Informações: Revista Lições Bíblicas Adultos, 1° trimestre de 2021 – CPAD | Data da Aula: 28 de Fevereiro de 2021| Obs. Os textos destacados na cor vermelha são subsídios para os professores da Escola Dominical.
TEXTO ÁUREO
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.”(Ef 5.18)
VERDADE PRÁTICA
Ser cheio do Espírito pode se referir tanto ao batismo no Espírito Santo como também à vida plena no Espírito.
Confira a áudio lição 9 👇
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 4.7-9
Cheio do Espírito para testemunhar de Jesus
Terça - At 4.31
Cheio do Espírito como resultado da oração
Quarta - At 7.55
Cheio do Espírito como indicador da vida na
plenitude do Espírito
Quinta - At 13.52
A alegria é um sinal de vida cheia do Espírito Santo
Sexta - Gl 5.16-18
Viver o fervor espiritual é o mesmo que andar no
Espírito
Sábado - Cl 3.16
Características de quem vive a plenitude do
Espírito
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 5.15-20
15 - Portanto, vede prudentemente como andais, não
como néscios, mas como sábios,
16 - remindo o tempo, porquanto os dias são maus.
17 - Pelo que não sejais insensatos, mas entendei
qual seja a vontade do Senhor.
18 - E não vos embriagueis com vinho, em que há
contenda, mas enchei-vos do Espírito,
19 - falando entre vós com salmos, e hinos, e
cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,
20 - dando sempre graças por tudo a nosso Deus e
Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
HINOS SUGERIDOS: : 153, 155, 556
da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar a necessidade de se viver o
fervor espiritual.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Destacar a importância da devoção na vida do crente pela Palavra e oração;
Enfatizar a importância de manter-se "cheio do Espírito";
Prevenir a respeito da frieza espiritual.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A frieza espiritual paralisa as pessoas.
Ela revela-se na ausência da observância de disciplinas devocionais comuns a
todo cristão. Quando não há mais o desejo de separar tempo para a oração e
meditação nas Escrituras Sagradas; não se pratica mais o jejum; não há mais o
respeito e a reverência pelas coisas espirituais; tudo isso se apresenta como
um ciclo débil que envolve a vida das pessoas, até que elas passam a
"racionalizar" o pecado.
Uma vez que a vida espiritual perdeu sua
vivacidade, a vida moral tende a sofrer consequências degenerativas. Esse
processo se inicia com a degeneração das relações familiares e sociais (cf. Ef
5.15-17,22-33; 6.1-5). Não há mais vigilância com a vida espiritual (cf.Ef 6.10-20). A lógica espiritual é muito simples:
se há fervor espiritual, há desejo pelas coisas de Deus; se há frieza
espiritual, há desejo e supervalorização pelas coisas carnais.
INTRODUÇÃO
A expressão “todos foram cheios do Espírito Santo”,
em Atos 2.4, quer dizer que todos foram batizados no Espírito Santo. Isso já
estudamos na lição 3, mas nela aprendemos igualmente que “cheio do Espírito”
indica também viver a plenitude ou o fervor do Espírito. Vamos analisar melhor
essa parte da teologia pentecostal.
PONTO CENTRAL
É preciso viver o fervor espiritual.
I - A IMPORTÂNCIA DA DEVOÇÃO PELA PALAVRA E ORAÇÃO
O apego à Palavra e o hábito de orar são
indispensáveis à vida cristã. São práticas ensinadas ao povo de Deus desde o
princípio, pois Deus fala por meio delas.
1. Devoção.
A nossa ideia de “devoção” é de apego, dedicação e
zelo, como o nosso apreço pela oração (Mt 26.41), o amor pela Palavra (Sl
119.97) e o apego ao jejum. Leitura da Bíblia, oração e jejum são importantes
exercícios espirituais na vida da igreja desde o princípio. Tudo isso é válido
e espiritualmente salutar para a vida cristã, mas torna-se eficaz quando
acompanhada de santificação e de humildade, prudência e sabedoria (v.15). A
nossa prudência é para que essas práticas não venham se tornar motivo de
exibição.
