2 Pedro 3.7: “Mas
os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro...”
E no contexto de
(3.5b), lemos: “...pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os
céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste”.
Devemos,
portanto, ter em mente no presente argumento, as duas frases significativas:
(1?) = “existem”
(presente); e
(2?) = “existiram”
(passado). Os judeus em alguns dos seus escritos tinham a concepção de três
universos:
a)
O universo antediluviano (do mundo de então), que terminou com o Dilúvio (cf. 1
Pd 3.20; 2 Pd 2.5; 3.5,6).
b)
O universo renovado, que é o nosso, mas que eventualmente também perecerá (cf.
2 Pd 3.7,10,12; Ap 21.1).
c)
O novo universo, no qual reinará a justiça, quando será restaurado a harmonia original.
Esse é o “mundo eterno” que não terá fim (2 Pd 3.13; Ap 21.1 e ss).
Leia também:
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LIÇÃO
12- NOVOS CÉUS E NOVA TERRA
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LIÇÃO
11- O JUÍZO FINAL
A tradição de que
o mundo, antes destruído pela água, seria novamente destruído pelo fogo, era
antiga tradição judaica, e segundo Josefo,(155) essa tradição era extraída de
um livro de profecias, atribuídas a Adão, que continha tal declaração.
O cataclismo.
Muitos expositores
renomados têm procurado encaixar em Gn 1.2: (“um = Katakleitheis”) - designação
grega para nosso vocábulo moderno “cataclismo”, em lugar das palavras hebraicas
(“tõhubõnhü”), traduzidas em português como (“sem forma e vazia”).
Verdade é que, em
outros lugares das Escrituras tais palavras são traduzidas no sentido de:
deserto ou desolação total, em termos físicos (Dt 32.10; Jó 6.18), vazio (Jó 26.7),
caos (Is 24.10; 34.11; 45.18); e metaforicamente, coisas vãs ou sem valor (1 Sm
12.21; Is 29.21).
Assim, os
expositores que defendem esta posição acham que, no dizer de Pedro (3.5),
“...os céus e a terra” que “existiram na antiguidade”, existiram antes deste cataclismo
mencionado em Gênesis 1.2, e que, a seguir, o bondoso Criador, deu início a
“uma nova forma” em cada elemento mencionado.
VERDADE
DOS FATOS
Ora,
nas versões correntes da Bíblia nunca se lê “...e a
terra tornou-se” (com exceção de Rode) e, sim, “...e a terra era” (Gn 1.2 etc).
Sem procurar
polemizar, mas esclarecer, lendo Gênesis 1.8,31 e 2.1-3; Is 45.18; Mc 10.6, cai
por terra uma “recriação da terra” e uma “queda no mundo espiritual” em Gênesis
1.2. A Bíblia defende uma criação contínua sem interrupção (Êx 20.11; 31.17) e,
sem sombra de dúvida, Pedro se refere ao tempo do Dilúvio, quando cita 3.5;
pois sabemos que, por ocasião deste, grandes massas de água compactas que
estavam “sobre a expansão” (Gn 1.6-8) desabaram sobre a humanidade.
Muitas vezes, os
“elementos” da natureza são toma- dos em figuras para representar os dois
primeiros céus: céu atmosférico e o céu estelar. O termo grego “stoicheia”, em
casos específicos, geralmente, expressa este pensamento. Assim sendo, o
contexto demonstrativo da mesma seção de Pedro (3.5) reforça o sentido do
argumento.
Ora,
segundo se depreende do expressivo: “os céus” que hão
de passar no dia do juízo não inclui o céu “eporanios” (céu superior), uma vez
que o mesmo é eterno, não é, pois, sujeito a nenhuma mudança. E sim, os “céus”
atmosférico e astronômico.
Conclusão
Pedro diz que isso
se dará no dia do juízo e que será ocasionado com grande estrondo. Isto é, ele
usa aqui a terminologia grega literária: “rhoizêdon”. O substantivo “rhoizos”
usava-se no grego antigo a propósito do zunido da flecha ou para aludir ao
rugido de um incêndio ou provavelmente ao enrolamento dos céus como pergaminho.
Seja como for, tudo está predito e tudo acontecerá!
Autor: PR.
Severino Pedro – Divulgação: Subsídios EBD.