TEXTO BÍBLICO BASE
► Romanos 2.17-24
17
- Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em
Deus;
18
- e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por
lei;
19
- e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
21
- tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que
não se deve furtar, furtas?
22
- Tu, que dizes que não se deve adulterar, adúlteras? Tu, que abominas os
ídolos, cometes sacrilégio?
23
- Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24
- Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por
causa de vós.
MEDITAÇÃO
LEIA
TAMBÉM:
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
►
SEGUNDA - Gênesis 12.1-3
►
TERÇA - Deuteronômio 7.1-11
►
QUARTA - Zacarias 8.22
►
QUINTA - Mateus 23.34-38
►
SEXTA - Romanos 2.25-29
►
SÁBADO - Gálatas 5.6
ORIENTAÇÃO
AO PROFESSOR
INTERAGINDO COM O ALUNO
A presente lição tem como propósito mostrar que Deus não
privilegia povo algum, mas que escolhera uma pessoa e, a partir desta, formou
uma nação cujo dever era representá-lo. Infelizmente, como se verificará, o
Criador fora ostensiva e deliberadamente rejeitado por parte desse povo, não
restando ao Senhor outra alternativa, a não ser permitir que tais pessoas sofressem
os reveses comuns a quem vira as costas para o Deus eterno. Apesar disso, é
oportuno destacar que o Pai misericordioso não os rejeitara perpetuamente,
antes, inúmeras vezes procurou convertê-los, insistindo a que voltassem atrás.
Na consumação de todas as coisas, a Bíblia é clara em dizer que Israel será
restaurado.
Para melhor orientar os alunos e também auxiliá-los no processo
de refletir, faça algumas perguntas: “Por que Deus resolveu destruir o mundo
que Ele mesmo criara? Com qual propósito o Criador espalhara os construtores da
torre de Babel? Abrão, o homem que Deus chamara para, a partir dele, formar uma
grande nação, era um homem perfeito?”. Aguarde as respostas e então os convide
a, juntamente com você, crescer um pouco mais no conhecimento da “pré-história”
de Israel.
OBJETIVOS
Sua
aula deverá alcançar os seguintes objetivos:
►Explicar
o porquê do dilúvio e de Deus ter espalhado os construtores da torre de Babel,
bem como a razão de ter chamado Abrão;
►
Refletir acerca da escolha divina por Jacó, da proteção
de Deus no caso das parteiras, durante os 430 anos de permanência no Egito e
também nas quatro décadas de peregrinação pelo deserto;
►
Dissertar panoramicamente acerca do longo tempo do
governo de Israel sob os juízes (cerca de 300 a 400 anos), durante os reinos
unido e dividido (cerca de 200 anos) e, finalmente, no cativeiro (cerca de 70
anos).
PROPOSTA PEDAGÓGICA
A respeito do relacionamento com Israel, existem duas posições
extremas que acabam sendo comuns nos dias atuais. As pessoas acham que devem se
“judaizar”, ou seja, adaptar os utensílios e costumes judaicos à nossa vida, ou
então partem para o outro polo, igualmente danoso, tornando-se antissemitas,
isto é, inimigas do povo escolhido.
Com vistas a evitar tais posturas, é de alvitre que o professor
saiba conduzir o assunto da presente lição com o devido cuidado. E qual a
melhor forma para fazer isso?
Utilizando a Bíblia Sagrada. Estude os capítulos 9 a 11 da
epístola de Paulo aos Romanos e proponha à classe o mesmo. Vocês certamente
terão maturidade para falar a respeito do tema sem cair em um ou outro dos extremos
aqui referidos. Se desejar, no início da aula proponha a seguinte questão: Em
um extremo da lousa escreva “judaizantes” e, na outra, “antissemitas”. Em
seguida, pergunte à classe qual das duas posições deve ser assumida pelos
seguidores do Evangelho de Cristo.
Na sequência, se ninguém sugerir, diga que nenhuma das duas, mas
que devemos ter uma atitude de respeito por esse povo, pois foi o canal de
Deus, através do qual recebemos, inclusive, o Salvador.
INTRODUÇÃO
Mesmo
tendo visto a humanidade virar-lhe as costas em franca rebelião, o Criador não
desistiu de nós. Isso, a despeito de o Senhor reconhecer que “a imaginação do
coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8.21).
Na
realidade, o que a Palavra de Deus relata, em toda a sua extensão, desde o
Antigo até o Novo Testamento, é a incessante misericórdia divina procurando
resgatar a humanidade caída (Jr 32.30-44; Jo 3.16). Nessa segunda lição veremos
o desenrolar do plano divino, sobretudo no período bíblico, e como Deus, mesmo
diante da rebelião humana, não desiste de propiciar meios de resgatar-nos.
