Lições Bíblicas BETEL: 4° Trimestre de 2023 | REVISTA:
TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO: Instituindo o discipulado baseado na verdade,
no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã.
TEXTO ÁUREO
“Porque
Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de
moderação.” 2 Timóteo 1.7
VERDADE APLICADA
É possível, mesmo com limitações humanas, cumprir o ministério
cristão com confiança em Deus, fidelidade e no poder do Espírito Santo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que a capacitação ministerial vem de
Deus.
Mostrar
que
maturidade não tem a ver com idade.
Falar que não há ministério sem aliança
com Deus
TEXTOS DE REFERÊNCIA
JEREMIAS
1
4
Assim veio a mim a palavra do Senhor dizendo:
5
Antes que te formasse no ventre, te conheci; e antes que saísses da madre, te
santifiquei às nações te dei por profeta.
6
Então disse eu: Ah Senhor Jeová Eis que não sei falar, porque sou uma criança
7
Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou uma criança, porque, aonde quer que eu
te enviar, irás e tudo quanto te mandar dirás
8
Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar diz o Senhor
9
E estendeu o Senhor a sua mão e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que
ponho as minhas palavras na tua boca.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – 2Cr 20.20b Ter
segurança em Deus.
TERÇA – SI 11. 5 O Senhor
prova o justo.
QUARTA – Jr 11.2 Deus
fala por meio de aliança.
QUINTA – Jr 17.7 Quem
confia em Deus é bendito.
SEXTA – 2Co 12.9 O fraco
precisa da graça de Deus.
SÁBADO – 1 Tm 3.7 O bom
testemunho é essencial ao discípulo de Cristo.
HINOS SUGERIDOS: 418,484, 519
MOTIVOS DE ORAÇÃO:
Ore para que o discípulo de Cristo supere sua insegurança, confiando sempre em Deus.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1–
Deus capacita
2–
Juventude e maturidade
3–
Aliança e compromisso
Conclusão
INTRODUÇÃO
Jeremias
era muito jovem quando foi chamado ao ministério profético. Apesar disso, não
era uma criança, como dizia ser; mas um profeta, como Deus o via. Essa
diferença o fez exercer seu ofício por mais de 40 anos.
1. DEUS CAPACITA
Jeremias
expôs sua juventude como impedimento para o ofício profético. Assim como Moisés
[Ex 4.10], ele sentiu medo por não saber falar. Mas, ao não esconder suas
fraquezas diante do enorme desafio, ambos foram capacitados por Deus. A
fraqueza humana é real e deve ser exposta a Deus. Quando isso acontece, o líder
demonstra que sua confiança está no Senhor [2Co 3.4], único que pode capacitar
alguém para o ministério [Rm 8.30]. O problema é ter um caráter fraco, como o
de Diótrefes, que se achava poderoso não sendo nada.
1.1.
Deus não mima, forma.
Paulo,
em sua carta pastoral a Timóteo, foi claro ao dizer: ” Ninguém despreza a tua
mocidade ” [1Tm 4.12]. Jovens, adultos ou idosos, ao serem chamados por Deus,
nunca são mimados, mas formados. Uma pessoa mimada será fraca e vulnerável, o
que é prejudicial à obra de Deus, que é repleta de desafios [1Co 16.9].
Diótrefes era um líder fraco que usava “palavras maliciosas” para impor
autoridade, expondo, assim, sua insegurança.
O
mimo é o excesso de cuidados, paparico e apego. Satisfazer a vontade dos filhos
além das expectativas deles é criar uma pessoa mimada. Alguns pais chamam isso
de amor, mas tem outro nome: superproteção. Amor é educar com os sentimentos e
a razão; é permitir que os filhos aprendam por meio de seus erros e não tentar
evitar que não sofram, fazendo tudo por eles. O mimo transforma as crianças em
adultos inseguros, que acham que tudo que fizerem não será bom o suficiente.
Afinal, sempre fizeram tudo por eles. Deus nunca nos trata com mimos. Jeremias
pensou que poderia receber cuidados especiais de Deus, por ser jovem quando foi
chamado, mas Deus o repreendeu [Ir 1.7].
