"Por
que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho
naquilo que não pode satisfazer?" (Is 55.2a)
VERDADE PRÁTICA
As
finanças do crente devem ser bem administradas para ele garantir o sustento da
família, contribuir na manutenção da igreja local e ajudar o próximo.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Ag 2.8: O Senhor é
fonte de toda a riqueza, tudo pertence a Ele
Ter. 1Tm 6.8-10: O amor do
dinheiro é a raiz de toda a espécie de males
Qua. 1Ts 2.9: O trabalho é
o meio digno para a nossa subsistência
Qui. 1Co 10.32,33: A nossa
vida financeira não deve servir de escândalo à sociedade
Sex. Ml 3.7-10: A bênção
financeira tem a ver com a nossa fidelidade a Deus
Sab. Pv 21.5: O planejamento
do orçamento familiar produz tranquilidade financeira
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1 Crônicas 29.10-14; 1Timóteo 6.8-10
1
Crônicas 29.10-14
10 Por isso Davi louvou ao SENHOR na
presença de toda a congregação; e disse Davi: Bendito és tu, SENHOR Deus de
Israel, nosso pai, de eternidade em eternidade.
11 Tua é, SENHOR, a magnificência, e o
poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos
céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre
todos.
12 E riquezas e glória vêm de diante de
ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o
engrandecer e o dar força a tudo.
13 Agora, pois, ó Deus nosso, graças te
damos, e louvamos o nome da tua glória.
14 Porque quem sou eu, e quem é o meu
povo, para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque
tudo vem de ti, e do que é teu to damos.
1Timóteo 6.8-10
8 Tendo, porém, sustento, e com que nos
cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9 Mas os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína.
10 Porque o amor ao dinheiro é a raiz de
toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores.
HINOS SUGERIDOS: 477,
486, 499 DA HARPA CRISTÃ
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Apresentar
uma teologia para a vida financeira;
-
Compreender a importância de se fazer
uso de meios honestos para ganhar dinheiro;
-
Discutir a forma correta de se
empregar o dinheiro
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
O Senhor é o nosso
provedor. Sem Ele não teríamos nada, por isso, precisamos administrar com temor
e sabedoria os bens que tem nos concedido. Somos mordomos dEle e em breve
teremos que prestar contas de tudo o que recebemos nesta vida (Rm 14-12).
O nosso país está
enfrentando uma grave crise económica, que tem gerado desemprego e dificuldades
financeiras em todos os setores e esferas da sociedade. Por isso, é preciso
muita sabedoria para que as nossas finanças não sejam afetadas e possamos
honrar com nossos compromissos. Deus é bom e podemos esperar nEle, mas isso não
significa que não tenhamos que ter um planejamento financeiro afim de consumir
de forma consciente. O consumismo exagerado tem levado muitos crentes ao caos
financeiro. É preciso ter cuidado e não se deixar levar pelo apelo consumista
da mídia.
INTRODUÇÃO
O Senhor é a fonte de toda riqueza e tanto
a prata quanto o ouro pertencem a Ele (Ag 2.8). Logo, as posses e os bens são
concedidos ao ser humano por meio do nosso Deus. Assim, cada um prestará contas
de tudo o que recebeu nesta vida para administrar (Rm 14.12), inclusive na
esfera financeira (Mt 25.19). Nesta lição, veremos como podemos gerir melhor as
nossas finanças.
PONTO CENTRAL
O planejamento financeiro é imprescindível
para uma vida econômica bem-sucedida.
VEJA A VÍDEO AULA DESTA LIÇÃO
l - UMA TEOLOGIA PARA
A VIDA FINANCEIRA
O equilíbrio financeiro foge dos extremos
da riqueza e da pobreza, e ainda possibilita uma vida desprovida de
preocupações desnecessárias.
1.
Vida financeira equilibrada.
No livro de Provérbios estão registradas
as palavras de Agur (Pv 30.1). Ele fez dois pedidos ao Senhor pelos quais
almejava usufruir antes de sua morte (Pv 30.7). O primeiro pedido foi por uma
vida íntegra, livre da vaidade e da falsidade (Pv 30.8a). O segundo foi uma
vida financeira equilibrada: "não me dês nem a pobreza nem a riqueza"
(Pv 30.8b). O motivo desse segundo pedido é explicado no versículo nove:
"para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou
que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus". Agur
desejava dinheiro suficiente para uma vida digna que não o levasse a pecar. ELe
não queria muito dinheiro, objetivando, assim, evitar a soberba; mas também não
desejava que Lhe faltasse para não ser desonesto. Nesse propósito, ele apenas
aspirava à porção necessária para cada dia (Pv 30.8c). Foi exatamente isso que
Cristo nos ensinou a pedir: "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" (Mt
6.11).
