“Não durmamos, pois, como os demais,
mas vigiemos e sejamos sóbrios.” (1 Ts 5.6)
SÍNTESE
Deus é responsável pela criação e
consumação de todas as coisas em Cristo Jesus.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – Hb 5.14: A necessidade de crescer
na fé
TERÇA – 1 Co 6.14: As consequências da ressurreição
QUARTA – Mt 24.42: A exortação para a
vigilância
QUINTA – Jo 14.3: Nosso destino: morar com
o Pai
SEXTA – 1 Ts 5.18: O consolo do cristão
SÁBADO – 1 Ts 5.3: O caráter
surpreendente da chegada do Reino
OBJETIVOS
1.
REFLETIR a respeito da necessidade do debate
escatológico na igreja hoje;
2.
APRESENTAR três verdades a respeito da vinda do Senhor
em 1 Tessalonicenses;
3.
DEMONSTRAR a relevância da discussão escatológica entre
o público jovem.
INTERAÇÃO
A escatologia discutida por
Paulo em 1 Tessalonicenses tem suas peculiaridades, mesmo se comparada com a abordagem
que o apóstolo promove em 2 Tessalonicenses. O pragmatismo atual que envolve a
fé cristã de muitas pessoas é o único objeto de busca para alguns indivíduos A
aridez da questão (com suas imagens apocalípticas, figuras fantásticas e
eventos extraordinários) tende, em alguns casos, a tornar o debate escatológico
distante do interesse dos jovens. Apesar destes desafios lembre-se: Você é a
pessoa que Deus usará para abençoar esse grupo de jovens. O Senhor é contigo!
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Elabore um Quiz (um conjunto
de perguntas) a respeito das questões envolvendo escatologia; pode ser voltado
especificamente para questões relativas ao debate promovido por Paulo em 1
Tessalonicenses ou acerca de dúvidas escatológicas de um modo geral.
Este deve ser um momento de
crescimento, aprendizado, de alegria entre os educandos de sua sala. Por isso
não permita que ninguém sinta-se inibido em participar ou com medo de responder
alguma questão. Para tornar essa dinâmica mais atrativa, você pode pedir, uma
semana antes desta aula, que seus alunos dediquem-se na elaboração de uma
questão sobre escatologia para ser apresentada em classe – a melhor pergunta,
segundo a avaliação de todos os participantes do Quiz, será premiada.
Desta forma todos os
presentes poderão participar de sua aula, elaborando, respondendo e avaliando
os itens uns dos outros, tornando este momento mais colaborativo.
TEXTO
BÍBLICO
1
Tessalonicenses 4.13-18; 5.1-6
13 Não quero, porém, irmãos, que sejais
ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais,
que não têm esperança.
14 Porque, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com
ele.
15 Dizemo-vos, pois, isto pela palavra
do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não
precederemos os que dormem.
16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu
com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram
em Cristo ressuscitarão primeiro;
17 depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e
assim estaremos sempre com o Senhor.
18 Portanto, consolai-vos uns aos
outros com estas palavras.
5.1
Mas,
irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos
escreva;
2 porque vós mesmos sabeis muito bem que
o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite.
3 Pois que, quando disserem: Há paz e
segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto
àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.
4 Mas vós, irmãos, já não estais em
trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão;
5 porque todos vós sois filhos da luz e
filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
6 Não durmamos, pois, como os demais, mas
vigiemos e sejamos sóbrios.
INTRODUÇÃO
Para a maior parte dos intérpretes, o
debate a respeito das últimas coisas é uma temática tão importante na relação
de Paulo com os tessalonicenses que pode, inclusive, servir de chave de leitura
para uma compreensão integrada das duas epístolas. Mais importante do que determo-nos
em intermináveis discussões sobre nuances ou detalhes escatológicos que
resvalam deste texto de 1 Tessalonicenses, será refletir a respeito do contexto
geral que fomenta tal discussão.
O amoroso cuidado pastoral de Paulo
leva-o a explicar aos crentes em Tessalônica algumas verdades espirituais
primárias, mas que estes, por imaturidade ou por falta de um ensino mais
sistemático, ainda não haviam assimilado.
De forma análoga, é de extrema
importância questionarmo-nos sobre a imperativa exigência de discussão deste
tema na sociedade contemporânea. Em tempos de conhecimento instantâneo,
transformações sociais diárias e economia extremamente volátil, ainda faz
sentido falar de eternidade?