1.2.
Deus não poupa, prova.
José
sonhou que governaria, mas, ao contar seus sonhos aos irmãos, foi
ridicularizado e desprezado por eles. José, mesmo escolhido por Deus, sofreu
muito: ele foi vendido como escravo, foi caluniado e preso em terra estranha.
Deus não poupa Seus filhos de provas [Rm 8.32]. Jesus disse que o servo não é
maior que seu Senhor, deixando claro que tribulações serão enfrentadas por Seus
seguidores [Jo 15.20]. As provas servem para aprovar [Tg 1.12] e forjar
caráter, por isso são importantes.
A
insegurança tem como raiz a fraqueza de ânimo. Tiago diz: “O homem de coração
dobre é inconstante em todos os seus caminhos” [Tg 1.8]. Isso diz respeito a
alguém de mente dupla, vacilante, incerto, duvidoso. Por ser fraco. Diótrefes
queria só a parte “boa” do ministério: reconhecimento, desfrutes e regalias.
Queria o bônus, mas rejeitava o ônus! Ao contrário dele, seus colegas Gaio e
Demétrio, a começar por seu líder João, se arriscaram e se desafiaram em fazer
a obra avançar.
A disposição para vencer não é nada, se a pessoa não tiver ânimo
para se preparar. Quem se esquiva de uma provação pode estar evitando uma
bênção. Não encurte a dor, mas se submeta a ela, para o bom desenvolvimento de
sua liderança. É impossível gerar um bebé em um mês; da mesma forma, não dá
para gerar um ministério de excelência de repente. Um discípulo aprovado não
nasce de cesariana nem com anestesia, é gerada com dores. Muitas dores!
1.3.
Deus não ilude, transforma.
Jeremias
não foi iludido por Deus, mas recebeu a informação de que ” iria onde fosse
levado e diria o que deveria ser dito”. Mesmo sendo tímido, Jeremias recebeu o
ofício profético e o exerceu bem por mais de 40 anos. Fraco humanamente, Deus
mudou sua condição para “cidade forte, coluna de ferro, muros de bronze” [Jr
1.18]. Ele não foi iludido, foi transformado. O que não te desafia não te
transforma!
Diótrefes era iludido por si próprio, alguém que se escondia sob a
“máscara” de um discípulo forte, mas era um falastrão, que se esforçava para
que os demais não enxergassem sua verdadeira face, moldada pela fraqueza e
insegurança. Ele era um discípulo feito às pressas, sem raízes, sem graça, um
ministro despreparado. Como alguns que nós vemos por aí, sem o mínimo de
preparo para o exercício do ministério. Ele precisava ser confrontado com a
verdade, mas não dava chances a ela, não recebendo seu líder, alguém que tinha
como atribuição discipliná-lo [3Jo 9].
EU ENSINEI QUE:
Deus
pode chamar uma pessoa humanamente sem atributos para exercer o ministério. No
entanto, ela precisa confiar no Senhor para ser capacitada e preparada por Ele,
para cumprir bem o seu chamado
2. JUVENTUDE E MATURIDADE
Existem
jovens maduros capazes de desempenhar um ministério extraordinário, como José,
que se tornou governador no Egito [Gn 42.6]. O ministério não exige idade, mas
exige maturidade. Jeremias se achava “uma criança” [Jr 1.6], incapaz de levar a
dura mensagem de Deus ao povo, que abandonou o Senhor e corria o risco de ser
destruído [Jr 1.16]. Ele se mostrou maduro, falando a reis e sacerdotes, e
profetizando sobre várias nações, como Deus disse.
2.1.
Não ser neófito.
O
termo “neófito” significa “uma planta jovem”, “exuberantemente verde”,
denotando falta de amadurecimento. Paulo diz que o líder não deve ser neófito
[1Tm 3.6]. Timóteo sentiu na pele o que alguns jovens ministros sentem: a
resistência por parte dos mais velhos [1Tm 4.12- 16]. Timóteo era jovem, mas
não neófito. Jamais deixou de se submeter à liderança de Paulo, diferente de
Diótrefes, que não se submetia ao seu líder, o apóstolo João.
