✍Fonte: Lições
Bíblicas Adultos,
4° trimestre de 2021 – CPAD
✍Revista: O Apóstolo Paulo
- Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo
✍COMENTARISTA: Pastor Elienai Cabral
📚 TEXTO ÁUREO
“Paulo, chamado
pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo.” (1 Co 1.1)
💡 VERDADE PRÁTICA
Deus chama pessoas para realizar grandes feitos no reino divino.
⏰
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Gl 1.15
Um
chamado pela presciência de Deus
Terça
- At 9.15,16
Paulo,
um vaso escolhido de Deus
Quarta
- At 9.17; 1 Co 14.18
Paulo
na dimensão do Espírito
Quinta
- At 22.14
Deus
o escolhe de antemão para fazer a sua vontade
Sexta
- Ef 1.1
Paulo,
separado para ser apóstolo
Sábado
- Gl 1.17,18
A
escola do deserto na Arábia
Atos 9.15-22; Gálatas 1.11-18
📚 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 9.15-22; Gálatas 1.11-18
Atos 9
15
- Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido
para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.
16
- E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
17
- E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo,
o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que
tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.
18
- E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e,
levantando-se, foi batizado.
19
- E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os
discípulos que estavam em Damasco.
20
- E logo, nas sinagogas, pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus.
21
- Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em
Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os
levar presos aos principais dos sacerdotes?
22 - Saulo, porém, se esforçava muito mais e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo.
Gálatas 1
11
- Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é
segundo os homens,
12
- porque não o recebi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.
13
- Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como
sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.
14
- E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo
extremamente zeloso das tradições de meus pais.
15
- Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me
chamou pela sua graça,
16
- revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei
carne nem sangue,
17
- nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas
parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.
18 - Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.
🎵 HINOS SUGERIDOS 🎵
16,
93, 600 da Harpa Cristã
🎯 OBJETIVO GERAL
Revelar que Deus vocaciona atualmente os crentes para a sua obra.
📌 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Salientar o ponto de
partida para a vocação de Paulo;
Enfatizar que a vocação de
Paulo foi efetivada pelo Cristo Ressurreto;
Relacionar a vocação de Paulo com o aprendizado no deserto.
👍 INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Antes de o apóstolo Paulo exercer a sua vocação, ele passou por
um aprendizado no deserto. O deserto lhe ensinou mais sobre Jesus, onde o
apóstolo pôde reavaliar-se diante de Deus, mediante suas crenças e convicções.
Ele podia agora confrontá-las com a revelação da graça de Deus em Cristo. Ainda
no deserto, ele pôde refletir sobre a simplicidade, dominar suas paixões
instintivas e, por meio da solidão, aprender a depender de Deus.
O deserto que Paulo experimentou pode trazer profundos
aprendizados para os nossos próprios "desertos", quando os
experimentamos quer na vida cotidiana, quer no ministério dado por Deus.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito da vocação de Paulo para o santo apostolado. Veremos o ponto de partida de sua vocação e sua escola de formação no deserto da Arábia. Assim, teremos uma visão geral de como Deus usa o tempo e as circunstâncias para formar um ministério útil para o Reino de Deus.
PONTO CENTRAL
Deus
chama para a sua obra.
I – O PONTO DE PARTIDA PARA A VOCAÇÃO DE PAULO
1.
Chamada e presciência divina.
A
vocação de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de Deus. Ele mesmo
confirma esse fato aos gálatas, quando escreve: “Mas, quando aprouve a Deus,
que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça” (Gl
1.15). O apóstolo experimentou uma completa transformação por meio do encontro
com Cristo, e foi vocacionado por Ele para uma grande obra.
O
Livro de Atos atesta para uma chamada presciente quando o nosso Senhor diz a
Ananias: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome
diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei
quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.15,16). Assim, Paulo foi batizado no
Espírito Santo, batizado nas águas e teve a sua visão recuperada (At 9.18).
2.
Um ministério na plenitude do Espírito.
Depois
de passar pela experiência do Novo Nascimento, Paulo recebeu a plenitude do
Espírito, isto é, ele foi batizado no Espírito Santo (At 9.17). Nesse sentido,
o Livro de Atos revela que o ministério do apóstolo dos gentios recebeu uma
unção especial do Espírito Santo. Foi um ministério marcado por pregação
poderosa, curas, sinais, prodígios e maravilhas. Com o ministério do apóstolo,
aprendemos que não podemos fazer a obra de Deus sem a atuação do Espírito
Santo. Ele é que confirma a Palavra e a obra.
3.
Deus mudou o nome de Saulo para Paulo?
