✍️ Subsídios lição 8 do 3° trimestre de
2023.
Este artigo tem por objetivo auxiliar os professores da escola bíblica dominical da classe Jovens.
Em meio às reflexões filosóficas e teológicas sobre o mal e o
sofrimento, a visão cristã encontra nas Escrituras fontes ricas de
entendimento. Ao abordar a aparente contradição entre a presença do mal e a
bondade de Deus, é fundamental mergulhar na narrativa bíblica para extrair
discernimentos mais profundos.
1. Mal Moral - Mal Físico –
Definição
Tipo de Mal |
Definição |
Explicação |
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Mal Moral |
Desobediência às normas divinas;
pecado. |
O mal moral é caracterizado pela
transgressão das leis e normas estabelecidas por Deus. Encontra sua origem na
desobediência de Adão e Eva, introduzindo o pecado como uma condição inerente
à natureza humana. |
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Mal Físico |
Sofrimento, dor e morte
resultantes da Queda |
O mal físico refere-se aos
efeitos tangíveis da Queda, como dor, sofrimento, doença e mortalidade. Deus
pronunciou maldições sobre a criação como consequência da rebelião de Adão e
Eva, introduzindo assim o sofrimento físico no mundo. |
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1. Deus não criou o Mal
1.1. Base nas Escrituras
A história de Jó é um exemplo eloquente que ressoa com a humanidade
através dos séculos. Ao permitir que Satanás teste a fé de Jó, Deus não apenas
revela a realidade do sofrimento humano, mas também demonstra que a Sua soberania
transcende as adversidades. O sofrimento de Jó não foi em vão; revelou a
integridade de sua fé e a magnitude do plano divino.
Referências adicionais como Romanos 8:28 fortalecem a perspectiva
cristã, afirmando que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus". Essa promessa bíblica sugere que, mesmo no meio do mal e do
sofrimento, Deus está trabalhando para o bem daqueles que O buscam.
1.2. Teologia da Redenção
A teologia da redenção é uma peça essencial nesse quebra-cabeça teológico. A crucificação e ressurreição de Jesus Cristo não apenas redimem a humanidade, mas também revelam a resposta divina ao mal. Cristo, como a expressão máxima do amor de Deus, enfrentou o sofrimento e a morte para oferecer redenção e restauração.
Ao considerar o sofrimento, a teologia da redenção convida a uma visão
mais ampla, lembrando-nos de que Deus não permanece indiferente diante do mal.
Ele age de maneira transformadora, usando até mesmo as situações mais difíceis
para cumprir Seu plano redentor.
1.3. Livre Arbítrio
O dilema do mal também está intrinsecamente ligado ao conceito do livre
arbítrio. A liberdade dada por Deus às Suas criaturas permite escolhas que
podem resultar em sofrimento. No entanto, essa concessão de liberdade é uma
expressão do amor divino, permitindo relacionamentos genuínos e não coagidos.
Gênesis 2:16-17 destaca a dádiva do livre arbítrio quando Deus diz a
Adão: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal, dela não comerás." Aqui, vemos a clareza
divina ao estabelecer escolhas, enquanto a responsabilidade recai sobre a
humanidade.
1.4. Discernindo Bem e Mal em
Cristo
Reconsiderando a afirmação sobre a relatividade de mal e bem, emerge a
compreensão fundamental de que, enquanto as percepções humanas podem oscilar, a
Palavra de Deus permanece como um farol inabalável, proporcionando um
fundamento absoluto para discernir a verdadeira natureza do bem e do mal. Nesse
contexto, Provérbios 3:5-6 ressoa como uma direção sábia, instruindo a confiar
no Senhor acima de qualquer confiança no entendimento humano.
A instrução divina oferecida em Provérbios 3:5-6 não é meramente um conselho,
mas uma guia para a busca de uma compreensão que transcenda os limites da
sabedoria humana. A chamada para confiar no Senhor implica uma entrega
completa, reconhecendo a limitação inerente ao entendimento humano diante da
complexidade do mal e do bem. Afinal, em nossa busca por discernimento, a
dependência exclusiva na própria sabedoria pode resultar em equívocos.
É em Cristo que encontramos não apenas uma referência subjetiva, mas um
padrão objetivo para discernir entre o bem e o mal. Sua vida, ensinamentos e
sacrifício na cruz estabelecem um alicerce sólido, uma bússola moral que
transcende as subjetividades individuais. O Evangelho não apenas revela a
verdade divina, mas também oferece um critério eterno pelo qual avaliar as
complexidades éticas da vida.
O padrão objetivo encontrado em Cristo não é moldado por influências
culturais, opiniões pessoais ou tendências temporais. Ele permanece imutável e
atemporal, proporcionando uma âncora segura em meio às marés cambiantes das
percepções humanas. Ao olhar para Cristo, somos chamados a contemplar a
essência pura do bem e a rejeitar o mal, não com base em meras convenções
sociais, mas em conformidade com a natureza intrínseca de Deus revelada em Seu
Filho.
CONCLUSÃO
A natureza benevolente de Deus, conforme afirmada na Bíblia, sugere que Ele é intrinsecamente bom. Textos como Tiago 1:17 afirmam que "toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação". Isso implica que o mal não pode ter origem em Deus.