Os
neófitos são cheios de uma confiança tola, como se pudessem voar além das
nuvens. Esse termo, porém, nem sempre significa um homem jovem, mas imaturo.
Até porque o próprio Timóteo era um pastor jovem, mas que esteve exercendo o
ministério em várias localidades, conforme iam surgindo a necessidade, como em
Filipos, Tessalônica, Corinto, Éfeso. Apesar de ser jovem, Timóteo estava bem à
frente de seu tempo.
Nem
sempre a maturidade está associada à idade cronológica. Há quem envelhece e não
amadurece, assim como há pessoas de bem pouca idade, mas de considerável
maturidade. O líder deve ser, obrigatoriamente, maduro e entender a
responsabilidade do ministério que exerce, não o tratando como “seu”.
2.2.
Ter responsabilidade e excelência.
O
apóstolo Paulo ensina: “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como
ao Senhor, e não aos homens.” [Cl 3.23]. Jeremias tinha essa responsabilidade
ministerial, diferente de outros profetas de sua época que enganavam o povo,
falando apenas o que eles queriam ouvir, mesmo sendo mentiras e não profecias
de Deus. excelência de seu chamado estava em ser um profeta verdadeiro. A
verdade de Deus pode ser rejeitada e as mentiras de homens aceitas. Mas isso
leva à maldição [Jr 17.5]. Gaio e Demétrio foram reconhecidos porque andavam na
verdade [3 Jo 12]. Eles eram responsáveis em seu serviço a Deus, com a igreja,
com os irmãos e com seu líder.
Ser
responsável é estar disposto a cuidar com zelo e excelência. O verdadeiro discipulador
sempre tem zelo e faz além do que é esperado na obra. Quando o serviço é para o
Senhor, a excelência é essencial. Além da responsabilidade, a excelência deve
envolver caráter, autocontrole, respeito. Nada disso foi apresentado por
Diótrefes. Ao contrário, sua truculência no trato interpessoal mostrava que ele
não se importava com valores que Deus tem como fundamentais para o ministério
[1Tm 3,2-7].
2.3.
Dar bom testemunho.
Timóteo
dava um bom testemunho como verdadeiro discípulo de Cristo [At 16.2], assim
como Gaio e Demétrio, reconhecidos pelos irmãos da igreja. Gaio tinha o
ministério de hospitalidade aos mensageiros itinerantes que iam de um lugar a
outro para pregar o Evangelho [3Jo 5]. Demétrio foi um cristão gentio que, por
seu testemunho e fidelidade, foi considerado um homem de boa reputação e sempre
leal à verdade [3Jo 12]. Diótrefes não passava de um discípulo insubmisso,
ambicioso e arrogante, por isso foi repreendido pelo apóstolo João. Ao impor
sua liderança, dava péssimo testemunho (3Jo 10].
O comentarista bíblico A. R. Fausset explica que Paulo foi
influenciado pelo bom relatório que recebeu sobre a conduta de Timóteo para
escolhê-lo como seu companheiro, Deus levanta líderes à igreja chamados a
liderar através de seu caráter e exemplo cristãos [1Pe 2.17- 21], que formam o
bom testemunho.
EU ENSINEI QUE:
Juventude
não significa imaturidade, o discípulo deve ser maduro para exercer seu
ministério com responsabilidade.
3. ALIANÇA E COMPROMISSO
O ministério é dado por Deus a quem Ele escolhe [Jo 15.16] e com quem faz aliança. O termo aliança no hebraico é riyth, que significa “acordo, compromisso, pacto”. Toda aliança pressupõe compromissos que devem ser respeitados e cumpridos [Jr 32.38].
3.1.
Manter-se firme.