2.
O perigo do amor do dinheiro.
O apóstolo Paulo confirma que a vida
moderada é o melhor caminho para fugir dos Laços e das tentações das riquezas
(1 Tm 6.9). É fato que a cobiça pelo dinheiro corrompe os homens e os faz
desviar da fé (1Tm 6.10). Entretanto, o texto bíblico mostra que o mal em si
não está no dinheiro e sim no "amor do dinheiro". O mal está em
perder a comunhão com Deus e passar a depositar a confiança nas riquezas. A
Bíblia revela que essa atitude foi empecilho de libertação na vida de muitos,
como nos exemplos do jovem rico (Lc 18.23), de Judas Iscariotes (Lc 22.3-6) de
Ananias e Safira (At 5.1-5) que valorizaram o dinheiro em detrimento da
salvação. Portanto, mesmo que o Senhor nos permita enriquecer, o salmista nos
adverte quanto ao pecado em relação às riquezas: "se as vossas riquezas
aumentam, não ponhais nelas o coração" (SI 62.10).
SÍNTESE DO TÓPICO l
Conhecer o teologia bíblica a respeito das
finanças nos ajuda a ter uma vida financeira equilibrada.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
No contexto do mundo atual, em relação às coisas que movem o mundo, o dinheiro se destaca como algo eticamente difícil de ser administrado. A mordomia cristã implica instruir ao cristão quanto ao modo ético, decente e correto de lidar com o dinheiro. O dinheiro está diretamente ligado aos bens materiais. O cristianismo é, também, feito com coisas materiais e o dinheiro faz parte desse contexto, A doutrina da mordomia bíblica objetiva equilibrar esses dois elementos importantes do cristianismo, o material e o espiritual. Para que haja esse equilíbrio das partes, a mordomia, nada mais é, do que administrar adequadamente o dinheiro. Ela se preocupa com os métodos de aquisição, sua posse e a utilização do mesmo nas várias atividades da vida material. A administração do dinheiro pessoal ou público deve ser feita com critérios e responsabilidade. A subsistência das pessoas está diretamente ligada à aquisição de dinheiro. As organizações sociais e religiosas, os governos e outras instituições dependem do dinheiro para seu funcionamento. Administrá-lo correta e honestamente é de vital importância para o funcionamento de qualquer organização e para a consciência das pessoas (CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã: Aprenda como servir melhor a Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 114-115).
II - MEIOS HONESTOS
PARA GANHAR DINHEIRO
Ganhar dinheiro não é pecado, mas uma
necessidade indispensável. Trabalhar de modo honesto para o sustento de sua
família é uma atitude altruísta.
1.
Trabalho e emprego.
Desde a queda no Éden, o homem precisa
empregar esforços para obter os bens de que necessita para sobreviver. Disse
Deus: "No suor do teu rosto, comerás o teu pão..."(Gn 3.19a). Assim,
o trabalho passou a ser um meio legítimo para prover o sustento humano. O Senhor
Jesus ensinou que "digno é o trabalhador do seu salário" (Lc 10.7 -
ARA). Quando escreveu aos irmãos de Tessalônica, Paulo enfatizou que o trabalho
é um meio digno de ganhar dinheiro (1Ts 2.9). Porém, no afã de obter o seu
salário, o cristão não pode envolver-se com meios ilícitos ou criminosos (Pv 11.1;
20.10), nem tampouco explorar ou extorquir seu semelhante (Am 2.6). A
responsabilidade individual de trabalhar para o próprio sustento é tão
relevante que a Bíblia condena o preguiçoso (Pv 21.25; 22.13) e ainda assevera:
"Se alguém não quiser trabalhar, não coma também"(2Ts3.10).
2.
Escolarização e Mobilidade Social.
