Lições Bíblicas de Jovens – 2° trimestre de 2021, CPAD | DATA DA AULA: 04/04/2021
TEXTO
DO DIA
"Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." (1 Co 6.20)
SÍNTESE
A verdadeira maturidade espiritual gera relacionamentos saudáveis firmados no amor e promove a unidade da Igreja.
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Agenda de leitura
SEGUNDA - 1 Co 1.1
Paulo, apóstolo de Cristo
TERÇA - At 9.1-18
Paulo encontra com Jesus
QUARTA - At 9. 19-25
O perseguidor torna-se perseguido
QUINTA - 1 Co 1.17
Paulo foi chamado por Cristo para evangelizar
SEXTA - 1 Co 1.23
Paulo pregava a Cristo crucificado
SÁBADO - 1 Co 1.30
Somos de Cristo
Objetivos
EXPOR
e
explicar a autoria, data, local e propósito da Primeira Carta aos Coríntios;
DESCREVER o contexto histórico e
cultural da cidade de Corinto, os destinatários da Carta;
MOSTRAR
as
principais características da Primeira Carta aos Coríntios.
Interação
Inicie a primeira aula deste trimestre apresentando o tema geral das Lições Bíblicas de Jovens e comente que as treze lições analisam a Primeira Carta aos Coríntios, com o foco no relacionamento da igreja; uma carta escrita pelo apóstolo Paulo com muitas lágrimas. O comentarista destas lições é o pastor Natalino das Neves, pastor da Assembleia de Deus de Curitiba - PR, doutor em Teologia pela PUC (Pontifica Universidade Católica/Curitiba) e escritor de várias obras publicadas pela CPAD. Que o Todo-Poderoso utilize cada lição para a edificação de sua vida e de seus alunos.
Orientação Pedagógica
Sugerimos
que seja feito um esboço geral da Carta. Reproduza o esquema abaixo no quadro
ou tire cópias para os alunos. Explique à classe que a igreja em Corinto encontrava-se
fragilizada, pois estava enfrentando um período turbulento, que envolvia a fé e
o estilo de vida cristão.
1
CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS
Título:
1 Coríntios.
Autor:
Paulo (1.1).
Data
e local: Aproximadamente 55 ou 56 d.C, de Éfeso.
Estrutura:
I. Prólogo
(1.1-9).
II. A nova fé e alguns problemas antigos (1.10 – 4.21).
III. A nova fé e uma nova moralidade (5.1-13).
IV. A nova fé e a nova comunhão (6.1-20).
V. A nova fé e o casamento (7.1-40).
VI.
A nova fé e a liberdade espiritual (8.1-11.1).
VII.
A nova fé e o culto público (11.2-34).
VIII.
A nova fé e os dons espirituais
(12.1-14.40).
IX.
A nova fé e a ressurreição (15.1-58).
X. A comunhão na nova fé (16.1-24)
Texto bíblico
1 Coríntios 1.1-6
1
Paulo (chamado apóstolo de Jesus
Cristo, pela vontade de Deus) e o irmão Sóstenes,
2
À igreja de Deus que está em
Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em
todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:
3 Graça
e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
4 Sempre
dou graças ao meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus
Cristo.
5 Porque
em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento
6 (como
foi mesmo o testemunho de Cristo confirmado entre vós).
INTRODUÇÃO
Nessa
primeira lição vamos apresentar uma visão panorâmica da Carta e seu contexto.
Veremos
também quem é o autor, a ocasião e o motivo da Epístola. Em seguida, veremos um
panorama da cidade e das comunidades judaica e cristã que ali residiam e as
principais características da Carta.
I - AUTORIA, DATA, LOCAL E PROPÓSITO
1.
Paulo, o autor da Carta.
O
apóstolo Paulo é o autor da Primeira Carta aos Coríntios. Ele ficou conhecido
como o apóstolo dos gentios, mas era judeu (Rm 11.1), cidadão romano (At
16.37,38) e cidadão da diáspora, influenciado pela cultura helenista (cultura
grega). Paulo falava o hebraico (At 22.1,2), além do aramaico, do grego e do
latim.
