“Quando lemos o relato bíblico, a impressão que dá é que o Dilúvio foi universal. Porém, há quem ache que foi parcial. Afinal, foi parcial ou universal?”
A
descrição que o autor bíblico faz do cataclismo leva-nos a concluir: o Dilúvio
foi, de fato, um acontecimento que abrangeu totalmente a Terra. Vejamos por que
é racional e lógico acreditar em sua universalidade:
1) Além da chuva
ininterrupta de quarenta dias e quarenta noites,
relata a Bíblia que as fontes do grande abismo romperam-se aumentando
desmedidamente a inundação (Gn 7.11).
2) Registra o autor
sagrado que as águas prevaleceram excessivamente sobre a Terra até que os
seus pontos mais elevados fossem de todo cobertos (Gn 7.19,20).
3) As águas eram
tantas que prevaleceram sobre a terra por 150 dias. Terminado esse
período, entretanto, Noé e sua família foram obrigados a permanecer na Arca por
mais 200 dias aproximadamente, até que o planeta estivesse completamente seco
(Gn 7.24; 8.1-6). Logo, foi o Dilúvio um cataclismo universal, cuja
historicidade é referendada por evidências bíblicas e científicas.
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A
historicidade do Dilúvio não está limitada ao livro de Gênesis. O autor do
livro de Jó, por exemplo, refere-se à grande inundação como algo destrutivo e
real (Jó 22.16). Davi, por seu turno, menciona-o como resultado da soberania
divina (SI 29.10). Tendo este como figura de grandes tragédias, Isaías a ele se
reporta como advertência aos ímpios (Is 30.30).
Se
estes testemunhos são insuficientes, busquemos o depoimento do Cristo:
“Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam
e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o
perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a
vinda do Filho do Homem”, Mt 24.38.39.
Pedro
também aludiu ao Dilúvio ao realçar a justiça divina: “Porque Deus não perdoou
ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete
pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios”, 2 Pe 2.4,5. Se não
aceitarmos como verdadeiras tais evidências, seremos obrigados a tê-las como
mentirosas. Aliás, estaremos consequentemente rejeitando o testemunho do
próprio Filho de Deus.
Alegam
os céticos que não haveria água em volume suficiente, na atmosfera, para
submergir o planeta. Ignoram eles, porém, que o Dilúvio não foi causado apenas
pela chuva torrencial que fustigou a terra por quarenta dias e quarenta noites.
Houve, de igual modo, sucessivos e ininterruptos mare motos. Se um único tsunami
foi suficiente para alagar o litoral de doze países, o que não terá causado uma
longa série desses fenômenos?
Argumentam ainda alguns pseudocientistas que seria
impossível cobrir altos montes como o Everest, cujo topo ultrapassa os sete mil
metros. Todavia, a altitude média do planeta é de apenas 800 metros acima do
nível do mar, ao passo que a profundidade média dos oceanos é de 4 mil metros.
Levemos
em conta, outrossim, as águas que, originalmente, encontravam-se na chamada expansão
aérea (Gn 1.7). Formando um escudo aerotelúrico, essas águas impediam a ação
dos raios cósmicos sobre a Terra, possibilitando um perfeito sistema ecológico.
Sob tal atmosfera, era possível uma qualidade de vida excelente e uma
longevidade proverbial como a de Matusalém. No Dilúvio, porém, foi destruído o
escudo aerotelúrico. Toda a água que o formava abateu-se sobre a Terra,
aumentando consideravelmente a área ocupada pelos oceanos. Aliás, o que os
cientistas chamam de período glacial do planeta foi, na verdade, uma inundação
global acompanhada de um resfriamento da Terra.
Artigo: Pr.
Claudionor Corrêa