I
- OS TRÊS OBJETIVOS DOS ESCLARECIMENTOS ESCATOLÓGICOS
1.
Evitar os perigos da falta de profundidade bíblica.
O receio de Paulo para com os
tessalonicenses era o de que a falta de uma compreensão mais profunda dos
pilares da fé – dentre os quais estava, por exemplo, a crença na ressurreição
de Jesus – levasse este grupo de novos irmãos a uma fé ignorante, e por isso
mesmo, adoecida. Não somos chamados para permanecer em níveis elementares da fé
(Hb 5.13,14); a metáfora bíblica diz-nos que a história de nossa fé é
semelhante à corrida de um maratonista (1 Co 9.24; 2 Tm 4.7), por isso, é
necessário sabedoria para não “morrer no meio do caminho”, mas antes,
completarmos a carreira. Como um atencioso mestre, o apóstolo refletirá com
seus amigos a respeito das questões básicas, mas imprescindíveis para o estabelecimento de uma vida cristã saudável,
livre das fábulas e mitos das tradições religiosas.
2.
Impedir qualquer entristecimento desnecessário.
A imaturidade da fé dos tessalonicenses
poderia desembocar num problema maior: abandono da fé (Gl 1.6-9). A compreensão
errônea de princípios bíblicos sempre tem repercussões negativas, comunitárias
e pessoais. Percebemos pelo texto que o apóstolo apressou-se em responder as
indagações dos irmãos para que assim se evitasse um esfriamento da fé daqueles
irmãos. E isto é bastante perigoso, especialmente quando ocorre entre novos
convertidos que, muitas vezes, não têm ainda suas convicções bem firmadas.
Deixar de enfrentar tristezas de modo absoluto parece impossível, no entanto,
existem determinados problemas e angústias que podemos fugir, e este era o caso
entre aqueles novos irmãos.
3.
Encher os tessalonicenses de esperança e consolo.
Algo inquietava os crentes de
Tessalônica, tirava-lhes o sono e a harmonia interna da comunidade. Ao falar a
respeito de questões pertinentes àquele contexto social, Paulo demonstra seu
cuidado pastoral, que se manifesta no zelo pelo crescimento espiritual daquela Igreja.
Do que adianta um sermão bem estruturado se o seu conteúdo não é compreendido
pelo público? Qual a relevância de uma profunda discussão sobre elementos
secundários da doutrina cristã se o essencial ainda não foi assimilado pela
comunidade? Mais uma vez aprendemos com Paulo um importante princípio cristão: o importante em um sermão
não é demonstrar o quanto se tem de conhecimento, e sim, falar com clareza e
pertinência aquilo que produz crescimento às pessoas. Produzir esperança e
consolo (1 Ts 4.13,18), ou como o apóstolo fala em contexto semelhante –
consolar, exortar e edificar (1 Co 14.3) – este deve ser o cerne de toda
pregação.
Pense!
Não podemos desprezar o estudo sistemático
da Palavra de Deus.
Ponto Importante
Para o cristão, compreender os
fundamentos básicos da fé significa sobrevivência espiritual.
II-
VERDADES RELACIONADAS À VINDA DO SENHOR
1.
A certeza da ressurreição gloriosa dos santos.
Temos plena convicção que aqueles que
morreram em Cristo serão triunfalmente ressuscitados para satisfação e alegria
eterna, pois assim como aconteceu com Jesus de Nazaré também acontecerá com
todos aqueles que nEle creem (1 Ts 4.14). Por isso, não há espaço para nenhuma
crença aniquilacionista. Não só haverá vida após a morte, como a ressurreição
dos santos será para felicidade e paz. O poder da maldade é parcial e
transitório, a glória de Cristo é eterna e absoluta.
2.
A certeza da vinda do Senhor exige vigilância.
Não é porque temos a certeza do retorno
de Jesus para nos buscar, e com isso a convicção de nosso estado de eterna
alegria com o Pai, que devemos viver de modo negligente (1 Ts 5.4-6). Pelo
contrário, tal revelação exige de nós comprometimento absoluto com o Reino de
Deus. Não é possível vivermos com o coração dividido entre dois tipos de
desejos contrários, ou com a alma cindida tentando servir ao Senhor e às
trevas; é necessária a tomada de decisão. Aqueles que não conhecem a Cristo
temem o fim de todas as coisas, apavoram-se ao pensar sobre o dia glorioso do
Senhor. Estes, porém são os que desperdiçam suas vidas no pecado e por isso
temem apresentarem-se diante do Criador. Nosso sentimento deve ser exatamente o
inverso, ansiar o retorno de Jesus (Ap 22.20), com a convicção de
que nos encontraremos com Deus; este será o melhor momento de nossas vidas. Por
isso, vigiai! (Lc 21.36)
3.