A
religiosidade e o rigor no cumprimento da lei fizeram dele um perseguidor dos
seguidores de Cristo, pois acreditava estar fazendo a vontade de Deus (Gl
1.13,14). Todavia, ele teve um encontro com o Senhor Jesus no caminho para
Damasco, onde entregou sua vida a Cristo e de perseguidor passou a ser
perseguido por amor ao Evangelho (At 9.1-31). Paulo, mais do que ninguém,
contribuiu para a expansão do Cristianismo no primeiro século.
2.
Ocasião, local e data da Carta.
Paulo
chegou à cidade de Corinto entre 50 e 51 d. C. (At 18.1), vindo de Atenas. Ele
se hospedou na casa de Priscila e Áquila, casal de missionários que haviam sido
expulsos de Roma em 49 d.C., por meio do decreto do imperador Cláudio. Paulo
permaneceu por 18 meses nesta cidade, trabalhando na oficina de Priscila e
Áquila, fabricando tendas, pregando o Evangelho, começando pelos judeus na
sinagoga, onde sofreu forte resistência. Então, ele passou a se dedicar à
pregação aos pagãos, se reunindo na casa de Tício Justo, que ficava ao lado da
sinagoga (At 18.6,7).
No
início, a comunidade de cristãos era formada de pobres e de pessoas sem muita
instrução (1 Co 1.26; 7.21; 11.21,22); até que Crispo e Sóstenes, ambos chefes
da sinagoga, também se converteram (At 18.8,17). A estadia de Paulo foi marcada
por muitas tensões e conflitos. Essa situação provocou intensa interação entre
Paulo e a igreja em Corinto. A primeira Carta foi escrita quando Paulo estava
em Éfeso (1 Co 16.8), durante a terceira viagem missionária, entre 55 e 56 d.
C.
Não
coloque a sua confiança nos prazeres
momentâneos ou nos bens e recursos
humanos.
3.
Propósitos da Carta.
Não
existe um propósito único para a Carta, pois o seu conteúdo evidencia algumas
finalidades:
1)
Orientar os crentes, depois que os da família de Cloé comunicaram que havia
contendas entre os irmãos (1 Co 1.11);
2)
tratar de vários problemas, como por exemplo, divisões (1 Co 1.12-16),
fornicação (1 Co 5.1) e brigas internas levadas ao tribunal da cidade (1 Co
6.1); 3) responder algumas dúvidas a respeito do casamento (1 Co 7.1-40), de
alimentos sacrificado aos ídolos (1 Co 8.1-13), comportamento das mulheres na
igreja (1 Co 11.2-16), o modo de celebrar a Santa Ceia do Senhor, a necessidade
de ordem nos cultos (14. 26-40) e questões a respeito da ressurreição (1 Co
15.1-58).
II - QUEM FORAM OS DESTINATÁRIOS DA CARTA
1.
A cidade de Corinto.
A
cidade sofreu uma grande devastação em 146 a.C.
Mas, um século depois, tornou-se uma cidade-colônia, a metrópole da
província romana de Acaia. Na época em que o apóstolo Paulo escreveu sua carta,
a cidade era sinônimo de riqueza, luxo, alcoolismo, corrupção e frouxidão
moral. Uma população heterogênea com mais de 400 mil habitantes.
Corinto
era uma cidade próspera, tinha dois grandes portos e um excelente comércio. No
entanto, dois terços da população eram de escravos e trabalhadores. Na religião
se destacava o grande Templo de Afrodite, a deusa do amor, onde os fiéis eram
atendidos por várias prostitutas cultuais. Ali, grandes festas tidas como
sagradas, com carnes sacrificadas a ídolos, eram celebradas. Nessa comunidade,
valorizava-se a sabedoria filosófica, conhecimento considerado como fonte de
libertação humana. Por isso, Paulo procurava conscientizar os cristãos em
Corinto de que eles não podiam reproduzir a promiscuidade que dominavam a
cidade.
2.
A comunidade judaica de Corinto.