1.
DEUS CHAMA ABRAÃO
►
1.1-0 Dilúvio.
Séculos
depois de a humanidade representada pelo primeiro casal ter pecado e caído (Gn
3.1-24), a Bíblia informa que a rebeldia e a afronta contra Deus atingiram
proporções inimagináveis (Gn 6.1- 5,11,12). Tão crescentes foram as
manifestações de rebelião, que o Criador “arrependeu-se” de ter criado a humanidade
e resolveu julgá-la de forma drástica (Gn 6.6).
Em
outras palavras, Ele decidiu destruir a humanidade do mundo antigo (Gn 6.7).
Mesmo assim, conforme já foi dito na introdução, o Criador não desistiu da raça
humana, pois, a despeito de todo o pecado do mundo de então, Ele encontrou em
Noé, alguém que o temia, isto é, respeitava, sendo uma pessoa justa e reta que
procurava ter intimidade com o Criador (Gn 6.8-10).
Ainda
que Deus tenha determinado o seu juízo sobre o mundo, Ele usou Noé não apenas para
construir a arca que protegeria a este e sua família (Gn 6.13-22), mas também o
levou a pregar e anunciar tal juízo à humanidade, oferecendo a todos a chance
de se arrepender, salvando- se da catástrofe iminente (1 Pe 3.20; 2 Pe 2.5).
Como se sabe, apenas Noé, sua esposa, seus três filhos — Sem, Cam e Jafé — e
suas noras sobreviveram e assim a terra foi repovoada, dando continuidade à
raça humana (Gn 7.1 -9.19).
►
1.2 - A Torre de Babei.
Não
é possível saber quantos séculos se passaram para que a terra fosse repovoada,
o fato é que a humanidade desenvolveu apenas uma língua e a comunicação se
fazia sem limites (Gn 11.1). Isso, porém, longe de criar um mundo melhor, fez
com que a humanidade intentasse “recriar o paraíso” através da ostentação (Gn
11.2-6). O próprio Criador percebeu que a maldade que havia no coração da
humanidade não levaria aquele projeto de construção de uma torre a bom termo.
Sua construção serviria para distanciar a humanidade ainda mais de si e do
Senhor Deus, por isso, o Criador, novamente por amor e compaixão, fez com que
surgisse a diversidade de línguas, levando-os a espalharem-se por toda aterra
(Gn 11.7-9).
► 1.3 - A chamada
de Abraão.
O
texto bíblico informa que da família do filho primogênito de Noé, Sem, nasceu
Abrão (Gn 11.10-31). Habitante de Ur dos Caldeus, na Mesopotâmia, Abrão, saiu
com destino a Canaã e, sem conhecer a Deus, foi chamado peio Criador para
peregrinar, por fé, definitivamente a uma terra desconhecida que,
posteriormente prometeu o Senhor, seria dada aos descendentes do patriarca (Gn
12.1; 15.18).
Na
verdade, a primeira grande promessa que o Criador fez a Abrão foi justamente a
de fazer dele uma grande nação (Gn 12.2). Embora pouco se reflita acerca de o
porquê de Deus ter feito essa promessa ao patriarca, é importante observar que
ela tinha o propósito de que, a partir da família de Abrão, se formasse uma
nação que seria fonte de bênção para o mundo todo e não apenas para si mesma. O
texto diz que Abrão seria “uma bênção” para que, nele, isto é, em sua atitude de
crer, fossem “benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.2,3).
Talvez
pelo fato de o próprio Abrão, que significa “pai exaltado", não ter
entendido, é que Deus mudou o seu nome para Abraão que pode ser traduzido para
“pai de uma multidão” (Gn 17.5). Apesar de o foco de nossa reflexão não ser o
milagre de o casal ter tido um filho em sua velhice, é digno de menção que o
cumprimento da promessa de fazer de Abraão uma grande nação, só pôde tornar-se
uma realidade porque o Senhor permitiu que Sara, idosa e estéril, concebesse
Isaque, o filho da promessa (Gn 16.1; 21.1-13).
AUXÍLIO DIDÁTICO 1
Apesar de haver necessidade de falar a respeito do dilúvio e também
da infortunada torre de Babel, o ponto alto a ser destacado nesse ponto é a
chamada de Abrão. A partir dessa chamada, vemos a revelação do propósito de
Deus não apenas para o patriarca e para o povo que dele descenderia, mas sim
para toda a humanidade. “Avançado em idade, a capacidade reprodutiva de Abraão
e Sara era ‘tão boa quanto morta’ (veja Gn 18).