Este será um ato reivindicatório de Deus.
A palavra usada no versículo 17 para
descrever a ação promovida por Cristo com relação aos que estiverem vivos
quando de sua vinda literalmente significa “tomar com força”, “arrebatar com
rapidez”, “reivindicar para si”. Deste modo, nosso encontro com o Senhor será resultado
de uma decisão exclusiva de Deus, que, por ter autoridade e poder para isso,
arrancará – sem qualquer preocupação com explicações a terceiros – aqueles que
lhe pertencem. Somos possessão do Senhor, estamos neste mundo como peregrinos e
forasteiros, aguardando apenas o exato momento de nosso regresso à morada
eterna. Mais uma vez ratifica-se que nossa salvação não é um ato cuja origem
deriva de nós, é na verdade um ato gracioso do Pai.
Pense!
A ressurreição é uma crença tão central
para o Cristianismo que, como afirmou Paulo, se este fato não for verdadeiro
nada mais terá sentido para nós.
Ponto
Importante
A discussão de questões sobre o fim de
todas as coisas produz medo e temor em muitos. Os justos não devem temer nada,
aqueles que estão ainda no pecado há tempo para arrependimento.
III
- OS JOVENS DE HOJE PRECISAM PENSAR SOBRE AS ÚLTIMAS COISAS?
1.
A urgência de um despertamento.
Assim como Paulo exorta à jovem igreja
de Tessalônica a vigiar e estar atenta quanto aos acontecimentos que precedem a
vinda do Senhor (1 Ts 5.6); a juventude de nossos dias também precisa ser
sacudida com esta verdade que para alguns é inconveniente: tudo vai passar!
Sim, é necessário demonstrar aos jovens desta geração que a força deles passa,
assim como sua beleza, e que a própria juventude é “vaidade”, ou seja, efêmera,
passageira (Ec 11.10). A ilusão da juventude eterna – que se propaga em nossa
sociedade por meio da cultura das cirurgias estéticas e de um estilo de vida
completamente irresponsável – precisa ser desfeita. As pessoas precisam
reconhecer a presença de Deus em cada fase da vida, e assim, experimentar o
melhor do Senhor sempre. Não há mais tempo a perder.
2.
Superando o imediatismo.
O anúncio da vinda iminente do Senhor
como um processo lento, aos nossos olhos, mas irreversível na história, a
declaração do fim de todas as coisas e a comunicação do estabelecimento do
Reino Eterno do Pai, são formas de estabelecer padrões temporais bem diferentes
daqueles que a sociedade vive hoje. Em tempos de comunicações online, de
comidas fast-food e de relacionamentos líquidos (que de tão provisórios
poderiam ser até mesmo chamados de gaseificos), falar de valores eternos parece
uma piada, mas é sobre isso que nossos contemporâneos precisam ouvir. O
imediatismo do cotidiano precisa se render ao plano de Deus que, a seu tempo, estabelece
seus propósitos e desígnios (Lc 21.19; 2 Pe 3.8). A pregação sobre as últimas coisas
tem o poder de despertar o ouvinte para um modelo de temporalidade que se
concentra no estabelecimento correto de um processo, e não, apenas, em um resultado
prematuramente obtido.
3.
Anunciando que há um Senhor na história da humanidade.
A urgência da pregação escatológica
está intimamente associada à constante necessidade de declararmos a este mundo
que não vivemos num turbilhão de caos, e sim, que há um Deus que de maneira
amorosa traçou as linhas mestras da história humana. Anunciar o fim implica
dizer que há um Senhor no universo o qual, sendo responsável pela criação de
todas as coisas, também estabeleceu um fim para elas. Por meio de seu cuidado,
o Pai tem gestado na história o resultado de seu plano eterno, mesmo diante das
oposições das trevas e da fragilidade humana, de tal modo que o fim, que já deve ser anunciado,
aponta para o estabelecimento integral do Reino de Deus. Desta maneira,
apregoar o fim é, também, apontar para a causa última do universo: Deus (Sl
74.12-17).
