✍Lições Bíblicas
Adultos, 1° trimestre de
2022 – CPAD
✍Assunto:
A Supremacia das Escrituras: a Inspiração, Inerrante e Infalível Palavra de
Deus
✍COMENTARISTA: Douglas Baptista
📚 TEXTO ÁUREO
“E, correndo
Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?” (At
8.30)
💡 VERDADE PRÁTICA
As
técnicas de interpretação auxiliam na compreensão da Bíblia, mas não são
infalíveis; por isso, não podem ser colocadas acima da autoridade da Palavra de
Deus.
⏰
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Dn 9.2
Todos os leitores da Bíblia também a interpretam
Terça - Rm 15.4
Tudo o que está escrito é verdadeiro e serve para o
nosso ensino
Quarta - At 2.39
As Escrituras ensinam a atualidade do Batismo no
Espírito Santo e dos Dons Espirituais
Quinta - 1 Jo 5.20
Necessitamos do Espírito Santo para discernir as
verdades bíblicas
Sexta - Mc 16.20
As verdades bíblicas são confirmadas quando
experimentadas pela Igreja
Sábado - At 17.11
As experiências devem ser submetidas ao crivo das Escrituras Sagradas
📖 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 8.26-30
26
- E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do
Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.
27
- E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de
Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus
tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração,
28
- Regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.
29
- E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.
30
- E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o
que lês?
🎵 HINOS SUGERIDOS 🎵
HINOS SUGERIDOS: 129, 368, 559 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Se é importante conhecer a estrutura da
Bíblia para bem manejá-la, mais importante ainda é lê-la adequadamente. Não são
poucos os erros e os enganos por causa da má interpretação das Escrituras
Sagradas. Por isso temos de dar a devida importância ao assunto que impacta
diretamente a qualidade da fé do leitor da Bíblia. Que tenhamos sabedoria do
alto para ler a Bíblia e compreendê-la adequadamente.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Expor que
a Bíblia precisa ser interpretada;
II) Pontuar os
pressupostos pentecostais para a leitura da Bíblia; III)
Apresentar os princípios básicos de
interpretação bíblica.
B) Motivação:
Ler e interpretar a Bíblia de maneira adequada deve ser o objetivo de todo
aluno da Escola Dominical. Como compreender os ensinos de Jesus nos Evangelhos?
Como aplicar hoje a mensagem do apóstolo Paulo em suas epístolas? Sem dúvida
essas questões nos motivam para a presente lição.
C) Sugestão de Método:
Sugerimos que você pergunte aos alunos como eles leem a Bíblia. Permita que
eles exponham as próprias experiências. Aproveite as respostas da classe para
desenvolver o primeiro tópico (I - A Bíblia Precisa Ser Interpretada),
principalmente o subponto que diz respeito às limitações dos leitores.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:
Desafie os alunos a lerem a Bíblia de maneira metódica e sistemática, de acordo
com os pontos apresentados na lição. Se for o caso, proponha a classe um plano
de leitura anual e estabeleça metas para cumpri-lo durante o ano.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão:
Vale a apena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e
subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio
especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação
de sua aula:
1) O texto "O Autor como fator
determinante do significado" aprofunda o tema da interpretação, no primeiro tópico, focando na importância da
intenção do autor sagrado ao escrever um livro da Bíblia;
2) O texto "Tipos de Autoridade
Religiosa" aprofunda a importância da autoridade canônica e o valor da
experiência espiritual como uns dos pressupostos pentecostais para a leitura da
Bíblia.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A leitura e o estudo das Escrituras são um
dever e um privilégio. Por isso, temos que zelar pelo conhecimento bíblico e
estar conscientes da necessidade de aplicar o texto sagrado em nossas vidas.
Tiago alerta que devemos ser cumpridores da Palavra e não apenas ouvintes (Tg
1.22). Nesta lição, veremos a importância dos princípios basilares da
interpretação bíblica.
