REVISTA BETEL: 1° Trimestre de 2022 | Título:
EZEQUIEL – O Profeta com a Mensagem de Juízo, Arrependimento, Restauração e
Manifestação da Gloria de Deus
TEXTO ÁUREO
“E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu
disse: Senhor Jeová, tu o sabes.” Ezequiel 37.3
VERDADE APLICADA
A genuína restauração espiritual produz fidelidade e comprometimento
com a Palavra de Deus e um viver para a glória de Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1.
Explicar que
o plano divino inclui restauração.
2.
Ressaltar
que Deus pode fazer mais do que pensamos.
3.
Mostrar
os resultados da restauração divina.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
EZEQUIEL
37
1-
Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em espírito, e me pôs no
meio de um vale que estava cheio de ossos,
2-
E me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do
vale e estavam sequíssimos.
4-
Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a
palavra do Senhor.
5-
Assim diz o Senhor Jeová a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito,
e vivereis.
10-
E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram e
se puseram em pé, um exército grande em extremo.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Jó 42.2 Deus é poderoso para cumprir Sua
Palavra.
TERÇA / Mt 7.24-27 É preciso ouvir e praticar as
palavras de Jesus.
QUARTA / Lc 1.37 Para Deus nada é impossível.
QUINTA / Gl 4.4 A plenitude dos tempos.
SEXTA / Ef 1.6, 12 Salvos para louvor e glória da graça
de Deus
SÁBADO / Ef
2.11-19
Em Cristo, fazemos parte do povo de Deus.
HINOS
SUGERIDOS 212, 340, 526
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore por cura emocional e graça do Senhor.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– O plano divino inclui
restauração
2– O poder de Deus para
fazer mais do que pensamos
3– Resultados da
restauração
Conclusão
INTRODUÇÃO
Essa visão revela que
Deus é poderoso para levar adiante Seu propósito de ter um povo que viva de
acordo com a Sua vontade, para testemunho a todas as nações e a glória do Seu
Nome.
PONTO DE PARTIDA
O plano de Deus inclui a restauração do
homem.
1- O PLANO DIVINO INCLUI RESTAURAÇÃO
É provável que Ezequiel
37 seja um dos mais lidos e usados em pregações, dentre os quarenta e oito
capítulos desse livro profético. Além de tantas mensagens denunciando o pecado
do povo e o juízo divino, agora o profeta recebe uma mensagem que aponta para o
plano divino de restauração. Assim tem sido desde o início da história da
humanidade e sua relação com Deus: pecado, juízo, chamada ao arrependimento e
promessa de restauração.
1.1. Ações divinas
para restauração.
Como visto nas lições
anteriores, Deus revelava o Seu propósito em restaurar o povo de Israel,
enquanto anunciava Seu descontentamento com os pecados cometidos e as consequências
de o povo ter se afastado dEle [Ez 11.16-20; 14.11; 16.60-63; 17.22-24]. Assim,
o estudo de Ezequiel 37 é importante que seja realizado dentro deste contexto,
principalmente da mensagem expressa no capítulo 36.16-38, que enfatiza maiores
detalhes das diversas ações divinas visando a restauração do Seu povo, dentre
outras: trará de volta o povo das nações para a sua terra; purificará das
imundícias; dará um coração novo; dará o Seu Espírito.
Subsídio do Professor:
Alguns
comentaristas consideram os capítulos 33-39 como “profecias de restauração” ou
“a esperança de restauração”. Lawrence Richards: “Somente treze anos após a
destruição de Jerusalém foi que Ezequiel assumiu seu ministério de profeta da
esperança. O cativeiro não era definitivo. O remanescente certamente retornaria
para sua terra. A seu tempo e à sua maneira, Deus cumpriria as promessas que
fizera a Abraão e a Davi.”
1.2. Uma visão da
situação espiritual.
Mais uma vez Deus revela
ao profeta a situação espiritual do povo (ao longo do livro, isto foi feito por
intermédio de várias mensagens metafóricas), agora por intermédio de uma visão
de grande impacto: numerosos ossos “sequíssimos” espalhados em um vale [Ez
37.1-2]. Esta visão, como outros textos bíblicos, desperta a nossa mente quanto
à relevância da Palavra de Deus para termos uma consciência mais ampla e
profunda acerca da gravidade da situação humana, quando permanece afastada do
relacionamento com Deus, de acordo com a vontade do Senhor – Gênesis 3.9-24 (o
desenvolvimento do texto revela a gravidade do pecado de Adão e Eva); Isaías
1.5-6 (uma forte figura de linguagem para retratar a depravação); Apocalipse
3.17 (notar a diferença entre a percepção da igreja e a avaliação divina).