SUBSÍDIO 1
A Trombeta de Deus ressoará
Que instante abençoado! Nos
dias do Antigo Testamento, Deus determinara que se fizessem duas trombetas de prata,
que seriam usadas tanto para reunir o povo como para alertá-lo para a partida (Nm
10.1-7). Naquele dia tocará do céu a trombeta de Deus, como sinal de que
devemos partir daqui, deste mundo, e reunir-nos em glória celestial! Essa
trombeta de Deus não faz parte de nenhuma das sete trombetas do juízo, que
serão tocadas no tempo dos três ‘ais’ (Ap 8.13; 11.15). Ela é uma trombeta de bênção,
cujo som convocará a Noiva de Jesus para a festa eterna no céu.
Os mortos ressuscitarão primeiro
Aqui chegamos a um dos
maiores milagres do universo — a ressurreição. Para os materialistas e ateus, a
ressurreição é uma fantasia. Não creem por não encontrarem explicação para tal maravilha.
Porém, a salvação não se baseia, efetivamente, na compreensão do homem natural,
mas na fé. E por meio da fé compreendemos essas verdades gloriosas. A
ressurreição significa que o homem morto tornará a existir e a viver
fisicamente por meio de uma nova união entre o
espírito e o corpo que foram separados no momento da morte. Para os que morreram
em Cristo esse milagre se realizará no dia da vinda de Jesus (BERGSTÉN,
Eurico.Teologia Sistemática. 13.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. pp. 320, 321).
SUBSÍDIO 2
A
precedência dos ressuscitados.
Dizemo-vos, pois, isto pela
palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não
precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e
com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro’ (1 Ts 4.15,16). É a precedência honrosa que Deus
concederá aos ‘que morreram em Cristo’. Serão arrebatados primeiro, ainda que
num ‘abrir e fechar de olhos’. Na ressurreição, o corpo dos salvos, ainda que
transformados em pó, carbonizados ou comidos por peixes ou feras, serão
trazidos à existência pelo poder de Deus, pela energia criadora de sua palavra:
‘[...] a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são
como se já fossem’ (Rm 4.17). A ressurreição dos salvos para serem arrebatados
é a vitória sobre a morte, ‘o último inimigo’ a ser aniquilado (1 Co 15. 26). A
segunda ressurreição será para os ímpios, após o Milênio (Ap 20.5) (LIMA, Elinaldo
Renovato. O Final de Todas as Coisas. Esperança e glória para os salvos. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2015. p. 55
CONCLUSÃO
A vinda de Jesus deve ser um fato
presente no horizonte existencial de cada cristão. Não somos chamados para
permanecer aqui eternamente, antes, nossa pátria é do alto, nossa saudade é por
aquilo que ainda não vimos. Somente por meio de uma fé genuína conseguimos
permanecer íntegros quanto à disposição de nosso coração de acreditar que o
arrebatamento é uma realidade.
HORA DA REVISÃO
1. Apresente três motivos que justifiquem a
discussão sobre as Últimas Coisas na epístola.
Evitar os problemas com as heresias, impedir um
entristecimento impróprio daqueles irmãos, confirmar as promessas que deveria
encher o coração dos tessalonicenses.
2. Quais as três verdades que podem ser
extraídas a partir do debate sobre escatologia em 1 Tessalonicenses?
A ressurreição dos santos é uma verdade, a
certeza da vindo do Senhor exige vigilância, no Dia do Senhor a justiça do Pai
será executada.
3. Qual o significado da palavra usada no
versículo 17 para descrever a ação promovida por Cristo em relação aos que
estiverem vivos quanto a sua vinda?
A palavra usada no v.17 para descrever a ação
promovida por Cristo com relação aos que estiverem vivos quando de sua vinda
literalmente significa “tomar com força”, “arrebatar com rapidez”, “reivindicar
para si”.
4. Como se pode justificar a relevância das
questões escatológicas para a Igreja contemporânea?
Este é um tema que promove despertamento da
Igreja, nos faz superar uma visão imediatista do mundo, e anuncia o Deus que
Reina inclusive na história.
5. É correto afirmar que ao se discutir sobre o
fim de tudo, inevitavelmente reflete-se sobre o começo de todas as coisas?
Justifique sua resposta.
Sim, pois anunciar o fim implica em dizer que há
um Senhor no universo o qual, sendo responsável pela criação de todas as
coisas, também estabeleceu um fim para as mesmas.