Lições Bíblicas do 1° trimestre de 2019 -
CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 24 de Fevereiro de 2019
TEXTO ÁUREO
"Porque
as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para
destruição das fortalezas." (2 Co 10.4)
VERDADE PRÁTICA
Por
trás das aparências, há uma batalha espiritual invisível contra a Igreja.
LEITURA DIÁRIA
SEG. Mt 12.25-28: Uma luta na esfera
espiritual
TER. Lc 10.19: A nossa autoridade
sobre a força do mal vem de Jesus
QUA. 1Co 15.24: O Senhor Jesus
reduzirá a cinzas o poder das trevas antes de entregar o Reino ao Pai
QUI. Gl 5.16-18: Existe um conflito interno
na vida do crente entre a carne e o espírito
SEX. Ef 2.2: O poder invisível das
trevas opera no mundo
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Efésios
6.10-12
10-
No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11-
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo;
12-
porque não temos que lutar contra carne
e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os
príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais.
HINOS
SUGERIDOS: 7, 56, 527 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicitar que a nossa luta é espiritual, e não física ou
material.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
I- Destacar a inclusão do tema,
"Nossa Luta não é Contra Carne e Sangue", no final da epístola;
II- Salientar que o crente depende
exclusivamente de Deus;
III- Mostrar que a nossa luta é
contra os poderes das trevas.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Uma das coisas que o Inimigo tem feito nestes últimos dias, por
meio de uma perspectiva materialista de vida, é tirar de alguns crentes a
perspectiva espiritual. Não podemos perder o senso espiritual esposado pelo
apóstolo Paulo em uma de suas cartas em que ele afirma que a nossa luta não é
contra o ser humano, mas contra principados e potestades. Há sim um mundo
espiritual por trás do material. Isso não é uma concepção platônica; mas
bíblica, ensinada pelo nosso Senhor, proclamada pelos apóstolos e confirmada
pelo Espirito Santo. Aproveite essa oportunidade para, por meio da presente
lição, deixar claro à classe sobre a importância de conhecermos as astutas
ciladas do nosso Inimigo. Este ainda continua afazer estragos na vida de
pessoas.
INTRODUÇÃO
O
tema da presente lição trata dos poderes ocultos das trevas e de como se
proteger deles pela força do poder de Deus. Embora o apóstolo Paulo não
apresente a origem nem a biografia do príncipe das trevas, ele nos ensina a
importância de conhecer as astutas ciladas do nosso Inimigo. 0 Diabo já perdeu
a peleja, mas continua fazendo estrago nesse período entre o início e o final
da jornada da Igreja.
PONTO CENTRAL
Há uma batalha espiritual invisível contra
a igreja.
I - A INCLUSÃO DO
TEMA NO FINAL DA EPÍSTOLA
Os
três capítulos iniciais de Efésios são teológicos, e os outros três são
práticos. Uma perfeita combinação de doutrina cristã e dever cristão, de fé
cristã e vida cristã. Mas, de repente, o apóstolo Paulo nos surpreende com um
"No demais", encerrando a epístola com um assunto de vital
importância: a luta contra o reino das trevas.
1. "No demais...
(v.10a)".
O
apóstolo Paulo parece usar essa expressão para introduzir a conclusão. Isso não
é nenhuma anomalia, visto que Paulo emprega essa estrutura em outro lugar (2 Co
13.11; 1 Ts 4.1; 2 Ts 3.1). Essa expressão aparece traduzida como: "Quanto
ao mais", na Nova Almeida Atualizada; e "Finalmente", na TB
(Tradução Brasileira). Mas não devemos perder de vista que o termo paulino
significa, literalmente, "desde agora" (Gl 6.17). Que diferença isso
faz? Muita. No caso do verso 10, a ideia é de que daqui para frente o conflito
contra o reino das trevas será contínuo até o retorno de Cristo. Desse modo, o
tema é atual, e a luta da Igreja continua contra
as hostes infernais.
2.
"Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder" (v.10b).
Jesus
disse certa vez: "sem mim nada podereis fazer" (Jo 15.5). Paulo
empregou a voz passiva para "fortalecei-vos". Isso mostra que não se
trata meramente de esforço humano, mas da completa dependência do Senhor Jesus.
A expressão "força do seu poder" é um enérgico pleonasmo (figura de
sintaxe pela qual se repete uma ideia com outras palavras para proporcionar
elegância ou reforço à expressão), usado aqui para reforçar a magnitude do
poder de Jesus. Esse poder provém do Espírito Santo (Ef 3.16); é a atuação da
Trindade na vida da Igreja.
3. O emprego da
figura de linguagem.
