Subsídios Bíblicos: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ - Nova Edição

Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ   Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja   Subsídios Lição 2: Somos Cristãos     Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno       Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana    Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo?     Subsídios...

Lição 1 A importância da comunicação

Escola Dominical, Classe: Adolescentes – 3° trimestre de 2023 – CPAD

Título: Grandes Cartas para Nós

Revista: do Professor

Comentarista: Rafael Luz

LEITURA BÍBLICA: Atos 15.20-31

 

MENSAGEM

[...] Lá reuniram os cristãos e entregaram a carta. Quando estes a leram, ficaram muito alegres com as palavras de ânimo que havia nela. Atos 15.30,31

DEVOCIONAL

Segunda >> Gl 6.11

Terça >> At 28.21

Quarta >> 2 Pe 3.18

Quinta >> 2 Tm 4.13-15

Sexta >> Jd 3

Sábado >> 2 Tm 3.16,17

Objetivos

1. DESTACAR a importância da carta como meio de comunicação;

2. EXPLICAR o papel das cartas para a Igreja Primitiva;

3. REFORÇAR a importância atual de estudar as cartas do Novo Testamento.

Ei Professor!

Neste novo trimestre seremos desafiados a mergulhar fundo no conhecimento das oito últimas cartas do Novo Testamento (Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas). Teremos um papel imprescindível na explicação do contexto bíblico e sua aplicação ao mundo pessoal de nossos alunos. Não podemos perder de vista que a nossa tarefa primordial não se resume à mera transmissão de informações; nosso compromisso deve ser o de ajudar nossos adolescentes a serem genuínos discípulos de Jesus Cristo. E, para isso, devemos continuar conjugando conhecimento das Escrituras, devoção sincera, diálogo, empatia e senso de urgência vocacional.

Ponto de Partida

Querido (a) professor (a), para iniciar essa aula, sugerimos que você Leia em voz alta uma carta de sua autoria destinada à sua classe, agradecendo o envolvimento de cada aluno (a) e revelando suas expectativas para o trimestre. No conteúdo da carta, destaque, se possível, alguns desafios que todos precisarão enfrentar dominicalmente (tais como: sono, preguiça, desânimo etc.).

 

Você também pode oferecer uma pitada de humor, relatando algo de engraçado que tenha acontecido no trimestre anterior e relacionar a uma experiência edificante vivenciada por você ou por alguém da turma. Essa abordagem irá promover tanto o envolvimento. quanto a reflexão de todos.

Vamos Descobrir

Como você costuma se comunicar com seus amigos? Muitas pessoas usam aplicativos de mensagens. Porém, antigamente, o principal meio de comunicação eram as cartas. Você já escreveu uma carta para alguém, compartilhando um pouco das suas emoções ou quem sabe alguma vitória conquistada? Ou talvez você já tenha recebido uma carta. Receber uma carta é uma experiência emocionante!

Hora de Aprender

A Bíblia é um livro cheio de cartas. Algumas delas foram escritas para chamar a atenção, outras, para encorajar ou para esclarecer algumas dúvidas; há ainda àquelas que foram enviadas para exortar as igrejas e também para gerar proximidade entre as pessoas. Que tal lermos as correspondências dos apóstolos, a fim de encontrar nelas uma mensagem viva e atual para nós? As cartas que estão na Bíblia trazem uma mensagem muito importante e nós devemos conhecer todas elas.


O Novo Testamento é um conjunto de 27 escritos. Ele foi produzido por diversos autores e pode ser dividido, para fins didáticos, em quatro seções:

• Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João)

• Histórico (Atos dos Apóstolos)

• Cartas ou Epístolas (de Romanos a

Judas)

• Profético (Apocalipse).

Seu texto abrange acontecimentos que vão da vida e obra de Jesus Cristo até o surgimento, desenvolvimento e consolidação das primeiras igrejas cristãs. O conteúdo do Novo Testamento tem edificado, exortado, consolado e produzido crescimento em cristãos de todas as idades, classes sociais, gêneros, localidades, ao longo das épocas. Você já leu seu texto por completo? Espero que sim. Mas, se ainda não o fez, comece hoje mesmo a fazer a leitura do Novo Testamento.

I - A NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO

Em tempos tecnológicos como este que vivemos, as cartas escritas à mão estão cada vez mais escassas. Elas estão sendo substituídas por e-mails e aplicativos de mensagens instantâneas. Entretanto, não foi sempre assim. Houve uma época em que elas eram a forma mais popular de comunicação à distância. As cartas serviam para compartilhar experiências, efetuar cobranças, aconselhar amigos, oferecer consolo, contar novidades, e tantas outras finalidades.

 

Antes da criação do papel, (como conhecemos hoje), as cartas no mundo Greco-Romano eram escritas, normalmente, em papiros - uma folha produzida de uma planta com o mesmo nome ou pergaminhos - um suporte para escrita feito de pele de animais. Em função do alto custo desses materiais e do baixo índice de alfabetização da população, as cartas costumavam ser ditadas a um profissional chamado de amanuense, o qual tinha a tarefa de transformar pensamentos e ideias em palavras escritas.