Subsídio do Professor:
Comentário
Histórico-Cultural da Bíblia: “A grande quantidade de ossos descrita aqui
implica que era o cenário de uma grande catástrofe. A descrição de um grande
número de cadáveres que haviam sido privados de um enterro digno remete a
muitas cenas de batalha encontradas nos primeiros períodos da história
mesopotâmica e egípcia. (…) Uma maldição típica do antigo Oriente Próximo era
que o cadáver da vítima amaldiçoada ficasse exposto às intempéries e aos
elementos da natureza.”
1.3. Profeta –
instrumento de Deus.
Desde o início o plano de
Deus inclui o ser humano, não apenas como alvo de Seu amor e graça salvadora,
como, também, sendo instrumento do Senhor para levar adiante Seu propósito de
formar um povo para a Sua glória [At 13.14]. Logo no texto de Gênesis 3.15, que
contém a primeira promessa que aponta para a vinda do Messias [Gl 4.4],
encontramos Deus revelando que seria através de um ser humano que o Verbo viria
e habitaria entre nós [Jo 1.14]. Assim, vemos Ezequiel sendo colocado “no meio
de um vale que estava cheio de ossos” e andando ao redor dos mesmos [Ez
37.1-2].
Podemos imaginar o
profeta pensando naquela experiência, considerando que era sacerdote e estava
proibido de ter contato com “alguma coisa imunda de cadáver” [Lv 22.4]. Porém,
foi o Senhor quem o levou, assim como Pedro à casa de Cornélio [At 10]. Os
mesmos que são alcançados pela salvação também, vocacionados para anunciá-la
[1Pe 2.9-10].
Subsídio do Professor:
Comentário
Bíblico Shedd: “O objetivo do ato de profetizar é, invariavelmente, fazer
alguém escutar a palavra de Deus [Ez 37.4]. “A fé vem pela pregação, e a
pregação pela palavra de Cristo” [Rm 10.17]. A palavra traduzida por “pregação”
é “ouvir”, no original. Fazer alguém ouvir a palavra produz a fé que justifica
para a vida eterna [Rm 5.1], e também põe o ouvinte em contato com o Espírito
Santo, com Sua obra tríplice de inspirar as palavras da Bíblia, converter o
homem a Cristo e santificar o convertido, inculcando-lhe no íntimo o pleno
sentido da palavra.”
EU ENSINEI QUE:
O plano de Deus
inclui a restauração do ser humano, e, também, Seu propósito de formar um povo
para a Sua glória.
2- O PODER DE DEUS PARA FAZER MAIS DO QUE
PENSAMOS
Quantas vezes na história
humana a manifestação do poder de Deus e o resultado produzido surpreenderam e
superaram as maiores expectativas? Deus falou a Jeremias: “seria qualquer coisa
maravilhosa para mim?” [Jr 32.27]. O anjo disse a Maria que “para Deus nada é
impossível” [Lc 1.37]. Agora, Deus estava revelando a Ezequiel que o Seu poder
é suficiente para cumprir a Sua Palavra e levar adiante o Seu plano [Jó 42.2].
2.1. Há esperança?
Após Deus ter revelado a
Ezequiel o real estado espiritual do povo, como abordado nos tópicos 1.2 e 1.3,
agora pergunta: “poderão viver estes ossos?” [Ez 37.3]. O próprio povo exilado
dizia que os seus ossos estavam secos, sem esperança e aniquilados [Ez 37.11].
Porém, a manifestação do poder de Deus surpreende tanto aqueles que não têm
esperança, como aqueles que têm esperança, porém somente para um futuro
distante, como Marta [Jo 11.24]. Ele “é poderoso para fazer tudo muito mais
abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” [Ef 3.20]. Dentre tantas
lições a serem extraídas de Ezequiel 37.3, uma pode ser: não permitamos que
situações que estejam além do controle humano, ou de sua capacidade de
compreender, abafem a fé no poder de Deus e na Sua Palavra.
