Classe: Jovens | Trimestre: 2° de 2019 |
Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, CPAD
TEXTO DO DIA
“Manda aos ricos deste mundo que não sejam
altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que
abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos.” (1 Tm 6.17)
SÍNTESE
Nosso
dinheiro e nossos bens materiais devem ser adquiridos mediante o nosso trabalho
honesto.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – 2 Ts 3.6-11:
Paulo, exemplo de trabalho árduo em prol do Reino
TERÇA – 1 Co 9.6-14: O
obreiro é digno de seu salário
QUARTA – Fp 4.11: Paulo
sabia se contentar com o que tinha
QUINTA – 1 Tm 6.17: Os
ricos não devem por a esperança nos seus bens
SEXTA - Tg 5.1-6: O clamor
dos oprimidos pelos ricos é ouvido por Deus
SÁBADO – 1 Tm 6.9: Os que
querem ser ricos caem em tentações
OBJETIVOS
• REFLETIR a respeito da
importância do crente ter o seu trabalho e o seu próprio sustento;
•
ADVERTIR do perigo de se colocar a
confiança na incerteza dos bens materiais e não em Deus.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor (a), se possível fale a respeito da
responsabilidade com as nossas despesas pessoais, pois em nossos dias muitos
jovens não estão sendo preparados para assumirem a responsabilidade com o
próprio sustento. Muitos também têm o privilégio de viverem em lares abastados,
mas nem por isso cuidam de suas despesas e acabam contraindo muitas dívidas.
Estes também não são solidários com os mais necessitados ou com a própria
igreja. Esta lição é uma boa oportunidade para se trabalhar esse tema com seus
alunos.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor (a), para a aula de hoje sugerimos uma dinâmica. Você
vai precisar providenciar uma cópia da tabela abaixo, mas somente a coluna da
esquerda com os dados referentes ao bom uso do dinheiro. Os alunos vão
preencher a segunda coluna. Para a realização desta atividade, reserve alguns
minutos no final da aula para o preenchimento e também para que façam algumas
considerações. O propósito e revisar o conteúdo aprendido.
USO
VIRTUOSO DO DINHEIRO
|
USO
ERRADO
|
1. Ajudar as pessoas
necessitadas.
|
1. Se tornar uma pessoa
consumista.
|
2. Contribuir com a
obra missionária.
|
2. Não contribuir nunca
com a obra de Deus
|
TEXTO
BÍBLICO
2 Tessalonicenses
3.6-13:
6 Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de
nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que andar
desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebeu.
7 Porque vós mesmos sabeis como convém
imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,
8 nem, de graça, comemos o pão de homem
algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos
pesados a nenhum de vós;
9 não porque não tivéssemos autoridade,
mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.
10 Porque, quando ainda estávamos convosco,
vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.
11 Porquanto ouvimos que alguns entre vós
andam desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs.
12 A esses tais, porém, mandamos e exortamos,
por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu
próprio pão.
13 E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o
bem.
1 Timóteo 6.17-19:
17 Manda aos ricos deste mundo que não sejam
altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que
abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos;
18 que façam o bem, enriqueçam em boas obras,
repartam de boa mente e sejam comunicáveis;
19 que entesourem para si mesmos um bom
fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.
INTRODUÇÃO
A
igreja em Tessalônica viveu uma experiência que se repete em muitas igrejas de
nossos dias também. Pessoas que, com base em argumentos teológicos, ficam
ociosas e vivem na dependência do trabalho de outros membros. Da mesma forma,
em Éfeso, outra importante igreja do primeiro século, liderada por um dos
principais companheiros do apóstolo, também sofria com esses problemas.
Havia
também muitos membros da comunidade que eram ricos e altivos. Esses não
exerciam a mordomia com os bens recebidos de Deus, antes eram egoístas. Nesta
lição mostraremos que, em ambos os casos, o comportamento inadequado é
condenado pelo apóstolo Paulo.
I - O CRISTÃO DEVE
VIVER COM O SEU PRÓPRIO DINHEIRO, FRUTO DO SEU TRABALHO
1. O problema do abandono do trabalho
pelos tessalonicenses.