A
comunidade tinha uma sinagoga formada, na sua maioria, por judeus que foram
expulsos de Roma pelo decreto do Imperador Cláudio em 54 d. C. Uma robusta
comunidade com influência religiosa própria, uma forte vida familiar e
influente padrão moral. A comunidade
judaica se manifestava contra a pregação messiânica de Paulo; e os anciãos,
revoltados com a mensagem do apóstolo, acabam por arrastá-lo para ser julgado
em um tribunal romano. Gálio, procônsul na Acaia, se recusou a julgar o caso
por entender que era uma questão judaica interna. Assim, Paulo sai absolvido
(At 18.15). Durante a estadia dele em Corinto o relacionamento com a comunidade
judaica foi marcado por tensões e conflitos.
3.
A igreja em Corinto.
Paulo
fundou e consolidou a igreja em Corinto (At 18.1-8; 1 Co 3.6,10), os primeiros
membros eram provenientes da comunidade judaica, mas a maioria dos cristãos
tinha origem no círculo de pagãos simpatizantes com o monoteísmo judaico.
Dois
grandes perigos ameaçavam a unidade da igreja local: 1) O legalismo (salvação
por meio da obediência exclusiva a certos regulamentos e costumes da lei);
2)
o antinomismo (a salvação vem pela fé e não era necessário se sujeitar a
nenhuma lei moral). Era uma igreja rica em dons, mas imatura espiritualmente
(1.4-7; cf. 3.1-4).
III - AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PRIMEIRA CARTA
1.
As Cartas de Paulo à igreja em Corinto.
Os
vários conflitos e as diferentes questões doutrinárias provocaram uma intensa
troca de correspondências entre Paulo e a igreja em Corinto. No cânon bíblico
(a Bíblia) existem somente duas cartas, todavia, foram escritas pelo menos
quatro Cartas, duas delas se perderam (1 Co 5.9).
2.
Imaturidade espiritual.
O
problema que mais preocupava o apóstolo era a divisão interna da igreja (1 Co
3.1-9). Esse comportamento demonstrava a imaturidade espiritual da congregação.
Tal problema perpassa toda a Carta, porém, recebe uma atenção especial nos
quatro primeiros capítulos. O apóstolo tratou a questão da divisão de forma
carinhosa, mas firme.
3.
O contraste entre a loucura da cruz e a sabedoria do mundo.
Outra
característica que se destaca na Carta é a ênfase que Paulo dá ao contraste
entre a loucura da cruz e a sabedoria do mundo. Corinto contava com uma grande
quantidade de filósofos, poetas e oradores que se orgulhavam da sua herança
intelectual. Todavia, o apóstolo deixa claro que a sabedoria deste mundo não
pode definir o modo de viver do cristão.
Quando
Paulo esteve em Corinto pela primeira vez, a sua principal mensagem foi a
respeito do Cristo crucificado. Ele não se importava em ser contestado e
chamado de louco. Paulo sabia que a mensagem da cruz de Cristo condenava as
divisões, questionava a vanglória dos que praticavam escândalos, censurava a
imoralidade sexual e reprovava o comportamento egoísta nas reuniões. A pregação
do Evangelho é loucura para os padrões humanos, mas é a sabedoria de Deus para
salvação dos que creem (1.21).
PENSE
Na
ênfase que Paulo dá ao contraste entre a loucura da cruz e a sabedoria do mundo
PONTO
IMPORTANTE
A
sabedoria deste mundo não pode definir o modo de viver do cristão.
SUBSÍDIO 1
Corinto
"Uma cidade muito antiga. Por volta de 1000 a.C. este povo
grego se estabeleceu no sopé da acrópole de Corinto. Ocupando um lugar de
segurança, eles também controlavam a principal rota comercial por terra entre o
Peloponeso e a Grécia central, como também a rota Istmiana. Chegando logo a um
alto grau de prosperidade, a cidade colonizou Siracusa na Sicília e a ilha de
Corcira (a atual Corfu) e alcançou um pico de prosperidade através do
desenvolvimento comercial e industrial. A cerâmica e o bronze de Corinto foram
largamente exportados pelo Mediterrâneo. [...] Corinto entrou em conflito com
Roma durante o século II a.C., foi finalmente destruída pelos romanos em 146
a.C., e permaneceu virtualmente desabitada até que Júlio César funda-a
novamente em 44 a.C. O crescimento de Corinto foi rápido e, na época de Paulo,
ou logo depois, a cidade se tornou o maior e mais próspero centro no sul da
Grécia. Ela serviu como a capital da província romana da Acaia, com uma
população que variava entre 100.000 a várias centenas de milhares de pessoas.