As
figuras são recursos linguísticos que merecem atenção especial pela sua beleza
e pelo seu papel na Hermenêutica. A anáfora é uma figura de linguagem que
consiste na repetição de uma mesma palavra no começo de frases sucessivas com o
propósito de enfatizar a afirmação. Aqui encontramos: "porque não temos
que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (v.12). Nessa anáfora, a
preposição grega, pros, "contra", é usada cinco vezes para reforçar a
ideia de que a esfera principal de atuação do príncipe das trevas não é apenas como
muitos pensam: a prostituição e o crime, mas principalmente no reino das
religiões; trata-se, pois, de uma batalha espiritual.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Ao final da epístola aos Efésios, Paulo exorta aos crentes
"fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder".
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para introduzir a aula desta semana, faça um resumo panorâmico
da Carta aos Efésios com o auxílio do esquema abaixo:
Autor
|
• Paulo
|
Tema
|
•
Cristo e Sua Igreja
|
Propósito
|
• O
crescimento dos leitores na fé em Cristo, no amor e na sabedoria de Cristo.
|
Características
principais
|
(1)
Revelação de grandes verdades nos três primeiros capítulos;
(2)
Algumas expressões paulinas de peso; "Em Cristo", "Toda bênção
espiritual";
(3)
Destaque do propósito e alvo eterno de Deus para a Igreja;
(4) Realce
multifacetado do papel do Espírito Santo na vida cristã;
(5) Há
correlação de Efésios com Colossenses.
|
II - A DEPENDÊNCIA
DE DEUS
O
apóstolo emprega uma metáfora militar para explicar o que subjaz no mundo
espiritual que não é possível perceber na superfície. A presença de todas as
mazelas na humanidade é real e indiscutível, mas a fonte de toda essa maldade
Paulo esclarece nessa seção. Não pode haver vitória sem ajuda divina, e é esse
o apelo apostólico.
1. Somente pelo poder
de Deus.
Nenhum
ser humano tem condições de, sozinho, enfrentar os demônios e sair vitorioso.
Os demônios existem de fato, mas não passam de um inconveniente diante do poder
de Jesus; são entidades destituídas de poder na presença do Senhor Jesus (Mc
1.23-26; 3.11). No entanto, os humanos não podem desafiá-los com suas próprias
forças.
2. O revestimento da
completa armadura de Deus (v.11a).
O
verbo "revestir" é o mesmo que a Septuaginta usa para descrever o
revestimento de Gideão pelo Espírito Santo (Jz 6.34). A metáfora "toda a
armadura de Deus" significa que devemos usar todos os recursos espirituais
que Deus nos dá. A armadura completa indica armas de defesa e armas de ataque,
uma figura bem conhecida na época, visto que os soldados romanos estavam por
toda parte.
3. Os métodos do
Diabo (v.11b).
Paulo
começa aqui a explicar a razão de o crente se fortalecer em Jesus e no seu
poder e revestir-se de toda a armadura espiritual de Deus. A expressão
"astutas ciladas" é methodeia
em grego, que só aparece uma vez no Novo Testamento (Ef 4.14) e cuja ideia é de
"esperteza, artimanha, armadilha". O Senhor Jesus dá, pelo seu
Espírito Santo, todos os recursos para o crente entender todas essas astúcias
do Inimigo (2 Co 2.11). O conhecimento da força do Maligno é uma poderosa arma
tanto para o ataque como para a defesa.
SÍNTESE DO TÓPICO
II
Somos dependentes do poder de Deus e de sua armadura espiritual
para debelar a estratégia do Diabo.
SUBSÍDIO
BÍBLICO
"No Verso 6.13, Paulo repete a exortação previamente
enunciada em 6.11 ('Portanto, tomai toda a armadura de Deus')-desta vez,em
vista de 6,1.2, isto é, das hostes de Satanás que estão envolvidas na guerra
espiritual. Uma palavra diferente para 'vestir' (analabete) foi usada aqui,
embora em 6.11 tenha sido utilizado o termo endysasthe (significando 'estar
vestido com'). Analabete significa
'tomar' de modo resoluto para que, mesmo debaixo do ataque mais rigoroso, o
crente posso resistir ao inimigo e 'estar firme' em sua posição.
Paulo, por três vezes, exorta os crentes a 'estarem firmes'
(6.11,13,14). Com isso, quer dizer que os crentes e a Igreja devem permanecer
constantes e inabaláveis, 'estando firmes' quando a batalha espiritual for
intensa, sustentando sua posição quando o conflito estiver se aproximando de
seu final, sem serem 'deslocados ou abatidos, porém mantendo-se firmes e
vitoriosos em seus postos' (Salmond, 3.385). Observe que diferentes aspectos de
'estar firmes' são enfatizados durante a passagem (6.10-20). Devemos 'estar
firmes' (6.14a), na força do poder de Cristo (6.10), contra as ciladas do Diabo
(6.11), com nossa armadura firmemente colocada (6.11a, 13a) e em oração
(6.18-20) (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.1266).
