Introdução
O capítulo XXII, da
declaração assembleiana, fala sobre o assunto que vamos estudá-lo hoje, “a segunda
vinda de Cristo”. Vejamos o que diz o capítulo XXII de nossa declaração.
CREMOS, professamos e ensinamos que a Segunda Vinda
de Cristo é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira é o
arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9), momento
este em que “nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1 Ts 4.17); a
segunda fase é a sua vinda em glória depois da Grande Tribulação e visível aos
olhos humanos: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que
o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”
(Ap 1.7). Nessa vinda gloriosa, Jesus retornará com os santos arrebatados da
terra: “na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos” (1 Ts
3.13).
I
– COMPREENDENDO A SEGUNDA VINDA DE JESUS
A segunda vinda de
Jesus se dará em duas fases distintas: primeira – será para arrebatar a igreja;
segunda – se refere aquela vinda onde Jesus aparecerá de maneira visível e
gloriosa. A segunda vinda de Cristo em Glória se dará no final da Grande
Tribulação para destruir o Anticristo com o "sopro de sua boca", e
implantar o seu reino Milenar na terra, (leia Ap. 19.11-16; 1.7; 20.1-6 e Zc.
14.1-4). Televisões e rádios do mundo inteiro terão seus repórteres
concentrados na Batalha do Armagedom dando notícias via satélite para o mundo
inteiro sobre a grande guerra; quando então será interrompido com o
Aparecimento Pessoal de Cristo montado em um Cavalo Branco com os seus Milhares
de Santos, (leia Jd. 1.14; Mt. 24.29-31). 1
1. Fatos sobre a vinda de Jesus em glória.
a) O santos virão com
seu Cristo.
Esse acontecimento é
anunciado desde o princípio do mundo: “E
destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é
vindo o Senhor com milhares de seus santos” (Jd 14). O Novo Testamento
grego emprega “miríades” de santos, como aparece na Tradução Brasileira. Isso
significa “inumerável”. Os santos, aqui, são os raptados da terra juntamente
com os ressuscitados durante o Arrebatamento da Igreja (1Ts 3.13).
b) A vinda é visível.
É a segunda fase da
Segunda Vinda de Cristo, que será visível e corporal com a sua Igreja
glorificada: “E, então, verão vir o Filho
do Homem numa nuvem, com poder e grande glória” (Lc 21.27); isso ocorrerá
para que seja restaurado o trono de Davi (Zc 12.8-10). O anjo Gabriel anunciou
a Maria, mãe de Jesus, que “o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e
reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1.32,33).
Isso significa a libertação do povo de Israel dos seus opressores (Zc 14.3,4).
c) A derrota das
bestas, a prisão de Satanás e a implantação do milênio.
A bíblia fala de duas
distintas bestas. A besta de Ap 11.7; 13.1,2
é o anticristo. A de Apocalipse 13.11, trata-se do "falso profeta"
(Ap 19.20; 20.10). Na vinda de Jesus, o Senhor Jesus Cristo derrotará a Besta e
o Falso Profeta (Ap 19.19-21), fará o julgamento das nações (Jl 3.12; Mt
25.31,32) e aprisionará Satanás por mil anos: “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o
por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele,
para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem” (Ap
20.2,3). Daí em diante, será implantado o Reino de Cristo, o Reino de justiça e
de paz (At 5.15,16).
II
– O PROPÓSITO DA VINDA DE JESUS
1. Em relação à igreja.
Assim escreve o Dr. Pardington: Assim como a primeira
vinda do Senhor se estendeu sobre um período de 30 anos, assim a segunda
vinda influirá em vários eventos.
Na primeira vinda ele foi revelado como o Menino de
Belém; mais tarde como o Cordeiro de Deus, ao ser batizado, e como o
Redentor no Calvário. Na segunda vinda aparecerá aos seus secreta
e repentinamente para trasladá-los às Bodas do Cordeiro. Essa aparição
chama-se o arrebatamento ou "Parousia" (que
significa "aparição" ou "presença" ou
"chegada" na língua grega). Nessa ocasião os crentes serão
julgados para determinar as suas recompensas por serviços prestados (Mt
25.14-30). Após o arrebatamento, segue-se um período de terrível tribulação,
que terminará na revelação, ou manifestação aberta de Cristo proveniente
do céu, quando ele estabelecerá seu reino messiânico sobre a terra.
2. Em relação a Israel.
Aquele que é a Cabeça e Salvador da igreja, do povo do
céu, é também o prometido Messias de Israel, do povo terrestre. Como
Messias, ele libertará esse povo da tribulação, congregá-lo-á dos quatro
cantos da terra, restaurá-lo-á na sua antiga terra e sobre ele reinará como
seu, há muito prometido, Rei sobre a Casa de Davi.
3. Em relação ao anticristo.
O espírito do anticristo já está no mundo (1João 4.3; 2.18; 2.22),
mas ainda virá outro anticristo final (2Ts. 2.3). Nos últimos dias ele se
levantará dentre o velho mundo (Ap 13.1) e tornar-se-á o soberano sobre um
Império Romano ressuscitado que dominará todo o mundo. Assumirá
grande poder político (Dn 7.8, 25), comercial (Dn 8.25; Ap 13.16, 17)
e religioso (Ap 17.1-15).
Ele será anti-Deus e anti-Cristo, e perseguirá os
cristãos numa tentativa de extinguir o Cristianismo. (Dn 7.25; 8.24; Ap 13.7,15).
