TEXTO ÁUREO
''Porque,
quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar,
não coma também." (2 Ts 3.10)
VERDADE PRÁTICA
O
trabalho honesto, acompanhado da bênção de Deus, dignifica e enobrece o
cristão.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Jó 5.6,7: O homem nasceu para o trabalho
Terça
– Gn 3.19: O trabalho com o suor do rosto
Quarta
- Ec 3.10: O trabalho como aflição
Quinta
- Ef 6.5-9: O relacionamento entre patrão e empregado
Sexta
- Sl 128.2: Comendo do próprio trabalho
Sábado
- Jo 9.4: Trabalhar enquanto é dia
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
2 Tessalonicenses 3.6-13
6 - Porque vós mesmos sabeis como convém
imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,
7 - Porque vós mesmos sabeis como convém
imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,
8 - nem, de graça, comemos o pão de homem
algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos
pesados a nenhum de vós;
9 - não porque não tivéssemos autoridade,
mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.
10 - Porque, quando ainda estávamos convosco,
vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.
11 - Porquanto ouvimos que alguns entre vós
andam desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs.
12 - 4 esses tais, porém, mandamos e
exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o
seu próprio pão.
HINOS SUGERIDOS: 16,
93, 394 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Esclarecer
que o trabalho honesto dignifica e enobrece o cristão.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Mostrar o
trabalho de Deus na Bíblia;
II. Correlacionar a
Bíblia com a mordomia do trabalho;
III. Elencar os
princípios cristãos para o trabalho.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
O trabalho é uma vocação que aparece no Gênesis, perpassa por Jesus
e se confirma nos apóstolos. Isso significa que Deus espera que seus filhos
trabalhem. Nesse sentido, o trabalho não é fruto do pecado, mas da criação e
dádiva de Deus. Essa concepção bíblica muda todo o sentido do trabalho em nossa
vida. Por isso, ao longo de muito tempo, e amparados no ensinamento apostólico
de Efésios 6.5-8, os cristãos encararam o trabalho como oportunidade de servir
a Deus diligentemente. Podemos, e devemos, glorificar a Deus com o nosso
trabalho!
PONTO CENTRAL
O trabalho honesto dignifica e enobrece o cristão.
INTRODUÇÃO
O
assunto desta semana nos mostrará que Deus não fez o homem para viver na
ociosidade, mas para "lavrar e guardar" o jardim do Éden (Gn 2.15).
Assim, veremos como a Bíblia apresenta o conceito de trabalho, sua mordomia e
os princípios cristãos para o trabalho.
I – O TRABALHO DE DEUS
NA BÍBLIA
1. O trabalho de Deus na
criação do Universo.
A
Bíblia nos revela que Deus criou o Universo e os seres vivos em seis dias (Êx
20.11; Ne 9.6). Ou seja, ela inicia a história da salvação revelando o trabalho
de Deus na criação do Universo. Infelizmente, uma teoria falsa admite que o
Universo surgiu de uma explosão (Big-Bang), e, por acaso, tudo se organizou no
Cosmos. Mas a Palavra de Deus mostra que "por causa do seu orgulho, o
ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus" (Sl 10.4;
cf. 14.1; 53.1).
2. O trabalho de Deus na
criação do homem.
As
Escrituras dizem que Deus Pai formou o homem do pó da terra, e soprou-lhe o
fôlego da vida em suas narinas, tornando-o, assim, alma vivente (Gn 2.7). A
Palavra mostra também que o Filho é o centro de todas as coisas criadas no céu
e na terra, pois "tudo foi criado por ele e para ele (Cl 1.16). O Espírito
Santo também atuou na formação do ser humano na grande obra da Criação (Jó
33.4). Logo, o Pai, o Filho e o Espírito Santo trabalharam na criação do ser
humano.
3. Deus continua a trabalhar.
Ao
ser acusado de desrespeitar o sábado, nosso Senhor respondeu assim: "Meu
Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo 5.17). 0 Deus revelado
nas Escrituras, o
Criador
dos céus e da terra, trabalha em prol de sua criação (Sl 24.1; 65.9,10; 104.30;
Is 64.4).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A
Bíblia mostra que Deus trabalhou na criação do universo, do homem e continua a
trabalhar.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Deus criou o universo e o homem. Ele o colocou para ser o mordomo
da Terra. Um dos principais instrumentos para que o homem pudesse executar essa
mordomia é o trabalho. Ao iniciar a aula de hoje, faça essa reflexão com a
classe, a partir do seguinte texto: "[...] Deus criou os seres humanos
para trabalhar. Considere os dois relatos da criação nos primeiros capítulos do
Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus criou os seres humanos como macho e
fêmea para 'dominarem' sobre toda a terra. Dois versículos mais adiante, Deus
abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhe que 'sujeitasse' a terra e
'dominasse' sobre todos os seres vivos (o que, a propósito, não lhe deu licença
para destruir o meio ambiente, assunto que abordarei mais tarde). O 'domínio,
que só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os
seres humanos (não o único propósito, mas um propósito)" (PALMER, Michael
D. Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.226).