PALAVRA-CHAVE
Leitura
I – A BÍBLIA PRECISA SER INTERPRETADA
1. A importância da exegese.
O termo “exegese” vem do grego ex,
traduzido como “fora”, e agein com o sentido de “guiar”. Literalmente significa
“guiar para fora”, isto é, extrair a intenção das palavras de um texto. Assim,
o alvo da exegese é deixar que as Escrituras digam o que o Espírito Santo
pretendia no seu contexto original. Dessa forma, para não fazer o texto
significar aquilo que Deus não pretendeu, é necessário um minucioso exame das
Escrituras (2 Tm 2.15). Por exemplo, o estudo das línguas bíblicas, dos fatos
da história, da cultura e dos recursos literários usados no texto sagrado
cooperam na compreensão do real significado das palavras inspiradas (Ef
3.10-18).
2. As limitações dos leitores.
Nesse aspecto é preciso reconhecer que
toda a vez que lemos a Bíblia, estamos interpretando. Isso porque todos os
leitores são também intérpretes (Dn 9.2). O problema dessa constatação reside
nas ideias que trazemos conosco antes mesmo de começarmos a leitura da Bíblia
(Ef 4.22). Por conseguinte, nem sempre o “entendimento” daquilo que lemos
reproduz a verdadeira “intenção” do Espírito Santo (2 Pe 3.16). Em virtude de
nossa inclinação pecaminosa que nos induz ao erro (Rm 8.7), precisamos usar
métodos sadios que nos auxiliem na interpretação das Escrituras (Rm 12.2). Essa
é uma nobre tarefa atribuída a todo salvo em Cristo Jesus (1 Tm 4.13; Ap 1.3).
[...] Ratificamos que a necessidade de a
Bíblia ser interpretada acha-se na natureza da própria Palavra de Deus.”
3. A natureza das Escrituras.
Nesse ponto, ratificamos que a necessidade
de a Bíblia ser interpretada acha-se na natureza da própria Palavra de Deus.
Como já estudado, o texto bíblico foi escrito majoritariamente em duas línguas
distintas (hebraico e grego), no período aproximado de 1600 anos, por cerca de
40 autores que viveram em épocas e culturas diferentes. Portanto, os textos
canônicos possuem particularidades que não podem ser ignoradas. Dentre tantas,
podemos citar as narrativas, as poesias, as crônicas, as profecias e as
parábolas que precisam ser interpretadas, sob a orientação do Espírito Santo,
observando as regras gramaticais e o contexto histórico e literário de quando
foram redigidas (Mt 5.18).
SINÓPSE I
As Escrituras Sagradas precisam ser interpretadas
para que todos conheçam o verdadeiro significado da mensagem
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“O Autor como fator determinante do significado
O método mais tradicional para o
estudo da Bíblia, no entanto, tem sido o de analisar o significado como algo
controlado pelo autor. De acordo com esse ponto de vista, o significado é
aquele que o escritor, conscientemente, quis dizer ao produzir o texto. Dessa
maneira, a epístola aos romanos deve ser interpretada à luz do que Paulo quis
passar aos seus leitores quando escreveu – se estivesse vivo, bastaria que nos
dissesse o que desejava transmitir.
O significado, portanto, é
exatamente o que o apóstolo considerava como tal. [...] Negar que o autor
determina o significado do texto também levanta uma questão ética – a de se
estar roubando a criação de alguém. Analisar um texto à parte da intenção de
quem o escreveu é como roubar uma patente de um inventor ou uma criança
recém-nascida de sua mãe. Ao registrar-se um trabalho sob o nome de seu autor
se está admitindo, pelo menos tacitamente, que essa obra a ele ‘pertence’.
O uso do nosso significado para
substituir o pretendido pelo autor é uma espécie de plágio. Um escrito
assemelha-se ao testamento” (STEIN, Robert H. Guia Básico para a Interpretação
da Bíblia: Interpretando conforme as regras. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006,
pp.23,25).
