8 Por isso, ainda que tenha em Cristo grande
confiança para te mandar o que te convém,
9 Todavia peço-te antes por amor, sendo eu
tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
10 Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei
nas minhas prisões;
11 O qual noutro tempo te foi inútil, mas
agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.
12 E tu torna a recebê-lo como às minhas
entranhas.
13 Eu bem o quisera conservar comigo, para
que por ti me servisse nas prisões do evangelho;
14 Mas nada quis fazer sem o teu parecer,
para que o teu benefício não fosse como por força, mas, voluntário.
15 Porque bem pode ser que ele se tenha
separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre,
16 Não já como servo, antes, mais do que
servo, como irmão amado, particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na
carne como no SENHOR?
17 Assim, pois, se me tens por companheiro,
recebe-o como a mim mesmo.
18 E, se te fez algum dano, ou te deve alguma
coisa, põe isso à minha conta.
19 Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi;
eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.
20 Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no
Senhor; recreia as minhas entranhas no Senhor.
21 Escrevi-te confiado na tua obediência,
sabendo que ainda farás mais do que digo.
DESTAQUE
"EU,
Paulo, prisioneiro por causa de Cristo Jesus, junto com o irmão Timóteo,
escrevo a você, Filemom nosso amigo e companheiro de trabalho." (Fm v.1)
LEITURA DEVOCIONAL
SEG................................................................Tg
2.23
TER................................................................Êx
33.11
QUA...............................................................Pv
27.9
QUI................................................................Pv
17.17
SEX..................................................................Sl
41.9 SÁB...................................................................Fm
v.1
DOM...............................................................Pv
18.24
APRESENTAÇÃO
Professor, não precisa
ser um grande estudioso para percebermos que a tecnologia e o acesso
descontrolado às redes sociais têm nos conduzido a uma crise relacional. Com
isso estamos cada vez mais perto das pessoas que estão de longe e mais longe
das que estão de perto. Elas não conversam mais olhando nos olhos; não sentem
mais prazer de visitarem e serem visitadas; estão perdendo o tato, o calor
humano, a capacidade de empatia, o brilho nos olhos. Tudo isso porque ao invés
de resgatarem a maravilhosa prática dl se envolverem física e emocionalmente em
ama amizade verdadeira, onde há cumplicidade! respeito, tolerância, amor;
preferem a amizade virtual que é marcada essencialmente pela facilidade de se
desconectar. Você tem a grande responsabilidade de incentivar seus alunos a
desenvolverem amizades verdadeiras e duradouras à luz da Bíblia Sagrada. Deus
nos abençoe!
Em
uma entrevista para o projeto Fronteiras do Pensamento, em 25/07/2011, na
cidade de Londres, Inglaterra, o filósofo e sociólogo polonês, Zygmunt Bauman,
relatou sobre um intrigante encontro que teve com um jovem: "Um viciado no
Facebook me segredou, não segredou de fato, mas gabou-se para mim de que havia
feito 500 amigos em um dia, Minha resposta foi que eu tenho 86 anos, mas não
tenho 500 amigos. Eu não consegui isso. Então, provavelmente, quando ele diz
'amigo' e eu digo 'amigo', não queremos dizer a mesma coisa. São coisas
diferentes". A partir desse relato, fica evidente que amizade virtual não
é a mesma coisa que amizade da vida real. Razão pela qual, convido-o a analisar
a amizade à luz das Sagradas Escrituras.
O AMOR COMO VÍNCULO DA AMIZADE
A
carta de Paulo a Filemom é um maravilhoso exemplo do poder do amar e da
verdadeira amizade. Por meio desta, o apóstolo apela ao seu amigo e companheiro
de trabalho (v.1), que sem ressentimentos e com amor, recebesse Onésimo, o
escravo fugitivo que havia se convertido, como um querido irmão em Cristo Jesus
(v.16).
A
atitude de Onésimo provavelmente causara prejuízo financeiro e desconforto
emocional a Filemom. Segundo a lei romana, o escravo capturado poderia ser
preso, torturado e até morto. Entretanto, Paulo convida seu amigo Filemom a
realizar algo revolucionário para o seu tempo: perdoar aquele a quem Deus já
havia perdoado (w. 17-19). Ou seja, tratar aquele a quem foi perdoado da
maneira que gostaríamos de ser tratados.
Pelo
que tudo indica, Filemom, que segundo Paulo era um homem de grande amor e fé
(v.5), não fora capaz de recusar o pedido gracioso de seu amigo e pai na fé.
Paulo e Filemom não eram apenas colegas de trabalho, mas eram amigos
verdadeiros e irmãos em Cristo Jesus. Ao perceber um conflito entre duas
pessoas, o apóstolo propõe uma solução amigável; ao observar um relacionamento
quebrado, estimula uma reconciliação; ao constatar uma ofensa, sugere perdão.
Paulo é um amigo pacificador; seu interesse não é ver o "circo pegar
fogo", pelo contrário, é ver relacionamentos serem restaurados.
Em
tempos como o nosso, onde as pessoas estão cada vez mais distantes, mesmo
estando perto ou on-line, elas estão desconectadas uma das outras. O exemplo de
amizade entre Paulo e Filemom deve nos estimular a amar e a valorizar as
pessoas que Deus colocou em nossas vidas para cuidarmos e por elas sermos
cuidados.
