“Quanto, porém, ao amor fraternal, não
necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus
que vos ameis uns aos outros.” (1 Ts 4.9)
SÍNTESE
Não existe adoração num coração
dominado pelo ódio, muito menos espiritualidade sadia numa vida envolvida com
desonestidade.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – 1 Jo 4.20: Não existe
adoração onde há ódio
TERÇA – Jo 15.12: Jesus, o perfeito
padrão de amor
QUARTA – Tt 3.5: Somos salvos pela misericórdia
e amor do Pai
QUINTA – Rm 13.8: O amor, uma dívida
impagável
SEXTA – Rm 14.8: Não vivemos para nós
mesmos
SÁBADO – 1 Pe 5.7: O Senhor cuida de
nós
OBJETIVOS
1.
REFLETIR a respeito da necessidade do amor em nossas
vidas;
2.
APRESENTAR o trabalho como uma necessidade para cada
cristão;
3.
DEMONSTRAR o padrão bíblico com relação ao nosso comportamento
social.
INTERAÇÃO
Caro professor (a), estamos
praticamente na metade de nosso trimestre, esse é um excelente momento para a
realização de processos avaliativos (autoavaliação, avaliação em grupo, avaliação
de critérios específicos). Tal postura conscientiza-nos daquilo que estamos
fazendo e está dando certo, e do que precisamos repensar e mudar em nossa
prática educativa. Compartilhe com seus alunos, no momento que achar mais
conveniente, a necessidade de uma avaliação das atividades realizadas por você
e seu grupo de estudantes. Aplique a melhor metodologia para sua turma: pode
ser um momento em grupo numa roda de conversa, você pode elaborar um questionário
para seus alunos responderem por escrito em sala ou em casa, etc. Esclareça a
eles a necessidade da sinceridade nas respostas.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Você já ouviu falar de “Mapa
Conceitual”? O Mapa Conceitual é uma ferramenta de aprendizagem que se utiliza de
uma estratégia imagética para facilitar o aprendizado. Por meio da construção
de um mapa (uma rede) conceitual que se utiliza de figuras geométricas para
organizar, correlacionar, hierarquizar as ideias apresentadas. O uso dos mapas
conceituais pode ser feito de duas maneiras: na primeira, o educador, na medida
em que vai apresentando o conteúdo vai construindo o mapa, de tal modo que ao
fim da explicação os alunos possuem um resumo completo da aula ministrada. O
outro uso pode ser feito por meio de uma ação promovida pelos próprios
educandos, que após a discussão da lição, pode servir para que eles criem seus mapas
conceituais. Nesta última hipótese, restaria ainda espaço para uma apresentação
coletiva dos mapas e uma posterior discussão a partir dos mesmos.
SUBSÍDIO EM VÍDEO PARA A LIÇÃO 6 – Lição 6- Vivendo
amorosa e honestamente
TEXTO
BÍBLICO
1
Tessalonicenses 4.9-12
9 Quanto, porém, ao amor fraternal, não
necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus
que vos ameis uns aos outros;
10 Porque também já assim o fazeis para
com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, a que
ainda nisto continueis a progredir cada vez mais,
11 e procureis viver quietos, e tratar
dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo
temos mandado;
12 para que andeis honestamente para com
os que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma.
INTRODUÇÃO
Nunca foi tão urgente a presença de uma
comunidade de pessoas que espelhe o caráter de Deus como nos
dias atuais. Nacionalmente vivemos em tempos de muita violência. No campo
sócio-político, nunca a corrupção esteve em tamanha evidência; e não são apenas
as figuras públicas que se revelam decadentemente desonestas, mas em cada
segmento social nos vemos decepcionados por escândalos. Em
Tessalônica, guardadas as devidas proporções, não era muito diferente; por isso
Paulo preocupa-se em orientar amorosamente aquela comunidade. Aprendamos com o
apóstolo e seu cuidado pastoral.
I-
QUANTO AO AMOR FRATERNAL
1.
É o Senhor quem nos ensina a amar.
