Esta é uma questão que
envolve certa complexidade, já que o tema em si é controvertido. Para facilitar
a compreensão tentaremos analisar o assunto a partir de três aspectos:
biológico, ético e espiritual.
1. ASPECTO BIOLÓGICO
Com as novas tecnologias de
reprodução medicamente assistida (Técnicas de Inseminação Artificial), torna-se
possível à concepção para situações de infertilidade. Essas técnicas
classificam-se em dois grandes gêneros: inseminação homóloga e inseminação
heteróloga.
A inseminação é considerada
homóloga quando o sêmen pertence ao marido, e heteróloga quando originária de uma
terceira pessoa ou quando a mulher não é casada.
Dentre as várias técnicas
disponíveis atualmente, podemos destacar:
INSEMINAÇÃO
ARTIFICIAL (IA) -
Transferência mecânica de espermatozóide para o útero da mulher. Após seleção e
tratamento os espermatozóides podem ser introduzidos no fundo do canal vaginal
através de cânulas ou seringas.
TRANSFERÊNCIA
INTRATUBÁRIA DE GAMETA (GIFT) - Consiste em captar os
óvulos da mulher através de laparoscopia e o esperma do marido através de massagens
na vesícula seminal ou masturbação. Ambos são colocados em uma cânula especial devidamente
preparados e introduzidos em cada uma das trompas de Falópio.
TRANSFERÊNCIA
INTRATUBÁRIA DE ZIGOTOS (ZIFF) – Nesse método o processo
de captação é o mesmo, porém a fecundação é realizada in vitro (fora do corpo
da mulher). Depois ocorre a transferência do zigoto para as trompas uterinas.
TRANSFERÊNCIA
IN VITRO SEGUIDA DA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES (FIVETE) - A
captação de óvulo e esperma ocorre da mesma forma que nos métodos anteriores,
no entanto, após a fecundação o zigoto ou zigotos continuam incubados in vitro,
sendo transferidos apenas quando se desenvolvem e torna-se um embrião. É a
fertilização em laboratório, conhecida como "bebê de proveta".
2.
ASPECTO ÉTICO
Os especialistas em
reprodução humana divergem sobre as questões éticas quanto a criopreservação de
embriões excedentes e doação de gametas e pré-embriões, etc.
Um dos pontos mais
relevantes nessa discussão é a questão dos descartes de embriões.
Para cada sucesso de uma
inseminação fora do útero vários embriões são sacrificados. Considerando que um
embrião está no primeiro estágio do desenvolvimento de uma vida humana,
sacrificá-lo significa interromper o curso de uma vida.
Veja também:
3.
ASPECTO ESPIRITUAL
Apesar deste tema não ser
tratado explicitamente na Bíblia, não podemos analisá-lo sem observar os
princípios bíblicos. Recorrer a um banco de sêmen para ter um filho implica em
aceitar condições que se contrapõem aos valores cristãos. Receber, por exemplo,
esperma de um doador (alguém que não seja o marido) é implantar dentro de si
uma semente de outro homem. Biblicamente, isto se constitui um adultério (Ex
20.14; Mt 5.28).
Utilizar-se da inseminação
in vitro é concordar com os descartes de embriões. A probabilidade de sucesso
nesse processo com apenas um óvulo fertilizado é mínima. Não é aceitável para
um casal cristão permitir que outros óvulos fecundados sejam sacrificados.
Conforme a Bíblia nos
ensina, não cabe a nós a decisão de dar e tirar a vida e sim ao Senhor.
"O senhor mata e
preserva a vida; Ele faz descer a sepultura e dela resgata" (1Sm 2.6).
O casal deve antes de tudo,
confiar no Senhor e não recorrer a métodos de reprodução humana que firam os
princípios cristãos e éticos.
LOPES.
Jomiel de Oliveira. Relações Humanas. Ano: 2010. CETADEB (Centro Educacional
Teológico das Assembleias de Deus do Brasil).
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.