Classe: Adultos
Trimestre: 4° trimestre de 2020 -CPAD
1 de Novembro de 2020
Obs. Os textos destacados na cor vermelha são subsídios para os professores da Escola Dominical.
TEXTO ÁUREO
“Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.” (Jó 3.24)
VERDADE PRÁTICA
O sofrimento pode nos levar a situação de extrema angústia, mas não devemos perder a esperança no agir de Deus.
Veja esta opção da Lição 5
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 3.1-4
Jó lamenta pelo dia de seu
nascimento
Terça - 3.5-7
Jó prefere que o dia de seu
nascimento seja marcado pelas "densas trevas"
Quarta - Jó 3.8-10
Que a luz não resplandecesse e ele
não olhasse para o sofrimento
Quinta - Jó 3.11-15
Jó lamenta por não ter morrido no
dia do seu nascimento
Sexta - Jó 3.16-22
Jó deseja ser como um "aborto
oculto" e não ver a luz
Sábado - Jó 3.23-26
O que já temia lhe sobreveio, o que
ele receava lhe aconteceu
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Jó 3.1-26
1 - Depois disto, abriu Jó a boca e amaldiçoou o
seu dia.
2 - E Jó, falando, disse:
3 - Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se
disse: Foi concebido um homem!
4 - Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de
cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz!
5 - Contaminem-no as trevas e a sombra da morte;
habitem sobre ele nuvens; negros vapores do dia o espantem!
6- A escuridão tome aquela noite, e não se goze
entre os dias do ano, e não entre no número dos meses!
7 - Ah! Que solitária seja aquela noite e suave
música não entre nela!
8 - Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que
estão prontos para fazer correr o seu pranto.
9 - Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que
espere a luz, e não venha; e não veja as pestanas dos olhos da alva!
10 - Porquanto não fechou as portas do ventre, nem
escondeu dos meus olhos a canseira.
11 - Por que não morri eu desde a madre e, em
saindo do ventre, não expirei?
12 - Por que me receberam os joelhos? E por que os
peitos, para que mamasse?
13- Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e, então, haveria repouso para mim,
14 - com os reis e conselheiros da terra que para
si edificavam casas nos lugares assolados,
15 - ou com os príncipes que tinham ouro, que
enchiam as suas casas de prata;
16 - ou, como aborto oculto, não existiria; como as
crianças que nunca viram a luz.
17 - Ali, os maus cessam de perturbar; e, ali,
repousam os cansados.
18- Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem
a voz do exator.
19 - Ali, está o pequeno e o grande, e o servo fica
livre de seu senhor.
20 - Por que se dá luz ao miserável, e vida aos
amargurados de ânimo,
21 - que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em
procura dela mais do que de tesouros ocultos;
22 - que de alegria saltam, e exultam, achando a
sepultura?
23 - Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é
oculto, e a quem Deus o encobriu?
24 - Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e
os meus gemidos se derramam como água.
25- Porque o que eu temia me veio, e o que receava
me aconteceu.
26 - Nunca estive descansado, nem sosseguei, nem
repousei, mas veio sobre mim a perturbação.
HINOS SUGERIDOS: 256, 271, 578 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicar que Jó era humano e como tal tinha todo o direito de extravasar seus sentimentos, não sendo recriminado por Deus por isso.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Esclarecer que a angústia de Jó fez com que ele desejasse a morte como um
escape;
Aclarar o desejo de Jó em ser como um abortivo;
Pontuar que Jó representa os que, em situação desesperadora, não veem
nenhuma luz no fim do túnel.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
A lição desta semana esclarece que Jó
desejou intensamente a morte. Ao desejá-la, o patriarca tem como objetivo dar
fim ao ciclo de sofrimento que Satanás lhe impôs. Constataremos nesta lição
que, apesar de ele desejar morrer, não buscou o suicídio. Nesse aspecto, a vida
de Jó nos passa uma mensagem muito importante, mostrando-nos que, mesmo diante
do mais terrível sofrimento, o patriarca não ousou entrar numa
"jurisdição" que pertence somente a Deus. Ele, indiretamente, nos
transmite a importante mensagem de que o único que pode decidir acerca do
início e do fim da vida é o Deus altíssimo.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior vimos de perto o drama vivido por
Jó. Uma série de calamidades se abateu sobre ele de forma catastrófica. Do
estado de riqueza e prosperidade, Jó passou a viver na adversidade; seus amigos
foram para consolá-lo, mas ficaram sem palavras ao contemplarem seu debilitado
estado de saúde. Entretanto, depois de sete dias, ele rompeu o silêncio com um
lamento que veio do fundo da alma. Nesse lamento Jó mirou o dia de seu
nascimento e, através de três perguntas, desabafou tudo o que sentia naquele
momento: Por que nasci? Por que não nasci morto? Por que ainda continuo
vivendo?
