A pergunta de referência é realmente importante, porque várias
seitas se ufanam de serem chamadas de israelitas.
As referencias ao Judeus
Para isso procuram certos textos bíblicos que lhes pareçam favoráveis,
como: "A quantos andarem conforme esta regra, paz
e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus", Gl 6.16;
como a referência aos cento e quarenta e quatro mil, Ap 7.5-8, e outros textos.
Mas essas passagens nada têm a ver com os gentios, embora sejam eles filhos
espirituais de Abraão, Gl 3.7. Os textos acima citados e outros semelhantes se
referem a judeus.
=
Judeu é judeu; gentio é gentio.
A Palavra de Deus é explícita: judeu é judeu; gentio é gentio,
porque nós não herdamos pela fé o título de judeu ou de israelita, mas o de
Cristão, At. 11.26. Disse Paulo: "Pois
em Cristo Jesus nem a circuncisão (sinal dos israelitas) nem a incircuncisão
(sinal dos gentios) valem alguma coisa, mas o que vale é a fé que opera por amor,
Gl 5.6.
Continua ele demonstrando que nem ser judeu nem ser de outra
raça tem importância, mas o importante é ter a semente de Abraão, que é Cristo,
Gl 3.28,29.
Ser um novo homem não é ter pretensão de raça, mas é ser
revestido de Cristo, Rm 13.14; Ef 4.23,24; Cl 3.10,11. Em todos os textos notamos
que Paulo deixa bem claro o ponto de vista cristão, que nada tem a ver com
judeu ou israelita.
A salvação vem dos judeus
Que a salvação vem dos judeus, é claro na Bíblia, pois a eles foram
confiados os oráculos divinos, para serem anunciados entre os povos, mas a essa
incumbência de Deus eles não foram fiéis, Jo 4.22.
Encontramos na Bíblia muitas promessas referentes ao crente
judeu, mas como são dirigidas a judeu-cristãos, julgamos que essas promessas
são para todos os crentes.
Por outro lado, encontramos referências diretas aos judeus e
não aos gentios. Paulo sempre teve o cuidado de dizer "nós" quando se
referia aos judeus, Ef 1.12,13: "Nós que antes havíamos esperado em Cristo...".
No verso 13 ele faz referência aos gentios, dizendo: "No qual vós, tendo
ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação..." Notese que
Paulo faz distinção entre judeu (nós) e gentio (vós). Há outros textos que
falam do mesmo assunto.
Nesta altura, dirá alguém: Mas, nas suas epístolas, Paulo,
escrevendo aos coríntios (gentios) deixa transparecer que as promessas com respeito
ao Milênio ou reino do céu são acessíveis a todos. De fato, a Igreja
participará do reino celeste, mas num estado de glória.
O reino Messiânico, no entanto, é
inteiramente para os judeus, ainda que todas as demais nações gozem dos benefícios
do reino milenar.
Com respeito ao Milênio, as promessas de Deus aos judeus são
irrevogáveis, e eles as estão esperando.
Os gentios, os que não tiverem a marca da Besta,
certamente terão privilégios e gozarão da bênção do reino do Messias, Ap 20.4. Quanto à prioridade, ela é dos judeus,
como diz Paulo, tanto nas bênçãos, como nas tribulações, Rm 2.9,10. Ele diz:
"... se pois já morremos com Ele, com Ele também
viveremos: se perseverarmos, reinaremos..."
A palavra traduzida por perseverar é, no original, upomene, que tem o sentido de: ficar e
sofrer firme e heroicamente, não se desviando no tempo da angústia. 2Tm 2.11.
Certamente os que não forem raptados passarão com grande
angústia, os dias tenebrosos da tribulação; uns selarão sua fé com o martírio,
outros escaparão das tormentas apocalípticas. Isto concorda com Rm 2.9; Ap 12.12.
Não devemos confundir-nos contextos entre judeus e gentios, entre os
glorificados e os deixados, isto é, os que, não sendo arrebatados, ficaram aqui
na terra. Diz o texto de Ap 12.11: "Ai da terra..."
Um grupo que se assentou em tronos para
julgar com poder
Notemos em Ap 20.4-6 um grupo que se assentou em tronos para
julgar com poder: "Vi também tronos, e se assentaram sobre eles e foi-lhes
dado o poder de julgar..."
Esse é um grupo especial de que fala lCo 6.2,3. Também os apóstolos
se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel, Mt 19.28.
Vemos ainda outro grupo em Ap 20.4, cujos componentes foram mortos pela
tirania do Anticristo, mas voltaram à vida, com pujança espiritual. Esses reinarão
com Cristo e serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele por mil anos,
v 6. Note bem:
voltaram à vida, isto é, viveram fisicamente, cumprindo assim, em parte, lCo
15.56.
Milênio é prometido aos judeus
Devemos notar que todos os textos que se referem ao reino de
Cristo falam de que, já nos primeiros dias da Igreja, esse reino era esperado
com ansiedade. Pois eles deveriam esperar a vinda e o reino de Cristo como um
lavrador aguarda o precioso fruto da terra, Tg 5.7,8. Portanto, é bem patente
nas Escrituras que o Milênio é prometido aos judeus e, depois, aos que viverem
fisicamente naquela época quando tudo será abundante, Zc 8.4-12; Ez 47.9-12; Jr
31.13; Is 65.21,23, etc.
Os
judeus serão a cabeça federativa do governo
Cristo reinará e a glória do Senhor encherá a terra. Como já dissemos,
a sede do governo milenar será na Palestina, e Jerusalém será a capital do
mundo.
O domínio de Cristo será no universo, Is 2.2-4; 4.2,3; Jl 3.17-20; Mq 4.2.
Davi será o príncipe, Ez 34.22-24; 37.24-27; Jr 30.9; Os 3.5.
Cristo e seus santos (a igreja)
Entretanto, Cristo e seus santos, em corpos glorificados, reinarão
na nova Jerusalém, conforme prevê a Palavra de Deus, Fl 3.20,21; 2Co 4.18;
5.21; Hb 11.10,16; 12.23; Ap 21.8-24; 22.1-5.
Note-se que tudo o que foi comentado não é o estado eterno,
mas apenas a glória do reinado de Cristo durante o Milênio. Durante o Milênio, os
santos glorificados serão os portadores da mensagem de Cristo, diretamente do
Trono, como Deus enviou Elias e Moisés para falarem com Jesus, Mc 9.4; Lc
9.30,31.
Autor: PR. João de
Oliveira – Divulgação: sub-ebd.blogspot.com