II - A BÍBLIA E A
MORDOMIA DO TRABALHO
1. O homem foi criado para o
trabalho.
Quando
Deus criou o homem, Ele estabeleceu que a atividade laborai fizesse parte de
sua vida (Gn 2.5). No plano divino, o homem foi feito para trabalhar: "E
tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o
guardar" (Gn 2.8,15).
2. O trabalho antes da Queda.
As
duas primeiras atividades laborais do homem foram "lavrar" e
"guardar" a terra. Ao lado de Adão, Eva foi a primeira trabalhadora.
Nesse sentido, podemos deduzir que antes da Queda, o trabalho era agradável,
sem desgaste físico e mental, nem doença e, principalmente, sem o perigo de
morrer. Portanto, podemos afirmar que o trabalho estava no plano original da
Criação, ou seja, ele não foi um acidente pós-queda.
3. O trabalho depois da Queda.
Infelizmente,
após a ocorrência do pecado, tudo foi distorcido na vida do ser humano:
3.1.
O medo e a maldição.
O
ser humano passou a conhecer o medo (doenças nervosas, emocionais); perdeu a
autoridade sobre os demais seres; e conheceu a maldição da terra.
3.2.
A ecologia foi mudada.
As
condições ambientais foram transtornadas (Rm 8.20) e, em consequência, o homem
viu-se a trabalhar penosa e arduamente: "maldita é a terra por causa de
ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida" (Gn 3.17). O que era
leve, suave e agradável, por causa do pecado, tornou-se pesado, brutal e
desagradável.
3.3.
O trabalho tornou-se desgastante.
Este
versículo é o símbolo do desgaste do trabalho na Bíblia: "No suor do teu
rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra" (Gn 3.19). A
expressão "no suor do teu rosto" pode remeter a ideia de trabalho
mental e esforço físico. Quantas pessoas não se encontram mentalmente esgotadas
e cansadas por causa de suas atividades profissionais?! Os consultórios médicos
estão lotados de pessoas com estafa e estresse. Há textos na Bíblia que nos
lembram de tal realidade: "Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos
dos homens, para com ele os afligir" (Ec 3.10). Jó também declarou:
"Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho. Mas o
homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para
voar" (Jó 5.6,7).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A
Bíblia mostra o homem e sua vocação para o trabalho antes e depois da Queda.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Se Deus criou as pessoas para trabalhar e se Deus as dota de
dons para realizar as várias tarefas, segue-se então duas consequências
importantes. Primeiro, o trabalho não meramente um meio para alcançar um fim.
Não é apenas uma tarefa a ser suportada em consideração ao atendimento de
necessidades e à satisfação de desejos. Se você recorda nossa definição de
trabalho, saberá que trabalho sempre será um instrumento, sempre será um meio.
Contudo, isto não é tudo o que o trabalho é e não é o que o melhor trabalho é.
Pelo fato de o trabalho ser essencial para a nossa humanidade, trabalhar também
tem um valor intrínseco.
Segundo, todos os tipos de trabalho têm dignidade igual. O trabalho
religioso (como pregar ou ensinar num seminário) não é melhor que o trabalho secular
(como assar pão ou construir pontes); ambos são igualmente bons se forem feitos
em resposta ao dom e chamada do Espirito de Deus" (PALMER, Michael D.
Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.228-29).
III - PRINCÍPIOS
CRISTÃOS PARA O TRABALHO
1. O homem deve trabalhar
"som o suor de seu rosto".
É
a ideia do próprio esforço. Não há trabalho sem esforço. Embora tenha se
tornado mais pesado com a presença do pecado, o esforço e o comprometimento no trabalho
são uma característica de disciplina e método diante da vida. O princípio
bíblico é este: o homem comerá a partir do seu esforço (Gn 3.19).
2. O
trabalho deve ser diuturno.
A
Palavra de Deus revela que o tempo do trabalho vai até à tarde (Sl 104.23), ou
noite e dia (2 Ts 3.9). Eis a perspectiva bíblica central do trabalho:
"Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem"
(Sl 128.2).
3. Não ser pesado a ninguém.
Outro
princípio é o exposto por Paulo aos Tessalonicenses: "nem, de graça,
comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e
dia, para não sermos pesados a nenhum de vós" (2 Ts 3.8). Não sejamos
aproveitadores da bondade alheia.