Nesta lição veremos a reação humana diante do
sofrimento. Perceberemos que não há qualquer indício de que Satanás tivesse
alcançado êxito diante de Jó. Na perspectiva do patriarca, se Deus era a causa
de sua vida, deveria também ser a causa de sua morte, pois se dEle vinha o bem,
também deveria vir o mal.
PONTO CENTRAL
O lamento de Jó revela
toda sua dor como ser humano.
I – PRIMEIRO LAMENTO DE
JÓ: POR QUE NASCI? (3.1-10)
1. “Por que nasci?”
A dor de Jó era profunda e somente a poesia podia
expressar toda a carga emocional vivida por ele. Nesse poema, os dez primeiros
versículos do capítulo três são a respeito do primeiro questionamento de Jó:
Por que nasci? Esse questionamento sai do íntimo de Jó, assim como ocorre com a
alma do salmista (130.1). Da mesma forma, o profeta Jeremias expôs os
sentimentos diante de seus conflitos (Jr 20.14-18). Nesse sentido, o patriarca
não está sozinho em lamentar diante da dor.
2. Que em lugar da memória viesse o esquecimento.
Neste momento de dor, Jó não amaldiçoou a Deus,
como Satanás previra; em vez disso, amaldiçoou o dia de seu nascimento. No
lugar de ser ocasião de grande celebração pelo dia do nascimento de criança, Jó
amaldiçoou esse dia por ocasião do grande sofrimento e decepção. Para o homem
de Uz, esse dia teria de ser apagado da memória. Não é assim que muitas vezes
nos sentimos? Um dia em que tudo foi mal e temos desejo de nunca mais
lembrá-lo.
3. Que em vez da ordem viesse o caos.
Mencionamos o desejo de Jó para que o dia de seu nascimento não tivesse entrado no calendário e, que dessa forma, tanto esse dia como essa noite jamais tivessem existido. No lugar da luz que raiou por ocasião do nascimento dele, e que revelou todo seu sofrimento, o patriarca desejou que as trevas dominassem (vv.4-7). E por quê? Porque em vez da paz veio a dor; em vez da ordem, o caos. Desse raciocínio, Jó menciona a imagem do Leviatã. Este famoso e assombroso animal marinho simbolizava o caos. O homem de Uz recorre a essa imagem para ilustrar o momento tenebroso que estava vivendo. A lógica é simples: Se Deus não tivesse feito aquele dia, ele não teria sido concebido e, portanto, não passaria por tudo isso. Nesse sentido, o Novo Testamento revela como nosso Senhor é misericordioso e nos trata com amor e ternura nos momentos de tribulação e angústia, pois aos pés da cruz é o melhor lugar para derramar a nossa alma (cf. Jo 11.32,33).
SÍNTESE DO
TÓPICO I
O primeiro lamento de Jó
revela seu desejo de esquecer o dia em que nasceu.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para introduzir esta lição apresente os
três pontos que formam seu eixo estrutural, ou seja, os três lamentos de Jó:
(1) Por que nasci? (2) Por que não nasci morto? (3) Por que continuo vivo?
Mostre a classe que essas três perguntas
representam toda a angústia que se abateu sobre a alma de Jó por meio dos
eventos que marcaram sua tragédia familiar, econômica e pessoal. Tais perguntas
podem sinalizar o grau de estresse do patriarca, bem como do ser humano, diante
de um grande caos. Os lamentos de Jó são a expressão da dor humana diante do
sofrimento.