A sociedade é formada por classes
sociais. A possibilidade de um cidadão trocar de classe é denominada
"mobilidade social". Um dos meios disponíveis para isso é a
escolarização, ou seja, a educação académica. A escolarização proporciona a
capacitação profissional e o acesso a níveis superiores de ensino. Os que
alcançam maior escolarização possuem maior probabilidade de encontrar empregos
com bons salários. No entanto, o cristão precisa tomar cuidado na busca de seu
aprimoramento intelectual para não ser enredado por meio de filosofias e vãs
sutilezas (Cl 2.8). Precisa também ter em mente que não devemos buscar
conhecimento por vanglória ou para nos considerar melhor que outros (Fp 2.3).
Assim, o padrão bíblico está em usarmos a escolarização e a ascensão social
para servir melhor o Reino de Deus (Fp 2.4,21; 1Co 10.32,33).
SÍNTESE DO TÓPICO II
O trabalho, o emprego, a escolarização e a
mobilidade social são meios honestos para se ganhar dinheiro.
SUBSIDIO TEOLÓGICO
As Escrituras dizem muitas
coisas sobre a importância do trabalho. Em
primeiro lugar, nossos esforços no trabalho são capazes de glorificar a
Deus.
Em segundo lugar — é relacionado ao primeiro ponto — seja o que for que façamos
nesta terra, incluindo o nosso comportamento no trabalho, será um testemunho
para as outras pessoas. Por essa razão, Deus espera que sejamos diferentes, que
nos salientemos no contexto do mundo em que vivemos e que façamos o nosso
trabalho sem murmurações.
O terceiro ponto
é complexo. A Bíblia deixa claro que nosso trabalho é um dos veículos que Deus
utiliza para suprir as necessidades. O seu intento é que a nossa produtividade
nos traga recompensas significativas, tanto tangíveis, como intangíveis. Em seu
plano, a preguiça e a falta de produtividade resultam naturalmente em
necessidades. Deus quer que estejamos em uma posição tal, que possamos
desfrutar dos resultados do nosso trabalho. Podemos ter a certeza de que Ele
seria capaz de nos conceder tudo aquilo de que necessitamos, sem qualquer
esforço da nossa parte.
Existem alguns exemplos em
que Ele faz exatamente isto, quando sabe tratar-se de uma situação apropriada.
Contudo Deus não pretende dar-nos um tipo de provisão diária, de tal forma que
venhamos logo a tê-la como certa. A passagem em Mateus diz: 'Buscai primeiro o
Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas'.
A palavra 'primeiro' implica uma ordem de prioridades. O nosso relacionamento
com Deus deve ter a máxima prioridade — mas não é a única prioridade (SALE,
Frederick Jr. Você & Deus no Trabalho: A ética profissional do cristão,
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 31).
Ill - COMO
ADMINISTRAR O DINHEIRO?
A mordomia das finanças é de
responsabilidade de todos os membros da família. A má gestão financeira provoca
endividamento e constrangimentos desnecessários.
1.
Fidelidade na Casa do Senhor.
A boa administração financeira tem
início com a fidelidade do cristão na entrega dos dízimos e das ofertas. O
dízimo era praticado antes da Lei (Gn 14.18-20), requerido no período da Lei
(Ml 3.7-10) e permaneceu em vigor na Nova Aliança (Mt 23.23; Lc 11.42). É
mandamento da Lei e da Graça - da antiga e da nova dispensação. Entregar os
dízimos significa devolver ao Senhor a décima parte de todos os nossos
rendimentos. Já a oferta é extra ao dízimo. Tanto um quanto outro devem ser
dados com alegria (2 Co 9.7), amor, altruísmo e voluntariedade. O sentimento
que deve predominar no coração do crente no momento da entrega solene é o da
gratidão a Deus: "O povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente;
porque de coração íntegro deram eles liberalmente ao SENHOR; também o rei Davi
se alegrou com grande júbilo." (1Cr 29.9-ARA).
2.
Estabelecendo prioridades.
A Bíblia ensina que o dinheiro serve de
proteção (Ec 7.12 - ARA). Contudo, o dinheiro somente será uma bênção se a
família souber administrar os rendimentos. Estipular prioridades e metas a
serem atingidas é o caminho mais fácil para aplicar habilidosamente os recursos
e evitar o desperdício (Pv 21.5). As metas devem ser estabelecidas, obviamente,
de acordo com as condições financeiras da família.