AUXÍLIO DIDÁTICO
Prezado professor, o jovem está cada vez mais acostumado com as
relações virtuais e com sua facilidade de se desconectar com velocidade, com
isso percebe-se que não conseguem mais manter um relacionamento por um tempo
muito longo. Em nosso tempo, com a mesma velocidade com que se conecta a alguém,
se desconecta quando esse alguém deixa de ser interessante ou útil. Proponha
aos alunos as seguintes questões para serem discutidas: Quais os benefícios e
os malefícios da tecnologia para os relacionamentos humanos? Porque devemos
tomar cuidado com o uso exagerado da tecnologia? Coisas ou pessoas são
descartáveis? Para auxiliá-los na reflexão, leia o texto do professor Esdras
Costa Bentho a respeito da "proximidade virtual": "As novas
tecnologias (smartphones, tablets) permitiram o acesso aos centros de comunicação
criados para relacionamentos (facebook, chats). Esses instrumentos permitem
'permanecer em contato' com alguém ao mesmo tempo que mantém o usuário à parte
dos relacionamentos concretos: familiares e amigos próximos. Por meios de tais
redes, o indivíduo substitui um relacionamento sério por um recreativo,
concreto por um abstrato, real por um virtual (Pv 14,21). Deste modo, são mais
descartáveis (Pv 18.19). É mais fácil e menos constrangedor deletar' um
relacionamento virtual do que um no mundo real, de pessoas reais (Pv 26.18,19).
A 'proximidade' virtual tornou as relações humanas banais e breves, contrário
ao que ensina a Bíblia (Pv 25.21,22)" (Lições Bíblicas Jovens. 4° Tri.
Professor. Estabelecendo relacionamentos saudáveis - Vivendo e aprendendo a
viver. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, pp.49-50).
AMIZADE ONTEM E HOJE
A
amizade é uma benção de Deus. É impossível imaginar a vida sem a presença de
verdadeiros amigos. Como é bom saber que temos alguém por perto, em quem
podemos confiar quando as coisas não vão bem ou mesmo para compartilhar
momentos agradáveis que Deus, em sua divina misericórdia, tem nos
proporcionado.
A
Bíblia está repleta de exemplos de amizades (Êx 33.11; 2 Cr 20.7; 2Sm 15.37;
16.16; 2Sm 1.26; Rt 1.16-18; Is 41.8; Tg 2.23). O sábio Salomão reconheceu o
valor de uma amizade sincera ao escrever textos como Provérbios 17.17; 18.24;
27.6,9.
Ao
olharmos para o Novo Testamento, podemos destacar a amizade vivenciada entre
Jesus e os seus discípulos (Jo 15.13-15). Jesus gostava de estar com seus
discípulos e desfrutar da sua amizade. Fazia questão de ouvi-los atentamente;
mas quando necessário, falava-lhes abertamente. Não tinha problemas em
demonstrar seus sentimentos. Os Evangelhos nos mostram que Ele chorou, orou,
pediu oração, visitou, aconselhou, perdoou, compartilhou alegrias e tristezas
com seus discípulos e tudo isso sem medo de ser mal interpretado. Infelizmente,
não teve a devida correspondência por parte de um deles, Judas Iscariotes, que
preferiu traí-lo por trinta moedas de prata (Mt 26.14-16, 20-25; SI 41.9).
AUXÍLIO PEDAGÓGICO
Professor,
nossos adolescentes são fruto de uma geração tecnológica, que alguns chamam de
"Geração Z". Assim sendo, segue um texto da Revista Geração JC para
auxiliá-lo na devida compreensão deste tempo e desta geração: "[...] A Geração Z, por exemplo, já nasceu conectada. A
maior parte de seus integrantes não conhece o mundo sem a internet. Ela está
altamente movida pela tecnologia, é marcada pela globalização. [...] A Geração
Z refere-se aos nascidos no fim dos anos 90 e início dos anos 2000. Os
estudiosos do desenvolvimento humano denominam os que nasceram após 2010 de 'Geração Alfa'. Uma pesquisa realizada pelo
Instituto Datafolha, sob encomenda do jornal Tolha de São Paulo', delineou o perfil
da geração chamada por especialistas de 'nativa digital' ou 'geração
smartphone'.
Ela identificou que pessoas
de 16 a 24 anos ficam on-line, em média, nove horas por dia, e a maioria é pelo
celular (78% tem seu próprio smartphone). Ouvir musica é a atividade mais
comum, seguida por compartilhar fotos em redes sociais, assistir a vídeos no
/outube. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), divulgados no último dia 26 de agosto, o número de municípios
brasileiros que oferecem conexão à internet via Wi-Fi cresceu 83,2%. Logo, a
juventude brasileira está tendo cada vez mais acesso à grande rede"
(Revista Geração JC. Ano XVII, n°108. Rio de Janeiro: CPAD, set/out 2015,
pp.12-15).
É BOM FAZER AMIZADE
O ser
humano não nasceu para viver na solidão, mas para a comunhão. Não fomos criados
para o isolamento, mas para o relacionamento com Deus e uns com os outros. Ter
e fazer amizades são um dos propósitos de Deus para a humanidade. Mas,
infelizmente, e pela correria do dia a dia, esse projeto abençoador dos céus
tem se tornado escasso na terra.
O
apóstolo Paulo aconselha os irmãos de Roma a alegrarem-se com os que se alegram
e chorarem com os que choram (Rm 12.15); aos de Gaiatas a corrigirem-se uns aos
outros (Gl 6.1); aos de Éfeso a perdoarem uns aos outros (Ef 4.32) e aos de
Tessalônica a consolarem uns aos outros (l Ts 4.18). Não dá para pensar em
amizade sem se relacionar efetivamente com o outro. Relacionar-se dá trabalho,
porém, é a única maneira de construirmos uma amizade verdadeira e duradoura.
Faça amigos!
AUXÍLIO PEDAGÓGICO
Professor, antes de finalizar a lição, pergunte aos alunos: Qual
a maior dificuldade que vocês têm em fazer amigos? Em seguida, diga-lhes que o
ser humano nasceu para estabelecer vínculos de amizades com Deus e com os seres
humanos.
Revista de Adolescentes - Professor