O
ministério é um desafio, não à toa Deus se apresenta a diversos homens
dando-lhes ânimo [Is 1.9]. Jesus, quando estava prestes a passar pelo seu
martírio pela redenção da humanidade, suou gotas de sangue [Lc 22.44]. Porém,
manteve-se firme para cumprir Sua missão [Jo 19.30]. Embora no início de seu
chamado Jeremias tenha se mostrado titubeante [Jr 1.6], ao ouvir Deus sobre o
propósito que cabia a ele como profeta, seguiu em frente, exercendo um dos
ministérios mais longos- cerca de mais de quarenta anos – e profícuos. Por causa
das duras profecias, Jeremias foi preso [Jr 36.5], mas não se calou, honrando a
aliança e o compromisso com Aquele que o chamou.
Um
mau discípulo é dominado pela insegurança. Sentir-se inseguro diante de tamanha
responsabilidade – como Jeremias, que anunciava rendição à Babilônia, sendo
considerado traidor – faz parte da natureza humana, mas a Palavra de Deus
revela que é possível prosseguir e cumprir a mis- são, movidos pela confiança
em Deus, convicção da chamada divina e pelo poder do Espírito Santo. Quando
você disser que fará algo, vá até o fim. Uma maneira certeira de quebrar a
confiança com os outros é deixar de cumprir seus compromissos. A maior aliança
foi feita com sangue [Lc 22.20].
3.2.
Defender a verdade.
Gaio
e Demétrio andavam na verdade [3Jo 3, 12]. Jeremias foi fiel ao Senhor e à
mensagem que transmitia, mesmo em um tempo de crise, no qual muitos profetas
mentirosos anunciavam uma mensagem diferente. Esses falsos profetas pregavam
paz, segurança e vitória sobre a Babilônia; Jeremias dizia que os babilônios
destruíram tudo [Jr 25.9]. A defesa da verdade leva Jeremias à prisão,
sequestro e ameaças de morte. Um líder fraco engana e fala aquilo que as
pessoas querem ouvir, e não o que precisam ouvir, como fez Jeremias [Jr 29.19].
A verdade estava do lado oposto de Diótrefes. Ele não podia suportar
o peso da doutrina de João, que era séria e verdadeira, voltada para as
profundidades interiores do ser. Por se ver como “dono da igreja”, usava várias
acusações falsas e palavras maliciosas para afastar e manter fora aqueles que
estavam pregando a verdade. Ele não permitiu nem mesmo que a igreja recebesse
os textos de João. Seus esforços para proteger seu próprio império religioso
eram prejudiciais à causa de Cristo. João não se intimidou com tamanha
presunção, antes ele escreveu: “Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz mal não
tem visto a Deus” [3] o 11].
3.3.
Ir até o fim em seu chamado.
Na
época de Jeremias, o povo de Deus ignorava Suas leis e adorava outros deuses.
Eles viviam entre um rei que levava o povo a Deus, e outros reis que levavam o
povo a todo tipo de desobediência. Jeremias foi chamado para pregar contra essa
inconstância, por isso trouxe palavras de juízo (Jr 1.16). Assim, enfrentaria
forte oposição [Jr 1.8), mas com a ajuda de Deus cumpriria o seu chamado até o
fim [Jr. 1.19)
Quando
Jeremias aceitou o desafio do chamado profético, de fraqueza e insegurança Deus
os envios ao seu povo para adverti-los e também confortá-los, e Jeremias
cumpriu esse chamado desafiador até o fim? Se segredo foi confiar no Senhor e
não em a. Por isso Deus lhe garantia vitória: “E Pelejarão contra ti, mas não
prevalecerão contra ti porque eu sou contigo diz o Senhor, para te livrar” [Jr
1,19) Os discípulos que não sabe lidar com a fraqueza sucumbe. Mas o que aceita
seu chamado em Deus prevalece.
Eu ensinei que
Um
discípulo precisa ter aliança com Deus e estar firme em seu ministério para
cumpri-lo integralmente, apesar das resistências e dificuldades.
CONCLUSÃO
Ser
fraco e inseguro não é um problema para Deus. A questão é manter-se assim, como
fez Diótrefes, que não aceitava correção, por isso, foi um péssimo
discipulador. Assumir suas vulnerabilidades e apresentá-las a Deus é o
princípio de um ministério vitorioso e abençoado.
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