TEXTO BÍBLICO
Efésios
2.1-10
Destaque
"Pois
pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas
é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de
vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la.” (Ef 2.8,9)
LEITURA
DEVOCIONAL
SEG............................................
Ef
2.1-4
TER............................................. Jo
2.15
QUA.............................................
Gl
5.16-21
QUI..............................................
Rm
5.8
SEX.............................................
Mt
5.13,14
SÁB.............................................
Ef
2.10
DOM............................................
Rm
5.1
Objetivos
1- Salientar a nossa Condição
espiritual antes da salvação;
2- Enfatizar que a salvação é
pela graça de Deus;
3- Destacar que o cristão foi
salvo para praticar boas obras.
Material
Didático
Professor,
você precisará de um quadro de giz ou de uma cartolina e de um pilot.
QUEBRANDO
A ROTINA
Professor, ao falar sobre as boas obras que os salvos devem
praticar, sugiro a você que realize uma dinâmica chamada de brainstormingou “tempestade de ideias”
Essa atividade visa explorar a potencialidade criativa das pessoas, inicie a
atividade com as seguintes perguntas:
“Que tipo de boas obras pessoalmente nós podemos realizar?";
“Que tipo de boas obras nossa classe pode’ realizar a fim de
demonstrar o amar de Deus?”. A partir dessas perguntas você deverá estimulá-los
a falarem tudo que vem à mente como solução ou resposta ás questões. Estas
devem ser escritas no quadro ou cartolina, sem exceção. Após, é interessante
que vocês avaliem, em equipe, quais ações podem ser colocadas em prática pelo
grupo.
ESTUDANDO A BÍBLIA
Caro
professor, você tem orado pelos seus alunos? Certamente eles precisam de sua
ajuda. Muitos enfrentam grandes problemas em suas casas, com seus familiares,-
outros possuem problemas de ordem emocional, física e espiritual. A oração é
uma ferramenta muito importante para o professor da Escola Dominical. Por meio
dela temos a oportunidade de apresentar a nossa vida e a dos nossos alunos a
Deus. Sugiro que você, sempre ao iniciar as aulas, convoque a classe a
manifestar seus pedidos de oração para que uns orem pelos outros.
Mostre-se atencioso e preocupado com os problemas e dilemas mais
simples que eles confidenciarem a você. Faça questão de sempre após uma boa
conversa, terminar com uma oração, afim de incentivá-los a confiarem a Deus
seus medas e preocupações.
Paulo escreveu aos
efésios quando estava preso em Roma, por volta de 61 d.C. Essa carta não foi
escrita para responder questões problemáticas levantadas pela igreja, mas para
encorajar os santos e compartilhar "uma visão exaltada da Igreja de Cristo”.
Conforme afirmou o comentarista bíblico Lawrence Richards, nela
"descobrimos nossa identidade como o corpo de Cristo, como um templo que
está sendo edificado pelo Espírito Santo, e como a família de Deus”.
O
apóstolo começa sua carta louvando a Deus pelas bênçãos recebidas, ação de
graças e oração (Ef 1.3-23); em seguida, narra a reconciliação entre judeus e
gregos (2.1-22); exorta os irmãos a manterem-se unidos (4.1- 5.20), bem como a
permanecerem em Cristo e no Espírito para resistirem aos poderes do mal
(6.10-20).
A
partir de agora passaremos a refletir sobre o alcance universal da obra de
Cristo na Cruz do Calvário.
Quem
nós éramos antes de estar em Cristo?
Essa
pergunta diz respeito à nossa condição espiritual no passado, quando nós ainda
não havíamos confessado Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas. A
resposta de Paulo a esta pergunta envolve três aspectos:
a) Estávamos
"espiritualmente mortos" (2.1).
Em
Adão, independente de cor, condição social ou capacidade intelectual, todos nós
fomos feitos pecadores, e por isso, estávamos "afastados da presença
gloriosa de Deus” (Rm 3.23). Com o pecado, o ser humano morreu espiritual e
fisicamente, e teria morrido eternamente se não tivesse aceitado a provisão de
salvação oferecida pelo Pai por intermédio do seu Filho. O pecado nos tornou
inimigos de Deus.
b) Seguíamos "o
mau caminho deste mundo" (2.2).
