Lições Bíblicas de Jovens – 1° trimestre de 2021, CPAD | DATA DA AULA: 28/02/2021
TEXTO DO DIA
"[...] Qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado."(Lc 18.14)
SÍNTESE
Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus
nos ensina preciosas lições através das orações desses personagens.
Justificação, misericórdia divina, coração sincero e o valor da humildade são
alguns dos temas abordados.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
- 1 Tm 1.15
Devemos
reconhecer que somos pecadores
TERÇA
- 1 Pe 1.16
Deus
é santo
QUARTA
- Dn 4.29-33
Quando
o orgulhoso é humilhado
QUINTA
- Sl 46.1
Deus
é o nosso refúgio e fortaleza
SEXTA
- Jo 1.12
Somos
filhos de Deus
SÁBADO
- Sl 23.1
O
Senhor nos basta
Objetivos
EVIDENCIAR
o perigo
da glorificação do "eu" na oração do fariseu;
DEMONSTRAR a dinâmica da
misericórdia divina na oração do publicano.
Interação
Vamos interagir?
O tema de hoje é "criar problemas"! Como assim? Vejamos:
Quando levamos para a sala de aula "problemas" (questões) e desafios
a serem superados, os alunos têm a oportunidade de usarem na prática os
conceitos que estão aprendendo.
Você passa a ser um mediador entre o aluno e a resolução dos
questionamentos centrais na vida deles. Estimule seus alunos a criarem projetos
e buscarem soluções que promovam o alcance de metas ousadas. Provoque seus
alunos a construírem as perguntas que refletem os desafios que fazem parte dos
seus cotidianos. Elabore questões para serem solucionadas por seus alunos e
participe com eles nessa caminhada. Todos serão vitoriosos e desejosos de novos
desafios. Dessa forma, os objetivos de cada lição estudada serão alcançados de
forma mais eficaz e aprofundada. Vamos criar "problemas"?
Orientação Pedagógica
Uma possibilidade bem interessante para iniciar a abordagem desta
lição com os seus alunos é a promoção de uma "mesa redonda". Mas, o
que é isso?
A "mesa redonda" é uma estratégia onde o professor faz um
grande círculo com alunos e organiza um debate sobre um tema específico. O
professor deve promover, no máximo, um direcionamento para que não se perca o
foco, porém é necessário respeitar o desenvolvimento crítico dos alunos acerca
do que está sendo debatido. Ao final, ele faz uma síntese com os principais
pontos e apresenta para a classe.
Sugerimos que sejam feitas duas "mesas redondas" ao mesmo
tempo, uma para debater o "orgulho" e seus efeitos na sociedade e
outra para argumentar sobre a "humildade" e sua relevância. Ao final,
reúna os apontamentos das duas "mesas" e apresente aos alunos.
Texto bíblico
Lucas 18.9-14
9
E disse também esta parábola a uns
que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
10
Dois homens subiram ao templo, a orar;
um, fariseu, e o outro, publicano.
11
O fariseu, estando em pé, orava
consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais
homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
12
Jejuo duas vezes na semana dou os
dízimos de tudo quanto possuo.
13
O publicano, porém, estando em pé, de
longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:
Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para
sua casa, e não aquele; porque
qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
INTRODUÇÃO
As
parábolas eram amplamente utilizadas por Jesus para ensinar as verdades acerca
do Reino de Deus. Vamos estudar a do fariseu e do publicano. Trata-se de dois homens que foram
ao templo orar. Cada um revelou uma postura completamente distinta da do outro.
Um saiu ainda mais imerso em pecado, ou outro, justificado voltou para a sua
casa. Cada oração proferida revelou um perfil completamente distinto do outro:
O primeiro, adorador de si mesmo e descomprometido com Deus; o segundo,
consciente de sua condição pecaminosa e não merecedora da misericórdia, porém profundamente
desejoso de ser alcançado pela salvação.
I - A ORAÇÃO
DO FARISEU
1.
A aparência da santidade.
Assim
que o fariseu chegou ao templo permaneceu em pé e sozinho justamente para não
se misturar com as demais pessoas, que não eram dignas de sua presença. Também
buscou estar em uma posição que lhe conferisse um destaque. Logo no início,
falou: "não sou como os demais homens", e começou a apontar as falhas
dos outros a fim de diminuí-los. Foi buscando ficar sozinho, se exaltando por
uma pretensa santidade.
O
foco do fariseu não estava em mostrar as suas imperfeições diante da perfeição
divina, mas sim em evidenciar o quanto era mais perfeito que a maioria dos
homens. Ele orgulhava-se de ter, ao seu ver, poucos pecados permitindo-se
mostrar mais santo do que todos os demais. Um contraste com a ardente fala do
apóstolo Paulo, que confessou ser o principal dos pecadores (1 Tm 1.15).
No
prefácio dessa parábola, Jesus usa uma palavra para revelar uma grande falha no
caráter do fariseu: Desprezar (Lc 18.9b). Esse verbo revela um egoísmo
religioso repulsivo protagonizado por pessoas como o fariseu. Nesse momento,
dois pecados são condenados pelo Senhor: Uma confiança indevida em si mesmo e o
orgulho em desprezar os outros.