II - SEGUNDO LAMENTO DE
JÓ: POR QUE NÃO NASCI MORTO? (3.11-19)
1. Descansando em paz.
Os intérpretes observam que o discurso de Jó a
partir do versículo onze muda de amaldiçoar para reclamar. A partir desse versículo,
Jó passa reclamar por não ter nascido morto. Para ele nascer morto teria sido
melhor do que existir naquelas condições (vv.11-13). Era a melhor maneira de
não passar por toda aquela tribulação. Essas palavras de Jó revelam uma coisa:
Ele queria descanso de todo o seu sofrimento.
O que Jó pedia era uma possibilidade real, pois
muitos fetos nascem mortos (vv.16). Para ele a morte era uma forma de descansar
em paz (vv.13-15).
2. Livre de tribulações.
O dilema de Jó aumenta à medida que o seu sofrimento
ganha intensidade. Ele continua com seu
argumento da “não-existência” (vv.16-19). Ele está convencido de que se não
tivesse se tornado um “ser”, nada disso estaria acontecendo. Ele desejava ter
sido como um “natimorto”, um feto que nunca viu a luz (v.16). A palavra
hebraica nephel, usada no versículo 16 como “natimorto”, possui o sentido de
“um aborto espontâneo” e é traduzido dessa forma em Eclesiastes 6.3 e Salmo
58.8. Aqui em nenhum momento Jó faz uma apologia ao aborto, mas usa-o no sentido metafórico de “descanso
do sofrimento”. No lugar de ter sido abortado, ele nasceu e foi lançado no
mundo da tribulação. O raciocino é claro: Para os que morreram cessaram as
angústias e tribulações da vida presente.
3. Uma realidade para o cristão.
O Novo Testamento nos ensina que enquanto
estivermos neste mundo estaremos sujeito à dor, ao luto, ao sofrimento (Fp
4.11,12). Mas, ao mesmo tempo, temos uma promessa consoladora de Jesus (Jo
16.33, cf. Fp 4.13).
SÍNTESE DO
TÓPICO II
O segundo lamento de Jó revela o desejo de ter sido abortado.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-PEDAGÓGICO
“Por não haver a possibilidade de voltar
atrás no tempo e cancelar os acontecimentos que levaram ao seu nascimento, Jó
volta-se para a fase seguinte do seu lamento: Por que não morri eu desde a madre?
(11). Muitos bebês nascem mortos; por que ele não teve a sorte de um deles? Os
joelhos da parteira e os peitos (12) da sua mãe deveriam ter falhado em
preservar a criança recém-nascida. Se a morte tivesse sido o seu destino logo
no início, então suas maiores esperanças teriam sido alcançadas havia muito
tempo – então, haveria repouso para mim (13). Entre os versículos 14 e 19 há
observações acerca do fato de que todos os homens são iguais diante da morte.
Os reis (14), os ricos (15), os maus (17) cessam de perturbar, e, ali, repousam
os cansados. Moffat interpreta o pensamento dos lugares assolados (14) como
‘reis [...] que constroem pirâmides para si mesmos’. Os presos não são mais
incomodados por aqueles que os oprimiam (18) e mesmo os escravos estão livres
de seu senhor (19). Em seu desespero, Jó pode apenas esperar pelo alívio que a
morte poderia lhe trazer” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et
al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD,
2014, p.34).
III – TERCEIRO LAMENTO
DE JÓ: POR QUE CONTINUO VIVO? (3.20-26)
1. Vale a pena viver?
Nessa terceira seção do capítulo três Jó faz uma
quarta pergunta (3.20): “Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados
de ânimo?”. As outras perguntas estão em 3.1; 3.12; 3.16. A palavra hebraica
amel, traduzida aqui como “miserável”, é usada no sentido de alguém cuja vida é
atribulada pela miséria e que, por isso, torna-se incapaz de exercer suas
funções. Em outras palavras, para Jó a vida havia se tornado intolerável.
