Realizar
tarefas das quais não se gosta trabalhar em uma organização a qual não se tem
amor ou com a qual não se concorda, podem gerar insatisfação, desmotivação e
consequentemente, estresse. Esse não é o caso dos que trabalham na Casa do
Senhor, pois o trabalho como professor de Escola Dominical é voluntário,
realizado por amor à Obra (1 Cr 28.21).
Geralmente,
o cristão o faz sob altos índices de satisfação e motivação, sabendo que o seu trabalho
é realizado para Deus, com uma recompensa muito superior à que um patrão
terreno lhe daria (Cl 3.23). Definido isso, talvez nem fosse necessário discutir
o tema, pois os elementos estressores, que cientificamente aparecem como destruidores
da qualidade de vida, provavelmente não estejam presentes nos que trabalham na
Casa do Senhor.
Inclui-se,
entre esses, os professores de ED, embora estejam também os obreiros de forma
geral e todos os que fazem voluntária a Obra. No entanto, os elementos estressores
são típicos das atividades laborais, tanto em fábricas quanto em empresas de
serviços, repartições públicas,
organizações
de voluntariado e também nas organizações religiosas, onde se executam trabalhos
voluntários por filosofia religiosa e convicção espiritual. Essa é a justificativa
para uma discussão sobre o assunto.
A
qualidade de vida das pessoas, tanto na atividade laboral quanto na vida pessoal,
é o resultado de vários fatores psicológicos e psicossociais, com alta carga valorativa.
Cada indivíduo sabe o que é ter qualidade de vida, mas o seu conceito pode não
servir para outras pessoas, pois naturalmente a conceituação de qualidade de
vida se dá conforme as experiências pessoais, o ambiente, a cultura experimentada
e outras variáveis. Isso pode significar que é possível realizar um trabalho
sem obter ganhos financeiros e sentir-se com boa qualidade de vida, por estar
satisfazendo outras áreas da vida com a atividade profissional.
Alguns
fatores inerentes à atividade laboral são importantes na definição da qualidade
de vida das pessoas, como as condições de trabalho, a vontade, o gosto, o
comprometimento e a implicação com o trabalho. Há muitos elementos que poderiam
ser trabalhados neste tema, mas aqui serão comentadas as condições estressantes
que as atividades de trabalho do professor da ED podem trazer às pessoas, que
poderão diminuir sua qualidade de vida e como devem ser enfrentados.
É
importante lembrar que Jesus nos prometeu vida com abundância (Jo 10.10). A abundância
a que se refere este texto é de salvação, mas também se refere a uma boa vida,
saudável e tranquila diante das dificuldades da vida diária. Essa abundância de
vida é a que buscamos
cada
vez mais em Cristo.
Na
atividade laboral dos professores de ED, há situações potencialmente estressoras.
Na verdade, são inerentes à vida e ao trabalho. De uma maneira geral, as situações
causadoras de estresse são múltiplas e desencadeiam uma diversidade de
consequências seja para o próprio professor, para a igreja à qual pertence,
para os alunos e até mesmo para suas famílias. Por isso é importante o cuidado
quanto a esse aspecto, para que, mesmo que a atividade seja estressante, a vida
seja saudável!
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3)
Professor desnecessário à igreja: o Leigo
que é desleixado, Clique
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Cada um lida com essas situações da sua forma, de acordo com seu
tipo de personalidade. Há estudos que orientam sobre as estratégias de
enfrentamento do estresse, apontando para soluções que podem ser aprendidas e
compartilhadas! Seguem algumas orientações, que se observadas pelo professor de
ED, poderão ajudá-lo a viver e trabalhar melhor:
1.
Reconhecer que a atividade de magistério pode ser estressante e adotar
estratégias simples de prevenção ou controle de estresse em vez de reagir
quando ele ocorre:
a) Preparar aulas com antecipação, em vez de deixar para os
últimos momentos antes da mesma.
Deixar
tudo para o sábado pela madrugada pode não ser uma boa ideia, pois não dá
chances de um bom trabalho se houver um acontecimento inesperado. O conselho que
está em Eclesiastes 10.10 é excelente modelo de planejamento;
b) Estudar para as aulas, a Bíblia, antes de transmitir o
conhecimento
aos seus alunos.
Em
Lc 14.28-31 Jesus orienta assentar-se e conhecer o que se está fazendo;
c) Procurar conhecer ao máximo o perfil dos alunos, para não ter
surpresas desagradáveis com alunos acima ou abaixo do padrão esperado.