O planejamento evita aplicação do
dinheiro em atividades supérfluas ou desnecessárias (Is 55.2). Nesse sentido,
as prioridades devem ser ordenadas pela necessidade e urgência de cada
situação. Assim, uma administração transparente e sincera demonstra temor de
Deus na aplicação das finanças da família (l Tm 5.8).
3.
Evitando as dívidas.
A falha no estabelecimento de
prioridades provoca o endividamento. Quando a família não planeja suas compras
acaba por contrair dívidas acima de suas posses, assim, o lar passa a sofrer
privações e se torna refém do credor, pois "o que toma emprestado é servo
do que empresta" (Pv 22.7).
O comprometimento da renda familiar
acarreta uma série de outros prejuízos, tais como: impaciência, nervosismo e
desavenças no lar. Para evitar essas desagradáveis situações é aconselhável
comprar tudo à vista (Rm 13.8), não ser fiador de estranhos (Pv 11.15; 27.13),
fugir dos agiotas (Êx 22.25; Lv 2536) e ser fiel nos dízimos e nas ofertas (Ml
3.10,11).
CONHEÇA MAIS
Sobre a generosidade
"9.11.
EM TUDO ENRIQUEÇAIS. Para que a
generosidade seJ3 manifesta exteriormente, o coração deve antes estar
enriquecido de amor e compaixão sinceros para com o próximo. Dar de nós mesmos
e daquilo que temos, resulta em: (1) Suprir as necessidades dos nossos irmãos
mais pobres; (2) louvor e AÇÕES de graças a Deus (v.12) e (3) amor recíproco da
parte daqueles que recebem a ajuda." Para conhecer mais Leia "Bíblia
de Estudo Pentecostal", CPAD, p.1782.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Precisamos administrar nossos recursos
financeiros sendo fiel ao Senhor e a sua casa e estabelecendo prioridades.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Quando Abraão foi ao
encontro de Melquisedeque, após a guerra dos reis orientais, entregou-lhe o
dízimo de tudo. Pois como bom administrador que era, sabia muito bem: todos os
seus haveres, de fato, não lhe pertenciam; tinham por dono o próprio Deus. Se
Deus era o proprietário de tudo, deveria o patriarca consagrar-lhe uma parte de
sua imensa riqueza, a fim de que o sumo sacerdote pudesse sustentar o culto ao
Todo-Pode roso. Foi na entrega do dízimo a Melquisedeque que teve Abraão uma
nova revelação do caráter de Deus. Naquele momento, conscientiza-se ele: tanto
ele quanto a sua progénie estavam ordenados por Deus a ser uma nação santa,
profética e sacerdotal. Não foi simplesmente um ato de doação; foi um encontro
experimental do patriarca com o Senhor.
A mordomia exercida por
Abraão é um perfeito modelo para os seus filhos na fé. Todas as vezes que
entregamos o nosso dízimo à casa do tesouro, aprofundamos a nossa crença na
providência de Deus (ANDRADE, Claudionor de. As Disciplinas da Vida Cristã:
Como alcançar a verdadeira espiritualidade, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008,
p. 107).
CONCLUSÃO
O cristão deve trabalhar honesta e
diligentemente para suprir o sustento de sua família. Ele deve administrar bem
seus recursos a fim de não pecar contra Deus e não expor a sua família ao
vexame moral e privações. Devemos, em primeiro lugar, confiar que Deus suprirá
todas as nossas necessidades (Fp 4.7); em segundo, fazer todo o possível ao
nosso alcance para bem administrar os recursos que Deus nos deu.
PARA REFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã e Vida
Financeira" responda:
•
Quais foram os dois pedidos de Agur?
O primeiro pedido foi por uma vida
íntegra, livre da vaidade e da falsidade. O segundo foi uma vida financeira
equilibrada.
•
Contra os laços e a tentação das riquezas, o que o apóstolo Paulo confirma?
O apóstolo Paulo confirma que a vida
moderada é o melhor caminho para fugir dos laços e das tentações das riquezas.
•
Elenque os meios honestos de ganharmos dinheiro.
Trabalho, emprego, escolarização e
mobilidade social.
•
Qual é o início da boa administração financeira?
A boa administração financeira tem
início com a fidelidade do cristão na entrega dos dízimos e das ofertas.
•
A sua vida financeira está em ordem ou em desordem? Por que não começar colocar
em prática as sugestões mostradas nesta lição?