Durante
a sua segunda viagem missionária, quando Paulo esteve pela primeira vez em
Tessalônica, os judeus se levantaram contra a sua mensagem e a sua pessoa. Ele
foi obrigado a fugir à noite para Bereia a fim de salvar sua vida (At 17.1-9).
Em
Corinto, após reencontrar Timóteo, Paulo o enviou à igreja em Tessalônica a fim
de auxiliar aquela igreja e resolver alguns problemas. Timóteo voltou a Corinto
com um relato animador, pois os cristãos tessalonicenses mantiveram-se
perseverantes na fé e o testemunho deles já havia se espalhado por toda a
Macedônia (1 Ts 1.8).
Entre o ano 51 e 52 a. C.
Paulo escreveu a Primeira Carta para responder a algumas perguntas que certos
irmãos haviam enviado por meio de Timóteo. Pouco tempo depois, ele escreveu a
Segunda Carta para corrigir alguns mal-entendidos sobre o final dos tempos e
rebater falsos ensinos que haviam se infiltrado na igreja. Um deles foi a
respeito da volta de Cristo; pois muitos afirmavam que Jesus voltaria por
aqueles dias (1 Ts 5.2). Esse ensino provavelmente motivou alguns membros da
igreja a abandonarem o trabalho e ficar esperando a vinda de Cristo, vivendo na
dependência dos outros que continuavam trabalhando. Com o aumento da
perseguição aos cristãos, essa crença tomou mais força ainda.
2. Paulo chama a atenção para o seu
próprio exemplo (vv. 7-9).
Paulo,
para reforçar o que iria falar na sequência, chama a atenção para o seu próprio
exemplo enquanto conviveu com os tessalonicenses. Os gregos e os romanos
acreditavam que o trabalho braçal era exclusivo dos escravos, enquanto os
judeus consideravam o trabalho uma prova de bom caráter e responsabilidade.
Paulo,
enquanto esteve pregando entre os tessalonicenses, trabalhou incansavelmente,
dia e noite, afirmando ter chegado ao estado de fadiga. Isso, para não ser
pesado a nenhum dos membros da igreja e evitar ser acusado de ganância ou de
ser aproveitador. Uma das ocupações dele era fazer tendas, serviço realizado em
algumas ocasiões enquanto fazia missões (At 18.1-3). O apóstolo afirma que pelo
seu trabalho missionário teria autoridade para ser sustentado, entretanto ele
não fez uso desse direito (1 Co 9.6-14; Gl 6.6; 1 Tm 5.17,18). Provavelmente,
ele percebeu o comportamento de alguns membros que tinham por hábito
aproveitar-se da boa vontade de trabalhadores responsáveis, como acontece ainda
hoje em vários lugares. O comportamento do apóstolo mostrou que a ociosidade é
prejudicial ao Reino de Deus. Dessa forma, o que restava aos ociosos era
utilizar de argumentos para tentar
justificar suas atitudes e provocar desordem entre os tessalonicenses.
3. A ociosidade dos tessalonicenses é condenada
(vv. 10-13).
Na
Primeira Carta, Paulo já havia exortado os tessalonicenses a trabalhar (1 Ts
4.11,12), mas parece que suas recomendações não surtiram efeito entre os
desobedientes e acomodados. Assim, ele fala com autoridade e orienta a
comunidade a disciplinar tais membros. No versículo 6 Paulo repete uma palavra
potente, “mandamo-vos”, utilizada em outros momentos também (1 Ts 4. 11; 2 Ts
3.4,6,10,12). Essa palavra tem referência a uma ordem militar de execução
obrigatória, se não obedecida receberia pena de traição. A ordem é para se
afastar das pessoas ociosas. Paulo afirma que aqueles que não estavam dispostos
a trabalhar que não comessem também. A ociosidade gera desordem e divisão na
comunidade. Paulo é enfático e rigoroso com os desocupados: “[...] mandamos e
exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o
seu próprio pão”. Fica evidenciada a seriedade do assunto. As últimas palavras
de Paulo na sua Segunda Carta aos Tessalonicenses demonstram que a preparação para
a volta de Jesus deve ser feita com trabalho. O crente deve estar ocupado e
comprometido em ajudar os necessitados enquanto espera o Dia do Senhor.