Mas Abraão estava ‘certíssimo de que o que ele tinha prometido
também era poderoso para o fazer’ (Rm 4.21), e ‘[Abraão] em esperança, creu’
(v. 8), ‘dando glória a Deus’ (v.20). Abraão era diferente do pecador descrito
em Romanos 1.21, que se recusou a responder a Deus como Deus e a lhe dar
glória” (JOHNSON, Van. “Romanos” In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2003, pp.839).
Na realidade, informa o mesmo autor, foi “justamente por causa da
confiança de Abraão no ponto da impossibilidade humana que Paulo usa essa
situação para atacar o entendimento da justiça vigente no judaísmo.
Não foi pela fidelidade ou obras de Abraão que ele obteve o crédito
da justiça. Antes, foi sua confiança em Deus somente — sua confiança num Deus
que faria o que só Ele poderia fazer. Foi precisamente porque era humanamente
impossível Abraão ter um filho que sua decisão retrata a natureza da fé. A fé
bíblica é a confiança na capacidade de Deus fazer o que não podemos. Levando em
conta Romanos 3.21 a 4.25, é nossa fé em sua capacidade de fazer o que só Ele
pode — nos tornar justos” (Ibid.).
2. A FORMAÇÃO DO POVO SANTO E
DO REINO SACERDOTAL
2.1 - Jacó e Esaú.
É
interessante e curioso notar que Isaque era filho de uma mulher estéril e, ao
casar-se, o fez sem saber, com Rebeca, que também era estéril. Após vinte anos
de oração ela concebeu e teve dois filhos: Esaú e Jacó (Gn 25.19-28).
Cercados
por conflitos familiares que se iniciaram ainda na gestação, Esaú tornou-se
mais apegado com Isaque, e Jacó, por sua vez, com Rebeca (Gn 25.22,28,29- 34).
Após uma conturbada convivência, os dois irmãos separaram-se, reconciliando-se
depois de duas décadas (Gn 31.41 cf. 32.2—33.17). Foi durante o trajeto desse
encontro que Deus mudou o nome de Jacó para Israel (Gn 32.22-32), nome este que
designou primeiramente o povo escolhido e que, até os dias de hoje, designa
também o país. Assim, a formação das doze tribos de Israel vem dos filhos de
Jacó, entre os quais temos José que, após ser vendido por seus irmãos, de
escravo tornou-se governador no Egito (Gn 37.1-36; 39.1—41.57). Dessa forma o
povo de Israel formou-se no Egito.
► 2.2 - De
escravos a um grande povo.
Apesar
pesar de Deus não ter revelado a forma como introduziria os descendentes de
Abraão no Egito, Ele revelou que ali os familiares do patriarca seriam
afligidos tendo de servir a um povo diferente (Gn 15.13).
Após
o período áureo do povo escolhido no país, “levantou-se um novo rei sobre o
Egito, que não conhecera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos
filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós” (Êx 1.8,9). Com essa
observação, o faraó intentava promover um genocídio eliminando todos os bebês
israelitas (chamados de hebreus) do sexo masculino (Êx 1.15,16), ao mesmo tempo
em que oprimia os descendentes de Abraão (Êx 1.11-14).
O
pequeno clã tornara-se numeroso, e mesmo subjugados a condição de escravos,
multiplicaram-se tanto que o Egito não pode mais segurá-los. Tal, porém, não
ocorreu de forma tão rápida como se pode pensar. Desde a ordem do faraó para
que se eliminassem os meninos hebreus, até a libertação do povo de Israel,
passaram-se oito décadas! Os hebreus tornaram-se um grande povo e, sob a
liderança de Moisés, após o terrível juízo das dez pragas (Êx 3.1—12.51),
deixaram o Egito em direção à terra que Deus prometera a Abraão (Gn 12.6,7; 13.14-17;
15.18-21; Êx 2.23-25; 3.6-9,15-17).
►
2.3 - De uma tribo nômade a uma grande nação.
Chamado
para ser um reino sacerdotal (Êx 19.6), isto é, mediador da relação entre Deus
e a humanidade, Israel recebera responsabilidades inerentes aos seus
privilégios (Dt 4.32-40; 7.6-11). Todavia, desde a saída do Egito (Êx
14.10-12), tudo indicava que o povo teria muita dificuldade em cumprir o seu
mandato. Mesmo assim, visando formá-los, Deus promulgou leis e estatutos para
educar e garantir que o processo de libertação iniciado no Egito fosse completo
(Êx 20.2; Dt 4.1-49; 6.1-25).