[...] A prostituição religiosa era comumente praticada em conexão com os
templos da cidade. Por exemplo, de acordo com Strabo, 1000 sacerdotisas ou
jovens escravas do Templo de Afrodite, na acrópole, eram empregadas na
prostituição religiosa" (Dicionário Bíblico Wyclife. Rio de Janeiro, CPAD,
2006, pp.460,462).
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SUBSÍDIO 2
Dados históricos
"Os dois livros do Novo Testamento intitulados "Coríntios" foram escritos pelo grande missionário Paulo. Ele compôs essas cartas ou epístolas para os crentes em Corinto, uma das maiores cidades do Império Romano, um centro urbano próspero, mas muito corrupto. Por volta do ano 50d.C., Paulo chegou a essa cidade tão necessitada. Passou logo a pregar aos judeus a mensagem de que Jesus era o Messias, mas a maioria rejeitou. Foi entre os gentios que Paulo ganhou a maior parte dos novos convertidos. Ele organizou uma igreja e permaneceu algum tempo na cidade, ensinando aos novos crentes a Palavra de Deus. Após sua partida, surgiram sérios problemas. A jovem igreja apelou a Paulo, enviando-lhe cartas em mãos de alguns membros da congregação. Paulo respondeu em forma de epístolas (cartas) endereçadas à igreja em Corinto, nas quais apresenta muitos conselhos acerca de problemas práticos teológicos. Como resultado das dificuldades experimentadas pela igreja coríntia, hoje temos à nossa disposição os ensinamentos mais claros da Bíblia acerca de certas doutrinas fundamentais e diretrizes inspiradas para a solução de problemas contemporâneos" (HOOVER, Thomas Reginald. Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios. Rio de Janeiro, CPAD, 1999, p.9).
CONCLUSÃO
A
Primeira Carta aos Coríntios foi escrita pelo apóstolo Paulo quando ele estava
em Éfeso (1 Co 16.8), durante a sua terceira viagem missionária, entre 55 e 56
d. C. O objetivo era orientar os crentes a partir de informações recebidas de
pessoas da casa de Cloé e responder aos questionamentos da igreja. Os
partidarismos e divisões eram resultados da imaturidade espiritual e da
dificuldade em distinguir a sabedoria humana da sabedoria divina.
HORA DA REVISÃO
1.Quem
é o autor da Primeira Carta aos Coríntios?
O
apóstolo Paulo.
2.Quando
foi escrita a Primeira Carta aos Coríntios?
Foi
escrita aproximadamente entre 50 e 51 d.
C. (At 18.1).
3.Qual
o propósito da Carta?
Não
existe um propósito único para a Carta, pois o seu conteúdo evidencia algumas
finalidades:
1)
Orientar os crentes, depois que os da família de Cloé comunicaram que havia
contendas entre os irmãos (1 Co 1.11);
2)
tratar de vários problemas, como por exemplo, divisões (1 Co 1.12-16),
fornicação (1 Co 5.1) e brigas internas levadas ao tribunal da cidade (1 Co
6.1);
3)
responder algumas dúvidas a respeito do casamento (1 Co 7.1-40), de alimentos
sacrificados aos ídolos (1 Co 8.1-13), comportamento das mulheres na igreja (1
Co 11.2-16), o modo de celebrar a Santa Ceia do Senhor, a necessidade de ordem
nos cultos (14. 26-40) e questões a respeito da ressurreição (1 Co 15.1-58).
4.Quem
foram os destinatários da Carta?
A
igreja que estava em Corinto.
5. Segundo a lição, qual o problema que mais
preocupava o apóstolo?
Segundo a lição, o problema que mais
preocupava o apóstolo era a divisão interna da igreja (1 Co 3.1-9).