29/11/2015 - Lição de
Jovens, 4° trim. De 2015
v TEXTO
DO DIA
“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós
dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer.”
(l Co 10.10)
SÍNTESE
O
relacionamento entre os cristãos deve refletir o mesmo amor e unidade
tipificados por Cristo e a igreja.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA-1
Co 1.10-13 - Partidarismos enfraquecem os relacionamentos
TERÇA
- At 15.36-41 - Contendas prejudicam os relacionamentos QUARTA - Gl 2.11-14 - Hipocrisias
afetam os relacionamentos
QUINTA
- 1 Co 3.1-23 - Dissensões causam danos aos relacionamentos
SEXTA
- 1 Co 13.1-13 - O amor ágape é a base dos relacionamentos
SÁBADO
- Jo 17.1-26 – A oração de Jesus pela unidade
OBJETIVOS
•
EXPLICAR a construção do sujeito e sua identidade;
•
COMPREENDER os prejuízos dos retacionamentos doentios;
•
CONSTRUIR bons relacionamentos.
INTERAÇÃO
Mais uma vez retomamos o tema dos relacionamentos em sua interface
com a maturidade afetiva e a construção do sujeito. Nesta lição aparecerá
expressões como “educar as emoções”, maturidade afetiva”, “conviver com as
diferenças", “educação dos sentimentos” e “construção de relacionamentos”.
Por si mesmos, esses vocábulos já constituem um estudo a parte. Essa não é
apenas uma preocupação da educação cristã como também da educação humanista,
que busca a alfabetização das emoções humanas. A Unesco entre outros órgãos tem
procurado difundir a necessidade de não apenas preparar as pessoas para o mundo
do trabalho, mas também para conviverem consigo e com os outros, questões que
estão na pauta da educação cristã.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, solicite aos alunos que descrevam,
segundo entendem, o papel das emoções nos retacionamentos e como as emoções
podem ajudar ou prejudicar os relacionamentos. Lembre-se que o processo de
maturidade afetiva inicia com a família. E ali que a afetividade e o modo como
se lida com ela são construídos. Esse processo recebe ainda influência da
socialização da pessoa nos espaços fora do núcleo familiar. Também a cultura na
qual o indivíduo está inserido participa do processo de construção da identidade
do sujeito e de sua afetividade. Tudo isso ocorre quase que ao mesmo tempo
interferindo em cada um dos processos numa fabulosa síntese! Assim, falar de
relações é fazer referências a esses tipos de conexões que unem as pessoas a si
mesmas ou a outras. O elemento que dá consistência a essas relações são as
emoções. Estas definem a característica, o conteúdo e a intensidade dessas
conexões. Daí serem importantes para os relacionamentos.
TEXTO BÍBLICO
Atos 15.36-41
36 Alguns dias depois, disse Pauto a Barnabé:
Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a
palavra do Senhor, para ver como estão.
37 E Barnabé aconselhava que tomassem consigo
a João, chamado Marcos.
38 Mas a Paulo parecia razoável que não
tomassem consigo aquele que desde
a Panfília se tinha apartado deles e não os
acompanhou naquela obra.
39 E tal contenda houve entre eles, que se
apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.
40 E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu,
encomendado pelos irmãos à graça de Deus.
41 E passou pela Siria e Cilícia, confirmando
as igrejas.
INTRODUÇÃO
Não existem relacionamentos perfeitos. Eles
são construídos e dependentes da experiência, maturidade e sabedoria da pessoa
em interpretar e corrigir as experiências afetivas negativas (Pv 15.31),
transformando-as em lições positivas para que não se repita os erros cometidos
(Pv 9.9; 13.16). É preciso educar as emoções para conviver com as diferenças e
não responder 0 agravo com outro (Pv 15.1,18,23). Isto não ocorre de um dia
para 0 outro, mas é um processo que perdura por toda vida. Nesta lição
observaremos como os relacionamentos afetam a estrutura do próprio ser.
I - RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS E AFETIVIDADE
(Jo 13.34)
1. A construção do sujeito (Sl 13913- 18).
O homem, seja como indivíduo, seja como
espécie, é um ser em construção (v.16). Ele não nasce pronto, acabado, mas do
início ao fim da vida está em permanente desenvolvimento de sua personalidade,
talentos, habilidades e relacionamentos (Sl 103.14-16). O homem não é apenas
capaz de aprender, como também em desaprender, adquirir novos hábitos e
caminhar rumo à maturidade (Ec 3.1-7). Ele cria e recria a si mesmo. Daí a
razão pela qual é importante a participação dos cristãos na educação do indivíduo
e da sociedade.
2. Construção de relacionamentos saudáveis (Ec 3.1-7).
A construção do sujeito não é um processo
retilíneo, mas repleto de serpenteamentos, de rupturas e retomadas de rumo,
como afirma Eclesiastes 3. Ele cresce no cultivo da vida social e deve ser
sábio para distinguir os relacionamentos bons dos maus, as boas companhias das
más, as interações frutíferas das frívolas e assim sucessivamente (Pv 13.20;
14.8).
É no encontro dos vários afluentes da vida
social, espiritual e afetiva que a vida e a identidade do sujeito são
construídas, Ele tanto exerce quanto sofre influências e deve proceder de tal
modo que as influências negativas não modifiquem seu comportamento e suas
escolhas cristãs (Pv 14.33; 1 Co 13.11). O homem deve ser bom e puro apesar de
toda lama que o cerca (Pv 4.20-27; 16.2; 21.21).
3. Relacionamentos e afetividade (Pv 5.21-23).
Entendendo as interações humanas como parte
de um processo necessário à construção do sujeito, e que esse desenvolvimento
não ocorre exatamente como fórmulas matemáticas, mas se trata de uma construção
social na qual o indivíduo se constitui e prossegue se constituindo, a pessoa é
responsável por aquilo que cultiva e pelas escolhas que faz ao longo do caminho
(Pv 16.9; 22.24-26). Nessa lida, a educação dos sentimentos desenvolvidos nas
interações sociais na infância e adolescência são muito significativas para a
nova fase da vida adulta, a qual o jovem já se encontra no início.
Pense!
O homem deve ser bom e puro apesar de toda
Lama que o cerca.
Ponto
Importante
Se és capaz de. entre a plebe, não te corromperes, e, entre reis,
não perdera naturalidade, e de amigos, quer bons. quer maus, te defenderes, se
a todos podes ser de alguma utilidade, e se és capaz de dar, segundo por
segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho, tua é a terra com tudo o que
existe no mundo, e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!(Rudyard
Kipling).
II - RELACIONAMENTOS DOENTIOS
E O SER
1. Relacionamentos
doentios afetam todo o ser (1 Sm 18.7-9).
O
desenvolvimento integral do homem não deve ser fragmentado na imatura linguagem
teológica da dicotomia ou tricotomia (Lc 2.52; 1 Ts 5.23; Hb 4.12) ou mesmo nas
expressões da psicologia (motor, afetivo, cognitivo, social), como se o
crescimento afetivo saudável ou doentio se manifestasse em uma das partes sem
afetar ou ter relação com o todo.
O
ser humano se desenvolve numa totalidade e cada uma das dimensões que o compõe
é afetada como também influencia umas às outras. No exemplo de Saul, o primeiro
a ser prejudicado foi o próprio rei que, tomado de profunda inveja e ira (Pv
14,17. 30). não teve maturidade para resolver seus dilemas e conflitos, vindo a
cometer suicídio (1 Sm 31.1-6). O desgaste emocional de Saul teria sido evitado
se ele dominasse a si próprio (Pv 30.33; 25.28; Gl 5.22).
2. Sentimentos
doentios minam a alegria de viver (1 Sm 31.1-7).
A
falta de maturidade afetiva de Saul levou-o a se ocupar em destruir a Davi (1
Sm 18.7- 15; 19.1-11). Ele tinha família, um reino e exércitos para cuidar, no
entanto, ignorou todas as suas responsabilidades como pai, rei e comandante
para perseguir o músico de Javé (l Sm 18.10-19).
Saul
estabeleceu para si um objetivo vil que afetou e prejudicou toda sua vida
emocional, social e espiritual. Sua energia e vida foram drenadas por
sentimentos doentios que o levaram à amargura e mais tarde ao suicídio.