Sabendo que os homens desejam ter alguma religião, ele estabelecerá um
culto baseado na divindade do homem e na supremacia do Estado. Como
personificação desse Estado, ele exigirá o culto do povo, e formará um
sacerdócio para fazer cumprir e promulgar esse culto. (2Ts 2.9,10; Ap 13.12-15)
O anticristo levará ao extremo a doutrina da supremacia do
Estado, a qual ensina que o governo é o supremo poder, em torno do
qual tudo, incluindo a própria consciência do homem, tem que
lhe estar subordinado. Visto que não existe poder ou lei mais elevados do
que o Estado, segundo eles, Deus e sua lei precisam ser abolidos para se
prestar culto ao Estado.
A primeira tentativa para estabelecer o culto ao Estado está
registrada em Daniel cap. 3. Nabucodonosor orgulhou-se do poderoso império que
edificara. "não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?..."
(Dn 4.30). Tão deslumbrado ficou ele diante do poderio e governos humanos,
que o Estado para ele se tomou como um deus. Que melhor maneira para
impressionar os homens com sua glória, do que ordenar-lhes que o símbolo desse
governo fosse venerado! Portanto, ele edificou uma grande imagem dourada
e mandou que todos os povos se prostrassem diante dela, sob pena de
morte. A imagem não foi a de uma divindade local, mas representava o
próprio Estado. Recusar cultuar a imagem era considerado ateísmo ou
traição. Ao instituir essa nova religião, Nabucodonosor como que dizia ao
povo: "Quem vos deu as belas cidades, as boas estradas, e belos jardins?
O Estado! Quem vos provê de alimentos e serviço, quem funda escolas e patrocina
templos? O Estado! Quem vos defende dos ataques dos inimigos? O Estado!
não será então o Estado, esse poderio, um deus? Portanto, que maior deus
quereis do que vosso exaltado governo? Prostrai-vos perante o símbolo da grande
Babilônia!" E se Deus não o tivesse humilhado do seu orgulho blasfemo
(Dan. 4.28-37), Nabucodonosor talvez teria exigido o culto de sua própria
pessoa como chefe do Estado. Como os três filhos hebreus (Dn 3) foram
perseguidos por se recusarem a curvar-se perante a imagem de Nabucodonosor,
assim os cristãos do primeiro século sofreram porque se recusaram a render
homenagens divinas à imagem de César. Havia tolerância de todas as
religiões no Império Romano, mas sob a condição de que fosse venerada a
imagem de César como símbolo do Estado. Os cristãos foram perseguidos, não
tanto por sua lealdade a Cristo, mas porque se recusaram a adorar a César
e dizer: "César é Senhor." Recusaram-se a cultuar o Estado como deus.
A Revolução francesa oferece outro exemplo dessa política. Deus e Cristo
foram lançados fora e um deus, ou deusa, se fez da "Pátria" (o
Estado). Assim disse um dos lideres: "O Estado é supremo em todas as
coisas. Quando o Estado se pronuncia, a igreja não tem nada a dizer."
A lealdade ao Estado elevou-se à posição de religião. A assembléia
decretou que em todas as vilas fossem levantados altares com a seguinte
inscrição: "O cidadão nasce, vive e morre por La Patrie."
Preparou-se um ritual para batismos, casamentos e enterros civis. A religião do
Estado possuía seus hinos e orações, seus jejuns e festas.
Veja o vídeo desta LIÇÃO
O Novo Testamento reconhece o governo humano como divinamente
ordenado para a manutenção da ordem e da justiça. O cristão, por conseguinte,
deve lealdade à sua pátria. Tanto a igreja como o estado têm sua parte no
programa divino, e cada qual deve limitar-se à sua esfera. Deus deve receber o
que lhe pertence, e César deve receber o que lhe pertence. Mas acontece que
muitas vezes César exige coisas que são de Deus, resultando que a igreja,
muito contra sua vontade, entra em choque com o governo. As Escrituras preveem
que esses conflitos futuramente chegarão ao seu ponto máximo. A última
civilização será anti-Deus, e o anticristo, seu chefe, o ditador mundial,
tornará as leis desse superestado supremas sobre todas as demais
leis", e exigirá o culto à sua pessoa como a personificação do Estado. As
mesmas Escrituras predizem a vitória de Deus e que sobre as ruínas do império
mundial" anticristão, ele levantará seu reino no qual Deus é supremo — o
Reino de Deus (Dn 2.34, 35, 44; Ap 11.15; 19.11-21).
3. Em relação às nações.
As nações serão julgadas, os reinos do mundo destruídos, e
todos os povos estarão sujeitos ao Rei dos reis. (Dn 2.44; Miq. 4.1; Is 49.22,
23; Jr 23.5; Lc 1.32; Zc 14.9; Is 24.23; Ap 11.15.) Cristo regerá as nações
com vara de ferro; tirará toda a opressão e injustiça da terra
e inaugurará a Idade áurea de mil anos. (Sl 2.7-9; 72; Is 11.1-9; Ap 20.6.)
"Depois virá o fim, quando houver entregado o reino a Deus, o Pai, e
quando houver aniquilado todo o império, e toda potestade e força"
(1Co 15.24).
Há três estágios na obra de Cristo como Mediador: Sua
obra como Profeta, cumprida durante seu ministério terrestre; sua obra
como Sacerdote, começada na cruz e continuada durante a dispensação atual;
e sua obra como Rei, começando com a sua vinda e continuando durante o
Milênio. Depois do Milênio ter cumprido sua obra de unir a humanidade a
Deus, de forma que os habitantes do céu e da terra formem uma só grande
família onde Deus será tudo e estará em todos. (Ef 1.10; 3.14,15.)
Contudo, Cristo continuará a reinar como o Deus-homem,
e partilhar do governo divino, pois "o seu reino não terá fim"
(Lc 1.33).