Data da Aula: 01/07/2018
TEXTO
DO DIA
"E disse Pedro: Não tenho prata
nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta-te e anda." (At 3-6)
SÍNTESE
O milagre acontece de acordo com a
vontade e a permissão de Deus.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA - Dt 13.1-5: A permissão divina
para provar
TERÇA - Dt 18.21,22: Identificando um
falso profeta
QUARTA - Mc 6.5,6: A incredulidade
atrapalha o milagre
QUINTA-Mc 6.7-13: Jesus outorga poder
aos seus discípulos
SEXTA-Tg 5.14-20: A oração que salva o
doente
SÁBADO-Mc 16.15-20: A ordem suprema e sua
confirmação
OBJETIVOS
-
DESTACAR as definições de milagre, sua função e sua
imprevisibilidade;
-
ELENCAR alguns dos principais perigos do milagre;
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor(a), já chegamos na metade de 2018 e
estamos iniciando mais um trimestre com a graça de Deus. Nesta ocasião o tema a
ser estudado é bastante sugestivo, pois trata dos Milagres de Jesus. Em uma
época em que os milagres parecem ter se extinguido em alguns lugares enquanto
em outros têm sido banalizados, tal assunto torna-se imprescindível, pois as
pessoas continuam carentes da intervenção divina.
O comentário foi escrito pelo pastor César Moisés, que além de
exercer a chefia do Setor de Educação Cristã da Casa Publicadora das Assembleias
de Deus e lecionar por muitos anos disciplinas Ligadas às ciências da religião,
educação e teologia, atua como palestrante nos eventos de Educação Cristã da
Casa (Capeds, Congressos e Conferências) é pedagogo, pós-graduado em Teologia
pela PUC-Rio, articulista, e possui várias obras lançadas pela CPAD.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
A temática do trimestre é uma excelente oportunidade para se
resgatar, desenvolver ou manter a tradição da intercessão. Para tanto, convide
a classe a interceder pelas pessoas necessitadas. Peça que cada aluno
dedique-se a apresentar alguém durante o período do trimestre. Separe um
período de cinco minutos para que cada um interceda, em classe, pela pessoa que
será objeto da oração intercessória durante os quatorze domingos deste
trimestre. Se o aluno não faltar, ao final, serão cerca de uma hora e dez
minutos de intercessão em classe. Não pelo tempo, mas pela dedicação, o quanto
o Senhor não poderá realizar se o povo de Deus colocar-se de joelhos e
interceder! Pode-se apresentar como sugestão a oportunidade de o aluno que
intercedeu relatar o testemunho ao final do trimestre (ou quando a bênção já
tiver sido alcançada), ou quem sabe até mesmo a própria pessoa objeto da
intercessão.
TEXTO
BÍBLICO
Atos
3.1-10
1 Pedro e João subiam juntos ao templo à hora
da oração, a nona.
2 E era trazido um varão que desde o ventre de
sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada
Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
3 Ele, vendo a Pedro e a João, que iam
entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola.
4 E Pedro, com João, fitando os olhos nele,
disse: Olha para nós.
5 E olhou para eles, esperando receber alguma
coisa.
6 E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas
o que tenho, isso lê dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e
anda.
7 E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e
logo os seus pés e tornozelos se firmaram.
8 E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e
entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.
9 E todo o povo o viu andar e louvara Deus;
10
e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à Porta Formosa
do templo: e ficaram cheios de pasmo e assombro pelo que lhe acontecera.
INTRODUÇÃO
Neste
trimestre estudaremos um tema oportuno - Os Milagres de Jesus. Excetuando as
primeiras duas Lições que têm como objetivo introduzir o assunto, e a última
que conclui a revista, todas as demais lições tratarão de um dos muitos
milagres realizados por nosso Senhor Jesus Cristo. O ministério terreno do
Mestre foi marcado por muitos sinais miraculosos. Uma vez que o Senhor não
mudou, certamente este trimestre será pontuado pela manifestação divina e
muitas curas e milagres acontecerão. No ensejo deste estudo lembremos que o
Senhor é o mesmo e, por isso, Ele virá em nosso socorro e nos agraciará com
toda a sorte de bênçãos celestiais. Aproveite' mós esse período para receber o
milagre que tanto precisamos e, posteriormente, testemunhemos para a glória do
nome do Senhor.
I - O
MILAGRE
1. O que é milagre?
Autores
há que defendam a ideia de que o milagre seja a suspensão momentânea das leis
naturais e outros que advogam justamente o contrário, ou seja, o milagre é a
"normalidade" e a expressão exata do que deveria acontecer em um
mundo governado pelas Leis divinas e sem a mancha do pecado. Tal discussão
contém verdade e conflito tanto de um lado quanto de outro. O fato mais
importante é que o milagre, tal como se entende biblicamente, trata-se de uma
intervenção sobrenatural de Deus na ordem dos acontecimentos e diz respeito a
algo extraordinário (Jo 4-46-54: 6.1-14; At 4.22).