2.
A glorificação do eu.
Ao
passo que o publicano buscava a misericórdia de Deus e assumia sua condição de
pecador, o fariseu cometia uma falta de considerável gravidade: A glorificação
do seu próprio "eu".
Com
uma postura inflada e excessivamente autoconfiante, buscava adorar a um deus
chamado "orgulho próprio". Em sua oração de aproximadamente três
dezenas de palavras, se autopromove sete vezes: Não sou como os demais, não
roubo, não sou injusto, não adultero, não sou como o publicano, jejuo e dou os
dízimos. Não há espaço ao Deus amoroso em sua fala, apenas para a promoção de
suas próprias "supostas" qualidades.
É
importante destacarmos que quando nos inflamos de autoconfiança, desrespeitamos
o nosso próprio Deus e desprezamos o seu cuidado para conosco. A ação e o
cuidado de Deus para as nossas vidas requerem uma postura de completa renúncia
de nós mesmos e uma dependência de sua bondade e misericórdia. Uma oração tão
cheia de orgulho jamais alcançaria os ouvidos do nosso Pai.
3.
Será humilhado.
A
oração do fariseu foi, se considerarmos o número de palavras, sete vezes mais
extensa do que a do publicano. Além disso, foi construída com a finalidade de
apresentar alguém que, aos olhos do autor, deveria ser exaltado. Tal exaltação iniciara
já quando o homem procurou estar de pé à frente. Era uma "ode" a si
mesmo.
Essa
oração é fruto de uma postura que jamais poderemos aceitar em nossas vidas.
Muitas histórias bíblicas nos revelam momentos onde essa prática trouxe
consequências lamentáveis para seus protagonistas: Nabucodonosor (Dn 4.29-33),
Hamã (Et 6.1-12), Absalão (2 Sm 18.30-33), entre tantos outros.
Em
nossas trajetórias e experiências, fujamos dessa armadilha terrível que é o
"orgulho" e sejamos sempre conscientes de que Deus é o nosso refúgio
e a nossa fortaleza (Sl 46.1). Descansemos nEle.
O
Mestre finaliza a parábola enfatizando uma grande verdade: "[...] qualquer
que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha
será exaltado" (Lc 18.14).
II - A ORAÇÃO
DO PUBLICANO
1.
Sou um pecador.
Os
publicanos eram indesejados pelos judeus, pois eram os responsáveis pelo
recolhimento dos impostos. Entre alguns conhecidos do Novo Testamento podemos
citar os publicanos Mateus e Zaqueu. Muitas vezes eram impedidos de entrar nas
sinagogas e no templo e tinham poucas amizades, já que ninguém queria ser visto
em companhia de tais pessoas.
Porém,
o publicano da parábola se encontrava no templo buscando uma experiência com
Deus e sentindo a profunda distância entre o sagrado e a sua vida, envolta em
falhas e pecados. Assim como o fariseu, o publicano também orava sozinho, porém
por um motivo muito diferente. Enquanto o fariseu buscava a solidão para não
ser contaminado com as imperfeições dos demais, o publicano se distanciava dos
outros por reconhecer sua pecaminosidade e indignidade de estar ali. Sua
postura era de vergonha e humildade aceitando publicamente a sua condição de
pecador e culpado por suas falhas.
O
pobre homem nem conseguia erguer a cabeça e apenas pronunciou sete palavras
carregadas de significado: "Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!" (Lc 18.13) Uma oração que dava ênfase em três grandes verdades:
Sou pecador; mereço o castigo e imploro o perdão.
A
ação e o cuidado de Deus para as nossas vidas requerem uma postura de completa
renúncia de nós mesmos e uma dependência de sua bondade e misericórdia. Uma
oração tão cheia de orgulho jamais alcançaria os ouvidos do nosso Pai.
2.
Justificados por Deus.
O
publicano, ao ouvir falar das verdades divinas, sentiu o seu coração arder. A
sua consciência acusava os seus pecados e o levava a um incômodo crescente. Era
preciso fazer algo! Enfim, para onde ir? Não havia para onde fugir nem onde se
esconder, só havia uma possibilidade: Deus!
Quando
o homem se percebe pecador, tem início o processo que o deixará pronto para ser
finalmente salvo. O pecado implica separação de Deus, mas quando confessamos o
nosso pecado, vivemos uma ação que nos prepara para a libertação e real
transformação. Nesse momento, estamos prontos para confessar nossas faltas e
aceitar o sacrifício de Jesus. E no Filho de Deus, nos tornamos filhos de Deus.
Todos
os que reconhecem a sua condição pecaminosa e aceitam o sacrifício vicário de
Cristo, recebem o poder de serem feitos filhos de Deus, adotados na celeste
família (Jo 1.12). Quando somos adotados, passamos a ter em Cristo o nosso
referencial em todas as áreas da vida, das mais simples as mais complexas.
Enfim, passamos a fazer as coisas do mesmo jeito que Jesus faria.