2. Sem o favor de Deus?
Jó novamente volta a indagar: “Por que se dá luz ao
homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?” (Jó 3.23). A pergunta
busca o significado do sentido de todo aquele processo. Ela busca compreender o
porquê de Deus permitir o sofrimento. Aqui há um paralelo com Provérbios 4.18,
onde é dito que “o caminho do justo é como a luz da aurora que brilha mais e
mais até ser dia perfeito”. Na literatura sapiencial, a palavra hebraica
traduzida como “caminho” é derek e se refere ao caminho da sabedoria de Deus,
que conduz a vida. Para o patriarca esse fato havia se tornado um paradoxo,
pois ele não sabia por que Deus escolheu para ele o caminho do sofrimento.
3. Um caminho de sabedoria e maturidade.
Muitas vezes sentimo-nos iguais a Jó,
desorientados, passando por uma via dolorosa do sofrimento. E, como ele, não
imaginamos nem compreendemos que Deus está agindo. É preciso, porém, olhar para
o alto onde Cristo vive (Cl 3.1-4). Nele, podemos manter o equilíbrio e a confiança
durante a tormenta e, assim, trilhar um caminho de sabedoria e maturidade no
sofrimento.
SÍNTESE DO
TÓPICO III
O terceiro lamento de Jó
revela a desistência da vida por causa do sofrimento.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Jó veio à luz; ele foi trazido à vida
(20); Jó estava perdido e Deus o encobriu (23). Tudo isso ocorre contra sua
vontade ou, pelo menos, sem que ele tenha alguma oportunidade de escolha. Em
sua miséria ele espera a morte. A morte seria como tesouros ocultos a serem
procurados ou algo de que ele poderia se alegrar sobremaneira (21-22). Mas
mesmo isso é negado a Jó. Moffat interpreta a primeira parte do versículo 23:
‘Por que Deus dá à luz a um homem que está no fim de suas forças?’ A miséria de
Jó se tornou tão desmedida que seus gemidos (expressão de agonia) se derramam
como água (24) em uma corrente vasta e ininterrupta. A sua vida tornou-se tão
difícil que tudo que ele precisa fazer é temer por mais agonia, e isso, de
fato, acontece (25). O sofrimento de Jó não tinha fim. Ele não teve qualquer
oportunidade para experimentar descanso, sossego e repouso. Veio sobre mim a
perturbação (26) pode ser traduzido apropriadamente como: ‘A perturbação vem
continuamente’” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al).
Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD,
2014, p.34).
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos o dilema de Jó. Desconhecendo a
razão das adversidades que se abateram sobre ele, o patriarca não negou a Deus
nem o amaldiçoou. Todavia, ele expôs toda a sua humanidade, de forma que o
leitor que apenas o contempla sem, contudo, participar de seu drama, tem
dificuldade de entender seu lamento, principalmente, quando ele se dirige a
Deus. É o lamento de um corpo ferido e de uma alma, que mesmo amando a Deus, se
derrama angustiada.
PARA REFLETIR
A respeito de “O
Lamento de Jó”, responda:
• Os dez primeiros versículos do capítulo três
dizem a respeito de quê?
Os dez primeiros versículos do capítulo
três são a respeito do primeiro questionamento de Jó: Por que nasci?
• O que Jó amaldiçoou? E por quê?
No lugar de ser ocasião de grande
celebração pelo dia do nascimento de criança, Jó amaldiçoou esse dia por
ocasião do grande sofrimento e decepção.
• Qual foi a observação dos interprétes sobre o
discurso de Jó a partir do versículo onze?
Os intérpretes observam que o discurso de
Jó a partir do versículo onze muda de amaldiçoar para reclamar.
• Em que sentido a palavra “miserável” é usada?
É usada no sentido de alguém cuja vida é
atribulada pela miséria e que, por isso, torna-se incapaz de exercer suas
funções.
• Qual é o significado da palavra “caminho”?
Refere-se ao caminho da sabedoria de Deus que conduz a vida.
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