Há em 1 Tessalonicenses, uma elogiosa
menção de Paulo à postura amorosa daqueles irmãos. Se havia uma série de
prescrições, observações, recomendações que deveriam ser feitas, em torno de várias áreas a respeito do
amor fraternal, todavia, os crentes em Tessalônica não necessitavam de orientação
alguma (1 Ts 4.9). Amar não é algo que aprendemos por meio de métodos humanos,
cursos de cura interior ou livros. O amor para com o próximo desenvolve-se em
nós a partir do momento em que mantemos uma relação de adoração com o Pai. É
impossível amar a Deus e odiar qualquer pessoa que seja, especialmente um irmão
(1 Jo 4.20). Não amamos os outros por seus atos de bondade ou por aquilo que
merecem, mas porque usufruímos do amor do Pai, podemos transmiti-lo a todos os
que precisam (Lc 6.27-36). É com o SENHOR que aprendemos a amar (Jo 15.12-17).
2.
O poder de expansão do amor.
Aquilo que as pessoas denominam como amor,
mas não consegue ser expandido, compartilhado, transmitido a outros, não é
amor. Na verdade não passa de narcisismo, ou como a Bíblia chama, “amor a si mesmo” (2 Tm 3.2); este sentimento é
perigosíssimo e capaz de destruir não apenas a espiritualidade do indivíduo narcisista,
mas também daqueles que estão em seu convívio (1 Co 12.25-27). A vivência do
amor é contagiante; aquele que foi alcançado pela boa semente do Evangelho não
consegue esconder sua alegria, nem os frutos dessa transformadora experiência,
há vários exemplos bíblicos: a Samaritana (Jo 4.28-30), Levi (Lc 5.27-32) e
Paulo (At 9.19-31). Numa sociedade dominada por todos os tipos e níveis de ódio
(discurso de ódio, ódio étnico-cultural, ódio religioso), cabe-nos acreditar que somente por meio de uma vivência
inspiradora de amor podemos colaborar para a mudança de nossa sociedade (Tt 3.3-5).
3.
O amor: uma medida que sempre deve aumentar.
A medida do amor nunca deve ser para
menos, sempre para mais. O amor é uma dívida impagável que não temos apenas
para com Deus, mas também com o próximo (Rm 13.8). Fica bem claro na parábola do
credor incompassivo que o benefício do perdão e do amor incondicional que nos alcança
nos torna, de igual modo, misericordiosos e perdoadores (Mt 18.23-35). Não
devemos ter medo de perder o amor de Deus; na verdade, quem não ama seu irmão,
de fato nunca vivenciou o privilégio de ser amado pelo Senhor (1 Jo 2.9-11).
Pense!
Viver em amor é uma experiência oriunda
da salvação, por meio da qual nos tornamos paulatinamente menos deformados pelo
pecado e mais parecidos com Deus.
Ponto
Importante
Amar é uma atitude que deve transcender
o indivíduo e impulsioná-lo para um relacionamento de comunhão com o Pai e com
o outro.
II-
VIVENDO POR FÉ, TRABALHANDO COM HONRA
1.
Um estilo de vida modesto.
Há em nossa sociedade um conjunto de ideais
“adoecedores”: sucesso financeiro a todo custo, reconhecimento público ainda
que por meio de escândalos ou vida promíscua, ambição desmedida pelo poder,
etc. Infelizmente as pessoas desejam o padrão de vida das celebridades (festas
glamorosas, holofotes, likes, views), isto é, uma existência de exterioridades,
futilidades e banalidades.
Sobre isso, a partir das
características daquele contexto histórico, Paulo exorta os irmãos em
Tessalônica a viverem uma vida simples, desapegada de desejos não edificantes,
de modo “quieto” (1 Ts 4.11), o que significa focar no que é essencial, sem
preocupar-se com as novidades e tendências da sociedade à nossa volta. Nós temos um padrão diferente daquele
implementado pelos conceitos mundanos (Fp 2.15). Não vivemos para nós mesmos,
mas para Deus (Rm 14.8).
2.
Trabalhar nunca deve ser um fardo.