Pense!
Você
tem condições para trabalhar e participar financeiramente nas despesas da sua
família ou deixa tudo por conta dos seus pais?
A
preparação para a volta de Jesus deve ser feita com trabalho
Ponto Importante
As
pessoas mal-intencionadas procuram sempre uma oportunidade para viver na
ociosidade.
II - O CRISTÃO NÃO
DEVE COLOCAR SUA ESPERANÇA NA INCERTEZA DAS RIQUEZAS, MAS EM DEUS
1. O cuidado com o desejo de acumular
riquezas (1 Tm 6.9-11).
Aqueles
que querem ficar ricos dedicam toda a sua força e atenção para atingir esse
objetivo. Por isso, caem em tentação e ciladas (v. 9). Há um ditado popular que
afirma: “Uma coisa puxa outra”, ou seja, a busca desenfreada por riquezas
conduz à queda espiritual e moral. No versículo 10, Paulo deixa claro que o mal
não está no dinheiro em si, mas na cobiça e nos meios usados para adquiri-lo. O
apóstolo Paulo mostra que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e que
muitos da própria igreja, ao se alimentarem desta cobiça, se desviaram da fé.
Ele acrescenta que os gananciosos são atormentados com muitas dores.
Como
crentes, devemos fazer um bom uso do nosso dinheiro e bens, investindo na
eternidade, utilizando os bens para socorrer os necessitados e na
evangelização. Timóteo é advertido para que ensine os membros da igreja a
respeito do dinheiro, a fim de que eles não sejam arrastados pela torpe
ganância. A intenção é o livramento do pecado e da consequente perda da
salvação.
2. O rico altivo não entrará no reino de
Deus (1 Tm 6. 17).
A
condição social e financeira de uma pessoa não é o determinante para a vida
eterna com Deus. Paulo adverte aos ricos para não serem altivos de coração e
para não colocarem sua confiança na incerteza das riquezas. Um grande número de
pessoas vê no acúmulo de riqueza um sinal da bênção divina, mas este é um
grande equívoco. Infelizmente muitos pais trabalham com tanta obstinação, por
longos anos de suas vidas, em busca de acumular bens materiais para dar
segurança para suas famílias, e acabam colocando a própria família em segundo
plano. Alguns destes, quando alcançam seus objetivos, percebem que perderam sua
família por falta de atenção e cuidado.
Tiago
também advertiu os membros ricos de sua igreja para clamarem e chorarem pela
miséria que passariam, pois o clamor das pessoas exploradas por eles haviam
chegado diante de Deus e serviriam para a condenação deles (Tg 5.1-6).
3. O cristão deve depositar suas
esperanças em Deus e usar o dinheiro para o bem (1 Tm 6.17).
A
recomendação de Paulo aos ricos serve para todos os crentes, pois precisamos
reconhecer Deus como a fonte de todos os bens e cuidar deles como mordomos. Os
ricos são encorajados a praticar o bem por meio de obras de generosidade e
solidariedade. As bênçãos materiais recebidas de Deus devem ser desfrutadas e
usadas, não para uma vida inútil e egocêntrica, mas para uma vida produtiva e
para o avanço do Reino de Deus.
O
Senhor Jesus, em Mateus 6.19-21, adverte quanto ao entesourar ou acumular bens
no céu. Como discípulos de Jesus, precisamos aprender a acumular tesouros com
sólidos fundamentos para serem desfrutados no céu. Precisamos ter cuidado, pois
é possível ser rico neste mundo e não ser rico diante de Deus (Lc 12.13-21).
Usemos nossos bens de forma sábia e para a glória de Deus, pois Ele deseja que
desfrutemos de uma vida plena aqui e também no céu.
Pense!
Você
tem depositado sua esperança na incerteza das riquezas ou na fonte de tudo, que
é Deus?