Na
Bíblia, vemos ocasiões em que Deus mudou o nome de pessoas (Abrão para Abraão
[Gn 17.5]; Jacó para Israel [Gn 35.10]), como Jesus alterou o nome de Simão
para Pedro (Mc 3.16; Jo 1.42). Entretanto, isso não se deu com o nome do
apóstolo Paulo. Não há qualquer menção disso na Bíblia. O que explica a mudança
de ênfase do nome de Saulo para Paulo é a origem do apóstolo. O nome “Saulo”
(aportuguesado de “Saul”) remonta sua origem judaica; já “Paulo” (aportuguesado
de Paulus, em latim), sua cidadania romana. Como o ministério do apóstolo
buscava alcançar os gentios, o nome “Paulo” foi naturalmente usado no trabalho
missionário e, consequentemente, nas Escrituras canônicas.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
O
ponto de partida para a vocação de Paulo foi a presciência divina e a pessoa do
Espírito.
SUBSÍDIO
PEDAGÓGICO
Parece que no passado havia uma percepção maior a respeito de
jovens, e de muitos outros irmãos que entregavam a sua vida a Cristo, que
desejavam por uma vocação na obra de Deus. Muitos se planejavam para ir aos
seminários a fim de aperfeiçoarem-se para servir melhor na obra de Deus. Muitos
obreiros relatam não perceber essa mesma disposição com o mesmo sentimento de
outrora. Claro que isso não significa que não haja pessoas sendo vocacionadas,
pois Deus as chama em qualquer tempo.
Nesse sentido, promova uma reflexão a respeito das vocações por
meio das seguintes indagações: Você se sente vocacionado por Deus para alguma
obra? Em algum momento de sua vida, você ignorou ou tem ignorado esse chamado?
O que você poderia fazer para aperfeiçoar-se melhor na obra de Deus?
Você deve promover essa reflexão como introdução ao tema desta
semana, ressaltando sempre que Deus chama pessoas para a sua obra.
II – UMA VOCAÇÃO EFETIVADA PELO CRISTO RESSURRETO
1.
Saulo viu o esplendor glorioso do Cristo ressurreto (At 9.3-6).
Não
foi uma miragem, nem uma ilusão de ótica, mas Saulo viu realmente o Cristo
ressurreto, a quem ele perseguia (At 9.17). Essa visão gloriosa ofuscou seu
orgulho ante às autoridades judaicas e foi definitiva para a vida daquele que,
mais tarde, seria um embaixador de Cristo entre os gentios.
2.
Uma vocação inevitável para o apostolado entre os gentios.
Deus
escolheu Saulo de antemão para fazer conhecer a sua vontade (At 22.14). Qual
era a vontade dEle para Saulo? Torná-lo um embaixador de Cristo, um pregador do
Evangelho (At 9.20). Não por acaso, as várias cartas do apóstolo às igrejas
plantadas por ele eram assim identificadas: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo,
pela vontade de Deus” (Ef 1.1). O apóstolo não foi ordenado em Jerusalém, nem
por uma comissão de apóstolos formada por Pedro, João e Tiago, ou por outros
apóstolos de Cristo. O que prevaleceu foi a declaração de Jesus para Ananias,
discípulo fiel de Cristo em Damasco: “Vá, porque este é para mim um instrumento
escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e reis, bem como diante dos
filhos de Israel” (At 9.15). Ananias, com autoridade delegada pelo próprio
Senhor Jesus numa visão, foi ao encontro de Saulo, na rua chamada Direita, e lá
chegando, “impôs as mãos sobre Saulo” (At 9.17).
3.
A vocação mudou o rumo da vida de Saulo.
De
perseguidor dos seguidores de Jesus, de personalidade tenaz e obstinada (At
9.1.1-6), Deus chamou Saulo e o transformou no apóstolo que seria o maior
responsável pela expansão da Igreja no mundo gentílico. A operação da graça
salvadora na vida de Saulo promoveu uma mudança radical em sua vida. Foi Jesus
que o confrontou, o surpreendeu e o chamou pelo nome. Cristo ainda chama o ser
humano para frutificar no Reino de Deus. É necessário um encontro real com
Cristo. Quando isso acontece, Ele capacita o ser humano para o seu propósito.
Assim aconteceu com Saulo.
CONHEÇA MAIS
Presciência
Divina
“[Do lat. praesentia, ciência inata] Atributo metafísico e
incomunicável de Deus, através do qual Ele se faz eternamente presente no tempo
e no espaço, conhecendo todas as coisas antecipadamente (1 Sm 2.3; 1 Jo 3.20).”
Para ler mais, consulte o “Dicionário Teológico”, editado pela CPAD, p.303.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
A
visão gloriosa do Cristo Ressurreto mudou definitivamente o rumo da vida de
Paulo.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“O Jesus ressurreto é quem aparece a Saulo (cf. 1 Co 9.1; 15.8)
e lhe diz: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ (At 9.4). Essa pergunta é
dirigida ao propósito imediato de Saulo destruir a Igreja. Atacar os discípulos
de Jesus não é, como Saulo pensa, mera perseguição de pessoas que adoram de
maneira herética. É um ataque contra o próprio representante divino, na pessoa
do seu povo. [...] De começo, Jesus não se identifica. Então o perseguidor
pergunta: ‘Quem és, Senhor?’ (v.5).