Subsídio do Professor:
Bíblia Vida
Nova – Ezequiel 37.11: “Aqui vem a aplicação imediata da mensagem: os
prisioneiros israelitas, sem nenhuma força política, haveriam de formar uma
nação; sem nenhuma força moral, iam vencer a idolatria e formar uma religião
pura. Isto se faria não por força, nem por poder, porém pelo Espírito do
próprio Deus [Zc 4.6].”
2.2. O anúncio da
Palavra de Deus.
A ordem de Deus para
Ezequiel foi: “dize-lhes: …ouvi a palavra do Senhor” [Ez 37.4]. F. F. Bruce
comentou: “A congregação menos promissora a que qualquer pregador já tenha
pregado; mas a ideia encontra eco nas palavras do nosso Senhor em João 5.25:
“os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão””.
Em nosso tempo tão repleto de desafios, a ordem é a mesma: “Que pregues a
palavra, instes a tempo e fora de tempo” e “faze a obra de um evangelista” [2Tm
4.2, 5]. Prossigamos no poder do Espírito Santo.
Subsídio do Professor:
Ênio Mueller
sobre 1 Pedro 1.23: “Este poder e o novo nascimento que ele opera são mediados
pela palavra de Deus. Isaías 55.10-11 fala da eficácia da palavra divina, que,
enviada à terra, cumpre o propósito que lhe foi destinado. Este “envio” da
Palavra é comparado ao envio da chuva que rega a terra, fazendo nela brotar a
semente. (…) A Palavra de Deus tem tal poder porque também ela é “de fora”, não
limitada pelas limitações normais deste mundo”. Vide Tiago 1.18 – “nos gerou
pela palavra da verdade”.
2.3. Ação do
Espírito Santo.
Muito significativo o
fato de Ezequiel 37 apresentar um cenário tão desolador – ossos sequíssimos e,
a seguir, descrever uma tremenda mudança a partir da ação conjunta da Palavra
de Deus e do Espírito Santo. Tal descrição lembra outro momento na história:
“terra sem forma e vazia…trevas…abismo”, mas o “Espírito de Deus se movia”.
Após este cenário, vem a Palavra de Deus: “E disse Deus” [Gn 1.2-3]. Ou seja, o
Espírito estava em movimento, pronto para proporcionar vida a partir da Palavra
pronunciada, operando assim, junto com ela.
Subsídio do Professor:
Wilf
Hildebrandt, em sua obra “Teologia do Espírito de Deus no Antigo Testamento”,
aborda o fato de ser nítido que em todo o AT a ação do Espírito nos diversos
momentos da história de Israel é bem presente. Um dos livros proféticos onde há
ênfase na obra do Espírito é Ezequiel. Israel estava no cativeiro, pois não
tinha conseguido guardar e observar a Palavra de Deus. Então, Deus promete
operar uma mudança tal que o povo receberá um novo coração, um novo espírito e,
ainda, porá sobre eles o Seu Espírito [Ez 36.26-27], não apenas aos profetas,
sacerdotes e líderes, mas sobre todo o povo. Esta promessa é reforçada em
Ezequiel 37 com a visão do vale de ossos. A restauração virá pela participação
conjunta da Palavra pronunciada e do Espírito de Deus.
EU ENSINEI QUE:
O poder de Deus
é suficiente para cumprir a Sua Palavra e levar adiante o Seu plano.
3- RESULTADOS DA RESTAURAÇÃO
A obra de restauração
inclui vivificação para um novo viver. Deus disse que abriria as sepulturas e
faria o Seu povo sair delas para passar a vivenciar um novo tempo que incluía
uma nova vida. Esta nova vida inclui o aspecto da comunidade (viver como povo
de Deus); um viver de acordo com a vontade de Deus; “concerto perpétuo”;
testemunho a todas as nações.
3.1. Um viver como
povo de Deus.
Em vários versículos há
expressões indicando “povo de Deus” em Ezequiel 36 e 37 [Ez 36.28; 37.12-13,
23, 27]. Deus não desistiu de ter “um povo para o seu nome” [At 15.14; Êx 6.7].
