que profetizam mentiras e procuram
enganar multidões, pois se nem a rebelião dos anjos foi aceita, imagine a
desobediência da humanidade.
b)
Nunca desvalorize a graça que foi distribuída à sua vida. Segundo Hebreus
6.4-6, como alguém que recebeu a salvação graciosamente das mãos de Deus, e
depois jogou fora, pode ainda ser merecedor dela? A salvação deve ser
trabalhada (Fp 2.12).
SUBSÍDIO 1
1) "Os que já uma vez foram iluminados" (6.4a) não
significa simplesmente que aqueles a quem o texto está se referindo haviam
recebido a instrução cristã, mas que ali ocorreu "uma entrada decisiva da
luz do evangelho em suas vidas" (Peterson, 1994,1335), que resultou na
renovação da mente e da experiência cristã.
2) A menção a terem provado "o dom celestial"(6.4b) se
refere a terem recebido o dom de Cristo, juntamente com todas as bênçãos
espirituais que Ele graciosamente concede. O termo "provaram" indica
algo além do precioso conhecimento de Cristo; sugere "experimentar algo de
uma maneira real e pessoal (não somente 'provar uma pequena quantidade')"
(Peterson, 1994, 1335). A distinção calvinista entre "provar" e
"comer" é injustificada aqui. O verbo "provar" diz respeito
a experimentar o sabor ou a realidade daquilo que é comido, e não à quantidade
daquilo que é comido.
3) A menção de que os sujeitos também haviam sido
"participantes do Espírito Santo" (6.4c) - literalmente,
"tornaram-se participantes do Espírito Santo" - refere-se claramente
a uma experiência cristã em Hebreus (cf. Jo 20.22). O autor usa a palavra
"participantes" (metochoi) três vezes em Hebreus como um de
seus termos técnicos para aqueles que responderam à chamada de Deus para a
salvação" (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006. p. 1574).
SUBSÍDIO 2
O expositor bíblico William Barclay mostra o pano de fundo da
doutrina da justificação nessa passagem. Nesse exemplo de Paulo, imagina-se o
homem diante do tribunal de Deus. Barclay destaca com muita propriedade que a
palavra grega traduzida como "justificar" vem da mesma raiz de
dikaiún e que todos os verbos gregos que terminam em ún têm o sentido de
considerar alguém como algo e não o de fazer algo a alguém. Dessa forma, se alguém
que é inocente se apresenta diante de um juiz, o juiz, evidentemente, o
declarará inocente. Todavia, o caso mostrado por Paulo aqui é diferente. A
pessoa que se apresenta diante de Deus é totalmente culpada, merecendo a
punição do seu erro, porém, o justo Juiz, em uma demonstração de sua graça
infinita, considera-o como se fosse inocente. Isso é o que se entende do
significado da palavra "justificação" no contexto paulino.
Quando Paulo diz "Deus justifica o ímpio", significa,
dentro do contexto da justificação, que Deus trata o ímpio como alguém bom. É
evidente que tal raciocínio deixou os judeus totalmente escandalizados. Na
mente dos judeus, apenas um juiz iníquo agiria dessa forma, pois justificar o
ímpio é uma abominação para Deus (Pv 17.15); "não justificarei o
ímpio" (Ex 23.7). Todavia, a argumentação de Paulo mostra que é exatamente
isso o que Deus fez" (GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça. O Evangelho de
Jesus Cristo Revelado na Carta aos Romanos. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016).
CONCLUSÃO
Somente
quem já sentiu a amarga consciência do pecado sabe o valor que tem a
justificação que vem de Cristo. Não somos mais condenados, somos filhos de
Deus, coerdeiros com Jesus de todas as dádivas do céu.
HORA DA
REVISÃO
1.
Qual a principal diferença entre a justificação e o perdão?
Enquanto
que o perdão é declarar que o culpado não tem mais que pagar a dívida por seus
atos condenatórios, a justificação muda, inclusive, o status do indivíduo.
2.
O que significa dizer que a justificação é um estado e não um processo?
Significa
atestar que ela é uma prerrogativa exclusiva de Deus, sem qualquer vínculo com
as ações humanas.
3.
Qual o maior privilégio de ser reconhecido como filho de Deus?
É
tornar-se herdeiro das promessas de Deus, não de expectativas terrenas, mas de
dádivas do céu.
4.
Em que consiste a segurança de nossa salvação?
Em
nosso relacionamento com Cristo Jesus, pois somente ele é o único e suficiente
para garantir-nos paz e salvação.
5.
De que modo pode-se afastar do risco da perda da salvação?
Afastando-se
dos falsos profetas, pois a convivência com eles envenena a alma e valorizando
o conjunto da obra da salvação para que assim o sangue de Cristo na cruz nunca
seja vituperado.
🎯 APROFUNDE SEU CONHECIMENTO:
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.