2. A oração e a Palavra.
Todos nós conhecemos o jargão evangélico: “a oração
é a chave da vitória”. Isso é verdade. Não existe vida espiritual abundante sem
oração. Segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, a oração é “o ato
consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e
buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento”. A oração é a alma do
Cristianismo e expressa a nossa total dependência de Deus. O próprio Senhor
Jesus Cristo tinha o hábito de orar (Lc 3.21; 6.12). Essa prática particular deve
ser espontânea e contínua (1 Ts 5.17). A leitura da Bíblia nos torna sábios e
prudentes (2 Tm 3.15; Sl 119.100).
O modo de vida do crente não pode ser o mesmo
padrão do mundo.
3. O viver sabiamente (v.15).
Esses exercícios espirituais devem ser colocados em
prática no dia a dia, diferentemente do néscio: “vede prudentemente como
andais, não como néscios, mas como sábios” (v. 15).
Existem pelo menos sete palavras gregas no Novo
Testamento para “néscio”, mas a que o apóstolo usa nessa passagem só aparece
aqui, é asophos, “tolo, sem juízo”. Paulo está contrastando a sabedoria cristã,
que vem do Espírito, com a insensatez dos pagãos. Isso se torna claro no v. 17,
onde o apóstolo usa o termo aphron, “néscio, insensato”, e acrescenta que esses
não entendem “a vontade do Senhor”. Devemos priorizar a vontade de Deus em
nossas decisões, atitudes e não focar as aparentes vantagens, como faz o mundo.
O modo de vida do crente não pode ser o mesmo padrão do mundo (Rm 12.1).
4. Remindo o tempo (v. 17).
Essa frase diz muito mais do que parece à primeira
vista. O verbo remir significa “comprar de novo, resgatar, aproveitar o melhor
possível”. A palavra “tempo” é bem conhecida entre nós, kairós, tempo no
sentido de ocasião, oportunidade (Hb 11.15). Essas duas coisas são especialidades
dos crentes, que cheios do Espírito Santo, resultam no viver sabiamente.
O crente sabe aproveitar as oportunidades para
fazer a obra de Deus, falar de Jesus às pessoas que ainda não conhecem o
Evangelho (Cl 4.5) até mesmo em circunstâncias difíceis. Na verdade, tanto hoje
como nos dias apostólicos, “os dias são maus”.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Devoção pela oração e leitura da Palavra, viver sábio e
aproveitamento consciente do tempo são sinais de uma vida de fervor.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Este primeiro tópico descreve o que se
espera de uma vida cristã fervorosa com base em Efésios 5. Mais do que um
momento de êxtase espiritual, uma prática cristã fervorosa se evidencia por
meio da prática da devoção diária e na relação interpessoal.
Na lousa ou num cartaz, pontue as
principais práticas de devoção na vida diária do crente: Oração; leitura da
Bíblia; jejum; frequência aos cultos de ensino e públicos; frequência a
reuniões de oração.
Faça uma reflexão em que esteja claro que
a prática mecânica desses pontos não garante uma vida de fervor, mas pondere
que a vida de fervor leva em conta a oração, a leitura da Bíblia, o jejum, a
frequência aos cultos e que, principalmente, tem na relação amorosa com o
próximo, uma das mais importantes manifestações espirituais (Cf. 1 Co 13).
II - A IMPORTÂNCIA EM MANTER-SE “CHEIO DO ESPÍRITO”
A obra do Espírito Santo na vida do crente é
dinâmica; Ele não fica estático a partir da conversão, pois a expressão “cheio
do Espírito Santo” significa reacender a chama do Espírito. Não se deve
confundir com a expressão “cheios do Espírito Santo” do Pentecostes (At 2.4).
1. “E não vos embriagueis com
vinho” (v.18a).
Essa frase é como a Septuaginta traduz: “Não olhes
para o vinho” (Pv 23.31). A passagem em Provérbios explica as consequências
destrutivas da bebedeira e a compara com a picada de uma cobra. A palavra usada
para “contenda” significa também “devassidão, dissolução”. Esses termos são
incompatíveis com a ética cristã (1 Co 6.10), mas é muito comum entre os pagãos
que procuram buscar a felicidade nos prazeres mundanos que resultam sempre em
desgraças.