Paulo é o mais enfático, entre os
escritores sagrados sobre a necessidade de reconhecer o ofício humano como uma atividade,
muitas vezes, imprescindível àquele que trabalha na obra de Deus (2 Co 12.13-18; 2 Ts 3.8-12). Trabalhar
não deve ser algo pesaroso a ninguém. Deus fez-nos para o cumprimento de
responsabilidades (Gn 1.26), ou seja, para através do
nosso trabalho glorificar o seu santo nome. Não fomos criados para a preguiça (Pv
13.4; 21.25). Desta forma, é espantoso pensar na quantidade de indivíduos que, sob
a desculpa de estar “trabalhando para Deus”, não se ocupam de coisa alguma na
verdade, senão de explorar financeiramente a fé alheia (At 20.29,30; 1 Tm
6.10). Foi para um ministério de vida íntegra que Deus nos vocacionou. É claro que
o próprio Paulo precisou de apoio financeiro em determinado momento de sua
trajetória, mas isso foi a exceção do caso, nunca a regra.
3.
O jovem, a vocação e a profissão.
Não devemos analisar a relação entre vocação
e profissão como algo dicotômico, mas como sincrônico. Não existe oposição
entre chamada ministerial e desenvolvimento profissional; o Deus que vocaciona
missionários é o mesmo que abre a porta da universidade para que a missão seja
sempre integral, nunca parcial. O cuidado com a formação de novos obreiros não
nos isenta da responsabilidade de ajudar tais pessoas a serem capazes de
realizarem-se profissionalmente. Tudo o que há em nossa vida, analisado em
conjunto, deve ser para a glória de Deus. Enquanto você não consegue discernir
seu ministério, continue estudando e trabalhando; se suas dúvidas são quanto ao
que fazer no mercado de trabalho, continue orando e servindo no Reino. E se
você já faz as duas coisas, não se preocupe, Deus está
contigo, por isso, o trabalho não vai roubar tempo da obra, nem a obra de Deus
do trabalho.
III-
SOBRE O CRISTÃO E SEUS NEGÓCIOS
1.
Honestidade como referencial de testemunho.
O cuidado de Paulo para com os irmãos
em Tessalônica o leva a exortá-los a terem uma vida honesta entre os que ainda
não professavam a fé (1 Ts 4.12). De nada adianta um comportamento religioso exemplar dentro da igreja, se
na vida cotidiana a luz de Cristo não brilha em nossos relacionamentos.
2.
Colaboradores e não parasitas sociais.
O final do versículo 12 termina com uma
advertência a respeito da necessidade de viver a partir do fruto do
próprio trabalho, nunca em virtude da exploração da caridade de um outro. Em um
país como o nosso, de enormes abismos sociais, políticas para efetivação de
direitos básicos são necessárias; contudo, ninguém deve tornar-se uma sanguessuga
social. Somos chamados para fazer a diferença nessa sociedade.
3.
O jovem cristão e a geração “nem-nem”.
A sociedade brasileira passa por uma
profunda crise, a ponto de aparecerem na atualidade, sintomas novos da velha
doença que é o pecado estrutural, que se engendra em nossa nação. O novo sintoma
da falência da sociedade brasileira tem repercussão entre os jovens, é exagerado
o número de pessoas entre 18 e 25 anos que nem trabalham, nem estudam. É nessa
ambiência conturbada que o jovem cristão deve lançar suas ansiedades
sobre o Senhor (1 Pe 5.7) e procurar fazer o seu melhor, nunca acomodando-se,
especialmente em situações adversas.