Ou
seja, vivíamos com base no pensamento mundano, hostil e descomprometido com os
valores eternos de Deus revelados em sua Palavra (Cl 3.5-7). Éramos, nas
palavras de João, "amantes do mundo” (1 Jo 2.15); escravos de
"argumentos sem valor, que vêm da sabedoria humana. Essas coisas vêm dos
ensinamentos de criaturas humanas e dos espíritos que dominam o Universo” (Cl
2.8); percorríamos as "trilhas de Satanás” ao invés de andarmos no caminho
de Deus.
c) Vivíamos "de
acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o
nosso corpo e a nossa mente queriam” (2.3). O apóstolo afirma que a nossa
vontade era satisfazer nossa própria natureza pecaminosa. Éramos escravos de
nossa natureza e as obras que praticávamos eram más, porque brotavam de um
coração enganoso e perverso (Mc 7.21-23), que conspira contra o que o Espírito
deseja (Gl 5.16-21).
Como
podemos perceber, nosso problema não estava no lado de fora, mas nas
profundezas de nosso próprio coração. Como diz o apóstolo Paulo, éramos filhos
da ira, merecedores do justo castigo de Deus; pecadores nas mãos de um Deus
irado. Mas graças a Deus que apesar de um passado de inimizade e justa
condenação pelos pecados praticados, na Cruz do Calvário Jesus Cristo
ofereceu-se a Deus por nós, para nos salvar, oferecendo-nos seu gracioso
perdão. Hoje temos paz com Deus por meio de Jesus Cristo (Rm 5.1).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
Entendendo o Texto
Estando vós mortos em ofensas e pecados' (Ef 2.1-3). O termo
"morto” é um dos conceitos bíblicos mais espantosos e complexos. Nós
entendemos a morte biológica, e até certo ponto a perdição espiritual está
exemplificada nela. Assim como o corpo morto não pode sentir ou responder ao
mundo material, também o espírito perdido não pode sentir ou responder a Deus.
Mas a morte espiritual vai além disso, implicando a corrupção. Assim como o
corpo físico se deteriora, também o espiritualmente morto se torna infestado de
todo tipo de corrupção. Os espiritualmente mortos andaram "segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar [Satanás].
A carne apodrecida dos espiritualmente mortos sofre e geme sob o
domínio das ‘inclinações da... carne’ (v. 3, ARA), cujos desejos e pensamentos
os perdidos seguem cegamente. 0 retrato vivido mostrado por Paulo é horrível, e
poderia nos fazer recuar. Mas ele queria que nós entendêssemos que esta é a
matéria-prima da qual Deus constrói a sua igreja! Esta massa de corrupção é a
que Deus pretende usar para mostrar a sua glória e a beleza da sua santidade.
Não é agradável. Mas é importante que sejamos totalmente honestos com nós
mesmos e com Deus. Paulo fez esta descrição, e disse: ‘Este era você’. Ele
prosseguiu, ‘Todos nós também vivemos entre eles outrora, andávamos nos desejos
da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos’. Graças a Deus
isso é o que nós éramos, e não o que somos! E graças a Deus que Ele, assim
mesmo, achou conveniente fazer com que você e eu pertencêssemos a Ele”
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD,
2012, pp.855,56).
Salvos
pela graça mediante a Fe
A
salvação é um presente maravilhoso de Deus à humanidade. Não é fruto da engenhosidade
dos filhos dos homens, mas do planejamento do Pai (Ef 1.4-6); não é conquistada
por esforços pessoais de homens e mulheres bem-intencionados, mas ofertada
gratuitamente pelo incalculável preço pago com o sangue de Jesus Cristo, o
Filho (Ef 1.7-12). Essa salvação é aplicada e confirmada pelo Espírito Santo, o
qual nos marcou como propriedade de Deus, sendo Ele mesmo a garantia de que
receberemos o que Deus prometeu ao seu povo (Ef 1.13,14).
Paulo
destaca que a salvação, do início ao fim, é obra de um Deus misericordioso e
amoroso (Rm 5.8; Ef 2.4,5) que vem ao nosso encontro por intermédio de seu
Filho Jesus Cristo. Se no passado estávamos mortos espiritualmente, no presente
estamos vivos em Cristo. Agora pela graça de Deus somos salvos.
Em
Efésios 2.8, o apóstolo ressalta que a graça, e não as obras, é a fonte da
nossa salvação; caso contrário nos gloriaríamos em nossas próprias obras. Pois
graça é o favor de Deus para com aqueles que nada merecem. Entretanto, como bem
afirmou o pastor Myer Pearlman:
"uma dádiva precisa ser aceitada. Como é que um homem aceita a salvação?
Mediante a fé... A fé é a mão que recebe aquilo que Deus oferece”.
Como
é possível observar, a salvação não pode ser comprada nem tampouco vendida
pelos seres humanos. Ela não é uma moeda de troca, um bem negociável, mas um
presente recebido pela fé das mãos de um Deus gracioso e que deve ser cuidado
por nós.