4. O preguiçoso não deveria
comer.
Parece
um discurso duro, mas há pessoas que não gostam de trabalhar, e querem ter um
padrão de vida como se estivessem trabalhando. A Bíblia é muito clara a esse
respeito: "Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto:
que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também" (2 Ts 3.10). Nada é
fácil. Há um custo para o nosso sustento. Ora, a Bíblia condena expressamente a
preguiça (Pv 6.6,9; 13.4; 19.24).
5. A relação de empregados e
empregadores.
Nas
relações de trabalho, os cristãos devem manifestar os valores da Palavra de
Deus.
5.1.
Os Patrões cristãos.
Há
orientação e mandamento de Deus para os patrões: "E vós, senhores, fazei o
mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e
vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas" (Ef 6.9).
Os patrões cristãos têm o dever de zelar pelos direitos trabalhistas de seus
empregados, sob pena de serem condenados por Deus (Tg 5.4-6).
5.2.
Empregados cristãos.
Há
também orientação e mandamento para os empregados: "Vós, servos, obedecei
a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso
coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas
como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; servindo de boa
vontade como ao Senhor e não como aos homens, sabendo que cada um receberá do
Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre" (Ef 6.5-8). Os
empregados cristãos não devem fugir ao seu compromisso de trabalho; antes,
devem executá-lo como se fosse ao Senhor.
5.3.
Não se submeta ao trabalho vil.
O
trabalho escravo, a exploração laborai infantil, bem como "ofícios"
oriundos do vício, do crime e da prostituição são abominações aos olhos do
Criador de todas as coisas. Não podemos contrariar as leis divinas e humanas que
zelam pela dignidade do trabalho. Trabalhemos honestamente, para que o nome do
Senhor seja exaltado.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Dentre
dos muitos princípios cristãos para o trabalho, destacamos: o trabalho deve ser
do suor do rosto, diuturno, patrões e empregados devem observar a ética do
Reino de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Primeiramente, o propósito do trabalho é atender as
necessidades da vida. De acordo com o apóstolo Paulo, os cristãos devem
trabalhar com sossego e comer o seu próprio pão (2 Ts 3.12); devem trabalhar
para que não necessitem de coisa alguma (1 Ts 4.12b). Como Karl Barth afirmou,
o primeiro item em questão em todas as áreas do trabalho humano é a necessidade
dos seres humanos 'ganharem o pão cotidiano e um pouco mais'.
A necessidade de trabalhar para prover as necessidades da vida
acha-se por trás do dever de trabalhar. Para Paulo, este dever é de importância
primária, tanto que fazia parte da instrução original que Paulo deu aos
tessalonicenses quando pela primeira vez os evangelizou: 'Quando ainda
estávamos convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não
coma também' (2 Ts 3.10). (...) Além disso, não temos nenhuma razão para pensar
que os tessalonicenses eram exceção a este respeito. Outras igrejas paulinas
receberam instrução semelhante. Pois isto fazia parte do ensino ou 'tradição'
(2 Ts 3.6) sobre o estilo de vida cristão" (PALMER, Michael D. Panorama do
Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.229).
CONCLUSÃO
Nos
seis primeiros dias da criação, o Criador executou sua obra com poder
sobrenatural, a partir de sua palavra. Ao expressar a sua vontade, tudo passou
a existir. Assim, Ele criou o homem pelo seu poder. E o criou para "lavrar
e guardar" a Terra. É dessa perspectiva que devemos exercer a nossa mordomia
no trabalho, glorificando a Deus e abençoando o próximo.
PARA REFLETIR
A respeito de "A Mordomia do Trabalho", responda:
1) O que o início da história
de salvação revela na Bíblia?
A
Bíblia inicia a história de salvação revelando o trabalho de Deus de criação do
universo.
2) O que nosso Senhor
respondeu ao ser acusado de desrespeitar o sábado?
Ao
ser acusado de desrespeitar o sábado, nosso Senhor respondeu assim: "Meu
Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo 5.17).
3) Quais foram as duas
primeiras atividades laborais do homem?
As
duas primeiras atividades laborais do homem foram "lavrar" e
"guardar" a terra.
4) Qual o princípio exposto
pelo apóstolo Paulo aos tessalonicenses?
Outro
princípio é o exposto por Paulo aos Tessalonicenses: "nem, de graça,
comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e
dia, para não sermos pesados a nenhum de vós" (2 Ts 3.8).
5) Qual o dever dos patrões e
dos empregados cristãos?
Os
patrões cristãos têm o dever de zelar pelos direitos trabalhistas de seus
empregados, sob pena de serem condenados por Deus (Tg 5.4-6).