Alguns
alunos têm acuidade intelectual aguçada e outros têm deficiências que podem desorientar
o professor e deixá-lo em situação difícil. Ao conhecer este perfil, o professor
prepara-se e elimina estresse;
d) Providenciar, juntamente com a direção da Escola e da igreja,
locais agradáveis e equipamentos apropriados para as aulas, com antecedência,
considerando as dificuldades estruturais que ocorrem nos templos menores, nos
quais as aulas da ED ocorrem geralmente no mesmo local;
e) Preparar e escolher antecipadamente as dinâmicas mais
apropriadas para seu grupo de alunos e para o espaço físico que dispõe, para
que os alunos estejam atentos às suas aulas e não às do professor vizinho.
É
bastante estressante para um professor perceber que os alunos estão presentes
somente de corpo, mas a mente está em outra sala;
f) Encarar as situações difíceis como possibilidade de novas
aprendizagens e aprender com os problemas é uma atitude sábia e também uma
forma de enfrentar o estresse;
g) Deixar que o Espírito Santo tenha primazia em sua vida.
Isto
significa depender de Deus, encher-se continuamente dEle, conforme Efésios
5.18, na certeza de que Ele o capacitará para a sua atividade de magistério.
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2.
Reconhecer seus limites:
a) Muitas vezes aceitamos muito mais tarefas do que temos tempo
para resolvê-las e uma das maneiras mais inteligentes de sair desta situação é aprender
a dizer "não". Isto pode ser difícil para algumas pessoas, pois há o risco
ser interpretado como esquiva para não contribuir com a Obra de Deus;
b) Outras vezes pode ser necessário dar uma parada, mesmo que
Sabe-se que realizar um trabalho com qualidade é uma das mais eficientes
maneiras de enfrentar os elementos que podem trazer estresse ao profissional,
em qualquer atividade que ele desenvolva, seja por pouco tempo, para
reabastecer as forças.
Se
a situação estiver caminhando em uma direção insuportável, verificar a possibilidade
de usufruir de uma licença. Atividades deste tipo têm efeitos muito positivos,
pois no retorno, o professor estará descansado. Deus nos orienta assim quando instituiu
o sábado para o homem e até para a natureza (Lv 25.4);
c) Para professores novatos que sentem-se tímidos, sugere-se
exercitar aulas diante do espelho, treinar em pequenos públicos e preparar-se
cada vez mais para as suas aulas.
Uma
das principais formas de vencer a timidez é exercitando a exposição ao público
e perder o medo de errar;
d) Ter um foco de tema para estudo.
Ser
conhecido em um tema é melhor do que ser generalista e correr o risco de
entender muito pouco sobre vários temas. Na Igreja do Senhor há várias maneiras
de fazer esta especialização, pois há ensino para crianças, jovens,
adolescentes, discipulado, casais, idosos e igreja em geral. Isto permite maior
tranquilidade e facilidade para enfrentar o estresse.
3.
Cuidar de si mesmo, para ter condições de cuidar dos seus alunos:
a) Mesclar as atividades intelectuais com atividades físicas
regulares e atividades de lazer. A atividade física e o lazer colaboram para a tranquilidade
mental;
b)
atualizar os conhecimentos através de leitura de livros relacionados à área de
especialização, participar em congressos e cursos de atualização pedagógica. Essas
atividades aumentam a confiança na tarefa que se desenvolve;
c)
Se o professor da Escola Dominical ainda não tem um curso superior ou mesmo um
curso de Teologia, é uma excelente decisão pensar em realizar um. Se já tem,
porque não pensar em uma especialização? Ou um mestrado? Naturalmente, essa
decisão pode implicar em aumento de estresse momentâneo, devido às decisões
financeiras e familiares que a acompanham. No entanto, ao término do curso, há
garantia de maior tranquilidade pessoal.
4.
Buscar ajuda profissional, se identificar que o cansaço físico e mental está excedendo
suas forças, a irritação ou a indiferença vem afetando seus relacionamentos e a
sua crença e confiança em sua capacidade de trabalho vem diminuindo.
Sugere-se
que procure profissionais cristãos da área de aconselhamento
psicológico,
com capacitação para atuar nessa área. Não ao fim de tudo, mas durante todo o
tempo, o professor cristão poderá contar com o apoio do Mestre por excelência,
Jesus Cristo. Ele, na Sua imensa sabedoria, dá a capacidade, o conhecimento, a
didática e a condição necessária para um trabalho de qualidade na Sua Casa.
Sabe-se que realizar um trabalho com qualidade é uma das mais eficientes
maneiras de enfrentar os elementos que podem trazer estresse ao profissional,
em qualquer atividade que ele desenvolva. Trabalhar nessas condições melhorará
seu desempenho e ainda ganhará saúde psicológica e aumento da qualidade de vida
como profissional e como pessoa.
Divulgação: www.subsidiosebd.com | Fonte: Ensionador
Cristão – N° 49| Artigo: José Arimatés de Oliveira