Cultivar a ira, a vingança, a mágoa, entre outras emoções e sentimentos ruins
prejudica a totalidade da vida humana. A força dessas emoções não pode ser
subestimada e negligenciada por qualquer pessoa.
Elas
sobrepõem-se a razão e influenciam profunda e completamente o comportamento do
indivíduo, sem que ele próprio atine para isso. De pouco adianta a oração, a
leitura das Escrituras e o aconselhamento se a pessoa não tomar a decisão de
perdoar o suposto ofensor (Mt 5.44; 6.12; Ef 4.32), deixar a ira, abandonar o
furor e não procurar a vingança (Sl 37.8). Para vencer tais emoções e
sentimentos destrutivos o salmista aconselha: “não te indignes para fazer o mal",
“não tenhas inveja dos que praticam a iniquidade”, “deixa a ira”, “abandona o
furor" (Sl 37.1,7.8). Proibi-los não é suficiente, segundo Davi, que tanto
sofreu injustiças, é necessário assumir uma nova postura: “confia no
Senhor", “faze o bem”, “deleita-te no Senhor”, “descansa no Senhor e
espera nele” (vv. 3-7).
III. BONS RELACIONAMENTOS SÃO CONSTRUÍDOS
1. Bons
relacionamentos e sociedade (1 Sm 18.1).
Para
compreender a base dos bons e dos maus relacionamentos é preciso entender a
construção do próprio sujeito em seus diversos níveis: social, cultural
religioso. As interações sociais são construídas com base nos valores advindos
da experiência de vida e formação da personalidade e caráter das pessoas.
Nisto, a educação familiar como também a sociedade pode interferir positiva ou
negativamente na construção ou não de relacionamentos maduros (Pv 23.13; 20.11;
29.15).
Todavia,
isso não significa que o sujeito esteja mecanicamente determinado por essas
relações sociais, contudo, não se pode negar as influências externas na
formação da afetividade. Da mesma forma como se aprende bons hábitos pode-se
também com algum esforço abandonar os maus costumes e sentimentos que
prejudicam as interações humanas.
2. Bons
relacionamentos são construídos (1 Sm 18,1).
Bons
relacionamentos são construídos ao longo do processo de aprendizado de vida do
indivíduo. Eles são capazes de estimular o que há de melhor no outro, revelando
qualidades que talvez fossem ignoradas pela própria pessoa (1Sm 19.1-7), pois
favorece o conhecimento de si e do outro (1 Sm 18.3,4). Eles não surgem de modo
inesperado e mágico, mas desenvolvem-se à medida que os interesses e afinidades
correspondem ao do outro.
Neste
aspecto, é importante escolher e iniciar boas amizades e relacionamentos
saudáveis nos grupos de afinidades como a família e a igreja. Nesses dois
grupos principais, os valores, os objetivos e as crenças são possivelmente mais
afins do que noutros grupos de interesse como os da empresa, da universidade,
onde nem sempre se encontram pessoas dispostas.
Conclusão
Personagens
como Caim, Saul e Sansão ilustram como a falta de domínio pessoal sobre os
sentimentos e desejos podem prejudicar as interações humanas. Portanto, se você
tem dificuldade em dominar a si próprio ore a Deus pedindo 0 fruto do Espírito
(Gl 5-22).
HORA DA REVISÃO
1. O que se pode
afirmar acerca da construção do sujeito?
Ele
não nasce pronto, acabado, mas do início ao fim da vida está em permanente
desenvolvimento de sua personalidade.
2. Quais sentimentos
desgastaram a vida emocional de Saul?
Inveja
e ira,
3. Qual a pior
consequência dos sentimentos destrutivos de Saul?
Suicídio.
4. Como são
construídos os bons relacionamentos?
Ao
longo do processo de aprendizado de vida do indivíduo.
5. O que é mais
raro e vulgar nos relacionamentos?
O
vulgar é ter muitas “curtidas” e “amigos" nas redes sociais, mas raro são
os amigos para se estabelecer relacionamentos verdadeiros e duradouros.