Ponto Importante
Use
os bens materiais de forma sábia, contribuindo para a expansão do Reino de
Deus.
SUBSÍDIO 1
“Sem dúvida alguma, falando de nossos semelhantes, Paulo é o
melhor exemplo do trabalho ético no Novo Testamento. Ele escolheu trabalhar com
as próprias mãos em vez de aceitar o apoio financeiro dos crentes, para que
pudesse tornar o evangelho gratuito para todos, e para que ele mesmo pudesse
dar um exemplo. A ociosidade e a dependência dos outros não é uma prática
cristã. Os cristãos devem aceitar a responsabilidade de ganhar seu próprio
sustento, e devem ganhar dinheiro para compartilhar com aqueles que são
verdadeiramente necessitados. Em um sentido especial, o Novo Testamento vê o
trabalho não como um fim em si mesmo, mas, antes, como uma oportunidade que os
cristãos têm para dar um exemplo do comportamento correto, como uma oportunidade
de servir diretamente de modo que o nosso trabalho beneficie outros, e como uma
oportunidade de servir indiretamente compartilhando recursos extras com aqueles
que estão necessitados. Contra este pano de fundo podemos entender melhor a
insistência de Paulo para que aqueles que se tornaram ociosos em Tessalônica
endireitassem seus caminhos. Outros cristãos deveriam para de permitir que
estes fossem ociosos, pois estavam até mesmo fornecendo o alimento de que
precisavam para atender às suas necessidades básicas” (RICHARDS, Lawrence O.
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2008, p. 466).
SUBSÍDIO 2
“Os sermões normalmente tratam da mordomia e das ofertas
monetárias, como deve ocorrer. O pastor que dispensa a pregação sobre a
mordomia cristã está enfraquecendo o ensino de Jesus. Entretanto, as Igrejas e
as pessoas raramente, na verdade, debatem ou prestam contas à comunidade acerca
das decisões que tomam sobre o uso responsável, e baseado nos valores do Reino,
que fazem de seus bens. Este tipo de debate levaria à redução do acúmulo de
bens e a uma diminuição do consumismo, modificaria a forma como entendemos e
alcançamos a segurança, como capacitamos vários ministérios e a forma como
contribuímos para aliviar a situação dos pobres. As decisões econômicas não são
simples, mas a Igreja, além de encabeça-las, deveria também demonstrar, pelo
uso que faz do dinheiro, a realidade do evangelho pelo qual ela vive.
Novamente, o tema das ‘obras de justificação' podem querer vir à tona, mas isto
somente ocorre quando distorcemos os temas da fé e da obediência. No ensino de
Jesus, a obediência à vontade do Pai é digna de aprovação por parte dEle e
determina o nosso destino eterno. A ideia da fé sem este tipo de obediência é
um contra-senso” (SNODGRASS, Klyne. Compreendendo Todas as Parábolas de Jesus.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 587).
CONCLUSÃO
Na
lição de hoje, aprendemos que precisamos depositar nossa esperança em Deus, que
é soberano e fiel, e não na incerteza das riquezas, pois elas são perecíveis e
podem ser tiradas a qualquer momento. Que esse aprendizado nos aproxime mais de
Deus e de nossos irmãos.
1.
Quem Paulo enviou à igreja em Tessalônica para
auxiliar a igreja e resolver problemas?
O jovem Timóteo.
2.
O que levou alguns irmãos de Tessalônica a
abandonarem o trabalho?
O fato de que muitos afirmavam que Jesus voltaria
por aqueles dias (1Ts 5.2).
3.
Em que os gregos e os romanos acreditavam a
respeito do trabalho braçal?
Os gregos e os romanos acreditavam que o trabalho
braçal era exclusivo dos escravos, enquanto os judeus consideravam o trabalho
uma prova de bom caráter e responsabilidade.
4.
Qual era a ocupação de Paulo?
Ele fabricava tendas.
5.
Qual a recomendação dada aos ricos em 1 Timóteo
6.17, que serve para todas as pessoas?
Paulo adverte aos ricos para não serem altivos e não colocarem sua
confiança na incerteza das riquezas.