Esse
“estágio” de quarenta anos de peregrinação no deserto era uma forma de Deus
moldar o caráter do seu povo, punindo os ingratos e sempre oferecendo uma nova
oportunidade, pois Ele sabia o que aquela imensa tribo nômade que caminhava no
deserto se tornaria futuramente, ou seja, uma grande nação que deveria
representar o que significava ser governado pelo Criador (Nm 14.33; Dt 2.7;
8.2,4; 29.5).
► AUXÍLIO DIDÁTICO 2
O segundo tópico aborda ainda a formação inicial de Israel que,
vista sem nenhuma paixão, pode ser considerada um milagre. Como ensina Eugene
Merril, o “êxodo é o evento teológico e histórico mais expressivo do Antigo
Testamento, porque mostra a magnificente ação de Deus em favor de seu povo, uma
ação que os conduziu da escravidão à liberdade, da fragmentação à unidade, de
um povo com uma promessa — os hebreus — à uma nação estabelecida — Israel.
No livro de Gênesis encontram-se a introdução e o propósito,
seguindo-se então todas as revelações subsequentes do Antigo Testamento. Um
registro que é ao mesmo tempo um comentário inspirado e uma exposição
detalhada. Em última análise, o êxodo serve como um tipo do êxodo promovido por
Jesus Cristo, de forma que ele se torna um evento significativo tanto para a
Igreja quanto para Israel” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo
Testamento. O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2001, pp.49-50).
3. O FRACASSO DE ISRAEL EM
REPRESENTAR O QUE SIGNIFICAVA SER GOVERNADO POR DEUS
► 3.1 - O período
dos juízes.
Após
a morte de Moisés, seu principal auxiliar, Josué, tornou- se seu sucessor e
introduziu o povo de Israel na terra que Deus prometera a Abraão (Dt 31.1-29; 34.1-12;
Js 1.1-18).
Josué
inaugura o período dos chamados juízes, uma época de duração incerta (cerca de
300 ou 400 anos), onde Deus levantava pessoas que tinham o papel de orientar o
povo acerca de qual caminho tomar (Js 24.26-33; Jz 2.16-23).
Lamentavelmente,
após a morte de Josué, levantou-se uma nova geração do povo que fora chamado
para ser santo, ou seja, separado exclusivamente para Deus, figurando como
modelo para os outros povos. Tal geração, informa-nos o livro de Juízes, “não
conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera em Israel” (Jz 2.10).
Conforme
se pode verificar no livro de Juízes (sobretudo na abertura de cada capítulo),
o povo seguiu cambaleante e, em vez de aceitar o método de governo escolhido
por Deus, preferiu tornar-se como as outras nações, pois como sugere o último
versículo do referido livro, “Naqueles dias, não havia rei em Israel, porém
cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25). Para o povo
escolhido, a solução estava em se ter um rei.
Nesse
contexto nasceu Samuel que, praticamente, exerceu os ofícios de juiz, profeta e
sacerdote em Israel (1 Sm 3.19; 7.5-17; 12.1-25). Ele foi responsável por fazer
a transição entre o período dos juizes e a monarquia. Quando o povo de Deus
decidiu que não mais queria essa forma de governo, antes, como todas as nações,
exigiram um rei, o Criador disse a Samuel: “Ouve a voz do povo em tudo quando
te disser, pois não tem te rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para
eu não reinar sobre ele” (1 Sm 8.7 cf. 10.17-19).
Em
sua misericórdia, o Criador ainda advertiu os filhos de Israel através de
Samuel, oferecendo um prognóstico do que seria a realidade do povo durante a
monarquia (1 Sm 8.9-22). Entretanto, mesmo assim, os descendentes de Abraão que
deveriam ser diferentes e demonstrar o que significava ser governado
diretamente por Deus, preferiram ser como as demais nações.
►3.2 - Os períodos
dos reinos unido e dividido.
Com
Saul tem início o período da monarquia em Israel (1 Sm 10.1-27). Este então foi
sucedido por Davi que, por sua vez, foi sucedido por seu filho Salomão (1 Sm
16.1- 13; 2 Sm 2.1-32; 1 Rs 2.1-46).
Esses
três reis formam o período do chamado reino unido e teve a duração de 120 anos,
sendo quarenta para cada reinado. Depois de Salomão, Israel dividiu-se em dois
reinos, o do Sul (chamado de Judá) com duas tribos, e o do Norte (chamado de
Israel) com as outras dez tribos.
► 3.3 - Israel
perde a soberania e volta a ser escravo.
