Baseado em Mateus
6.17,17, podemos afirmar que o ato de jejuar é considerado uma parte normal da
vida espiritual de uma pessoa ( ICo 7.5). O jejum está associado à tristeza
(9.14-15), oração (17.21), caridade (Is 58.3-6) e busca da vontade de Deus (At
13.2-3; 14.23).
Definindo o jejum bíblico
Na Bíblia, jejuar
refere-se a abstenção de alimento por motivos espirituais.
Embora o jejum
apareça frequentemente vinculado à oração, ele por si só deve ser considerado uma prática de proveito
espiritual.
Na realidade, o
jejum bíblico pode ser chamado de oração sem palavras .
(1)
Há três formas principais de jejum, vistas na Bíblia:
(a)
Jejum normal a abstenção de todos os alimentos,
sólidos ou líquidos, mas não de água
(b)
jejum absoluto a abstenção tanto de alimentos
como de água (Et 4.16; At 9.9).
Normalmente este
tipo de jejum não deve ir além de três dias, pois a partir daí o organismo se
desidrata, o que é muito nocivo à saúde. Moisés e Elias fizeram jejum absoluto
por 40 dias, mas sob condições sobrenaturais (Dt 9.9,18; Êx 34.28; 1 Rs 19.8);
(c) o jejum
parcial uma restrição alimentar, e não uma abstenção total dos alimentos (Dn
10.3).
(2) O próprio
Cristo praticava a disciplina do jejum e ensinava que a mesma devia fazer parte
da vida consagrada do cristão (6.16), além de ser um ato de preparação para a
sua volta.
A
igreja do Novo Testamento praticava o jejum (At 13.2,3; 14.23; 27.33).
O
propósito do jejum com oração:
(a) um ato para
Deus, visando à sua honra (6.16-18; Zc 7.5; Lc 2.37; At 13.2);
(b) o crente
humilhar-se diante de Deus (Sl 69.10; Ed 8.21; Is 58.3), para receber mais
graça (1 Pe 5.5) e desfrutar da presença íntima de Deus (Is 57.15);
(c) expressar
pesar por causa de pecados e fracassos pessoais cometidos (1 Sm 7.6; Ne 9.1,2);
(d) pesar por
causa dos pecados da igreja, da nação e do mundo (1 Sm 7.6, Ne 9.1,2);
(e) buscar graça
divina para novas tarefas e reafirmar nossa consagração a Deus (4.2);
(f) como um meio
de buscar a Deus, aproximar-nos dEle e prevalecer em oração contra as forças
espirituais do mal que lutam contra nós (Ed 8.21,23,31; Jl 2.12; Jz 20.26; At
9.9);
(g) como um meio
de libertar almas da escravidão do mal (Is 58.6-9; Mt 17.14-21);
(h) demonstrar
arrependimento e assim preparar o caminho para Deus mudar seus propósitos
declarados de julgamento (Jn 3.5,10; 1 Rs 21.27-29; 2 Sm 12.16,22; Jl 2.12-14
);
(i) obter
revelação, sabedoria e entendimento no tocante à vontade de Deus (Dn 9.3,21,22;
Is 58.6,11; At 13.2,3); e
(j) abrir caminho
para o derramamento do Espírito e para a volta de Cristo à terra para buscar o
seu povo.
O
jejum de Moisés
Moisés foi
sustentado por Deus, de modo sobrenatural, durante seu jejum de quarenta dias,
em que não tocou em alimentos, nem bebeu água.
“E esteve Moisés
ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu
água, e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, os dez mandamentos ( Êx
34.28)”.
O
jejum na lei mosaica
Segundo a lei
mosaica, apenas o jejum do Dia da Expiação era obrigatório (Lv 16.29,31;
23.27-32; Nm 29.7). Após o exílio na Babilônia, outros quatro jejuns deveriam
ser feitos durante o ano (Zc 7.5; 8.19). Na época de Jesus, os fariseus
jejuavam duas vezes por semana (Lc 18.12).
Os casamentos
judaicos eram grandes celebrações familiares, cujas festas chegavam a durar uma
semana e, nessas ocasiões, os convidados eram dispensados da obrigação do
jejum, uma vez que esse ato era sempre associado à tristeza. Jesus então faz
uma analogia entre as festividades das bodas e seu relacionamento com seus
discípulos (os amigos do noivo), dispensando-os do jejum enquanto o noivo (Ele)
estiver presente (Mt 9.15).
Jesus jejuava em
particular, mas rejeitava a observação da Lei de forma legalista e para
autoglorificação (Is 58.3-11). O jejum seria praticado por seus discípulos,
após sua ascensão, voluntariamente e para edificação pessoal (Mt 4.2; 6.16-18)
Conclusão
Fica
claro em Mateus 9.15 que Jesus esperava que os crentes jejuassem depois da sua
partida. Os dias da ausência do Noivo são a presente era, que começou no
momento da ascensão de Jesus até à sua volta. A igreja espera essa volta do Noivo.
O jejum nesta era
é, portanto:
(1) um sinal do anseio do crente pela volta do
seu Senhor;
(2)
uma preparação para sua volta;
(3)
um pesar por sua ausência;
(4)
um sinal de tristeza pelo pecado e decadência do mundo.
EV. Jair Alves – Divulgação: Subsídios EBD
Bibliografia:
-
Bíblia de Estudo Pentecostal
-
Bíblia de Estudo John MecAthur