SUBSÍDIO 1
(1 Ts 4.9). Paulo agora faz
a mudança dos discursos específicos nos quais considerou a pureza sexual, para
a chamada geral ao exercício e ao crescimento no ‘amor [ou caridade]
fraternal’. [...] O ponto principal da mensagem do apóstolo, é que a comunidade
cristã deve ser caracterizada pela lealdade e pelo profundo cuidado que imita o
nível do comprometimento de Deus para com eles (Jo 13.34,35). A extensão da
discórdia ou da divisão que existiu na igreja em Tessalônica não foi em grande
escala. Alguns, mais provavelmente uma pequena minoria, estavam ameaçando a harmonia
por serem preguiçosos (1 Ts 4.11,12; 5.14; 2 Ts 3.10) e intrometidos (2 Tm
3.11). Porém, a igreja como um todo foi caracterizada pelo amor. Paulo conhece
a dinâmica dos relacionamentos, e sabe que a menos que se prestasse uma
cuidadosa atenção à harmonia, a igreja estaria a um passo de um conflito
generalizado. Coerentemente, incentiva os santos a se dedicarem intensamente à
instrução em que foram encaminhados, na qual estavam bastante adiantados.
Paulo diz não haver
necessidade de escrever aos tessalonicenses sobre a importância do amor
fraterno e está confiante de que pode manter a discussão em um nível mínimo
(ARRINGTON, F.L. e STRONSTAD, Roger (Ed). Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 1390,1391).
SUBSÍDIO 2
O conteúdo da ética cristã
está na vontade de Deus, que deve ser feita com amor, ou seja, ‘a fé que opera por
caridade [ou amor]’ (G1 5.6). Todo o comportamento de Cristo estava centrado em
seu objetivo de servir e de dar sua vida como um resgate (Mt 20.28). Este era
seu padrão para os seus seguidores (20.25-27). Paulo o
aceitou. Também o fizeram os
cristãos tessalonicenses. Eles tinham visto em Paulo o exemplo (‘selo’) de
Cristo que lhes deu significado e entendimento. Eles tomaram esse exemplo para suas
próprias vidas, incluindo a aflição (thlipsis,
‘pressão, tribulação’). Nesse contexto da ética cristã, em meio ao sofrimento,
imitando a vida de Jesus e a conduta de Paulo, aqueles crentes coletivamente e
espontaneamente compartilharam um testemunho dinamicamente
significativo de Cristo pela
Macedônia e pela Acaia. O exemplo cristão, encontrado primeiramente em Jesus e
em Paulo resulta no tipo de conduta fiel que efetivamente dá testemunho por
meio do corpo combinado da igreja em qualquer outra área, fortalece o
testemunho dos cristãos e possibilita que o comportamento dos obreiros
(pastores e outros) inspire o rebanho a segui-los. O testemunho cristão
bem-sucedido está centrado no exemplo (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2007. pp. 729, 730).
CONCLUSÃO
Nossa vocação é para uma vida piedosa,
fundamentada em amor e buscando os ideais de justiça e paz. O zelo pastoral de
Paulo com os tessalonicenses o levou a um conjunto de orientações que são
preciosas ainda hoje para nós, igreja contemporânea. Não nos acomodemos com o
mal que se desenvolve em nossa sociedade, sejamos dedicados na promoção do bem.
HORA
DA REVISÃO
1.
Sendo o amor imprescindível para a vida cristã, como aprendemos a amar?
O amor para com o próximo desenvolve-se
em nós a partir do momento em que mantemos uma relação de adoração com o Pai
(Mt 22.36-40). É com o SENHOR que aprendemos a amar (Jo 15.12-17).
2.
É possível viver um amor que se restrinja apenas ao próprio indivíduo? Justifique
sua resposta.
Não, pois isso é narcisismo ou aquilo
que a Bíblia define como “amante de si mesmo” (2 Tm 3.2).
3.
De que modo devemos encarar nossa responsabilidade para o trabalho?
Como um meio de glorificar o nome do
Senhor, que tem nos dado dons e talentos, também para trabalhar.
4.
É possível conciliar vida profissional e vocação ministerial? Justifique sua
resposta.
Sim, Paulo é um grande exemplo deste
tipo de opção de vida. É Deus quem nos dá, tanto o ministério quanto a profissão;
tudo vem de Deus.
5.
De que modo um jovem, numa sociedade como a nossa, pode controlar suas ansiedades
e medos?
Lançar suas ansiedades sobre o Senhor
(1 Pe 5.7) e procurar fazer o seu melhor, nunca acomodando-se, especialmente
com situações adversas.