II – PRESSUPOSTOS PENTECOSTAIS PARA LER A BÍBLIA
1. Autoridade da Bíblia.
Uma das marcas do Pentecostalismo é o seu
compromisso inegociável com as Escrituras. Cremos na inspiração divina, verbal
e plenária da Palavra de Deus, nossa autoridade final em questões de fé e
prática (2 Tm 3.16). Portanto, ao ler o livro sagrado temos como pressuposto
sua inerrância e infalibilidade. Tudo o que está escrito é verdadeiro e serve
para o nosso ensino (Rm 15.4). Nessa compreensão, refutamos a relativização e a
desobediência aos preceitos bíblicos (Ap 22.19). Acatamos suas doutrinas,
reconhecemos a realidade do sobrenatural, a literalidade dos milagres e a atualidade
do Batismo no Espírito Santo e dos Dons Espirituais (At 2.39).
2. A iluminação do Espírito Santo.
A doutrina da Iluminação se refere à
atuação do Espírito Santo na vida do crente, que o capacita a discernir as
verdades da Palavra de Deus (Ef 1.17,18; 1 Jo 5.20). Somente o estudo racional
não é suficiente para o entendimento da revelação escrita de Deus. Contudo, a
iluminação não é uma fonte paralela de revelação e nem substitui o exame das
Escrituras; ao contrário, pois à medida que estudamos, o Espírito nos concede a
compreensão. A iluminação não aumenta e nem altera a Bíblia, apenas elucida o
que já foi revelado pelo Espírito. Assim, o conhecimento da Palavra produz
comunhão com Deus, vida de oração, obediência e santificação (2 Pe 1.3-10).
3. O valor da experiência.
O texto sagrado é útil para o ensino,
repreensão, e correção a fim de tornar o salvo perfeito (2 Tm 3.16,17). Essas
declarações demonstram que a Bíblia deve ser aplicada ao nosso viver diário. As
verdades bíblicas são confirmadas quando experimentadas pela Igreja do Senhor
(Mc 16.20). Nesse aspecto, por exemplo, cremos que o livro de Atos não apenas
descreve a experiência pentecostal da Igreja Primitiva, como também a torna
válida para os nossos dias (At 2.1-4, 38, 39). Ressalta-se, porém, que nem a
experiência nem a tradição da Igreja podem estar acima da autoridade bíblica.
Somente a Escritura é que pode autenticar, e até mesmo corrigir, a experiência
ou a prática da Igreja, caso seja necessário (2 Tm 4.2).
SINÓPSE II
A Bíblia é a autoridade final, o Espírito Santo nos
auxilia na sua compreensão e a experiência confirma as verdades bíblicas.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“Tipos de Autoridade Religiosa
Autoridade canônica. A
autoridade canônica sustenta que as matérias bíblicas, contidas no cânon das
Escrituras, são a revelação autorizada de Deus. A Bíblia tem uma mensagem clara
e definitiva para as nossas crenças e para o nosso modo de vida. Os proponentes
desta opinião afirmam que:
(1) a Bíblia é autoridade em
virtude de sua autoria divina; e
(2) a Bíblia fala com clareza a
respeito das verdades básicas que apresenta. Todas as questões de fé e conduta
estão sujeitas à autoridade da Bíblia de modo que os itens da crença teológica
devem, ou ter apoio bíblico (explícito ou implícito, ou ser repudiados.
A experiência como autoridade. A
primeira fonte interna da autoridade é a experiência. O indivíduo relaciona-se
com Deus no âmbito da mente, da vontade e das emoções. Considerando a pessoa
como unidade, os efeitos experimentados, nos demais, quer subsequente quer
simultaneamente. De fato, a revelação de Deus tem o seu efeito na totalidade da
pessoa humana. [...] [Porém,] não é fidedigna a experiência isolada e que se
arvora como fonte de autoridade para mediar a revelação de Deus” (HORTON,
Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006, pp.46,48).
III – REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO
1. A Escritura é sua própria intérprete.
A “hermenêutica” tem origem no termo grego
hermeneutikós que, na teologia, designa os princípios que regem a interpretação
dos textos sagrados. Lutero desenvolveu a máxima de que a Escritura tem de ser
interpretada e entendida por si própria (Is 8.20). Significa que devemos
estudar a Bíblia seguindo o método pelo qual uma parte do texto auxilia na
compreensão de outro texto. Essa afirmação é legítima porque a coesão da
Escritura é o resultado de um único autor divino (Pv 30.5,6). Embora esse
método seja legítimo, o estudante das Escrituras precisa do auxílio de regras
básicas para uma correta interpretação.
2. Princípios de interpretação bíblica.
Dentre os princípios gramaticais,
históricos e literários, enfatizamos que o texto bíblico tem sentido único e
sempre que possível deve ser interpretado literalmente. Nesse aspecto, é
preciso tomar cuidado com as expressões de uso simbólico/alegórico. Por
exemplo, Cristo disse: “Tomai, comei, isto é o meu corpo” (Mt 26.26). Esse
texto mostra que “corpo” aqui não está no sentido literal, mas no figurado.
Outro princípio refere-se ao contexto, isto é, analisar os versículos que
precedem e seguem o texto que se estuda. Diz a máxima que “texto fora do
contexto é pretexto”. Desse modo, observado esses princípios, a Bíblia precisa
ser interpretada no todo, nenhuma doutrina pode basear-se em um único texto ou
em hipóteses particulares (2 Pe 1.20).
3. Os perigos da hermenêutica pós-moderna.
Nossa ortodoxia refuta todo e qualquer método que nega a inspiração verbal e plenária da Bíblia e sua consequente autoridade (2 Pe 1.21). Assim sendo, o intérprete não pode criar outro cânon dentro do cânon bíblico, ou seja, não cabe ao estudante fragmentar ou relativizar os textos inspirados. Não se pode empregar métodos subjetivos focados no leitor em prejuízo do texto e do autor bíblico. Ratificamos que as experiências devem ser submetidas ao crivo das Escrituras Sagradas (At 17.11). Por fim, reconhecemos que as técnicas hermenêuticas não são infalíveis. Durante o processo de aplicação dos métodos interpretativos necessitamos da iluminação do Espírito Santo (1 Co 2.12).
SINÓPSE III
A Escritura é a sua principal intérprete. Assim
sendo, o uso da hermenêutica e a iluminação do Espírito auxiliam na correta
interpretação.
CONCLUSÃO
A Bíblia Sagrada deve ser lida e
interpretada. Nesse mister, somos auxiliados pela exegese e pela hermenêutica.
Contudo, nenhuma das técnicas de interpretação estão acima da autoridade da
Palavra de Deus. O que a igreja crê e professa deve ser interpretado à luz da
própria Escritura.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual é o significado do termo
“Exegese”?
O termo “exegese” vem do grego ex,
traduzido como “fora”, e agein com o sentido de “guiar”. Literalmente significa
“guiar para fora”, isto é, extrair a intenção das palavras de um texto.
2. Por que precisamos usar métodos sadios
como auxílio na interpretação das Escrituras?
Em virtude de nossa inclinação pecaminosa
que nos induz ao erro (Rm 8.7), precisamos usar métodos sadios que nos auxiliem
na interpretação das Escrituras (Rm 12.2).
3. Segundo a lição, como podemos acatar a
autoridade da Bíblia?
Acatamos suas doutrinas, reconhecemos a
realidade do sobrenatural, a literalidade dos milagres e a atualidade do
Batismo no Espírito Santo e os Dons Espirituais (At 2.39).
4. Acerca do valor da experiência, como
vemos o livro de Atos?
Nesse aspecto, por exemplo, cremos que o
livro de Atos não apenas descreve a experiência pentecostal da Igreja
primitiva, como também a torna válida para os nossos dias (At 2.1-4, 38, 39).
5. O que é enfatizado na interpretação
bíblica dentre os princípios gramaticais, históricos e literários?
Dentre os princípios gramaticais,
históricos e literários, enfatizamos que o texto bíblico tem sentido único e
sempre que possível deve ser interpretado literalmente.
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