2. A função do
milagre.
O
propósito do milagre, invariavelmente, é prestar socorro e glorificar o nome do
Senhor (Lc 13.10-17). Ele não é resultado da vontade humana e nem produto da
capacidade de quem quer que seja, mas vem única e exclusivamente da parte de
Deus (Tg 1.17). Portanto, qualquer tentativa de usurpar a glória do Altíssimo
constitui-se em "roubo", pois a sua glória Ele não dará a outrem (Is
42.8).
3. A
"imprevisibilidade" como característica do milagre.
Apesar
de o milagre chegar em momentos de dificuldade e de grande aflição, não é
prudente "agendá-lo", decretá-lo ou mesmo determiná-lo, pois é Deus
"o que opera [...] tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade" (Fp 2.13). Em casos excepcionais, em que parece ter havido um
"agendamento" para o milagre, certamente Deus pode ter comunicado ao
coração dos seus servos para que tal acontecesse (1Rs 17.1; 18.41-46 cf, Tg
5.17,18). Contudo, fora esses casos específicos, devemos confiar no Senhor de
todo o nosso coração, mas sem querer manipular o Eterno.
O Pense!
Se a função do
milagre é socorrer ao aflito no momento de dificuldade, por que não podemos
decretá-lo?
Ponto Importante
A imprevisibilidade é
uma das características do milagre.
II - PERIGOS QUE RONDAM O MILAGRE
1. Apego excessivo ao
miraculoso.
2. Idolatria popular
em relação a quem foi o canal divino.
Já
se disse, com propriedade, que ninguém torna uma multidão refém de si sem antes
tornar-se dela refém, José foi bastante claro ao dizer que não estava nele a
capacidade de revelar alguma coisa a Faraó, mas que Deus daria resposta de paz
ao governante (Gn 41.16). Portar-se de tal forma pode parecer fácil,
entretanto, a própria história bíblica registra casos em que pessoas se
esqueceram de tributar ao Senhor a glória que lhe é devida e acabaram sofrendo
as consequências de tal comportamento (2 Rs 5.20-27; Dn 4.28-33). É preciso
muito cuidado por parte de quem Deus opera através de sua vida, pois a tentação
de sentir-se idolatrado é grande. Da parte do povo igualmente é preciso
cuidado, pois este pode levar àquele que foi o canal divino a exaltar-se,
porém, Deus cobrará de cada um, individualmente, a responsabilidade de
reconhecer-lhe a glória.
3. O perigo do
descompromisso.
Entre
os grandes ensinamentos do Sermão do Monte, o Mestre chama a atenção ao
proferir que "Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não
profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demónios? E, em
teu nome, não fizemos muitas maravilhas?"; ao que Ele lhes responderá:
"Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniquidade" (Mt 722.23). Que terrível final para quem tanto fez em nome de
Deus! O perigo do descompromisso ronda todos aqueles que se entregam ao
trabalho do Mestre, mas esquecem de fazer a vontade do Pai (Mt 7,21). A vontade
do Pai é que o obedeçamos, em humildade e temor, submetendo-nos a sua Palavra
(Jo 14,21).
Pense!
É possível fazer as
coisas em nome de Deus e ainda assim viver longe dEle?
Ponto importante
O perigo de se viver
à cata de milagres ou de desprezá-los, é que ambas as posturas banalizam o
sagrado.
III - O
CONTRASTE DA RELIGIOSIDADE COM A PALAVRA DO EVANGELHO
1. O coxo ficava à
Porta Formosa do Templo.
A
religiosidade é pródiga em premiar aparências e desconsiderar o principal (Mt
23.23-28). A descrição de Lucas parece conter uma dose de ironia, pois diz que
à hora da oração, "era trazido um varão que desde que o ventre do sua mãe
era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para
pedir esmola aos que entravam" (At 3.2). Um mendigo deficiente colocado
todos os dias na porta, cujo nome era Formosa, do suntuoso Templo dos judeus.
Que contrastei Enquanto se praticava a religiosidade com todos seus protocolos litúrgicos,
um homem jazia, diariamente, à porta reluzente do Templo padecendo necessidade
e ninguém se incomodava com a situação. A insensibilidade tomara conta dos
oficiais da religião, bem como do povo, de forma tão intensa que ninguém mais
percebia o quanto era equivocada tal coexistência.
2. A cura do homem e
o exemplo de Pedro e João.
Certamente
dirigidos pelo Espírito de Deus, os apóstolos Pedro e João foram ao Templo e se
depararam com o homem que jazia á porta Formosa (At 3.1,3), Pensando em receber
esmolas, mal sabia o coxo que ao dirigir-se àqueles dois homens sua vida
mudaria. Em vez de uma ajuda paliativa, que ainda gerava status religioso para
o "benevolente" (Mt 6,1-4), o homem recebeu a cura divina e,
instantaneamente, levantou-se tomado pela mão direita "e entrou com eles
no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus" (At 3.8). O povo, que
conhecia o homem que diariamente estava no Templo, ficou admirado e aglomerou-se
junto a Pedro e João, mas estes, como verdadeiros servos do Deus Altíssimo,
comportaram-se humildemente, tributando ao Senhor toda honra e toda glória pelo
grande milagre que acabara de ocorrer (At 3.11,12). É esta a postura
recomendada para quem afirma temer a Deus e não quer usurpar a glória do Senhor
para si.