Não apenas os judeus, mas Deus está chamando pessoas de todas as nações para
fazer parte do Seu povo. Outros textos do Novo Testamento revelam este
propósito de Deus [1Pe 2.9-10; Ap 21.3]. Em Cristo Jesus, passamos a fazer
parte do povo de Deus [Ef 2.11-19]. Tal verdade – ser povo de Deus – envolve
algumas verdades, como: exclusividade, comprometimento e propósito.
Subsídio do Professor:
Simon Kistemaker –
Apocalipse 21.3: “A voz chama a atenção para a união de Deus e seu povo,
expressa na imagem do tabernáculo no Antigo Testamento. João alude a uma
conhecida passagem em que Deus, falando sobre uma aliança eterna com o seu
povo, diz: “porei o meu santuário no meio deles para sempre. O meu tabernáculo
estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” [Ez 37.26-27].
Essa passagem é um fio de ouro que está entretecido na Escritura do início ao
fim [Gn 17.7; Êx 6.7; Lv 26.12; Ez 11.20; Zc 2.10-11; 2Co 6.16; Ap 21.3, 7]. É
o fio do eterno amor de Deus pelo povo da aliança.”
3.2. Um viver de
acordo com a Palavra de Deus.
O profeta anunciou que o povo restaurado seria
fiel às leis e aos princípios divinos e zeloso em praticar os Seus estatutos
[Ez 37.24]. Não se trata de uma nova revelação quanto à vontade de Deus para o
Seu povo. Após a libertação do Egito e antes de entrar na Terra Prometida, o
povo foi exortado a viver de acordo com a Palavra de Deus [Lv 18.1-5]. Jesus
também falou sobre a relevância de ouvir e praticar as Suas palavras [Mt
7.24-27; 12.50]. Por isso a restauração envolvia um novo coração e a habitação
do Espírito Santo [Ez 36.26-27].
Subsídio do Professor:
Taylor sobre
Ezequiel 36.26-27: “A implantação do Espírito de Deus dentro deles transformará
seus motivos e lhes capacitará a viver de acordo com os estatutos e os juízos
de Deus (27). Jeremias, em passagem semelhante da sua profecia, sobre a qual
Ezequiel parece estar baseado [Jr 31.31-34], não faz referência ao dom do
Espírito, mas sua referência a imprimir “as minhas leis” na sua mente, e a
inscrevê-las “no coração” claramente produz os mesmos resultados”. Afinal, a
Palavra de Deus é o padrão de conduta do Seu povo.
3.3. Um viver para
a glória de Deus.
A restauração também
aponta para testemunho a todas as nações acerca de Deus [Ez 36.21-23; 37.28].
Bíblia Missionária de Estudo: “Assim como a escolha de Israel foi por amor [Dt
7.6-11] e pela honra de seu nome, a restauração também se dá por zelo ao seu
santo nome [Ez 36.16-21]. A missão da Igreja visa acima de tudo a proclamação e
a manifestação da glória de Deus”. Nosso testemunho perante esta geração passa
por sermos “sal da terra” e “luz do mundo” para que o Pai seja glorificado [Mt
7.13-16]. Devemos ser frutíferos para que o Pai seja glorificado [Jo 15.8].
Fomos salvos para “louvor e glória da sua graça” [Ef 1.6, 12].
Subsídio do Professor:
David F. Payne
sobre Isaías 60.21: “O v. 21 revela a razão de as promessas do capítulo terem
esperado tanto pelo cumprimento; as bênçãos materiais precisam ser acompanhadas
de retidão interior, para que haja a manifestação da glória de Deus”. Também os
que são recebidos como filhos de Deus por meio de Cristo Jesus [Ef 1.5-6],
“devem demonstrar a natureza da graça do Pai e, dessa maneira, glorifica-lo [Ef
5.1; Mt 5.45; Lc 6.35]”, como escreveu Francis Foulkes.
EU ENSINEI QUE:
Os resultados
da restauração são: um viver como povo de Deus; um viver de acordo com a
Palavra de Deus; e um viver para a glória de Deus.
CONCLUSÃO
Deus cumpre Seu plano por
intermédio da proclamação do Evangelho e da ação do Espírito Santo, restaurando
vidas e capacitando-as a viver de acordo com a vontade de Deus e testemunhar
acerca da salvação, para que o Senhor seja glorificado.
Revista
BETEL | 1° Trimestre De 2022 | Reverberação: Subsídios Dominical
DICAS
DE CURSOS BÍBLICOS