Aquele
desprezado e humilhado publicano, ao fazer sua oração, se derramou diante de
Deus: Poucas palavras que foram suficientes para expressar sua real condição e
um grande desejo de regenerar-se. Uma bela transformação: De um perdido pecador
a um homem justificado por Deus.
3.
Será exaltado.
O
pobre homem chegou diante de Deus com humildade e reconheceu a sua condição
pecaminosa. Não havia espaço para orgulho nem para sentimentos altivos, apenas
para o reconhecimento de sua condição pecaminosa e o profundo desejo de ser
libertado e transformado, e assim foi. Segundo Jesus, esse foi justificado (Lc
18.14). Era o dia de iniciar uma nova vida.
Ele
humilhou-se, porém Jesus o valorizou e o exaltou. Ao que se exaltara, restou a
reprovação por parte dos que entenderam a mensagem da parábola. É na humildade
que nos permitimos desenvolver a nossa dependência da ação divina. Não há maior
exaltação do ser humano do que gozar da íntima comunhão com Deus. A glória não
deve repousar no homem, mas sim, a todo o tempo, emanar do Pai e assim ser
bênção sobre todos. Enfim, o Senhor é o nosso pastor, basta (Sl 23.1).
Quando
o homem se percebe pecador, tem início o processo que o deixará pronto para ser
finalmente salvo.
SUBSÍDIO 1
"É importante lembrar que o publicano era considerado pela sociedade
como um todo, da mesma forma como era visto pelo fariseu - uma companhia que só
era adequada aos trapaceiros, vigaristas e adúlteros. Hoje mal podemos imaginar
o impacto do pronunciamento de Jesus de que o publicano voltou do templo
justificado diante de Deus, enquanto o fariseu não.
Não há nenhuma dúvida de que na mente de cada ouvinte havia uma
pergunta predominante: Como pode ser isto? Lucas responde esta pergunta quando
apresenta a parábola de Jesus. As palavras de Cristo foram dirigidas a 'uns que
confiam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros' (18.9).
Muitos dos ouvintes avaliavam sua condição espiritual comparando-se
com os outros seres humanos. De acordo com essa medida, alguns de nós podem
parecer muito bons! Sua descrição do
publicano era também facilmente reconhecível. Ninguém esperaria que um
publicano entrasse no templo de forma confiante. Ciente de seus muitos
defeitos, tal pessoa ficaria 'em pé, de longe' (18.13). Normalmente o israelita
adorador levantava suas mãos quando orava (Sl 28.2; 63.4). Em vez disso, o
publicano batia em seu peito, um ato simbólico que expressava pesar e culpa, e
pronunciava apenas uma palavra de apelo: 'Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!' (18.13)" (RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do
Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. pp. 181,182).
SUBSÍDIO 2
"Esta parábola tinha a finalidade de convencer alguns que
confiavam em si mesmos como justos, e que desprezavam ao próximo. Deus vê com
que disposição e propósito vamos a Ele nas santas ordenanças. Aquilo que foi
dito pelo fariseu demonstra que ele tinha confiança em si mesmo de ser justo.
Podemos supor que estava isento de pecados grosseiros e escandalosos. Tudo isto
era muito bom e recomendável.
A condição daqueles que não alcançam a justiça deste fariseu é
miserável, ainda que este não tenha sido aceito. E por que não foi aceito? Ia
ao templo para orar, mas estava cheio de si mesmo e de sua própria bondade; não
pensava que valeria a pena pedir o favor e a graça de Deus. Tomemos o cuidado
de não apresentarmos orações orgulhosas ao Senhor, e de desprezarmos o próximo.
A oração do publicano estava cheia de humildade e de arrependimento por causa
do pecado, e desejo de Deus. A sua oração foi breve, porém, com um objetivo:
Que Deus fosse propício a ele, que era um pecador. Bendito seja Deus, por
termos esta breve oração registrada, como uma oração respondida. E que tenhamos
a segurança de que aquele que fez esta oração voltou justificado para a sua
casa; assim será conosco se orarmos como ele por meio de Jesus Cristo"
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
p. 838).
CONCLUSÃO
Ao
estudarmos as orações presentes na parábola do fariseu e do publicano podemos
perceber duas grandes verdades: O quanto as aparências enganam e quão
maravilhosa é a misericórdia de Deus por nossas vidas.
Que possamos, ao orar, buscar o Senhor com integridade e sinceridade confessando nossas falhas, aceitando o sacrifício de Cristo e com alegria celebrar a oportunidade que nos é dada em ser chamados filhos de Deus.
HORA DA REVISÃO
1.
O que o ser humano revela na prática da oração?
Revela
a sua visão acerca do mundo, de si mesmo e de sua espiritualidade.
2.
Que palavra usada por Jesus revela uma grande falha de caráter no fariseu?
Desprezavam.
3.
Como foi a atitude do fariseu no templo?
Ficou
sozinho evitando os pecadores, exaltou a sua santidade e promoveu a sua própria
glorificação.
4.
Como foi a atitude do publicano no templo?
Reconheceu
sua condição de pecador e com humildade pediu a misericórdia divina.
5.
Quem foi verdadeiramente justificado?
O
publicano.