 

Essas cartas antigas possuíam alguns elementos básicos: o nome do escritor, o nome do destinatário, uma saudação simples, o conteúdo da mensagem e uma saudação final. Tal formato aparece de forma clara nas cartas do Novo Testamento (1 Co 1.1,2).

 

As cartas cumpriam um importante e imprescindível papel na comunicação entre as famílias e povos da antiguidade, encurtando distâncias, fortalecendo relacionamentos e resolvendo problemas. O ato de enviar ou de receber cartas era algo esperado e celebrado.

AUXÍLIO PEDAGÓGICO 1

Querido (a) Professor(a), o método de ensino é tão importante quanto o ensino em si. Razão pela qual acreditamos que as palavras do educador cristão Marcos Tuler são pertinentes para esse momento inicial do trimestre:


“Segundo Leroy Ford a escolha dos métodos depende dos propósitos, da habilidade do professor, da habilidade do aluno, do tamanho do grupo, do tempo disponível e dos equipamentos necessários. Os métodos devem ser adequados aos objetivos de cada aula. O professor não deve obrigar-se a usar este ou aquele, e muito menos abandonar o modo tradicional Deve, antes, estar atento ao resultado final da aprendizagem [...].

O prof. Robert Joseph Choun Jr. nos apresenta seis normas para a seleção de métodos de ensino criativos:

1. Certifique-se de que o método ou atividade combina com o nível de habilidade e maturidade dos alunos.

2. Disponibilize várias opções de atividades para estimular o interesse do estudante.

3. Forneça variedade para manter o interesse dos alunos e prevenir o enfado.

4. Insira orientações claras para assegurar o sucesso do estudante.

5. Inclua perguntas planejadas que ajudem o aluno a refletir nos níveis de conhecimento, compreensão e aplicação.

6. Proporcione direção e incentivo que sustentam o interesse e a motivação do estudante" (TULER, Marcos. Manual do Professor de Escola Dominical: Didática aplicada à realidade do Ensino Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 87-88).

 

II - A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO E SUAS CARTAS

A Igreja cresceu muito após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, em resposta à pregação dos apóstolos e a ação poderosa e permanente do Espírito Santo. Diante dessa expansão, os apóstolos precisaram diversificar seus métodos de comunicação, a fim de atender aos novos desafios. Aqueles que, a princípio, valiam-se da pregação (oral), agora, em função da quantidade cada vez maior de igrejas espalhadas pelo Império Romano, precisaram fazer uso de cartas, para ensinar e instruir os cristãos. A escrita foi uma forma que os apóstolos encontraram para se corresponderem e se fazerem presentes diante da necessidade de pastoreio do rebanho à distância.

 

Não é por acaso que dos 27 livros do Novo Testamento, 21 foram produzidos em forma de cartas ou epístolas. Elas equivalem a cerca de 35% de todo seu conteúdo. As epístolas podem ser agrupadas em dois blocos:

(1) aquelas escritas por Paulo (de Romanos a File-mon) e

(2) aquelas produzidas por outros autores (de Hebreus a Judas). Através delas os apóstolos e escritores bíblicos mantinham um relacionamento intenso com as diversas igrejas, ensinando-as, tanto o conteúdo da fé, quanto o modo de agir na sociedade.

 

Embora, a princípio, Paulo e os demais escritores não tivessem em mente que estavam produzindo aquilo que, posteriormente, seria chamado de Novo Testamento, todos, de alguma forma, tinham a convicção de que seus ensinos, além de estarem em conformidade com aquilo que aprenderam de Jesus, deveriam ser assimilados e praticados pelos fiéis (1 Co 2.10,13; 14.37; 1 Ts 2.13; 1 Pe 5.10-12; 1 Jo 4.6). Eles acreditavam que estavam sendo orientados e inspirados pelo Espírito Santo na tarefa de consolar, edificar e exortar à igreja através desse recurso tão importante.

 

Sendo assim, da mesma maneira que as cartas escritas e enviadas alimentaram a fé, ofereceram caminhos e corrigiram posturas da Igreja Primitiva, também são necessárias e pertinentes a nós que vivemos no tempo presente, pois elas nos apresentam uma maneira de pensar e de se comportar que identifica o verdadeiro discípulo de Cristo.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

"Evidentemente, os apóstolos tinham consciência da inspiração que estava sendo concedida pelo Espírito Santo na composição de suas epístolas. Isto se percebe pela autoridade com que  se dirigem às congregações. Eles têm certeza de que a sua mensagem apela à consciência; eles condenam como incompetentes aqueles que ensinam qualquer outra doutrina, como vinda de Deus; eles elogiam e louvam todos os que seguem, diligentemente, suas instruções, mas também repreendem e censuram os que ousam seguir outro caminho.

 

Se isto não é devido ao fato de que eles tinham consciência da inspiração divina, então traduz uma pretensiosa arrogância, que não pode estar de acordo com a sua vida de serviço e suas muitas expressões de profunda humildade Devemos ter em mente o fato de que os apóstolos assim falavam a respeito de suas escrituras, de modo que, evidentemente, eram conscientes da orientação do Espírito Santo na escrita de suas epístolas As suas epístolas são uma parte da Palavra de Deus e assim foram aceitas pela igreja" (BERKHOF, Louis. Introdução ao Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 111-112).