O termo de tratamento ‘Senhor’ usado aqui pode ser simplesmente
um título de respeito. Mas há forte apoio para o entendermos no sentido cristão
de ‘Senhor’ (cf. At 1.6,24; 4.29; 7.59,60; 9.10,13; 10.14; 11.8; 22.19). Saulo
confessa que está falando com Ele como Senhor, reconhecendo que se dirige à
pessoa divina. [...] O Senhor exaltado se identifica como Jesus, a quem Saulo
está perseguindo. Lá, na estrada de Damasco, o crucificado, revelado a Saulo na
sua glória divina, o transforma”
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus – Atos. Vol. 1.
Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.674).
III – VOCAÇÃO DE PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO
1.
A ida para o deserto.
O
ministério de Paulo precisava de uma preparação austera, silenciosa, de
comunhão com Deus e de reflexão. Em vez de ir a Jerusalém para aprender com os
apóstolos, ele afastou-se dos judeus nas sinagogas, onde posteriormente passou
a apresentar Cristo. Paulo tomou o caminho da Arábia, a sudeste de Damasco, sob
o domínio do rei Aretas (Gl 1.17,18; cf. 2 Co 11.32). O apóstolo preferiu viver
em um lugar, na região desértica da Arábia, onde habitavam alguns grupos
nômades e ele era totalmente desconhecido.
No deserto, Deus ensinou Paulo a ser o líder
que Ele precisava para expandir o seu reino.
2.
As lições do deserto.
O
apóstolo sabia que precisava aprofundar o seu conhecimento acerca de Jesus
Cristo, pois seu caminho seria de confrontos com dúvidas, oposição e rejeição.
Então, foi para o deserto da Arábia e ficou três anos aproximadamente, entre a
sua conversão e o seu retorno a Jerusalém (Gl 1.17,18). Esse período serviu
para Paulo reavaliar a si mesmo diante de Deus, suas crenças e convicções
judaicas, confrontando-as com a revelação da graça de Deus em Cristo Jesus.
Assim, Paulo se preparou para explicar sua vocação aos líderes da igreja em
Jerusalém.
3.
Mais lições do deserto.
Saulo
passou a usar seu nome romano Paulo, com o qual se tornou conhecido em seu
ministério. Ao tomar o rumo do deserto para refletir e aprender, o agora Paulo
foi despido de toda a filosofia e religiosidade legalista do judaísmo. No
deserto, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do
cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela
alegria da salvação em Cristo. Ele também aprendeu que a imensidão do deserto
esmaga o poder e a fraqueza do homem; agora ele só pode depender de Deus. Por
isso, Paulo descobre também, na experiência do silêncio e da solidão no
deserto, que as coisas de Deus são do modo como Ele quer e não como nós
queremos. No deserto, Deus ensinou Paulo a ser o líder que Ele precisava para
expandir o seu reino.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
A
vocação de Paulo foi aperfeiçoada no deserto pelo qual o apóstolo passou
durante três anos.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“Identificando um
Chamado
Possuir um ‘chamado’ é ter sido convocado por Deus para o
cumprimento de uma tarefa que, com base em sua autoridade, é Ele mesmo quem
estabelece o que deve ser feito, como deve ser feito e por quem deve ser feito.
Com base nisso, podemos destacar três lições:
1. O mérito não é de quem é chamado, mas de quem chama;
2. A tarefa a ser realizada não pertence a quem foi chamado, mas
a quem chamou;
3. Não se trata de um peso, mas de um privilégio concedido pela
graça divina.
[...] Quem chama passa a ser visto como infinitamente mais
importante do que quem é chamado, e isso significa dizer que as razões, as
formas e objetivos devem sempre girar, única e exclusivamente, em torno da
Pessoa de Deus, o que é o Chamador” (TORRALBO, Elias. Vocação: Descobrindo o
seu chamado. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.12,15).
CONCLUSÃO
A grande verdade que aprendemos nesta lição é que Deus não mudou seu método para vocacionar e chamar a quem Ele quer. Para isso, Ele usa experiências muitas vezes dolorosas no deserto da vida. É preciso aguçar a nossa sensibilidade espiritual para identificarmos o chamado de Deus para a nossa vida.
PARA
REFLETIR
A
respeito de “Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo”, responda:
Segundo
a lição, em que a vocação de Paulo foi estabelecida?
A
vocação de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de Deus.
O
que explica a mudança de ênfase do nome de “Saulo” para “Paulo”?
O
que explica a mudança de ênfase do nome de Saulo para Paulo é a origem do
apóstolo.
Qual
era a vontade de Deus para Paulo?
A
vontade de Deus para Paulo era torná-lo um embaixador de Cristo, um pregador do
Evangelho (At 9.20).
Do
que o ministério de Paulo precisava?
O
ministério de Paulo precisava de uma preparação austera, silenciosa, de
comunhão com Deus e de reflexão.
Segundo
a lição, cite algumas lições do deserto aprendidas por Paulo.
No
deserto, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do
cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela
alegria da salvação em Cristo. Ele também aprendeu que a imensidão do deserto
esmaga o poder e a fraqueza do homem; agora ele só pode depender de Deus.
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