Subsídio para a Lição 11 – Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra


Subsídio Bíblico para a Lição dos Adultos (CPAD). LIÇÃO 11 | 3° Trimestre de 2020
Esdras era o homem ideal para liderar essa escola bíblica ao ar livre. Era um sacerdote e escriba que "tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos" (Ed 7.10). Havia chegado a Jerusalém cerca de quatorze anos antes de Neemias e já havia procurado conduzir o povo de volta aos caminhos do Senhor (Ed 7 - 10).

1. O POVO SOLICITA QUE O ESCRIBA ESDRAS LEIA O LIVRO DA LEI DE DEUS (Ne 8.1-6)
a) Conceito de Escriba (Neemias 8.1,9)
Na Pérsia e na Mesopotâmia, o escriba era uma espécie de comissário encarregado da manutenção da lei e da ordem, mas no mundo antigo, de modo geral, essa função era mais abrangente. Em Israel, os escribas eram especialistas na Lei de Moisés. Uma de suas principais obrigações era estudar as Escrituras.

b) As obrigações dos escribas
Os escribas deveriam conhecer e dominar as diversas línguas conhecidas da época, saber escrever textos (cópias, ditados ou composições), conhecer a literatura tradicional (canônica e não canônica), a literatura internacional (particularmente a literatura de sabedoria) e saber interpretar essa literatura.

c) A importância dos escribas para o povo
Foram eles que organizaram o culto nas sinagogas. Muitos escribas também eram sacerdotes e/ou líderes da comunidade, como Esdras. Eram os guardiões da cultura e da tradição.

2. A PALAVRA DE DEUS É LIDA E ENSINADA AO POVO
 “Esdras leu o livro em voz alta, diante da praça... desde o amanhecer até o meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e dos que podiam entender. E todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei” (Ne 8.3 – NAA).
Esdras, o escriba, estava num púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim (Ne 8.4 – NAA).

“[...] iam lendo o Livro da Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que o povo entendesse o que se lia” (Ne 8.8 – NAA).

a) A leitura pública da Palavra de Deus (Ne 8.1,3)
Devido à dificuldade de acesso a documentos escritos no antigo Oriente Próximo, a leitura pública de documentos oficiais por um escriba ou arauto era um procedimento bastante comum.

b) O período de leitura e explicação da Palavra de Deus
A leitura do livro e sua explicação duraram sete dias, durante seis horas diárias (Ne 8.3,18). Apesar de toda essa carga-horária, o povo ouvia atentamente a exposição da Palavra de Deus.

c) Livros ou Rolo (Ne 8.1,5)?
Embora a palavra hebraica usada aqui tenha sido traduzida por “Livro”, o mais provável é que Esdras estivesse lendo em um rolo. Páginas dobradas e encadernadas no formato de um livro moderno só passaram a existir a partir do século 2 d.C. e só substituíram por completo os rolos alguns séculos mais tarde.

d) O povo de pé para a leitura da Palavra de Deus
 “Esdras abriu o livro à vista de todo o povo, porque se encontrava num lugar mais elevado do que todo o povo. Quando abriu o livro, todo o povo se pôs em pé” (Ne 8.5 – NAA).

Ficar de pé era uma forma de manifestar respeito no Antigo Testamento (veja Jz 3.20; Jó 29.8; Ez 2.1). Nossas igrejas de hoje têm uma necessidade premente de mostrar mais respeito pela Palavra de Deus em seus cultos.

e) Efeitos produzidos pela Palavra de Deus no coração do Povo

(1) Choro (Ne 8.9; Mt 5.4).
Enquanto Esdras lia e explicava a Palavra, a primeira reação do povo foi de convicção de sua culpa e tristeza profunda. Prantearam por seus pecados, pois "pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3.20).

(2) Adoração (Jo 4.23)

(3) Humilhação diante do Todo-Poderoso Deus (Tg 5.10).
Em Neemias 8.6, está escrito: “Esdras louvou o SENHOR, o grande Deus, e todo o povo, levantando as mãos, respondeu: — Amém! Amém! Inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra”.
A reação do povo diante da leitura das Escrituras foi de adoração ao Senhor. O ato de levantar as mãos demonstrava a dependência do povo para com Deus (veja Ed 9.5; SI 28.2; 134.2). Prostrar-se demonstrava  humilhação diante de Deus e de sua Palavra. Prostrar-se diante de uma autoridade superior era uma atitude comum em todo o Oriente Próximo.

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