 

III - CARTAS IMPORTANTES PARA O NOSSO TEMPO

As últimas oito cartas do Novo Testamento serão alvo de estudo durante todo esse trimestre. Normalmente, as Cartas de Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas são chamadas de “cartas gerais ou universais". Além dessas, também estudaremos a Carta aos Hebreus.

 

O termo “Cartas Gerais", embora não seja bíblico, foi atribuído a partir do quarto século àquelas cartas que, além de não fazerem parte dos escritos de Paulo, possuíam como destinatários um público mais abrangente do que uma pessoa ou uma igreja específica.

 

Vejamos alguns exemplos: Tiago traz “saudações a todo o povo de Deus espalhado pelo mundo inteiro" (Tg 1.1); Pedro escreve “ao povo de Deus que vive espalhado nas províncias do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia" (1 Pe 1.1); Judas se dirige “aos que foram chamados, isto é, aqueles a quem Deus, o Pai, ama e a quem Jesus Cristo protege" (Jd 1). É bem verdade que essa regra também teve suas exceções, conforme podemos ver nas cartas de 2 e 3 João, cujos destinatários são: "a querida Senhora e os seus filhos” (2 Jo 1.1) e "o querido Gaio" (2 Jo 1.1).

 

A importância dessas cartas está no fato de terem sido inspiradas pelo Espírito Santo. Afinal de contas, "nenhuma mensagem profética veio da vontade humana, mas as pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quando anunciavam a mensagem que vinha de Deus” (2 Pe 1.21). Sendo assim, elas trazem ensinamentos que precisam ser obedecidos por todos os cristãos, em todas as épocas.

 

As cartas bíblicas nos exortam acerca do problema do sofrimento, encorajamos a viver em obediência ao Senhor e nos ensina sobre como devemos perseverar na fé, além de instruir a sermos zelosos com a pureza e a vivermos a simplicidade do Evangelho (2 Tm 3.16).


Você já parou para dar atenção a esse conteúdo bíblico? Deus tem uma mensagem poderosa para você em cada capítulo da Bíblia.


Por isso, ao ler as Escrituras, abra seu coração e peça para que o Espírito Santo fale com você.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

“A razão por que essas epístolas são chamadas gerais ou católicas, é um enigma. Foram apresentadas várias interpretações para o nome, mas nenhuma delas é inteiramente satisfatória. Alguns afirmam que elas receberam esses nomes, porque contêm a única doutrina católica que foi transmitida às igrejas pelos apóstolos; mas esta não é uma característica dessas epístolas, uma vez que as de Paulo contêm a mesma doutrina.

 

Outros afirmam que o adjetivo católico foi usado por alguns dos pais da igreja, no sentido de canônico, e aplicado por eles em primeiro lugar, à primeira Epístola de Pedro e à primeira de João, para indicar a sua aceitação geral, e posteriormente, a todo o grupo. Mas esta explicação é improvável, porque

(1) há poucas evidências de que a palavra católico tenha sido equivalente a canônico; e

(2) é difícil ver, se este realmente foi o caso, por que a palavra não teria sido aplicada também às Epístolas Paulinas, que foram todas aceitas desde o princípio. Outros, ainda, pensam que as epístolas receberam esse nome porque não eram destinadas a uma pessoa ou igreja, como as epístolas de Paulo, mas a grandes partes da igreja. Consideramos que esta é a melhor explicação para o nome, uma vez que é a que mais está em harmonia com o significado usual da palavra, e explica melhor a maneira como é usada na literatura dos pais da igreja" (BERKHOF, Louis. Introdução ao Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 116-117).

CONCLUSÃO

As cartas foram e continuam sendo ótimos instrumentos de comunicação, pois além de compartilharem informações, elas também transmitem sentimentos e geram conexão entre as pessoas. Hoje, além das cartas, temos as redes sociais e os aplicativos de mensagens instantâneas à nossa disposição para compartilharmos experiências agradáveis, edificantes, consoladoras e exortativas. A comunicação é muito importante. Devemos usar todos os meios de comunicação para compartilhar a Palavra de Deus.

 

VAMOS PRATICAR

1. Responda as perguntas abaixo:

a) Como se chamava o profissional que escrevia as cartas?

b) Dos 27 livros que compõem o Novo Testamento, quantos foram escritos em forma de carta ou epístola?

c) Quais são as Cartas que estudaremos ao longo deste trimestre?

d) Quais livros do Novo Testamento você já leu completamente?

Pense Nisso

Por que será que Deus utilizou o formato de carta para falar conosco? Certamente não teremos uma resposta conclusiva para essa pergunta. Entretanto, temos uma pista: as cartas são uma forma de comunicação pessoal intensa. Sendo assim, aproveite cada carta do Novo Testamento e leia tudinho, pois elas têm uma mensagem especial para você!

Este E-book é uma verdadeira fonte informativa para os novos e os veteranos professores de Escola Bíblica.