Por
estar dividido, Israel enfraqueceu-se e, em 722 a.C., a Assíria pôs um fim ao
reino do Norte. Em 581 a.C., depois de três etapas de cativeiros, foi a vez do
reino do Sul ser definitivamente aniquilado pela Babilônia. Assim, além de os
descendentes de Abraão nunca terem conseguido ocupar todo o território que Deus
prometera ao patriarca, acabaram perdendo completamente a sua soberania,
tomando-se novamente vassalos e “escravos” de outros povos. Apesar de Israel
ter tido oportunidade de voltar à sua terra, sua soberania só foi estabelecida
no século passado quando, em 14 de maio de 1948, foi criado o moderno estado de
Israel.
AUXÍLIO DIDÁTICO 3
Este terceiro tópico é importante para sintetizar a trajetória de
Israel após a ocupação da Terra Prometida que, panoramicamente, pode ser
dividida em três momentos: Periodo dos juízes, monarquia (reino unido e reino
dividido) e cativeiro. Ignorando os quatro séculos de história que antecedem o
primeiro período, é interessante voltar-se para o “monte Horebe (‘o Monte de
Deus’), quando Eterno apresenta-se a Moisés como o ‘Deus de teu pai, o Deus de
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’ (Êx 3.6).
Após o êxodo, deparamo-nos com o período da conquista e ocupação da
Terra Prometida (Js 1—11), o que, em parte, constitui-se no cumprimento da
promessa patriarcal (Js 2.23—3.8).
Tal ocupação se dá em suas primeiras quatro décadas sob a liderança
de Josué, assistente de Moisés, espia e soldado que é escolhido por Deus para
substituir o legislador e tem a dura incumbência de levar a efeito o genocídio
cananeu (Gn 12.7-24). Depois que Josué morre, o Senhor levanta juizes, os
quais, por um longo periodo legislam e lideram o povo escolhido (Jz 2.7-23).
Essa forma de governo, denominada por Flávio Josefo de ‘teocracia’, deveria
manter-se em vigência até que se cumprisse o ‘tempo de Deus’ para tal
modalidade de liderança e regime político (Dt 17.15; At 13.20)” (CARVALHO,
César Moisés et al. Davi. As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.76).
CONCLUSÃO
Apesar
de todos esses tristes acontecimentos, o apóstolo Paulo diz que a queda de
Israel significou a glória e a oportunidade de os outros povos participarem do
plano divino de salvação. O apóstolo se expressa retoricamente a respeito de
Israel, dizendo que “se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a
riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!” (Rm 11.12).
APROFUNDANDO-SE
Conhecida como “teologia da substituição”, existe uma ideia
equivocada de que atualmente a Igreja é o Israel de Deus, e que, por isso, pode
desfrutar de todas as bênçãos materiais prometidas por Deus ao seu povo no
Antigo Testamento. Apesar de a Bíblia, de fato, ensinar algo acerca desse
ponto, o erro está em como se interpreta tal questão. Conforme instrui-nos o
apóstolo Pedro, a missão da Igreja, como “geração eleita, sacerdócio real,
nação santa e povo adquirido”, assim como Israel, é anunciar “as virtudes
daquele que [nos] chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9), e
representar o que significa ser governado por Deus, nada tendo com domínio do
mundo.
VOCÊ SABIA
Que a chamada “Torre de Babel” era uma espécie de zigurate, algo
parecido com uma pirâmide? E que, à época, era um dos monumentos mais altos do
mundo?
VERIFIQUE SEU APRENDIZADO
1
. Abraão foi chamado por Deus para ser uma bênção. Explique.
R. Apesar de a resposta ser pessoal, ela deve conter o fato de que
Abraão não foi chamado para um domínio egoísta de outras pessoas; ao contrário,
sua chamada servia como porta de acesso às demais pessoas.
2.
Para quê Deus formou a nação de Israel?
R. Para ser uma nação que representasse o que significava ser
governado pelo Criador perante as demais nações.
3.
De acordo com a lição, qual foi a finalidade da peregrinação de quarenta anos
do povo de Israel?
R. Esse “estágio” de quarenta anos de peregrinação no deserto era uma
forma de Deus moldar o caráter do seu povo, punindo os ingratos e sempre
oferecendo uma nova oportunidade.
4.
Cite os três principais períodos da história de Israel.
R. Juizes, reinos unido e dividido e cativeiro.
5.
De acordo com 1 Pedro 2.9, fomos chamados para quê?
R. Anunciar “as virtudes daquele que [nos] chamou das trevas para a
sua maravilhosa luz”.