2. “... Mas enchei-vos do Espírito”
(v.18b).
Essa expressão indica renovação, novo enchimento do
Espírito (At 4.8; 13.9). A ação do Espírito na vida cristã não é estática; nele
somos renovados no nosso dia a dia. Essa experiência acontece reiteradamente em
nossos dias e isso vem desde o Pentecostes. Os discípulos já tinham o Espírito
antes do Pentecostes (Jo 20.22) e já eram salvos (Lc 10.20). Todos os crentes
em Jesus, pentecostais e não pentecostais, batizados no Espírito Santo e não
batizados, têm o Espírito Santo (1 Co 3.16; Gl 3.2-5). O apóstolo se refere à
plenitude do Espírito em “enchei-vos do Espírito”, que é característica típica
dos pentecostais.
3. Não confundir com o batismo no
Espírito Santo.
Isso já foi estudado na lição 3. Em outras
passagens, “cheios do Espírito Santo” diz respeito ao batismo o Espírito (At
2.4; 9.17), mas não é o caso em Efésios 5.18. O batismo no Espírito Santo é uma
experiência distinta da conversão. O significado de palavras e expressões
bíblicas na Bíblia deve ser entendido e interpretado à luz do seu contexto.
Observe a frase: “Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse” (At 4.8).
Ora, Pedro foi batizado no dia de Pentecostes, logo, a expressão mostra a
dinâmica do Espírito na vida do apóstolo. Da mesma forma, o trecho “Saulo, que
também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo” (At 13.9) fala de alguém já
batizado no Espírito Santo (At 9.17,18), e é evidente que “cheio do Espírito
Santo” se refere à plenitude do Espírito.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Viver cheio do Espírito é o oposto de viver em contendas, confusão
e devassidão. Ser cheio do Espírito não combina com a embriagues do vinho
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Para ampliar a percepção de oposição
entre “ser cheio do Espírito” e “embriagados de vinho”: “Ser Cheio do Espírito
Santo (5.18-21). Toda essa seção (4.17 – 5.21) contém uma série de contrastes,
começando com ‘antes’ e ‘depois’, contrapondo os gentios que, convertidos,
vieram a conhecer a Cristo. Outro contraste ocorre novamente em 5.18, embriaguez
versus plenitude espiritual. A embriaguez é uma obra das trevas e consequência
da natureza pecaminosa (não é uma doença) que ‘melhor responde por essa
aparência aqui’.
Os tempos dos dois imperativos em 5.18
indicam as seguintes mensagens: ‘nunca façam assim’, referindo-se à tolerância
para com a embriaguez, e ‘sempre façam assim’ em relação a encher-se do
Espírito Santo. Gordon Fee (721-22) observa que o verdadeiro significado do
segundo imperativo não é usual: ‘Paulo não diz ‘sejais cheios do Espírito’ [genitivo]
como se alguém estivesse cheio do Espírito da mesma forma que outro estivesse
cheio de vinho, mas ‘enchei-vos do Espírito’ com ênfase em estar totalmente
cheio da presença do Espírito (ou da ‘plenitude concedida pelo Espírito’)”
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos – Apocalipse. Vol. 2.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.451).
III - VIGILANTES CONTRA A FRIEZA ESPIRITUAL
Você deve se lembrar de que um dos requisitos para
compor o grupo dos sete diáconos era ser “cheios do Espírito” (At 6.3). Como
identificar alguém cheio do Espírito? O apóstolo apresenta pelo menos três
características: o testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão.
1. Testemunho transbordante (v.19).
É um sinal evidente. Os cânticos são expressões de
alegria e de louvor a Deus, além da função de instruir a igreja. Os cristãos
expressam por meio dos hinos seus anseios, suas esperanças, aquilo que
acreditam estar inspirado na vida das personagens bíblicas e nas promessas
divinas. Os salmos são o Saltério de Israel, o livro dos Salmos, aos quais o
Espírito dava uma vida nova. Muitos deles são adaptados à música ainda hoje no
judaísmo e no cristianismo.