III - CONTRA OS
PODERES DAS TREVAS
1. Carne e sangue.
O
apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos
que lutar contra carne e sangue" (v.12a). O termo "carne" tem
vários significados na Bíblia, mas a combinação "carne e sangue", que
só aparece três vezes no Novo Testamento (v.12; Mt 16.17; 1 Co 15.50), parece
indicar um significado físico. Nesse caso, essa combinação diz respeito à
pessoa, ser humano, que pode ser o outro ou nós mesmos em conflito interno, no
sentido de: "a carne cobiça contra o Espirito, e o Espírito, contra a
carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis"
(Gl 5.17).
2. Os principados e
potestades.
Os
dois termos aqui, "contra os principados, contra as potestades"
(v,12b), aparecem juntos pelo menos dez vezes no Novo Testamento. Os
"principados", archai, em
grego, cuja ideia é primazia no poder; as "potestades", exousíai, denotam liberdade para agir. O
apóstolo Paulo emprega o termo tanto para os anjos (Rm 8.38; Cl 1.16) como para
os demônios (1 Co 15.24; Cl 2.15) investidos de poder. Desse modo, a expressão
refere-se a governos ou autoridades tanto na esfera terrestre como na
espiritual.
3. "Os
dominadores deste mundo tenebroso" (v.12b, ARA).
A
ARC emprega "os príncipes das trevas deste século"; a TB cita
"governadores do mundo destas trevas"; e a Nova Almeida Atualizada
mantém as mesmas palavras da ARA. O termo grego mais usado para
"príncipe" é archon, que
aparece 37 vezes no Novo Testamento, traduzido também como
"governador". É usado para se referir a Belzebu, "príncipe dos
demônios" (Mt 12.24).
O
apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos
que lutar contra carne e sangue" (v.12a). para Satanás, como
"príncipe deste mundo" (Jo 12.31; 14.30; 16.11); e, ainda, ao
"príncipe das potestades do ar" (Ef 2.2). Mas, aqui, o apóstolo Paulo
emprega um termo diferente, kosmokrátor,
"senhor do mundo", de kosmos,
"mundo", e krateo,
"dominar". O uso plural mostra que Paulo não está se referindo ao
próprio Satanás, mas às hostes dominantes do mundo das trevas.
4. Os lugares
celestiais.
O
apóstolo acrescenta ainda "contra as hostes espirituais da maldade nos
lugares celestiais". Parece que aqui Paulo coloca todos esses anjos
decaídos num mesmo bojo. A expressão "lugares celestiais" indicada
aqui é intrigante. Essas palavras, ou "regiões celestiais", aparecem
em Efésios para designar o céu, onde Cristo está sentado à destra de Deus, onde
os salvos estão com Cristo (1.3,20) e onde habitam os anjos eleitos (3.10).
Como podem essas hostes infernais estar nas regiões celestiais? Uma explicação
convincente é que se trata da esfera espiritual invisível em oposição ao mundo
material (Ef 1.3).
SÍNTESE DO TÓPICO
III
Não pelejamos contra "Carne e Sangue", mas contra os
principados e potestades, os dominadores deste mundo tenebroso.
SUBSÍDIO DE
VIDA CRISTÃ
"Jesus disse que era odiado sem motivo. Os verdadeiros
filhos de Deus são revestidos de luz, de poder e do Espírito Santo, enviado lá
dor trono eterno de Deus. O mundo não nos conhece porque não conheceu a Ele, de
modo que o Diabo reúne todas as suas forças para batalhar contra Jesus e os
seus santos. Porém é maior aquEle que está em nós que tudo o que está contra
nós, O Senhor batalhará por nós, ainda que para isso Ele precise enviar todos
os exércitos do céu. Quando o profeta Eliseu estava cercado pelos inimigos do
Senhor, o servo dele foi tomado de pavor, porque tinha certeza de que eles
seriam aniquilados. Ele levantou os olhos a Deus e disse: 'Peço-te que lhe
abras os olhos, para que veja'. Os olhos dele foram abertos, e ele olhou em
volta e viu os exércitos do Senhor com cavalos e carros de fogo. Deus enviara
toda a artilharia do céu para proteger apenas um profeta e o servo deste. Deus
fará o mesmo por nós, se clamarmos a Ele" (ETTER, Maria Woodworth. Devocional.
Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003,
pp.142-43).
CONCLUSÃO
Com
base nas palavras do apóstolo Paulo, ficamos sabendo de que existem diferentes
classes de espíritos maus que são enumerados aqui como "principados,
potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade". O
universo é um campo de batalha e nisso não precisamos enfrentar apenas o ataque
de outras pessoas, mas também as forças espirituais que se opõem a Deus e ao
seu Povo.
PARA REFLETIR
A expressão
"força do seu poder" é um enérgico pleonasmo usado para reforçar a
magnitude do poder de Jesus.
Significa que devemos
usar todos os recursos espirituais que Deus nos dá.
Parece indicar um
significado físico.
A expressão refere-se
a governos e autoridades tanto na esfera terrestre como na espiritual.
Significa
"Senhor do mundo".