3. O milagre e a
palavra do Evangelho.
O
milagre, apesar de socorrer a alguém em um momento de grande necessidade, serve
igualmente como oportunidade para a pregação do Evangelho. Na verdade, o
Evangelho completo traz em si a possibilidade do socorro através do milagre (Mc
16.15-20). Quando o povo, atónito, acorreu aos apóstolos. Pedro rapidamente
tratou de pregar o Evangelho, demonstrando biblicamente, que através da fé em
Jesus, a quem os judeus preteriram em favor de um homicida, foi possível
realizar o milagre que a multidão acabara de presenciar (At 3.13,14,16). Não é
de se estranhar que Pedro e João tenham sido presos e levados ao Sinédrio no
outro dia (At 4.1-22), pois o povo desviou a atenção dos sacerdotes voltando-se
para os apóstolos. Nesta segunda oportunidade em que Pedro pregou o Evangelho,
o número de conversões chegou a quase cinco mil.
Pense!
A religiosidade vivida de maneira
mecânica e costumeira pode levar-nos à insensibilidade?
Ponto importante
A palavra do Evangelho contrasta com a
religiosidade porque ela prioriza a salvação e não o ritual.
SUBSÍDIO
A
publicidade desencorajadora
Um dos
grandes perigos da ênfase excessiva na cura é que ela pode eclipsar o evangelho
no evangelismo. Esse perigo também pode ter influenciado a ordem de Jesus para
que as pessoas curadas mantivessem segredo. Como Stephen Short coloca: 'Jesus
não queria que as pessoas viessem a Ele apenas para receber benefícios
físicos'. Muitos não cristãos vão as reuniões cristãs principalmente a fim de satisfazer
alguma necessidade física ou material Uma vez que eles vêm, partilhamos o
evangelho com eles. Mas descobri que é muito difícil eles fazerem, em seu
pensamento, a transição das necessidades sentidas para o evangelho. Ouvem nossa
explicação do evangelho e talvez até mesmo a aceitem, mas, em seu íntimo,
quando pensam no cristianismo e nos cristãos, imaginam o seguinte: Esse é um
lugar no qual minhas necessidades físicas e materiais são satisfeitas, Por
isso, eles têm dificuldade em realmente ouvir o evangelho, embora ele seja
transmitido claramente a eles. Por isso, o evangelho tem sempre de ser
predominante em nosso programa. A compaixão é um aspecto do evangelho.
Portanto, a compaixão sempre é um aspecto do nosso ministério no mundo, Mas se
os atos de compaixão são feitos principalmente para 'ganhar pessoas para o
nosso lado' e crescermos como igreja, podemos terminar com um monte de
problemas (FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. 1.ed, Rio de
Janeiro: CPAD. 2013, Pp. 212,213).
CONCLUSÃO
Os
milagres são intervenções poderosas de Deus para socorrer-nos em momentos de
aflição. Eles, sob hipótese alguma, devem ser usados como forma de
autopromoção, exibicionismo ou coisa parecida. A glória do milagre pertence
somente ao Senhor Jesus Cristo. Ele operou muitos milagres e tributava toda a
glória ao Pai (Jo 11.41,42), Que possamos ser canais de Deus para que milagres
aconteçam em nossas vidas e através delas, porém, sem nos esquecer que a glória
pertence ao Senhor.
HORA DA REVISÃO
1. Tal como se
entende biblicamente, o que é milagre?
Traía-se
de uma intervenção sobrenatural de Deus na ordem dos acontecimentos e diz respeito
a algo extraordinário (Jo 4.46-54; 6.1-14; At 4.22).
2. Porque, regra
geral, não se deve "decretar" ou agendar o milagre?
Apesar
de o milagre chegar em momentos de dificuldade e de grande aflição, não é
prudente "agendá-lo", decretá-lo ou mesmo determiná-lo, pois é Deus
"o que opera [...] tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade" (Fp 2.13).
3. Qual a grande
tentação daquele que foi canal de Deus para a ocorrência do milagre?
E
preciso muito cuidado por parte de quem Deus opera através de sua vida, pois a
tentação de sentir-se idolatrado é grande.
4. Qual foi a postura
de Pedro e João ao perceberem que a multidão atribuía o milagre a eles?
Como
verdadeiros servos do Deus Altíssimo, comportaram-se humildemente tributando ao
Senhor toda honra e toda glória peio grande milagre que acabara de ocorrer (At
3.11,12).
5. O que o Evangelho
completo traz?
O
evangelho completo traz em si a possibilidade do socorro através do milagre (Mc
16.15-20).
VÍDEO AULA