Trimestre: 1°
de 2017
Revista: Professor
Fonte: Lições
Bíblicas de Jovens, CPAD
TEXTO DO DIA
“E repartia-se a cada um. segundo a necessidade que cada
um tinha.” (At 4.35).
SÍNTESE
Por
meio de ações sociais, a igreja local pode estender o Reino de Deus socorrendo
pessoas e demonstrando o amor de Deus na prática.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
- Dt 15.10.11: A responsabilidade social no AT
TERÇA
- Gl 2.10: A responsabilidade social no NT
QUARTA-SI
14.6: Deus é o refúgio dos pobres
QUINTA
- At 4.34: A responsabilidade social na igreja primitiva
SEXTA
- Tg 1.27: Ajudar os órfãos e as viúvas
SÁBADO
- Tg 2.14 - 17: Fé e obras sociais
OBJETIVOS
• ANALISAR o cuidado de Deus para com
os pobres;
• MOSTRAR a Igreja Primitiva como
exemplo de cuidado com os necessitados;
• COMPREENDER que a fé sem as obras é
morta.
INTERAÇÃO
Professor, na lição deste
domingo estudaremos a respeito da missão social da igreja. A Igreja de Cristo
tem uma missão a cumprir junto aos pobres e necessitados e não podemos ser
negligentes com tal incumbência. Nossa missão não é somente proclamar o
Evangelho, mas revelar a nossa fé no Salvador mediante as boas obras. Sabemos
que ninguém será salvo pelas boas obras, mas nossas ações em favor dos
desvalidos agradam a Deus e evidenciam a nossa fé. Que jamais venhamos nos
esquecer que "a fé sem obras é morta" (Tg 2.17)1 Como Igreja
recebemos a missão de pregar o Evangelho (Mc 16.15) e socorrer os carentes e
necessitados.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Inicie a aula fazendo a
seguinte indagação aos alunos: “A Igreja de Cristo tem uma missão social a
cumprir?". Ouça as respostas e incentive a participação de todos. Diga que
a Igreja tem uma missão evangelizadora, ensinadora e social a cumprir neste
mundo. Em seguida, entregue a uma aluna uns 15 palitos de churrasco (amare os
palitos com um barbante ou linha) e peça que ela quebre, ao mesmo tempo, todos
os palitos ao meio. Com certeza ela terá dificuldade em quebrar todos os
palitos juntos. Diga que para a igreja cumprir sua missão social na localidade
onde ela está inserida todos precisam cooperar. É quase impossível uma pessoa
sozinha dar conta de socorrer os aflitos e necessitados. Explique que é
responsabilidade de todos os crentes, e não apenas do pastor, ajudar os
necessita- dos e carentes. Desamarre os palitos. Entregue um para cada aluno e
peça que o quebrem. Mostre o quanto foi fácil quando cada um quebrou um
palitinho. Para concluir, peça aos alunos que citem algumas ações que eles podem
fazer para ajudar os necessitados da igreja e da comunidade. À medida que forem
falando vá relacionando no quadro. Incentive-os a colocarem tais ações em
prática.
TEXTO BÍBLICO
Atos 2.42-46: Atos 4.32-35
Atos
2.42-46
42
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações.
43
E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos
apóstolos.
44
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
45
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um
havia de mister.
46
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Atos 4.32-35
32
E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que
coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram
comuns.
33
E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor
Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
34
Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam
herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o
depositavam aos pés dos apóstolos.
35
E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
INTRODUÇÃO
Por
missão social da Igreja entendemos a ingerência do Corpo de Cristo nas causas
relacionadas ao serviço social, ajudando os necessitados.
A
igreja, entre tantos desafios, tem o dever de pregar 0 Evangelho aos perdidos,
e socorrer aqueles que precisam de ajuda, dentro, é claro, de suas possibilidades.
Essa é a missão social da Igreja, a de agir em favor dos mais necessitados. Não
podemos apenas apresentar o Evangelho aos carentes, mas igualmente colaborar
socorrendo-os em suas necessidades.
I - O CUIDADO DE DEUS
PARA COM OS POBRES
1. Orientações em relação
aos mais necessitados.
Os
pobres sempre foram contemplados pelo olhar divino. Tiago comenta: “Ouvi. meus
amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem
ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?" (Tg 2.5).
Isso nos mostra que Deus está atento ao clamor dos necessitados, e espera que
nós o representemos diante dessas pessoas, não apenas com uma pregação elo-
quente, mas com atitudes compatíveis com a nossa fé.