Não
se esqueça: você não é salvo porque é bom, bonito ou religioso, mas porque a
graça de Deus revelada em Jesus o salvou. Valorize isso. Testemunhe dessa
salvação. Não abra mão deste presente, é valioso demais para ser jogado na lata
do lixo ou ser apagado como se faz com algo indesejado nas redes sociais.
AUXILIO DIDÁTICO
Professor,
como nos tempos de Lutero, ainda hoje existem pessoas e instituições religiosas
que tentam de alguma maneira comercializar a salvação e/ou a bênção de Deus. As
indulgências do passado continuam sendo vendidas e compradas por centenas de
religiosos na atualidade.
No
mercado da fé surge vassoura, cimento, rosa, tijolo, água, sabonete, lenço
ungido com preços exorbitantes. Entretanto, é preciso que você sedimente no
entendimento dos alunos que nada que façamos é capaz de tornar a salvação um
direito nosso, senão a graça de Deus. Reafirme na aula de hoje que a cura, a
prosperidade e a salvação não podem ser compradas. Elas são dádivas de Deus aos
homens.
Uma
vida de amor e de boas obras
Se
é verdade que não fomos salvos porque praticamos boas obras, também é verdade
que somos salvos para praticar as boas obras. Pois são por elas que
demonstramos nosso amor, gratidão e serviço a Deus e aos homens. Paulo deixa
isso claro quando diz que "em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou
para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparados para nós” (2.10).
A prática das boas obras não é uma opção para os salvos, mas um compromisso com
o Deus que nos salvou.
Jesus,
no sermão da montanha, disse aos seus discípulos que eles deveriam ser o
"sal da terra" e a “luz do mundo” (Mt 5.13,14). Essas alegorias
revelam o compromisso que Jesus espera de seus seguidores para com o mundo.
Eles devem exercer influência positiva, contagiante e transformadora tanto na
terra que está em estado de deterioração como no mundo marcado por profundas
trevas, por causa do pecado; devem praticar boas obras para que os homens as
vejam e glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mt 5.16). 0 Pai deve ser
glorificado não apenas com mensagens virtuais, mas acima de tudo com atitudes
reais na vida.
Essa
influência só será possível com um engajamento radical de nossa parte.
Precisamos tornar nossa vida um instrumento de glorificação □ Deus e de serviço
ao próximo. Devemos utilizar toda nossa capacidade intelectual, criativa,
emocional e física para a Reino de Deus. Nossas relações, sejam interpessoais
ou virtuais, devem revelar Cristo. 0 nosso compromisso deve ser integral;
precisamos cuidar não só do próximo, mas também da terra que o Senhor nos deu
(Gn 2.15); precisamos orar e respeitar tanta as autoridades, como nossos pais
(Ef 5); devemos falar a verdade na igreja, mas também na escola, no trabalho,
em casa. A nossa luz precisa brilhar em todos os lugares onde as trevas do
pecado estão a dominar.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
Professor, embora ainda hoje o Igreja Católica Apostólica Romana
defenda a salvação pelas obras, é importante reafirmarmos que fomos salvos pela
graça de Deus para praticarmos boas obras. Razão pela qual destacamos um texto
do apologista cristão Dr. Norman Geisler para reflexão em sala de aula com seus
alunos: "[...] o Catolicismo falha em não reconhecer a importante
diferença entre obras para a salvação e obras que surgem a partir da nossa
salvação. Nós não fazemos nada para obter a salvação,- fazemos boas obras porque
já recebemos a salvação. Deus opera a salvação em nós por meio da sua
justificação, e nós 'operamos a nossa salvação com temor e tremor’ pela sua
graça (cf. Fp 2.12,13)” (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol.2. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010, p.237).
Recapitulando
Mortos
em nossos pecados estávamos completamente inadequados ao desafio de viver
segundo a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Mas a morte de Jesus nos
deu condições de experimentar a graça do bondoso Pai.
Hoje
temos paz com Deus e somos desafiados a viver em paz com os homens. Fomos
salvos para manifestar o amor de Deus, e isso fazemos através das boas obras.
Que Deus nos abençoe em Cristo e nos dê condições de continuar o ministério da
reconciliação deixado por Cristo à Igreja (2 Co 5.17-21).
Refletindo
1. Quais os três aspectos abordados por Paulo quanto à nossa
condição antes de confessarmos Cristo como Senhor de nossa vida?
(1)
Estávamos espiritualmente mortos,
(2)
seguíamos o mau caminho deste mundo e
(3)
vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a
nossa mente queriam.
2. A salvação é pela fé ou pela graça?
Pela
graça por meio da fé.
3. No contexto da salvação o que é a fé, segundo o pastor Myer
Pearlman?
É
a mão que recebe aquilo que Deus oferece.
Fonte: Lição Bíblica de Adolescentes
Editora: CPAD
Revista: Professor