As muitas Fronteiras da Escola Dominical

Com raríssimas exceções, a Escola Dominical, hoje, contempla apenas uma fronteira: transformar o aluno num bom membro da igreja local. Apesar de seus méritos, este objetivo acha-se incompleto, pois não o prepara a testemunhar de sua fé no âmbito social, profissional e cívico. A educação, para ser eficaz, tem de ser completa e relevante.

1. Uma escola social.


O ser humano não pode viver isolado. Sua natureza gregária reclama o convívio dos semelhantes. Foi isso que pressentiu Robert Raikes ao reunir os menores infratores de Gloucester.
Ao matriculá-los em sua escola, conscientizou-os de que poderiam deixar as ruas e, pela educação cristã, fazerem parte de uma sociedade justa, solidária e amorosa: a Igreja de Cristo. Somente assim haveriam de ser relevantes e úteis como súditos de sua majestade.
A integração do novo crente tem início na Escola Dominical, pois é justamente aqui que ele recebe um tratamento diferenciado e personalizado. Os cultos públicos não lhe possibilitam tal oportunidade. Façamos, pois, da Escola Dominical um fator de integração total do novo crente. Não lhe basta ser integrado à Igreja Invisível e Universal; ele tem de sentir-se parte da igreja local.

2. Uma escola cívica.



Os alunos de Robert Raikes não demoraram a transformar-se em cidadãos relevantes e produtivos. Se até a criação da Escola Dominical eram vistos como escória social, a partir daí começaram a integrar-se social e civicamente. Juntamente com o ensino da Palavra de Deus, aprendiam a língua materna, matemática, geografia etc. De igual modo, recebiam sólida formação moral e ética.
O método revelou- se tão eficaz que levou a Escola Dominical a popularizar-se em todo o mundo. Em 1810, já havia 275 mil alunos matriculados só no Reino Unido.
Além de Robert Raikes formar bons crentes, investia na formação de cidadãos de comprovada relevância e excelência.

3. Uma escola ética.
O relativismo moral não é privilégio de nossa época. No tempo de Raikes, a ética era ditada pelo avanço da Revolução Industrial e por um capitalismo que já se mostrava agressivo e selvagem.
Até mesmo os cristãos achavam-se contaminados pela força do dinheiro. Como sói acontecer nessas ocasiões, a moral achava-se submissa a demandas inconfessáveis. Desse ciclo vicioso, não escapava nem a igreja de sua majestade.

Na Escola Dominical, porém, o irmão Robert ensinava às suas crianças as diferenças entre o certo e o errado. Conscientizava-as de que haviam sido chamadas a viver uma ética superior. E, como livro de texto, apresentava-lhes a Bíblia Sagrada. A partir daí, o Reino Unido põe-se a despertar e a distender as fronteiras do Reino de Deus até aos confins da terra. Foi o período mais florescente das missões inglesas.

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Por: Claudionor de Andrade – Ensinador Cristão, n° 63