2. A provisão de Deus.
Houve
ocasiões em que Deus se utilizou de milagres para socorrer as pessoas. Elias
foi sus- tentado milagrosamente por uma viúva pobre, em Sarepta. Eliseu foi
procurado por uma viúva que perdería seus filhos para um credor, e Deus fez um
milagre multiplicando o azeite que ela possuía em casa. Boaz, bisavô de Davi,
era um homem de recursos em Israel, e orientou Rute a que apanhasse espigas no
seu campo. Havia uma ordem de Deus, na lei, sobre o trato para com os pobres na
terra prometida: “E. quando segardes a sega da vossa terra, não acabarás de
segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega: para
o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Lv
23.22). Sendo respeitada, essa ordem equilibraria muitas mazelas sociais e
redistribuiria recursos de tal forma que os mais carentes teriam suas necessidades
supridas.
3. “Os pobres sempre tereis
convosco".
A
presença de pessoas que tem menos recursos que outras sempre foi constante em
todas as culturas e em todos os tempos. Mesmo nos países mais desenvolvidos há
diferenças nos estratos sociais.
Jesus
reconheceu, em certa ocasião, que havia pobreza em seus dias. Ele estava em um
jantar em Betânia. e Maria ungiu Jesus com nardo puro, um tipo de perfume bem
caro naqueles dias. Naquela ocasião. Judas reclamou que aquele perfume poderia
ser vendido e os valores repassados para os pobres, mas não disse isso por ter
cuidado com os pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que
ali se lançava (Jo 12.6). A isso Jesus respondeu: “Porque os pobres, sempre os
tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes* (Jo 12.8). Ele não disse isso
desrespeitando os pobres, mas valorizando seus últimos momentos antes de ir
para a cruz.
O Pense!
Deus, em sua Palavra, nos mostra que
socorreu pessoas por meio de outras pessoas, e deseja nos usar para fazer 0
mesmo.
Ponto Importante
Deus sempre está atento ao clamor dos necessitados.
II - EXEMPLOS DA
IGREJA PRIMITIVA
1. A igreja em Jerusalém.
É
um exemplo de como o Corpo de Cristo pode auxiliar seus membros. As pessoas
necessitadas eram socorridas pela própria igreja, de tal forma que “não havia,
pois, entre eles necessitado algum" (At 4.34)· Em uma ocasião especifica,
houve questionamentos entre a partilha de auxílios entre as viúvas. As viúvas
gregas reclamaram por serem preteridas em relação às viúvas de procedência
judaica na distribuição de ajuda na igreja. Então. Deus orientou os apóstolos a
que separassem homens confiáveis e cheios do Espirito Santo para que se
dedicassem a esse ministério, surgindo dai os diáconos.
2. Socorrendo os domésticos
da fé.
Então,
enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos
da fé (Gl 6.10). Essa orientação de Paulo precisa ser segui- da sempre em
nossas igrejas. Nossos irmãos, os domésticos da fé. devem ter a prioridade no
atendimento em questões sociais na igreja. Evidentemente. a igreja local não
deixará de auxiliar pessoas da comunidade e que não pertencem à igreja, e essa
é uma forma de evangelismo e demonstração de boas obras. Mas jamais podemos
esquecer-nos de nossos irmãos.
O Pense!
A
Igreja em Jerusalém foi o primeiro exemplo de como Deus se utiliza da
generosidade dos ser- vos de Deus para auxiliar outros servos de Deus.
O Ponto Importante
Devemos
socorrer a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.
Ill - A FÉ SEM AS OBRAS É MORTA
1.
O chamado à prática da misericórdia.
Uma das características das chamadas
“Cartas Gerais" são a sua aplicabilidade. Os escritores judeus desta seção
do Novo Testamento aparente- mente produziam textos menores - se comparados aos
textos paulinos - mas textos diretos e contundentes, como os de Tiago, que
tratou a respeito do socorro aos necessitados. Para Tiago, e para Deus, “a fé,
se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17). Se pudermos fazer algo
por nossos irmãos e não o fazemos, nossa fé não tem vida. pois o amor que recebemos
de Deus deve ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.
2.
Agindo de acordo com a nossa fé.
Em uma época como a nossa, em que o país
tenta sair de uma forte crise econômica, vemos nas igrejas pessoas que perderam
seus empregos, e junto com eles, sua renda e possibilidade de manter suas
famílias. Por isso, mais vivo se torna o nosso desafio de, em nome de Deus, representá-lo
nessas horas de crise, e tornar seu nome conhecido por atos de misericórdia,
que devem ser acompanhados pela pregação da Palavra.
3.
Necessidades de nossos dias.
