Imagine
o cenário atual em que vivem os adolescentes: eles estão em um
período de grandes mudanças físicas, emocionais, intelectuais, morais e
sociais. Muitas vezes, vivem em famílias desajustadas, e estão em uma sociedade
relativista. E para completar, recebendo uma educação materialista.
Que situação
terrível enfrentam essas vidas, que são jóias preciosas aos olhos de Deus! Como
são terríveis os gigantes que elas têm enfrentado a cada momento de suas vidas.
Pais, líderes e professores conhecem de fato a realidade desse campo de
batalha, no qual vivem nossos adolescentes?
Seus
conflitos internos?
Suas
angústias?
Muitas outras
perguntas poderiam ser feitas, mas estas já são de grande valia para nossa
reflexão.
Nunca na história
da humanidade a família esteve tão ameaçada como nos dias hodiernos. E isso tem
causado muitos reflexos negativos, pois a educação familiar é base fundamental
para a formação da personalidade e do caráter do ser humano.
Muitos pais
transferem grande parte de sua responsabilidade a terceiros, diminuindo assim o
diálogo familiar, o tempo com os filhos, a instrução contínua do ensino da
Palavra de Deus. Esquecem de Deuteronômio 6. 6-9. E lamentável, mas é no seio
dessas famílias que os nossos adolescentes estão passando essa fase tão
complexa de suas vidas. Muitos pais, por não compreenderem esse período marcado
por transformações e reações diversas, vivem em extremos, ora rígidos demais,
ora - no afã de agra- dá-los - concedendo a eles permissividade excessiva.
O que dizer da
sociedade onde estão inseridos, onde o relativismo predomina, afirmando que
nada na vida é absoluto, inclusive o certo e o errado? E a mídia faz apelos
persuasivos à prostituição. Como afirma Lin Joshnson, "os adolescentes
vivem em uma sociedade em que a mídia usa o sexo para vender tudo e exalta o
sexo fora do casamento. [...] Os mesmos são pajeados, entretidos e hipnotizados
pala televisão. [...] No entanto, a maioria das coisas que assistem divergem e
escarnecem dos preceitos e valores bíblicos. O mesmo cardápio se difunde na indústria
dos filmes, livros e revistas" (2003, p. 19). E não podemos deixar de
citar as redes sociais, onde muitos, por falta de maturidade, têm se tornado
presas fáceis, devido à exposição excessiva e, como resultado, vivem com suas
mentes confusas.
Diante da
realidade exposta sobre os adolescentes, como a Escola Dominical pode influenciá-los
positivamente?
O que fazer para
que os mesmos tenham forças para renunciar a tantos apelos deste mundo e seguir
a Cristo?
Se a família tem
falhado, a educação secular e a sociedade têm tomado rumos diferentes, a
Igreja, por sua vez, não pode abrir mão destas vidas. É inadmissível que isso
aconteça. É bem verdade que nosso objetivo não é colocar nos ombros da ED toda
a responsabilidade, mas enfatizar que a mesma é uma agência transformadora que,
através do ensino da Palavra e do Espírito Santo, pode ajudar os adolescentes a
resplandecerem como astros no meio de uma geração corrompida e perversa (Fp 2.
15).
Humanamente
falando, é muito difícil, grandes são as dificuldades, as barreiras parecem
intransponíveis, mas servimos ao Deus Todo-Poderoso, que trabalha para aquele
que nEle espera (Is 64.4), e sabemos que para Ele, nada é impossível (Lc 1.37).
Precisamos acreditar que o Senhor peleja por nós!
Vale ressaltar que
a Escola Dominical deve ser prioridade, tendo em mente que não é uma ED
rotineira, um simples encontro de uma hora e meia na manhã de domingo que fará
diferença na vida do adolescente.
Precisamos
nos esforçar e termos bom ânimo. Para influenciarmos positivamente nossos
alunos, a ED precisa tomar algumas atitudes indispensáveis, dentre elas:
1)
Precisa ser uma Escola receptiva, atraente,
criativa, que procure de forma sábia alcançar o aluno de forma integral.
2)
Conhecer e amar o adolescente.
Por estar numa
fase de transição, o humor do adolescente oscila muito: ora estão alegres
demais, ora ficam tristes com facilidade, e muitos terminam extravasando suas
dores através de suas atitudes, enquanto outros trazem consigo um silêncio
aflitivo. Daí a grande necessidade de conhecer e amar esse público-alvo, a fim
de que eles se sintam aceitos e compreendidos. Mesmo quando agem da forma que
não gostaríamos, não podemos desistir de ajudá-los. Não adianta qualquer
sacrifício de nossa parte se não tivermos amor (1Co 13.1-3).
3)
Levá-los a ter uma experiência com Deus.
Quem faz a obra é
o Espírito Santo, mas o professor da ED é o instrumento que pode incentivar op
adolescente. Essa é uma tarefa imprescindível, pois ainda temos um número
considerável de adolescentes
que frequentam
nossas Escolas Dominicais e que ainda não tiveram uma verdadeira experiência
com Deus. E não estou aqui subestimando a espiritualidade dos que já desfrutam
de uma comunhão com Deus.
4)
Amar a Bíblia.
Salmos 119. 9,11
nos diz: "Como purificará o jovem o seu caminho? Observando- -o conforme a
Sua Palavra"; "Escondi a Tua palavra no meu coração, para não pecar
contra Ti". A Palavra de Deus é de vital importância. Ela não é apenas um
livro em que há textos complexos, mas um livro que traz respostas a todas as
suas questões. Nossos alunos precisam ser incentivados a tê-la como alimento
diário e fundamental, agindo assim terão os princípios e a verdade cristã
internalizados.
5)
Necessitamos de professores que:
a) Sejam
vocacionados;
b) Tenham graça e
unção;
c) Preparem aulas
criativas - Aulas monótonas, sem novidades, jamais impactarão adolescentes, pois
eles amam realizar tarefas interessantes, que estejam dentro de sua faixa
etária. Esses alunos não suportam o excesso de aulas expositivas, daí a necessidade
de variarmos os métodos de ensino; d) Tenham um ensino de qualidade - Para
isso, o professor precisa ter bíblica e argumentos convincentes, pois esses
alunos não aceitam respostas vagas, querem um ensino que vá direto às suas
necessidades e não simplesmente historias bíblicas; querem respostas concretas
e reais para seus dilemas. Agindo assim, os alunos terão uma aprendizagem
significativa;
e) Saibam ouvi-lo,
tenham um ombro amigo e sejam conselheiros confiáveis.
6)
A ED deve fazer parcerias com outros departamentos
da igreja, a fim de envolvê-los em diversas atividades na igreja, canalizando,
assim, a força e a energia dos adolescentes na obra de Deus.
7)
Promover encontros com os pais para estudos sobre
adolescência - Esses encontros também são uma oportunidade para o professor
conhecer mais sobre cada aluno através dos seus pais.
Em suma, a Escola
Dominical que vive de acordo com os itens citados é, sem dúvida, uma Escola que
conquistará seus adolescentes, pois a mesma será um ponto de apoio e também uma
base de treinamento espiritual, onde nossos alunos serão fortalecidos na fé.