Os hinos são uma referência às primeiras
composições cristãs, e lamentamos o fato de não terem sobrevivido, mas algumas
de suas estrofes estão no Novo Testamento: Filipenses 2.5-11 é um bom exemplo.
Os cânticos espirituais, palavras não premeditadas cantadas no Espírito durante
a adoração, são um poderoso meio de edificação que contribui para a glória de Deus
(Cl 3.16).
2.
Dar graça em tudo (v.20).
Essa é a vontade de Deus e deve ser a marca de
todos os cristãos (1 Ts 5.18). Ser cheio
do Espírito nos leva a uma vida alegre: “dando sempre graças por tudo a nosso
Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20). O Espírito Santo
nos capacita a levar uma vida de gratidão a Deus Pai centrada em Cristo. Há
diversas passagens tripartidas no Novo Testamento (Mt 28.19; 1 Co 12.4-6; 2 Co
13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2), onde o Espírito Santo aparece com o Pai e com o
Filho, e a passagem que estamos analisando é uma delas (vv.18-20).
3. Sujeição (v.21).
O quebrantamento e a humildade expressam bem a
plenitude do Espírito. A submissão é outra consequência de uma vida na
plenitude do Espírito, pois o Espírito nos capacita a essa sujeição. É dever
cristão se submeter às autoridades constituídas (1 Pe 2.13), aos seus
superiores hierárquicos (1 Pe 2.18). Essa sujeição deve haver entre os irmãos
na igreja (1 Pe 5.5).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão
identificam um crente cheio do Espírito.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“Mas ouça a terceira [marca do Espírito]:
‘Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus’. Creio que a melhor prova de
alguém estar cheio do Espírito é o quebrantamento e a humildade. Eles não são
opção! São pontos que tornam fácil sujeitarmo-nos aos outros irmãos. Em meu
ministério de ensino encontro uma grande diferença nas pessoas. Quando você
leva a Palavra de Deus a certas pessoas, elas ficam ofendidas.
Outras dizem: ‘Ah! Não! Não concordo com
você’. E muitas não se deixam ensinar. Mas quando estão cheias do Espírito
Santo mesmo, também estarão dispostas a aprender. Você pode falar em muitas
línguas, mas se não tem um espírito pronto para aprender, eu pergunto que tipo
de Espírito você tem.
Os professores não são perfeitos e seus
ensinamentos, às vezes, têm falhas; às vezes você pode ter o direito de
questionar o que dizem e discordar. Mas se você tem o Espírito de Deus, irá
questioná-los com mansidão, num tom fraterno. Ao invés de ficar ofendido e sair
zangado, você chegará até o professor com um espírito dócil e cortês e dirá:
‘Talvez eu não tenha entendido muito bem o senhor ou não tenha captado o
sentido’. Ah! Como é maravilhoso esse espírito de sujeição de uns para com os
outros no temor de Deus” (GEE, Donald. Como Receber o Batismo no Espírito
Santo: Vivendo e testemunhando com poder. Rio de Janeiro: CPAD, 2013,
pp.43-44).
CONCLUSÃO
O significado de “enchei-vos do Espírito” é ter a
vida cristã na plenitude do Espírito Santo. Isso envolve todos os aspectos da
nossa vida. Desde os cultos até o lar, desde o lar até o trabalho e a
sociedade. Por meio desses testemunhos é possível observar quem é cheio do
Espírito.
PARA REFLETIR
A respeito de “Vivendo o Fervor Espiritual”, responda:
• O que é devoção?
A nossa ideia de “devoção” é de apego, dedicação e
zelo, o nosso apreço pela oração (Mt 26.41), o amor pela Palavra (Sl 119.97) e
o apego ao jejum.
• Como a Declaração de Fé das Assembleias
de Deus define oração?
Segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus,
a oração é “o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se
comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento”.
• O que significa “néscio” em
Efésios 5.15?
Tolo, sem juízo.
• A que o apóstolo Paulo se refere
ao usar a expressão, “enchei-vos do Espírito” em Efésios 5.18?
Essa expressão indica renovação, novo enchimento do
Espírito (At 4.8; 13.9).
• Como identificar alguém cheio do
Espírito?
O apóstolo apresenta pelo menos três
características: o testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão
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