Ações diferenciadas podem ser tomadas em
nossas igrejas. Podemos promover cursos de alfabetização para pessoas que não
sabem ler Promover um dia de cidadania, com pequenos serviços gratuitos como
medir pressão arterial cortes de cabelo, atendimento médico e jurídico e
atividades infantis, entre outros.
Outras atividades, como visitas a enfermos
e a presos podem ser promovidas pela igreja. Estes grupos não foram esquecidos.
Jesus disse certa vez que quando visitamos os enfermos e os encarcerados,
estamos fazendo essas visitas como se estivéssemos visitando o próprio Senhor.
SUBSÍDIO 1
[...] A propriedade privada é um dom de
Deus para ser usado com o propósito de estabelecer a justiça social e cuidar do
pobre e do necessitado. O ladrão arrependido é orientado a não mais roubar, mas
sim trabalhar com as mãos e assim ganhar o sustento e ‘para que tenha o que
repartir com o que tiver necessidade’ (Ef 4 28). Poucos temas nas Escrituras se
evidenciam de forma tão direta e clara do que as ordens de Deus para que nos
preocupemos com os menos afortunados. 'Aprendei a fazer o bem’. Deus brada,
'praticai o que é reto: ajudai o oprimido: fazei justiça ao órfão: tratai da
causa das viúvas' (Is 1.17). Através do mesmo profeta. Deus anuncia que o
verdadeiro jejum não é um ritual religioso vazio (Is 587). Jesus aprofunda
nosso sentimento de responsabilidade, falando que ao ajudarmos o faminto, o
desnudo, o doente e o encarcerado, estamos, na verdade, servindo-o (Mt 25.31-46).
Mesmo assim os pobres nunca são reduzidos a meros recebedores passivos da
caridade; eles devem trabalhar em troca de benefícios. Esse princípio é melhor
exemplificado nas leis do Antigo Testamento que exigiam dos proprietários
deixarem generosas margens da colheita ao redor dos campos para que assim os
pobres pudessem colher o suficiente para se manterem vivos (Lv 19 .9,10; Dt 24
19-22). No Novo Testamento.
Paulo censura severamente os que se
recusam a trabalhar e urge que eles ‘trabalhando com sossego, comam o seu
próprio pão’ (2Ts 3.12)" (COLSON. Charles: PEACEY. Nancy. E Agora. Como
Viveremos? 1ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2000. p. 455).
SUBSÍDIO 2
Evangelização e responsabilidade social
O nosso próximo é uma pessoa, um ser
humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que
pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que
pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco
com um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele
somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive).
Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social Como ser humano, o
nosso próximo pode ser definido como, um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a
obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma
parte dele. Se amarmos o nosso próximo como Deus o amou (o que é mandamento
para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar
total, o bem-estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. É verdade que
o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar,
evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja.
Mas a comissão não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo'
tivesse sido substituído por, pregarás o Evangelho' Nem tampouco reinterpreta
amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos ״ (STOTT. John R. W.
Cristianismo Equilibrado, 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD. 1995. pp.60.61).
CONCLUSÃO
Deus nos dá a oportunidade de fazer a
diferença na vida de pessoas necessitadas, e socorrê-las em seu nome. Por isso,
devemos estar atentos e dispostos, para que a nossa pregação não seja apenas de
palavras, mas de atitudes que espelhem o amor de Deus através de nossas mãos.
HORA DA REVISÃO
1.
O que é a missão social da igreja?
Por missão social da Igreja
entendemos a ingerência do Corpo de Cristo nas causas relacionadas ao serviço
social, ajudando os necessitados.
2. No Antigo Testamento Deus se utilizou
de que método para socorrer os aflitos?
Houve ocasiões em que Deus se
utilizou de milagres para socorrer as pessoas.
3. Sempre teremos necessitados na igreja
e no mundo?
Sim. Certa vez. Ele declarou:
"Porque os pobres, sempre os tendes convosco. mas a mim nem sempre me
tendes" (Jo 12.8).
4.
O que significa socorrer os domésticos da fé?
Significa ajudar nossos
irmãos, membros de nossas igrejas, em suas necessidades.
5.
Por que a fé sem obras é morta?
Porque nossa fé precisa ser
evidenciada mediante nossas obras. Se pudermos fazer algo por nossos irmãos e
não o fazemos, nossa fé não tem vida, pois o amor que recebemos de Deus deve
ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.
Fonte: Lições Bíblicas de Jovens – 1°
trimestre de 2017
Revista: Professor
Editora: CPAD
Reverberação: †Subsídios EBD